Propostas de emendas do marco civil divergem sobre guarda de logs e permitiriam serviços diferenciados de internet
29 de Outubro de 2013, 14:18 - sem comentários aindaO Projeto de Lei 2126/2011, o chamado Marco Civil da Internet, tramita com urgência constitucional e tranca a pauta de votação da Câmara de Deputados desde segunda-feira. A votação está prevista para quarta-feira (30), mas o processo não será simples, considerado o número de propostas de emenda (34) e a falta de acordo em alguns temas como, por exemplo, a obrigatoriedade, ou não, da guarda de registros por provedores de conexão e de aplicações da internet.
O último texto conhecido define que cabe ao administrador do sistema autônomo, de conexão à internet, o dever de manter os registros, sob sigilo, em ambiente controlado e de segurança, pelo prazo de um ano, e proíbe o provedor de conexão a manter tais registros. Para a aplicação, o texto estabelece que a guarda dos registros é facultativa. Entre as emendas apresentadas até o momento, há tentativas de mudanças das três definições.
Eduardo Azeredo (PSDB-MG) propõe que a guarda de registro seja facultativa também para o provedor de conexão, as operadoras de rede. Uma das emendas apresentadas por Eduardo Cunha (PMDB/RJ), Eli Correa Filho (DEM-SP) também vão na mesma linha.
Sandro Alex (PPS/PR) e Paes Landim (PTB/PI) propõem que a guarda de registros seja obrigatória também para as aplicações da internet, com prazo de 12 meses. Já Nelson Marchezan Junior (PSDB/RS) propõe a guarda obrigatória, por 12 meses, de registro de acesso dos usuários a aplicações da internet pelos provedores de conexão.
Já a emenda 27, de Marcos Rogério (PDT/RO), prevê que, mesmo a guarda dos registros pelos administradores dos sistemas autônomos (provedor de conexão à internet) seja facultativa. Rogério ainda vai além e apresentou outra emenda com a exclusão dos parágrafos 2 e 3 do Art. 13, que obrigaria a guarda dos registros por aplicações da internet mediante ordem judicial.
Neutralidade
Uma série de propostas se concentram no Art. 9, que estabelece o tratamento isonômico a quaisquer pacotes de dados. Marchezan Junior quer permitir a gestão de tráfego de dados para oferta de pacote de dados com franquia. Eduardo Cunha e Ricardo Izar propõem a possibilidade de tratamento diferenciado do tráfego de dados no caso de pacotes “adequados aos diversos perfis dos usuários”, ou seja, diferenciados por serviços. Miro Teixeira (PROS/RJ), por sua vez, sugere permitir a discrminação e degradação do tráfego no caso de serviços de emergência como prioritários. Jandira Feghali (PCdoB/RJ) exclui do texto a possibilidade de gestão técnica da rede, para evitar interpretações equivocadas. Ainda, Wandenkolk Gonçalves (PMDB/PA) sugere que a discriminação ou degradaçãoo de tráfego seja regulamentada pela Anatel, por critérios técnicos e priorização de emergência.
Mas deverão ser apresentadas emendas de plenário, a depender de como virá a última versão do projeto, que deverá ser lida hoje pelo relator Alessandro Molon no plenário da Câmara.
Com informações de Tele.Síntese.
FNDC lança nota sobre Marco Civil da Internet
29 de Outubro de 2013, 14:16 - sem comentários aindaO Fórum Nacional pela Democratização da Comunicação (FNDC) lançou nota apoiando o texto original do projeto. A entidade argumenta que a proposta, formulada no processo de diálogo público com a sociedade, tornou-se “referência mundial de legislação”.
A luta principal atualmente gira em torno da garantia da neutralidade de rede (alvo da indústria de telecomunicações) e do direito à reprodução de conteúdos (alvo da indústria do entretenimento).
Segue abaixo o documento na íntegra:
Queremos a nossa internet livre!
Em luta pela democratização da comunicação e pela liberdade de expressão, o Fórum Nacional pela Democratização da Comunicação (FNDC) vem a público divulgar seu apoio à aprovação da proposta original do Marco Civil da Internet (PL 2126/11), com a garantia dos direitos à liberdade de expressão, privacidade e neutralidade de rede. O projeto poderá ser votado nesta terça (29) na Câmara dos Deputados, data a partir da qual trancará a pauta de votações da casa.
O FNDC espera o respeito dos parlamentares ao processo de construção colaborativa que envolveu o Estado e a sociedade civil para a validação desta que já foi considerada uma referência mundial de legislação. Que os parlamentares tomem para si a vontade da população brasileira e rejeitem os lobbies das empresas de telecomunicação e das indústrias de entretenimento e de conteúdo, afastando qualquer possibilidade de censura à internet brasileira.
A neutralidade de rede – princípio que garante que os pacotes de informação que trafegam na rede sejam tratados de forma isonômica – deve ser garantida, para que o fluxo de informação, como acontece hoje, seja livre. As empresas de telecomunicação, em nome de seus lucros, não podem restringir o tráfego de acesso aos conteúdos, não podem diferenciar o uso dos usuários com pacotes de informação. Pelo direito de informação e liberdade de expressão, o FNDC defende que todos os cidadãos e cidadãs tenham liberdade e sejam tratados com igualdade na navegação em rede, sem que haja benefício ou detrimento para alguns, de acordo com sua condição financeira.
Dessa maneira, além do texto original, que dá as garantias para a neutralidade de rede e da privacidade, o FNDC apoia também a supressão do parágrafo 2,º do artigo 15, inserido posteriormente ao texto, que permite a remoção de conteúdos sem ordem judicial no caso de infração a direitos autorais ou conexos. Tal parágrafo agride o direito dos usuários ao devido processo legal, especificamente ao contraditório e à ampla defesa, frente a pedidos de retirada de conteúdos considerados pelos requerentes, e não pela Justiça. Em nome dos interesses das corporações, este parágrafo fere gravemente os direitos constitucionais da liberdade de expressão e do acesso ao conhecimento e à cultura.
Os direitos dos cidadãos e cidadãs à liberdade de expressão e à informação, assim como à privacidade, não podem ser sublimados em nome dos interesses do capital.
Queremos a nossa internet livre!
Fórum Nacional pela Democratização da Comunicação
Com informações do Observatório do Direito à Comunicação.
‘Exigência de data centers no Brasil seria inútil e prejudicaria usuário’
29 de Outubro de 2013, 14:13 - sem comentários aindaO diretor de políticas públicas da Google Brasil, Marcel Leonardi, afirmou recentemente que a exigência do governo brasileiro de que dados de internautas daqui passem a ser armazenados no país é inútil e colocaria o Brasil no fim da lista de prioridades da empresa. A medida deve ser incluída no projeto do Marco Civil da Internet, que tramita em caráter de urgência na Câmara dos Deputados e precisa ser votado até o dia 28, caso contrário travará a pauta da Casa.
– Localização de data center não define jurisdição. O que define jurisdição é a nacionalidade da empresa que controla os dados. Isso significa que, na prática, tal exigência legal não altera em nada o cenário, porque a empresa controladora dos dados, a Google Inc., continua sendo americana e, portanto, sujeita à legislação americana, fornecendo dados às autoridades de lá de acordo com a legislação dos Estados Unidos. A localização dos dados (no Brasil) não faria diferença nenhuma do ponto de vista de jurisdição – disse Leonardi depois de painel sobre o Marco Civil da Internet na feira Futurecom, que acontece até está quinta-feira no Rio.
Embora o Marco Civil esteja sendo discutido há alguns anos, o governo federal resolveu pressionar pela inclusão da exigência de data centers locais depois da revelação, poucos meses atrás, de que a Agência de Segurança Nacional americana (NSA, na sigla em inglês) espionou empresas brasileiras e a própria presidente Dilma Rousseff. Leonardi classificou o movimento de “medida draconiana surgida aos 48 minutos do segundo tempo, decidida no calor das emoções”. Segundo ele, embora a Google tenha informado ao governo brasileiro sobre a ineficácia da exigência, as autoridades seguirão em frente com a ideia por questões políticas.
– O que a gente ouviu de vários setores é que todo mundo (do governo) já entendeu isso, mas eles vão insistir no projeto porque trata-se de uma resposta política ao governo americano – disse Leonardi, que também é professor de Direito da FGV-SP. – Existe a visão de que forçar o armazenamento vai resolver legalmente o problema, mas não vai. Estão querendo dar uma resposta política a um problema que é técnico.
Em vez de data centers, companhia defende reforma de tratado de cooperação
As autoridades brasileiras argumentam que os data centers precisam estar no Brasil porque empresas como a Google não colaboram com a Justiça local, entregando dados a tribunais em investigações, com o argumento de que as informações estão sujeitas à legislação americana. Na visão do diretor da Google Brasil, o problema está em um acordo diplomático de colaboração entre os governos, não na postura das empresas. Trata-se do MLAT (Mutual Legal Assistance Treaty), que o Congresso brasileiro referendou em 2001. Por meio dele, a Justiça brasileira pode pedir à Justiça americana documentos que estejam sob sua jurisdição, e vice-versa:
– O mecanismo todo existe, mas as autoridades não concordam com ele, reclamam que o MLAT demora de seis meses a um ano para entregar a informação, no que elas estão corretas. Existe uma pressão muito grande sobre as empresas, mas as amarras estão nesses procedimentos diplomáticos que são uma questão entre Estados – reclamou. – A reposta é reformar o MLAT, não obrigar o ecossistema de internet a armazenar dados no Brasil achando que isso vai resolver alguma coisa. Precisamos criar um MLAT para o século 21, que funcione em uma semana, por exemplo.
Leonardi disse que a Google apoia globalmente uma reforma do MLAT e que tanto o governo americano como o brasileiro reconhecem as falhas. De acordo com o advogado, especulações dão conta de que o Marco Civil incluirá também mecanismo obrigando empresas que tenham filiais brasileiras a ignorar o MLAT e colaborar diretamente com a Justiça local.
– Eu tenho dúvidas se isso vale. Como o MLAT iria continuar funcionando para todos os outros setores e não para empresas de internet? – comentou.
‘Fim da lista de prioridades’
Marcel Leonardi argumentou que, caso o Marco Civil inclua mesmo a exigência de data centers locais, “o prejuízo não será das empresas, mas dos usuários”. Na visão dele, a medida criaria uma barreira à expansão de start-ups brasileiras e à entrada de novas companhias no país, devido aos custos para construção e manutenção dos centro de armazenamento de dados. Com isso, continuou o advogado, vários serviços inovadores de internet deixariam de ser lançados no mercado local:
– A dificuldade de engenharia seria tão grande para ter certeza de que você replicou esses dados e toda a infraestrutura que, para a oferta de novos produtos e serviços, o Brasil entraria no fim da lista de prioridades de lançamentos da Google e algumas funcionalidades sequer seriam lançadas.
Além disso, pontuou o advogado, a exigência criaria um problema de segurança inédito – justamente o que o governo tenta evitar com a medida –, pois os data centers brasileiros seriam os únicos a concentrar as informações dos cidadãos de um país.
– Criaria-se um alvo certo para ataque. A Google fraciona os dados ao redor do mundo para que o usuário tenha acesso a eles a qualquer momento. Se você criar datas centers concentrando todos os dados dos brasileiros, estaria criando um alvo fácil para ataque por parte de quem tem interesse nesses dados, pois teriam a certeza de que todas as informações estariam ali – disse.
Direção da Google na Califórnia está ‘preocupada com a situação sem precedente’
O diretor da companhia contou que, “por causa de sua gravidade”, o caso brasileiro está sendo discutido pelo mais alto escalão da Google na sede em Mountain View, Califórnia. Isso porque nenhum outro país havia exigido algo semelhante até então.
– Na Coreia do Sul exige-se que dados do sistema de saúde do governo fiquem armazenados no sistema do governo Mas, algo nessa escala (que o Brasil está propondo) é sem precedentes. Isso chegou no topo da companhia e todo mundo está preocupado com a situação.
Por Rennan Setti.
Com informações de Observatório da Imprensa.
Tráfego de Wi-Fi pode quadruplicar
29 de Outubro de 2013, 14:10 - sem comentários aindaO atual tráfego pelas redes Wi-Fi, de banda larga sem fio, poderá crescer quatro vezes até 2015, impulsionado principalmente pela demanda por capacidade gerada pela disseminação das redes de telefonia móvel de terceira e quarta gerações (3G e 4G). A projeção é de Selina Lo, presidente mundial da Ruckus, provedora de Wi-Fi sediada em Sunnyvale, Califórnia. A executiva coreana cita como exemplo o que já acontece em países como o Japão, onde o padrão Wi-Fi é tão disseminado que até estações de abastecimento de carros elétricos são equipadas com as antenas para distribuição do sinal.
O Wi-Fi é indicado como uma opção para desafogar o tráfego das redes 3G e 4G. A solução já é adotada em países mais desenvolvidos como o Japão, disse Selina. Mas a executiva afirma que é preciso disseminar o padrão que permite aos sistemas identificarem automaticamente os dispositivos, sem necessidade de que o cliente digite logins ou senhas.
“Esse padrão existe. É um software que já é adotado por praticamente toda a indústria de Wi-Fi e pode ser facilmente incorporado às antenas mais antigas. Ele precisa ser disseminado nos dispositivos e adotado pelas operadoras”, disse a executiva. Hoje, apenas alguns modelos de iPhones, da Apple, e Galaxy, da Samsung, são comercializados com esse dispositivo. “Muitas operadoras pensaram que 4G resolveria o problema de capacidade criado por 3G, mas a realidade é que quanto maior a capacidade maior a demanda e, embora 4G tenha dez vezes mais velocidade, é mais fácil expandir Wi-Fi”, disse Selina. No Japão, a Ruckus instalou mais de 100 mil hotspots em um ano para atender à demanda de uma operadora de telefonia móvel.
Decisão de investimento
Com 45% de sua receita gerada apenas nos Estados Unidos, a Ruckus faturou US$ 122 milhões nos dois primeiros trimestres do ano e US$ 215 milhões em 2012. Nos mercados da América Latina e África, porém, a companhia tem registrado maior crescimento neste ano – cerca de 15% na América Latina e 20% no Brasil. “São regiões onde a receita por usuário (Arpu) é muito baixa e o Wi-Fi acaba sendo uma das soluções mais baratas para as operadoras entregarem conexão de dados em bairros de classe média e em centros comerciais”, disse.
Para Selina, a decisão de investimento responde a duas variáveis: nos mercados mais desenvolvidos, com maior receita por usuário, as operadoras adotam o Wi-Fi para ampliar a capacidade e, nos menos desenvolvidos, para melhorar a cobertura.
Por Renata Batista.
Com informações de Observatório da Imprensa.
Evento: Conferência O Outro Lado – Security BSides São Paulo 7ª Edição
29 de Outubro de 2013, 8:00 - sem comentários aindaNo dia 24 de novembro de 2013, será realizada a 7ª edição da Conferência O Outro Lado – Security BSides São Paulo (Co0L BSidesSP). O evento ocorrerá alguns dias antes da Black Hat Regional Summit São Paulo, que será realizada nos dias 26 e 27 de novembro. A Co0L BSidesSP, para quem não sabe, é um evento gratuito que compõe as conferências “Security B-Sides”, existentes em mais de 35 cidades de dez países diferentes, que são mini-conferências voltadas para a comunidade.
De acordo com as ações de praxe da conferência, a C0oL BSidesSP visa criar um final de semana com muitas atividades, tendo o intuito de promover a segurança da informação, a cultura hacker e outros assuntos relacionados. O evento acontecerá na FATEC de São Caetano do Sul (região do ABC Paulista). As inscrições estão abertas, mas vale lembrar que as vagas são limitadas.
[1] Co0L BSidesSP Nov2013
https://bsidessp-nov2013.eventbrite.com/
[2] O Outro Lado https://garoa.net.br/wiki/O_Outro_Lado_BSidesSP_ed_7
[3] Garoa Hacker Club https://garoa.net.br/wiki/Garoa_Hacker_Clube:Sobre
Com informações de Under-Linux.