Governo vai insistir em armazenar dados da internet localmente
30 de Outubro de 2013, 11:46 - sem comentários aindaBuscando blindar os brasileiros da suposta espionagem americana, o governo está levando adiante seu plano para obrigar empresas globais da internet a armazenar dentro do país os dados fornecidos por usuários do Brasil, segundo uma emenda do governo ao projeto do Marco Civil da internet, à qual a Reuters teve acesso.
Apesar da oposição de empresas multinacionais de software, hardware e telecomunicações, a presidente Dilma Rousseff está pressionando o Congresso a aprovar a nova lei já nesta semana. A tramitação ganhou urgência depois das revelações de que os Estados Unidos espionaram as telecomunicações de milhões de brasileiros, inclusive a própria Dilma.
Se aprovado com essa emenda, o Marco Civil pode afetar a forma como Google, Facebook, Twitter e outros gigantes da internet operam no país, que é um dos maiores mercados globais das telecomunicações.
O projeto diz que “o Poder Executivo, por meio do Decreto, poderá obrigar os provedores de conexão e de aplicações de internet … a instalarem ou utilizarem estruturas para armazenamento, gerenciamento e disseminação de dados em território nacional”.
O governo avaliaria as exigências para cada empresa, diz a emenda, “considerando o porte dos provedores, seu faturamento no Brasil e a amplitude da oferta do serviço ao público brasileiro.”.
A espionagem americana, revelada a partir de documentos vazados pelo ex-técnico de inteligência Edward Snowden, dá a Dilma, provável candidata à reeleição em 2014, uma causa popular dentro e fora do Brasil.
A Alemanha, também supostamente espionada pelos EUA, anunciou apoio a uma proposta brasileira na Organização das Nações Unidas (ONU) para reforçar as regras internacionais para a rede de computadores e para impor limites à vigilância estrangeira.
Em abril, haverá no Rio uma conferência para discutir maneiras de proteger a privacidade dos usuários da internet. A reunião será promovida pela Icaan, órgão que gerencia os nomes de domínios da rede e é considerada por muitos como sendo neutro, já que reúne governos, sociedade civil e empresas.
Dados brasileiros
Antes, no entanto, vem o foco sobre os dados gerados no Brasil.
Partidários da nova versão da lei dizem que a exigência da instalação de centros de dados dentro do país seria uma forma de submeter as empresas à legislação local. Essas pessoas rejeitam temores das empresas de que isso tornaria a operação muito custosa e ineficiente e que criaria barreiras desnecessárias a uma rede que deveria ser sem fronteiras.
“Não estamos regulamentando a maneira como a informação flui, apenas exigindo que os dados sobre os brasileiros sejam armazenados no Brasil, de modo a ficarem sujeitos à jurisdição das cortes brasileiras”, disse o porta-voz de Dilma, Thomas Traumann. “Isso não tem nada a ver com as comunicações globais.”
Traumann acrescentou que, diante da indignação de muitos parlamentares com a revelação da espionagem americana, o governo está confiante de que reunirá os votos necessários para aprovar a medida. A Câmara dos Deputados deve votar o projeto do Marco Civil da internet a partir de quarta-feira.
Mas as empresas da internet estão fazendo um forte lobby para impedir o que veem mais como uma reação política à espionagem dos EUA do que como uma medida eficaz para assegurar a proteção dos dados.
Na semana passada, um grupo de dezenas de grandes empresas da internet, incluindo Facebook, Google, Microsoft e eBay, enviou uma carta a parlamentares dizendo que “as exigências para a armazenagem de dados no país afetaria negativamente toda a atividade econômica que depende de fluxos de dados”.
Fontes da indústria dizem que a exigência da guarda interna de dados não resolverá as preocupações sobre a privacidade, já que a mesma informação será copiada em servidores no exterior.
Por outro lado, alertam essas fontes, a medida afastaria as empresas, privando os brasileiros de serviços e causando problemas para setores como o aéreo e o financeiro, que dependem fortemente da armazenagem de dados.
De acordo com alguns cálculos, os impostos e custos energéticos elevados tornariam os centros de dados no Brasil até 100% mais caros do que nos EUA, custando estimados 200 milhões de dólares.
Mas o governo argumenta que o tamanho do mercado justifica que parte da infraestrutura fique no país, especialmente num momento em que empresas como o Google, que recentemente construiu um centro de dados no Chile, estão se instalando nos arredores.
“O mercado brasileiro é enorme”, disse uma fonte oficial de alto escalão. “Há um consenso dentro do governo de que, se o mercado está aqui, faz sentido que os data centers fiquem aqui também.”
Algumas fontes do setor acreditam que as grandes companhias afinal irão se adequar, por não terem escolha.
Outros, porém, alertam que as grandes companhias poderiam abrir mão do Brasil, ou optar por operar remotamente. Isso é especialmente válido para companhias que já não têm presença física no Brasil, porque a lei, segundo a emenda vista pela Reuters, valeria apenas para companhias estrangeiras com filial no país.
Fonte: O Globo
Votação do Marco Civil da Internet fica para semana que vem
29 de Outubro de 2013, 14:27 - sem comentários aindaA votação do Marco Civil da Internet na Câmara será adiada para a próxima terça-feira (5/11), e acontecera em comissão geral. A decisão saiu nesta terça-feira (29), após reunião de líderes partidários, que entenderam ser necessário mais tempo para encontrar um consenso sobre o projeto, especialmente em torno do artigo que trata da neutralidade da rede.
A decisão foi anunciada durante a sessão extraordinária convocada para discutir o assunto. Antes disso, o presidente da Câmara, deputado Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), disse que vai se reunir com o relator da proposta, deputado Alessandro Molon (PT-RJ), ainda hoje para discutir o assunto. O parlamentar quer que o projeto seja pautado quando houver mais acordo.
Nova reunião de líderes nesta tarde discutirá detalhes do projeto, mas o texto final do relator somente será apresentado amanhã, em reunião prevista para acontecer na liderança do governo. Operadoras de telecomunicações e radiodifusores consideraram importante mais debate em torno da proposta, mas duvidam que ela seja votada ainda este ano. “Urgência constitucional pode ser retirada”, especulou um empresário.
Para as teles, é preciso deixar mais claras as possibilidades de gerenciamento da rede, no artigo que fala de neutralidade. Uma das ideias apresentadas é incluir o termo “ressalvado o que prevê a legislação existente” como exceção. Com isso, as operadoras dizem que terão atendida a possibilidade de bloqueio da tráfego após o vencimento da franquia de dados, e averiguar se há vírus embutidos em textos e imagens das comunicações trocadas na rede. “Isso já é feito hoje, para evitar que os data centers sejam infectados”, disse um representante do setor.
Já os radiodifusores não abrem mão do texto da neutralidade da rede como foi apresentado pelo relator no ano passado. Porém, discordam da obrigatoriedade de autorização judicial para que provedores retirem da web conteúdos protegidos pelo direito autoral. “Isso é judicialização demais e só apareceu depois das denúncias de espionagem”, reclamou um empresário de TV. Os radiodifusores querem manter a propota do relator, conhecida como “note and take down”, que abre exceção para o provedor retirar conteúdo do ar, se ele estiver ferindo direito autoral.
Com a decisão, muitos projetos que tramitam na Câmara dos Deputados não poderão ser votados. Isto porque o PL do Marco Civil da Internet tramita em regime de urgência constitucional e já tranca a pauta. Mas temas como códigos e emendas constitucionais poderão ser apreciados.
Segundo o regimento, a sessão plenária da Câmara pode ser transformada em comissão geral para debater assunto relevante ou projeto de iniciativa popular ou para ouvir ministro de Estado. Na comissão geral, a palavra é aberta a convidados, diferentemente do que ocorre nas sessões, nas quais apenas deputados podem usar a palavra. E a intenção é convidar representantes de diferentes segmentos para apresentar seus pontos de vista na reunião da próxima semana.
Com informações de Tele.Síntese.
Garoto de 12 anos hackeia sites do governo para o Anonymous em troca de games
29 de Outubro de 2013, 14:24 - sem comentários aindaUm garoto de 12 anos se declarou culpado por uma série de ataques a vários sites do governo e da polícia do Canadá em nome do grupo de hackers Anonymous. As informações são do Toronto Sun.
O menino, que mora na cidade de Quebec, disse que os ataques não eram motivados por questões de política, mas sim porque, após invadir e conseguir informações confidenciais do governo, o adolescente as trocava por jogos de videogame com o Anonymous.
Segundo as autoridades locais, o garoto causou um prejuízo de US$ 60 mil. Páginas oficiais, como da Polícia de Montreal, do Instituto de Saúde Pública de Quebec e do governo chileno foram hackeadas pelo jovem. Alguns desses sites chegaram a ficar fora do ar por até dois dias.
O canadense, cujo nome não foi revelado, será condenado em dezembro. Ele afirmou gostar de computadores desde os nove anos de idade, quando começou a provocar a queda de alguns sites e informações acessadas por usuários de administradores de empresas. “Hackear é fácil, mas não vá muito adiante senão eles podem encontrar você”, disse.
Ainda de acordo com a Polícia de Montreal, o menino ensinou a outras pessoas como invadir as máquinas. O advogado do jovem disse que “ele viu isso como um desafio, mas não houve nenhum propósito político”.
Fonte: Canaltech
A mente por trás do primeiro PC IBM, William C Lowe morre aos 72 anos
29 de Outubro de 2013, 14:22 - sem comentários aindaWilliam C. Lowe, o homem que liderou o projeto que lançou o IBM PC, morreu em 19 de outubro, com a idade de 72 anos em Lake Forest, Illinois.
Em 1980, Lowe lançou a “idéia improvável” a seus empregadores de montar um computador pessoal em apenas um ano. A Apple e outras empresas estavam vendendo computadores pessoais há alguns anos, quando a IBM começou a procurar maneiras de se envolver neste negócio no final de 1970. A empresa havia dominado o mercado de mainframes corporativos e para o governo usando software proprietário e produção in-house. Mas essa solução não era ágil e a IBM acreditava que seria deixada para trás se não ousasse em máquinas populares ou de produção em massa.
O grande sucesso proveniente de seu projeto surpreendeu até mesmo a IBM. Os esforços da Lowe levaram a uma maior colaboração na indústria de computação, e com a proliferação de ambos: o nome “PC” e o próprio PC nos lares de milhões de pessoas em todo o mundo.
Lowe tornou-se ainda um pára-raios de críticas sobre como a IBM tentou afastar as dezenas de concorrentes e desenvolver um novo hardware e software. Por um tempo ele deu apoio inclusive a Steve Jobs, que estava desenvolvendo sua plataforma de computador NeXT depois de deixar a Apple em 1985. Mas o compromisso com a arquitetura aberta e as peças off-the-shelf teve outra conseqüência: outros fabricantes, como Compaq e Dell, começaram a construir máquinas “compatíveis com IBM”, também chamadas de clones, que eram muitas vezes melhores e mais baratas. Eles assumiram o mesmo nome coloquial dado aos equipamentos criados por Lowe: PC.
A entrada da IBM na computação pessoal, embora tardia, foi um enorme sucesso. A empresa nunca tinha tido uma presença em lojas de varejo. Então, os clientes puderam comprar computadores IBM até mesmo em lojas de departamentos. Microsoft, Intel e outras empresas cujos produtos foram usados nestes equipamentos beneficiaram-se tremendamente, começando sua transformação de empresas obscuras de tecnologia em marcas populares e acessíveis para todos.
Lowe deixa um legado importante para a história da computação pessoal e deixa também sua esposa, Cristina, seus filhos Gabriela, Daniel, Julie Kremer e James, e 10 netos.
Com informações de Linux Magazine.
Cientista cria disco para armazenar dados que dura 1 milhão de anos, diz MIT
29 de Outubro de 2013, 14:20 - sem comentários aindaA capacidade de armazenamento pode ter crescido, mas o método de salvar não.
Ainda são mídias magnéticas que podem ser facilmente magnetizadas, apagadas ou sujeitas à decomposição. Um CD-Rom irá se desintegrar. Um disco-rídigo pode ser destruído por uma partícula de poeira. E o papel queima. É por isso que antropólogos têm que se contentar com a leitura de esculturas de pedras e hieróglifos, desde que a biblioteca de Alexandria virou pó.
No entanto, o MIT Technology Review relatou que um cientista de nome Jeroen de Vries da Universidade de Twente, na Holanda, e sua equipe projetaram e construíram um disco capaz de armazenar dados por mais de um milhão de anos sem que a mídia seja destruída – e eles realizaram testes de envelhecimento para provar isso.
Dados são armazenados na mídia em 0 e 1 segundo e tem que haver uma barreira de energia entre cada digito. Quando essa barreira é violada, os dados torna-se corrompidos.
De Vries e sua equipe fizeram os cálculos com base em algumas ciências e matemática além da maioria de nós, meros mortais, e determinou que eles teriam 63 KBT (uma medida da energia térmica) para fazer a barreira durar um milhão de anos, ou 70 KBT para durar um bilhão de anos. “Estes valores estão bem considerando a atual gama de tecnologia”, disse de Vries.
Criando com métodos atuais
O disco é um conceito simples e não muito diferente do que é feito atualmente. Os dados são armazenados no padrão de linhas gravadas em um disco metálico fino, que é como funciona hoje, e depois são cobertos com uma camada de proteção para prevenir que as barreiras sejam violadas.
O metal usado na gravação é o tungstênio, que foi escolhido por conta da sua temperatura de fusão elevada e baixo coeficiente de expansão térmico. A camada protetora é de nitreto de silício, que foi escolhido devido à sua elevada resistência à ruptura e o seu baixo coeficiente de expansão térmica.
Como teste, eles fizeram códigos QR com linhas de dados de 100 nanometros de largura. Eles, então, aqueceram os discos em várias temperaturas para ver como os dados reagiam. Em teoria, um disco capaz de sobreviver a um milhão de anos teria que sobreviver a 1 hora a 445 graus Kelvin – teste esse que os novos discos sobreviveram sem problemas.
Ainda assim, o Technology Review observou que uma casa em chamas poderia destruir o disco. Mas seu uso não é tão cotado para armazenamento de dados em casa ou escritório. Ele provavelmente seria usado em cofres de armazenamento seguros, ou talvez em satélites espaciais como o Voyagers.
Esta poderia ser a chave para imortalizar a nossa civilização. Com tanto conhecimento perdido de civilizações passadas, temos que adivinhar ou especular. Na ausência de conhecimento, a informação errônea prospera. Então, talvez, quando arqueólogos desenterrarem esses discos em 10 mil anos, admitindo que possam reproduzi-los, eles saberão exatamente como costumávamos ser.
E eles irão rir ou chorar.
Fonte: IDGNow