Software Inimigo do Estado
27 de Março de 2015, 7:53O ano é 1998 e o protagonista, o famoso ator Will Smith, está sentado em uma mesa de café. Discute com uma mulher a entrega de evidências que podem ajudar seu cliente, uma vez que era advogado. Alguns minutos depois está fugindo enlouquecido pela cidade acusado de vários crimes que não cometeu, e até mesmo sua família passa a crer que pode ser culpado. Seu crime? Saber demais, mesmo sem saber do que realmente sabia.
O filme narra a saga de uma situação que parecia completamente ficcional para a maioria das pessoas no ano de 1998: o Governo mantém total controle sobre tudo e todos utilizando equipamentos de vigilância eletrônica, muitos deles ilegais. Até que um pouco mais tarde surge o incrível Jack Bauer e mostra na nossa cara como essa vigilância acontece em nível global. Claro, era uma ficção apenas que costumava ver com meu pai. Ele acreditava cegamente que tal situação nunca seria possível. Afinal, como pode um Governo monitorar a tudo e a todos?
Uma emblemática fala do filme Inimigo do Estado resume um sentimento que parecia surreal à época:
A única liberdade que resta é a de pensamento, e talvez seja o suficiente.
Um pouco mais tarde surge o grande Edward Snowden que descreve como a vigilância acontece em nível global e continuamos achando que não é conosco. Dessa vez ninguém se preocupou em negar, apenas em acusá-lo de traidor, “cagueta” e outras coisas interessantes. A novidade? Estavam espionando a Presidenta do Brasil. Sim, liam os e-mails da Presidenta e tudo o que ela enviava para todos os seus Ministros. Como? Ela usava uma suíte de Correio proprietária da Microsoft.
Vale uma pausa para explicar um pouco sobre o significado da liberdade. Não vou discorrer muito sobre o tema, mas você pode se divertir buscando por aqui tudo o que já escrevi. Em geral a liberdade só é percebida quando sentimos falta dela, ou seja, quando somos impedidos de fazer algo que queremos por não estarmos de posse da mais absoluta e plena liberdade. Nossa Presidenta se fez de bravinha quando percebeu que tinha perdido a liberdade e soltou um Decreto para defender a Segurança Nacional, mas isso é assunto para outra oportunidade. O ponto que quero levantar aqui é: ela já sabia.
Sim, ela já sabia pois conheço pelo menos três pessoas que enviaram recomendações à Presidência da República para substituir a ferramenta de e-mail proprietária. O motivo era óbvio: como é possível tratar assuntos de interesse da Segurança Nacional com ferramentas cujo código-fonte é fechado é são produzidas por outros países?
E você, que está aqui lendo essa mensagem, você também sabe. Você sabe porque muita gente já te falou, mas você não acreditou né, porque afinal, é aquele bando de malucos seguidores do Stallman. São aqueles que ficam implicando com o que você coloca no seu computador. Tem até um maluco lá da Paraíba que “ousou” atacar o seu facebook sagrado. Como ele pode fazer isso, não é mesmo? Mas deixa eu te contar um segredo: eles estão te usando. E você sabe, mas não liga, porque né, o face é sagrado.
O ser humano tem uma capacidade incrível de se acomodar, principalmente quando vai ficando velho. E confesso: estou acomodado. Mas antes de falar de mim, gostaria de contar uma história que se confunde um pouco com a do início do Governo PT na esfera Federal (infelizmente, acredito eu). Era uma história de um grupo de pessoas que, notando algumas dessas coisas malucas, perceberam que esse negócio de Software Livre era importante para o país e começaram a se mexer. No começo eram iniciativas isoladas; depois um movimento foi surgindo, que culminou no Fórum Internacional de Software Livre. Durante algum tempo o FISL poderia ser considerado um dos maiores eventos de Software Livre do mundo.
Contudo, com o passar do tempo, o FISL também se acomodou. O motivo é simples: antigamente era basicamente um encontro de técnicos e entusiastas do tema, mas o povo foi ficando mais, digamos, “engajado”. O que era pra ser uma organização em torno do tema Software Livre (em negrito aqui) acabou se tornando um encontro de políticos que orbitam ao redor do tema Software Livre. O ser humano é político, eu sou político, você é político, mas as organizações devem servir às pessoas e seus princípios, e não o contrário. Apesar de saber que estou desagradando algumas pessoas ao escrever isso, a Associação Software Livre pode defender várias coisas hoje, até mesmo o Fórum Internacional de Software Livre, mas já faz muito tempo que não defende o Software Livre em si. Por quê? Porque o sistema hoje trabalha para manter o próprio sistema, como já dizia o sábio Capitão Nascimento. Os ideais da OSI, já bem explanados pelo amigo Anahuac, prevaleceram sobre a defesa da liberdade inexorável e indispensável sobre todos os aspectos do software.
É nesse momento que devemos aplaudir as iniciativas diferentes, como a do Coordenador Geral do FLISOL Brasil, Thiago Paixão. Contrariando muitos interesses que não sabemos bem quais são, teve a coragem de soltar uma recomendação para que não se instale Ubuntu no FLISOL em 2015. Por quê, você deve estar se perguntando. A resposta é simples: porque Ubuntu não é Livre! É surreal termos que explicar porque não queremos a instalação de software privativo no Festival Latino Americano de Instalação de Software Livre. Sim, Ubuntu não é Livre, e nada mais justo que não instalá-lo em um festival a favor da liberdade de software, mas é preciso pensar fora da caixa. Não se trata apenas de uma pura e simples recomendação ou birra com a Canonical: é uma contra revolução. É uma resposta aos que foram absorvidos pelo sistema, ao dizer pra eles que não aceitamos acordos pela manutenção do sistema. Se o jogo se tornou contra nós continuaremos lutando sozinhos, mas pelo menos olharemos para o lado sabendo quem está de verdade conosco.
O Software privativo é inimigo do Estado, e não somente do Estado nacional do Brasil, mas da ideia de Estado pregada pela democracia. O software privativo é uma arma de controle, das mais eficientes já elaboradas pela humanidade, e ao utilizá-lo você concorda em ser subserviente. Digo mais: quem usa software privativo ou promove a sua utilização é Inimigo do Estado, não se preocupa com a liberdade e trata apenas de seus interesses egoístas. Somos todos Inimigos do Estado em algum ponto, pois nos utilizamos de ferramentas e serviços proprietários quando nos é conveniente. A pergunta que fica é: e agora que você tomou a pílula azul? O que você vai fazer? De que lado está?
Com informações do site Blog de Eduardo Santos.
Nasdaq anuncia sua primeira parceria com uma empresa de bitcoins
27 de Março de 2015, 7:45Os maiores operadores da Bolsa de Valores dos Estados Unidos estão adotando medidas para abraçar a tecnologia das Bitcoins. A notícia aumenta a especulação de que a moeda virtual está deixando as margens do mercado financeiro para se tornar parte real de negociações sérias.
A Nasdaq OMX Group Inc., empresa multinacional norte-americana de serviços financeiros que opera no mercado de ações Nasdaq e em oito bolsas de valores europeias, revelou na última terça-feira (24) que concordou em licenciar a tecnologia de trading X-Stream para a startup nova iorquina de negociação de bitcoins Noble Markets. Isso significa que a Noble vai usar o mesmo software usado pelas Bolsas de Valores em todo o mundo para negociar as moedas virtuais.
Sem dúvidas esse é um voto de confiança na tecnologia Bitcoin, e uma oportunidade de passar mais credibilidade para os usuários, uma vez que grandes empresas utilizam a mesma tecnologia para transações com dinheiro real.
“Eles poderão dizer que investiram em organizações sofisticadas, com operações cuidadosas. Sendo bom para nós, será bom para eles”, afirmou John Betts, CEO da Noble Markets. “Estamos entusiasmados para trabalhar com os veteranos da indústria”, completou.
Enquanto algumas startups de bitcoin desenvolveram recentemente sua própria tecnologia para negociação, o sistema da Nasdaq foi testado incansavelmente por anos. A Nasdaq fornece software comercialmente para empresas como Japan Exchange Group Inc. e Singapore Exchange Ltd., que estão entre os maiores operadores do mundo.
Betts chegou a dizer ainda que, com base em sua experiência pessoal, acredita que as principais instituições financeiras estão começando a evoluir o seu pensamento a respeito do maior ecossistema de bitcoin a ponto de envolver sua própria tecnologia no assunto.
Esse passo pode ser realmente muito importante, uma vez que o mercado de compra e venda de bitcoins levou um forte golpe em sua reputação em 2014. Na ocasião, a Mt Gox, que já foi a maior bolsa mundial de negociação de bitcoins, sofreu um ataque hacker e perdeu 850 mil bitcoins – avaliados em US$ 500 milhões – e foi obrigada a fechar seu site. A empresa entrou com pedido de falência. Sem dúvidas, o software da Nasdaq dará mais legitimidade ao processo.
Stephen Hawking disponibilizará software que o ajuda a se comunicar de graça
27 de Março de 2015, 7:42
Um dos físicos mais conhecidos do mundo e que recentemente ganhou um filme sobre a sua história (A Teoria de Tudo), Stephen Hawking vai lançar gratuitamente o software que o ajuda a se comunicar no dia a dia.
Hawking é portador de esclerose lateral amiotrófica, também conhecida como ELA, uma doença degenerativa que paralisa todos os músculos e impede que a pessoa se locomova, fale, entre outras atividades. Apesar disso, graças a um software e hardware especiais, o físico consegue se comunicar e agora essa tecnologia será disponibilizada para o público.
A companhia norte-americana Intel tem trabalhado em conjunto com a britânica SwiftKey em um sistema de cadeira de rodas informatizadas, que funciona através de um software de voz, que será adaptado para cada caso.
A disponibilização foi anunciada pela própria Intel nesta terça-feira (24) numa conferência em Londres organizada pela fabricante de chips. Apesar da boa nova, a empresa não precisou uma data de lançamento oficial, mas garantiu que o projeto vai sim sair do papel e que o software deve estar disponível online a qualquer momento.
O software está sendo desenvolvido há três anos e vem trazendo novidades. A Intel descobriu, por exemplo, como reduzir o número de movimentos necessários para soletrar cada palavra.
Vulnerabilidade do Android instala app malicioso sem que o usuário perceba
27 de Março de 2015, 7:40Foi descoberta uma vulnerabilidade no sistema Android que permite que hackers roubem dados dos usuários. O malware, encontrado por pesquisadores da Palo Alto Networks, pode afetar quase metade dos aparelhos atuais que possuem o sistema operacional.
Batizado de “Android Installer Hijacking”, o bug faz com que os cibercriminosos baixem aplicativos maliciosos sem que os usuários percebam. A vulnerabilidade atua quando são feitos downloads de apps em lojas de terceiros, que não têm nenhuma relação com a Google Play. Então, quando uma APK é baixada, o app instalado é trocado por um software que é capaz de roubar informações pessoais, senhas, entre outros dados.
O problema está afetando usuários com versões mais antigas do sistema operacional, como o Jelly Bean e anteriores, no entanto, usuários do KitKat estão protegidos. O malware já havia sido descoberto no início do ano passado, mas o Google prontamente notificou lojas como a Amazon e a Samsung para que elas corrigissem as falhas.
Quem baixa somente aplicativos dentro da Play Store não precisa se preocupar, mas se ainda assim quiser conferir se o seu smartphone está infectado, basta fazer o download de uma ferramenta criada pela Palo Alto que vai fazer a varredura do sistema e verificar possíveis ameaças.
Com informações de Business Insider e Canaltech.
Coordenador Geral do FLISOL Brasil recomenda não instalar Ubuntu no evento
26 de Março de 2015, 10:46Thiago Paixão, coordenador geral do FLISOL Brasil, publicou recentemente uma carta aberta aos coordenadores e colaboradores do FLISOL Brasil. A carta, recomenta fortemente aos envolvidos na realização dos vários FLISOL que não se distribuam e nem realizem instalações de Ubuntu.
Abaixo publicamos a carta na íntegra:
O FLISOL – Festival Latino-americano de instalação de Software Livre é reconhecido como um dos mais antigos e importantes eventos descentralizados da comunidade latino-americana de Software Livre, completando em 2015 sua 11ª edição.
Ao longo de todos esses anos, o FLISOL teve como compromisso levar gratuitamente instalação de Software Livre, compartilhamento e conhecimento a todos os interessados da sociedade, especialmente à quem ainda não teve, até então, a oportunidade de conhecer e utilizar Software Livre. Com base nesse compromisso, sempre foi respeitada a utilização e instalação exclusiva de Software Livre em todas as edições, não havendo a necessidade de debates em torno de que softwares devem ser instalados ou não durante o evento.
Mas os tempos mudaram, o mercado adotou amplamente o GNU/Linux tornando-se hoje um sistema tão popular quanto seus concorrentes privativos, presente nos mais diversos produtos do mercado. Infelizmente, o que ganhamos em popularidade, perdemos em liberdade. Na grande maioria das vezes, os esforços e opiniões da comunidade não são levadas em consideração pelas empresas que distribuem soluções baseadas em GNU/Linux, havendo uma total negligência e desrespeito quanto as liberdades trazidas pelo Software Livre.
Hoje temos esse cenário ocorrendo em diversas distribuições GNU/Linux, mas é inegável que o exemplo mais emblemático fica a cargo da distro mais popular da atualidade, o Ubuntu da Canonical e suas variantes. É de amplo conhecimento que o Ubuntu vem recheado de drivers e softwares privativos em sua instalação padrão, não orientando e muito menos dando opção de não instalação à seus usuários, gerando uma grande desinformação e dependência, em especial dos usuários mais novos. Sua situação se agrava quando em 2012 foi identificado que, sem um prévio aviso adequado e autorização do usuário, o Ubuntu coletava e vendia dados de seus usuários para empresas como a Amazon, tornando-se a primeira distro a adotar tais praticas invasivas que desrespeitam seus usuários e a tudo que é defendido pelo Movimento de Software Livre. No geral, as políticas empregadas pela Canonical em seus produtos, sempre foram questionáveis do ponto de vista das liberdades e filosofia propostas pelo Software Livre, trazendo total desconforto à comunidade como um todo, trazendo à tona todo esse debate.
Ainda não há um consenso da organização latino-americana do FLISOL quanto a posição a ser tomada em torno do tema, por isso cabe a nós, coordenadores e colaboradores do FLISOL, reagirmos, realizando o debate em torno da questão e levando a situação ao conhecimento de todos. Portanto, como Coordenador Geral do FLISOL Brasil, recomendo fortemente aos Coordenadores Regionais que não distribuam ou realizem instalações de Ubuntu durante o FLISOL. No caso do usuário levar um computador com o Ubuntu já instalado, e ele não quiser substitui-lo por outra distribuição, não negue ajuda, oriente-o da melhor forma. A autonomia das coordenações regionais continua inalterada, ou seja, cabe a elas decidir quais distribuições instalar, mas a recomendação foca em indicar um caminho de coerência com o objetivo primário do FLISOL que é difundir exclusivamente Software Livre.
Coordenador Geral FLISOL Brasil
Thiago Paixão
Adendo : Deixo claro na carta que não há uma posição oficial da organização do FLISOL, por tanto a responsabilidade e decisão cabe a nós coordenadores regionais. De qualquer forma, enfatizo que a carta como um todo, o posicionamento e a recomendação são do coordenador do nacional, e não uma posição oficial do FLISOL.
Com informações de Flisol.info.