Ir para o conteúdo
ou

Thin logo

Tela cheia Sugerir um artigo
 Feed RSS

Blog

3 de Abril de 2011, 21:00 , por Desconhecido - | No one following this article yet.

MPM OCUPA TERRENO VAZIO NA CIDADE INDUSTRIAL DE CURITIBA

19 de Abril de 2015, 20:34, por Claudio Roberto Angelotti Bastos

Cerca de 400 famílias de trabalhadores sem-teto organizados pelo MPM - Movimento Popular por Moradia, que faz parte da Frente Nacional de Movimentos Resistência Urbana – ocuparam na madrugada desta sexta (17/04) uma área de 145.200 m² na Cidade Industrial de Curitiba (PR).
 
O terreno há muito tempo se encontrava completamente abandonado. Consta que o proprietário está em falência desde 2009 e que o terreno possui uma série de dívidas de IPTU dos anos 2008, 2009, 2019, 2011, 2012. O terreno também já foi pego abrigando ilegalmente lixo e resíduos perigosos do aterro privado Essencis, colocando em risco o meio ambiente e a saúde pública.
 
Reivindicação 
O MPM reivindica uma política habitacional definitiva para atender as centenas de famílias que realizam a ocupação, com a destinação do terreno para moradias populares, assim como serviços públicos de qualidade no bairro para beneficiar o conjunto da comunidade. O imóvel será melhor utilizado abrigando famílias que esperam há muito tempo uma resposta do poder público para o déficit habitacional de Curitiba.
As famílias vão permanecer no local até haver alguma negociação e as famílias consigam sua moradia digna que é um direito Constitucional e Democrático. A ocupação foi batizada com o nome Tiradentes, mártir daInconfidência Mineira e herói nacional.
Enquanto morar for um privilégio, ocupar é um dever!
 
Fé na luta e pé no chão!
 
Endereço: Rua dos Palmenses, 3721.
Ocupação Tiradentes
MPM – Movimento Popular por Moradia
Frente Nacional de Resistência Urbana
 
 
Fonte de informação:
Fernando Marcelino- https://www.facebook.com/fernando.marcelino.5?fref=ts
Poderá ler também em:
 
 
Para melhorar as condições do acampamento e a vida das 400 famílias lá acampadas, começarmos uma campanha de coleta de alimentos, madeira e lona. As doações vão possibilitar a construção de uma cozinha comunitária e a melhoria nos barracos dos acampados.

>> As contribuições precisam ser entregues diretamente no local da ocupação: rua dos Palmenses, 3721, que fica em frete à Sanepar, nas proximidades da Ocupação Nova Primavera.
 



Curitiba: relato de uma marcha golpista (por Jefe Camarada)

13 de Abril de 2015, 9:20, por Tânia Mandarino

(Jefe Camarada é militante e comunicador)

 

Ontem fui para a Praça Santos Andrade acompanhar a manifestação em Curitiba para ver com meus próprios olhos o acontecimento e tirar minha próprias conclusões.


A praça já estava isolada desde as 13:30 para garantir o espaço aos manifestantes.


A PM já estava em peso por lá, mas sem cachorro, cavalaria, batalhão de choque ou qualquer coisa que pudesse parecer agressiva aos manifestantes (se estavam por la, estavam bem escondidinhos), sem falar na simpatia exibida pela corporação ao movimento, refletida no sorriso dos soldados, coisa que quem vai para manifestações populares e sociais sabe que não é comum.


A praça era vigiada por um drone e um helicóptero.


Havia muitos policias, inclusive, superando inicialmente o número de manifestantes no local.


Na praça, tinha ao menos quatro caminhões de som, sendo que um deles incluía bandas fazendo show para os manifestantes. Tudo para deixar o clima bem descontraído. Fiquei pensando de onde vinha tanta grana para bancar todo aquele aparato, mas percebi que ninguém se importava sobre histórico do dinheiro, e sim, que aquele aparato todo reforçava o golpe.


Nunca presenciei tanta gente reunida pregando ódio e fascismo e tanto analfabeto político junto. Não chegaram a cinco mil manifestantes, mas faziam questão de ressaltar que com aquele tanto de gente na rua, a Dilma não tinha mais como governar e teria de renunciar para evitar um golpe.


Pais com os filhos nos ombros gritando palavrões, xingando, pregando ódio e expondo as camisetas fora Dilma e fora PT (que estavam sendo distribuídas, diga-se de passagem).


Não se viam negros por lá. O negro que eu encontrei ontem na praça estava vendendo agua. Se haviam outros, eu não os vi.


Muita gente bonita, cheirosa, com roupas elegantes e camisas oficiais da seleção brasileira.


Carros caros e bacanas lotaram as vagas próximas a praça.


Plaquinhas com mensagens absurdas de ódio e fascismo escancaradas pela praça.


O ato não era contra a corrupção, pois não havia sequer uma bandeira com coerência política e social. Não havia faixa alguma falando efetivamente sobre corrupção. O que vi por lá foi um show de ódio contra o partido dos trabalhadores, contra a Dilma e contra o Lula. Só isto!!!

Antes, o herói desta classe era o Joaquim Barbosa que foi desmoralizado e desqualificado por toda a comunidade jurídica.

Agora o herói da vez é o juiz Sérgio Moro. Falavam nele como um moralizador santificado e como a última esperança para o país.


Pediam intervenção militar, o fim do governo, o impeachment, para os petistas irem para Cuba, pregavam separatismo, pregavam o golpe, pediam o “fim do comunismo” no Brasil e diziam que aqui não será a Venezuela, entre outras asneiras regurgitadas no local.

Mas ninguém gritava contra atos corruptos ou contra corruptos de qualquer outro partido apontados pelo ministério público ou pela PF, somente contra os petistas no governo. Nem pareciam paranaenses desgovernados pelo Carlos Alberto Richa (vulgo “não trabalho aqui, só vim inaugurar”).


Diziam que vermelho não faz parte da nossa bandeira e por este motivo, a cor deveria ser combatida?! Hã?!?!?! Como assim, não usar mais vermelho?!?!?! Pois é!!! A histeria chegou a este ponto, de pregar proibição e combate a uma cor.


Enfim, o maior mico social e a maior concentração de ignorantes políticos por metro quadrado que já presenciei em minha vida. Lamentável!!!


O ato fracassado, diga-se de passagem, não foi contra a corrupção.


Este ato fascista e golpista foi a favor da manutenção do poder da elite, contra o PT e contra o projeto que mudou a vida de milhares de brasileiros.


GOLPISTAS, NÃO PASSARÃO!!!

‪#‎AceitaDilmavez‬ !!!



Documentário: terceirização facilita desvio de recursos públicos e precariza o trabalho

9 de Abril de 2015, 8:46, por Tânia Mandarino

 

Confira o documentário “Terceirizado, um trabalhador brasileiro”, produzido pelo Grupo de Pesquisa Trabalho e Capital, da Faculdade de Direito da USP, sob coordenação do prof. Souto Maior. 

do Viomundo

No momento atual em que o argumento da moralidade esparrama pelo país, nada mais oportuno que examinar o fenômeno da terceirização, sobretudo pela coincidência de que nesse mesmo momento o setor econômico, ligado às grandes corporações (muitas delas envolvidas com os escândalos da corrupção), pressiona o Congresso Nacional (PL 4.330/04) e mesmo o Supremo Tribunal Federal (ARE 713211) para conseguir ampliar, de forma irrestrita, as possibilidades jurídicas da intermediação de mão-de-obra. A contradição é latente vez que a terceirização nos entes públicos constitui uma das maiores facilitações para o desvio do erário, ao mesmo tempo em que conduz os trabalhadores, ocupados nas atividades atingidas, a uma enorme precarização em suas condições de trabalho e em seus direitos.

Além disso, o projeto constitucional, inaugurado em 1988, em consonância, enfim, com os ditames da Constituição da OIT, de 1919, elevou os direitos trabalhistas a direitos fundamentais, ampliando o conceito de direito de greve e no aspecto da moralidade administrativa estabelecendo o concurso como forma obrigatória de acesso ao serviço público, prevendo exceções que em nada se assemelham às contratações de empresas para prestação de serviços “terceirizados”.

“Terceirizado, um trabalhador brasileiro”, produzido pelo Grupo de Pesquisa Trabalho e Capital, da Faculdade de Direito da USP, sob coordenação do prof. Souto Maior, é um documentário-denúncia, que mostra alguns dos efeitos nefastos da terceirização para os trabalhadores, notadamente no setor público, e o grave problema da perda de compromisso dos próprios entes públicos, no Executivo, no Legislativo e no Judiciário, com o respeito à Constituição, vez que esta, como dito, toma os direitos dos trabalhadores como fundamentais e não autoriza a terceirização no serviço público, ainda mais em atividades tipicamente administrativas, cabendo deixar claro, em razão das confusões ideológicas do momento, que a prática inconstitucional da terceirização obteve impulso decisivo nos anos 90, como efeito do projeto neoliberal do governo do PSDB, mas que não foi obstado nos anos seguintes, como se vê, no documentário, o que demonstra que os problemas de moralidade, hoje na mira midiática, não são “privilégio” deste ou daquele governo, mas um dado endêmico do modelo de sociedade capitalista.

As perguntas que o documentário deixa no ar são: se você soubesse o que acontece com os trabalhadores terceirizados, o que você faria? Não daria a menor importância?

E mais: estamos mesmo, todos nós, dispostos a fazer com que se cumpram os preceitos da Constituição Federal de 1988? Ou os interesses econômicos particulares, a busca de “status”, a afirmação das desigualdades, as conveniências políticas partidárias e as lógicas corporativas continuarão ditando nossos comportamentos?

Fato é que o tema da terceirização nos obriga a um posicionamento expresso, não deixando margem a dissimulações, dada a sua inevitável materialidade, que gera, no plano formal, uma afronta direta à Constituição, mesmo no que se refere às atividades empresariais na iniciativa privada, já que o projeto constitucional é o da valorização social do trabalho, a eliminação de todas as formas de discriminação, a elevação da condição social dos trabalhadores e a organização da economia seguindo os ditames da justiça social.

As imagens e relatos apresentados no documentário são irrefutáveis, servindo como um grande instrumento de luta para a defesa dos direitos da classe trabalhadora, além de se prestar a um questionamento crítico da sociedade como um todo e sobre o papel do Estado.

 



Perdemos Jorge Modesto. O mundo fica mais pobre.

8 de Abril de 2015, 12:35, por Tânia Mandarino

Desde que conheço os dois, eu sempre soube que havia algum desafeto entre eles e sempre tomei o maior cuidado de não convidar um, para qualquer lugar que eu fosse, quando soubesse que o outro estaria presente.

Era o Jorge ou o Maérlio. Os dois juntos eu nunca reuni.

E assim era; eu me encontrava com os dois sempre em lugares diferentes e nunca os tinha visto juntos no mesmo lugar, ainda que muito lamentasse, em se tratando de dois Homens extraordinários e dois grandes Companheiros de luta.

No aniversário que Desirré e eu comemoramos juntas, ano passado, como tinha estado com Maérlio recentemente, convidei o Jorge e tomei o cuidado de não dizer nada para o Maérlio, como era de praxe em se tratando da precaução, que tinha, em não reunir os dois.

Quando cheguei no local da comemoração, Jorge já estava lá, todo contentinho e a primeira coisa que ele me disse, ao me abraçar forte, com os olhinhos brilhando, foi: "O Ceará tá chegando ai!"

Eu olhei pra ele, sem entender, e perguntei "Como assim...?"

E o Jorge, eufórico como uma criança que conta uma novidade boa: "Ah, eu convidei! Encontrei com ele lá perto do Juizado esta semana e insisti pra que ele viesse!"

Tínhamos acabado de perder o Claudio Gamas Fajardo, e Jorge estava muito abalado com isso.

"A vida é muito curta pra gente ficar sem se reconciliar com um amigo. Quem sabe qual de nós será o próximo a partir", disse ele ainda com o sorriso nos lábios.

Tivemos o privilégio de presenciar esse (re)encontro, em noite muito agradável onde cantamos, conversamos, bebemos e comemos alegremente, entre Amigos, Companheiros e Camaradas.

Hoje partiu o nosso querido Amigo Jorge Modesto. Cedo demais, aos 57 anos, deixando uma História de luta pelo socialismo e um exemplo de amizade e amor pelas pessoas.

Seu corpo está sendo velado na Capela I do Cemitéro Municipal em Curitiba e será sepultado amanhã (09/04), às 09h.

Jorge sentou praça
Na cavalaria
Eu só estou feliz porque eu também
Sou da sua companhia.

E aqui está o registro festivo daquele inesquecível dia:

 

 

 



Paranolândia: pesadelo de uma noite de outono

7 de Abril de 2015, 5:00, por Tânia Mandarino

Então vamos imaginar uma situação hipotética, onde o governador de um estado fictício da Federação faça um acordo com um candidato fictício à Presidência da República e envie muito dinheiro do estado para um determinado banco com a promessa de que quando o tal candidato conquistar a presidência, o tal governador (fictício) que se reelegerá, terá o dinheiro de volta e será favorecido enormemente por ter concordado em enviar o dinheirinho público do seu estado para lá.

PoiZé. Pontual.

Daí o suposto governador do fictício estado em questão se reelege, mas o fictício candidato à Presidência que fez negócio com o dinheiro do estado dele, não se elege.

Como ficaria esse estado fictício administrado por esse suposto governador?

Sonhei com isso esta noite. Um pesadelo!

No meu sonho os policiais militares promovidos, iam pras ruas com a responsabilidade da patente maior, mas não recebiam o aumento referente as suas promoções; o terço de férias vinha constando nos holerites deles, mas na conta salário não tinha o valor correspondente; professores não recebiam seus salários no natal e tinham que vender seus objetos pessoais num bazar para poder comer; os professores PSSs eram demitidos sem receber a rescisão; advogados dativos não recebiam seus honorários e, ainda que a Defensoria Pública do estado fictício estivesse funcionando em estado precário, o estado extinguia o convênio com a OAB para não ter que pagar defensores para os menos favorecidos; criava-se uma comissão geral para votar medidas urgentes que pudessem possibilitar ao suposto governador em apuros meter a mão na previdência privada dos servidores (no meu sonho eram 8 bilhões!); deputados do estado fictício chegavam escoltados em um camburão e o suposto secretário de segurança pública levava corridão de professor em greve se escondendo atrás da polícia.

Até a imprensa local se voltou contra ele, o suposto governador, porque deixou de receber as verbas de publicidade. Calote geral.

O horror! Ainda bem que eu não sonhei com o primo de ninguém! Supostamente.



A propósito da discussão sobre a redução da maioridade penal

1 de Abril de 2015, 7:53, por Tânia Mandarino

Relatório de uma visita acadêmica ao Educandário Joana Richa - em Curitiba/2007

 

FACULDADES INTEGRADAS CURITIBA

FACULDADE DE DIREITO DE CURITIBA

DIREITO DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE PROFESSORA MARTA TONIN

ALUNA: TÂNIA MANDARINO 10O A DIURNO

RELATÓRIO DE VISITA AO EDUCANDÁRIO JOANA RICHA

 

 

Então, lhe trouxeram algumas crianças para que as tocasse, mas os discípulos os repreendiam. Jesus, porém, vendo isto, indignou-se e disse-lhes: Deixai vir a mim os pequeninos, não os embaraceis, porque dos tais é o reino de Deus. Em verdade vos digo: Quem não receber o reino de Deus como uma criança de maneira nenhuma entrará nele. Então, tomando-as nos braços e impondo-lhes as mãos, as abençoava. (Mc10.13-16)

 

 

 

1. INTRODUÇÃO

 

A questão da criança e do adolescente, recém regulamentada pelo ECA significa, indubitavelmente um avanço no que toca à proteção integral dessa etapa tão particular da vida do ser humano.

 

Enganam-se os que, apregoando a redução da maioridade penal, desconhecem a questão da privação de liberdade imposta a adolescentes infratores.

 

Dentro das medidas sócio-educativas elencadas pelo ECA em seu artigo 112, temos a internação (inciso VI), que nada mais é do que a medida máxima imposta ao adolescente que infringiu a lei.

 

Embora tal medida não tenha caráter punitivo, pois trata da tentativa do Estado de oferecer maior proteção e educação de modo a ressocializar o adolescente, ver alguém privado se sua liberdade de ir e vir é algo que, sem dúvida, nos emociona e constrange.

 

A despeito das impecáveis instalações do Educandário Joana Richa, da notável competência de seus diretores e educadores e dos excelentes programas a que têm acesso as internas ali em recuperação, não é possível deixar de observar que a frieza das celas e a rigidez das grades, nos traz um sentimento intraduzível de impotência e tristeza ante o fato de se fazer necessário privar da liberdade seres tão recentemente iniciados em suas trajetórias de vida.

 

Fica presa na garganta uma sensação de responsabilidade, de omissão, de “onde foi que nós erramos?” e, ao mesmo tempo uma ânsia por fazer urgentemente algo que possa ter efetividade na questão da criança e do adolescente que, mais tarde, certamente desembocará nas questões da violência, da segurança pública, da miséria, do tráfico, enfim, em questões muito particulares que farão toda a diferença entre viver ou morrer, sem distinção de classe sócio-econômica, uma vez que, num crescente de omissões e erros todos, mais cedo ou mais tarde, seremos acometidos pela situação em que se encontram as crianças e adolescentes hoje em nosso país.

 

Como acadêmicos de Direito, fica a certeza da obrigação de avaliarmos essa visita não apenas como universitários, mas, e sem a menor pretensão de arrogância, como a única categoria acadêmica que se forma para o exercício de um Poder.

 

Que Deus nos ajude em nossa trajetória de operadores do Direito a compreender a grandeza da correlação existente entre poder e responsabilidade, sobretudo no que toca à fiscalização da fiel execução do Estatuto da Criança e do Adolescente, bem como na participação ativa que o tema merece, a fim de que a fantástica teoria possa se fortalecer a ponto de sair do papel e caminhar por esses imensos Brasis, alegre, saltitante e lúdica, como deve ser a infância e questionadora e inquietante, como a adolescência.

 

2. RELATÓRIO

 

O Educandário já, de chegada, nos chama a atenção por sua grandiosidade e imponência.

Não se trata de luxo, mas da visualização de um espaço que se apresenta absolutamente harmonioso, por seu acabamento impecável, desde a arquitetura de herança canônica, até as instalações limpas, claras, bem pintadas e acolhedoras.

 

Em prédio apartado encontram-se a diretoria, as salas pedagógicas e uma sala da Assistente Social e Psicóloga.

 

Um piano chama a atenção neste anexo, onde as internas recebem a visita de suas famílias, bem como uma porta com a placa “Salão de Beleza”. Quadros confeccionados pelas internas compõem a decoração das paredes.

 

Nos recebeu a Diretora da unidade, Mariciane, que nos apresentou à Psicóloga, Cleuza, que passou a nos informar o que segue:

 

Trata-se da única unidade para internação feminina de adolescentes em todo o estado do Paraná.

 

A capacidade da unidade é para 30 internas, mas chama a tenção o baixo número de 24 adolescentes, que é a média constante da unidade.

 

Não importa o local da infração dentro do estado do Paraná, elas virão para o Educandário Joana Richa, sendo que as cidades de origem da maioria das internas são Foz do Iguaçu e Cascavel, dada a região fronteiriça, com maior incidência de tráfico de drogas.

 

A medida de internação tem a duração de três anos, mas a média de permanência na unidade é de um ano. Tal medida só cabe para infrações bem graves, sendo que as infrações, via de regra, são de roubo, homicídio e tráfico de drogas.

 

Dificilmente haverá internas que cometeram infrações leves.

 

As internas têm acesso a escolaridade (ensino fundamental e médio), qualificação profissional, atendimento médico, psicológico, social e pedagógico.

 

Trabalha-se também a família, para qual a interna retornará mais tarde.

 

A faixa etária predominante situa-se entre os 14 e 19 anos, sendo que se a medida é aplicada pouco antes dos 18, pode-se permanecer até os 21 anos na unidade.

 

Chama a atenção o fato de que, nos últimos anos, têm chegado meninas muito jovens à unidade, sendo que no último ano houve um aumento significativo na entrada de meninas de 13 e 14 anos.

 

Pode-se afirmar que a totalidade das internas advém de famílias muito pobres, que por sua condição socioeconômica, descuidaram-se da educação das filhas.

 

A visita se deu nas duas alas da unidade, a ala pedagógica e a ala interna, onde se situam os alojamentos.

 

2.1. ALA PEDAGÓGICA

 

Iniciamos a visita pela sala de artes, de bela arquitetura, com um pé direito bem alto, como em toda a unidade, e janelas muito bonitas, originais da época em que ali era um convento.

A sala comportava 10 teares, cedidos pelo Provopar, que também envia um artesão para ensinar a arte às meninas. Como o espaço da sala de artes não é muito grande, os teares geralmente ficam instalados na recepção e estavam ali, excepcionalmente, durante nossa visita.

 

Uma biblioteca composta por 16 estantes pequenas é tudo de livros que a unidade possui a disposição das meninas.

 

Um pequeno aparelho de som e um aparelho de dvd, além de um quadro negro, compõem os acessórios da sala de artes.

 

As meninas confeccionam peças no tear, inicialmente mantas e, depois, peças mais complexas como bolsas; elas confeccionam uma peça para elas e outra para a unidade.

 

Recentemente o Provopar sorteou uma máquina de tear, que a contemplada pode levar para casa em troca de oferecer ao Provopar uma produção específica.

 

Nas palavras da Picóloga Cleuza, a unidade se utiliza do “sistema de copistas”, no qual a televisão é proibida no primeiro mês de internação, depois passa a dia sim, dia não e, no segundo mês, por bom comportamento, pode ser assistida todos os dias.

 

No terceiro mês a interna pode fazer jus ao quarto coletivo e a conquista máxima que se obtém é a atividade externa uma vez por mês, que pode ser uma ida ao centro da cidade ou, até, um passeio à praia.

 

Para essa ala, a Pedagógica, o delito pouco importa, pois, mas palavras da Psicóloga Cleuza, “quem julga é o juiz” e a medida sócio educativa não é punitiva, mas visa ressocializar através de conquistas, avanços e novos aprendizados.

 

O objetivo é tentar mostrar novas possibilidades, para que as meninas vislumbrem, também, outras oportunidades.

 

Quando são liberadas da unidade, numa espécie de progressão de regime, as meninas saem, geralmente, com a medida de liberdade assistida, ou, ainda, com a medida de semi-liberdade.

 

A Psicóloga Cleuza nos relata que a medida sócio-educativa de semi-liberdade, quando é progressiva em relação ao internamento, se torna bastante complicada, pois, como a unidade atende todo o estado, as meninas do interior não podem se beneficiar, uma vez que tal medida compreende a freqüência à escola pela manhã, um curso profissionalizante ou inserção no mercado de trabalho á tarde, devendo haver o retorno a unidade no período noturno.

 

O índice de reincidência é calculado em 14%, haja vista que em 24 internas, duas retornaram.

 

Das 18 unidades do IASP no Paraná, apenas uma é feminina. O abrigo é de competência do Município.

 

A Ala Pedagógica comporta, ainda, as salas de aula destinadas ao ensino fundamental e médio, oficina de costura com seis máquinas onde as meninas aprendem desde o básico até a confecção de lingeries, sala de informática onde têm aulas duas vezes na semana, o piano, onde um professor voluntário da Escola de Música e Belas Artes lhes ensina musicalização, consultório odontológico e consultório médico, além da sala para atendimento psico-terapêutico.

 

No salão de beleza, bem equipado, e muito bem pintado em branco e lilás, as meninas têm acesso à formação profissionalizante oferecida pelo SENAC e aprendem a fazer depilação, manicure, etc.

 

O Estado paga passagens para que os pais mais carentes possam vir do interior visitar suas filhas, mas não chegou a ser questionado com qual frequência.

 

2.2. ALA INTERNA

 

Composta por alojamentos onde, no lugar de portas, temos grades.

Embora as celas se pareçam em tudo e por tudo com quartos de adolescentes, não as chamarei de quartos e sim de celas, dada a questão das grades de isolamento.

 

Há um berçário para a permanência de recém-nascidos junto às mães, quando se fizer necessário, contendo dois berços ao lado de camas para as mães, com colchas de fuxico confeccionadas pelas próprias internas, aliás, um trabalho muito bonito.

 

Neste ambiente notas-se a presença de decoração infantil, com barrados nas paredes, berços brancos, tudo muito limpo e adequado para a permanência de um bebê, embora no momento não houvesse nenhum na unidade.

 

A Ala Interna é composta por um corredor onde se dá a progressão de fase chamada de “fundo” e “mais para frente”.

 

A interna, quando chega na unidade, fica dois dias em recepção, passando por avaliação médica, enfermagem, avaliação psicológica, etc. e, após, passa para a fase 1, onde vai para a cela e, depois, para a cela coletiva, que é sua última conquista em termos de instalações e alojamento.

 

Não fossem as grades, as celas seriam quartos até bastante individualizados. A primeira atividade do dia, quando acordam cerca de 7 horas da manhã, é arrumar as camas.

 

Todas se encontravam arrumadas, as celas eram bem personalizadas, tinham fotos e objetos de decoração pessoal das internas num ambiente de muita positividade, quase todas com um livro aberto sobre um movelzinho que funciona como um bidê, ou até mesmo sobre o chão, em cima de toalhinhas.

 

Todas as camas com colchas estendidas, quase todas em fuxico, uma toalhinha de rosto posta decorativamente sobre a cama, a lembrar um babado, cartazes em forma de coração com belos dizeres, falando de amor, esperança, carinho decorando o ambiente ao lado de fotografias de seus familiares ou figuras recortadas de revistas.

 

Fomos informados de que, durante a internação, as meninas podem, em caso de mau comportamento, receber advertências; após três advertências, a interna é levada para a contenção, quando deve permanecer dentro da cela com um kit contenção, com material para que ela possa ler e escrever, e ali permanece durante mais ou menos dois dias.

 

 

  1. CONCLUSÃO

 

O Educandário Joana Richa parece atender a todas as disposições do ECA em seu Art. 94, como segue:

 

As entidades que desenvolvem programas de internação têm as seguintes obrigações, entre outras:

I - observar os direitos e garantias de que são titulares os adolescentes;

II - não restringir nenhum direito que não tenha sido objeto de restrição na decisão de internação;

III - oferecer atendimento personalizado, em pequenas unidades e grupos reduzidos;

IV - preservar a identidade e oferecer ambiente de respeito e dignidade ao adolescente;

V - diligenciar no sentido do restabelecimento e da preservação dos vínculos familiares;

VI - comunicar à autoridade judiciária, periodicamente, os casos em que se mostre inviável ou impossível o reatamento dos vínculos familiares;

VII - oferecer instalações físicas em condições adequadas de habitabilidade, higiene, salubridade e segurança e os objetos necessários à higiene pessoal;

VIII - oferecer vestuário e alimentação suficientes e adequados à faixa etária dos adolescentes atendidos;

IX - oferecer cuidados médicos, psicológicos, odontológicos e farmacêuticos;

X - propiciar escolarização e profissionalização;

XI - propiciar atividades culturais, esportivas e de lazer;

XII - propiciar assistência religiosa àqueles que desejarem, de acordo com suas crenças;

XIII - proceder a estudo social e pessoal de cada caso;

XIV - reavaliar periodicamente cada caso, com intervalo máximo de seis meses, dando ciência dos resultados à autoridade competente;

XV - informar, periodicamente, o adolescente internado sobre sua situação processual;

XVI - comunicar às autoridades competentes todos os casos de adolescentes portadores de moléstias infecto-contagiosas;

XVII - fornecer comprovante de depósito dos pertences dos adolescentes;

XVIII - manter programas destinados ao apoio e acompanhamento de egressos;

XIX - providenciar os documentos necessários ao exercício da cidadania àqueles que não os tiverem;

XX - manter arquivo de anotações onde constem data e circunstâncias do atendimento, nome do adolescente, seus pais ou responsável, parentes, endereços, sexo, idade, acompanhamento da sua formação, relação de seus pertences e demais dados que possibilitem sua identificação e a individualização do atendimento.

 

 

Entretanto, não há como deixar de perceber a omissão do Estado do Paraná quanto ao Art. 124 do Estatuto, em seus incisos VI e VII, uma vez que se trata da única unidade disponível para as adolescentes em conflito com a lei em todo o estado e é de se concluir que estão, muitas delas, distantes da mesma localidade onde residem suas famílias, bem como que as visitas semanais ficam comprometidas devido à distância.

 

 

Art. 124. São direitos do adolescente privado de liberdade, entre outros, os seguintes:

(...)

VI - permanecer internado na mesma localidade ou naquela mais próxima ao domicílio de seus pais ou responsável;

VII - receber visitas, ao menos, semanalmente;

(...)

 

 

Ao final da visita, após termos assistido a um vídeo com fotografias das internas nas mais diversas situações de socialização e aprendizado, brincando juntas no pátio, a passeio na praia, todas aparentemente muito felizes ao som da música Amigos para Sempre cantada por Sara Brightman e José Carreras, tivemos acesso a apenas duas internas, Carise e Kaene, que agradeceram nossa visita e pediram que não nos esquecêssemos de que as meninas do educandário são meninas normais, como qualquer outra adolescente.

 

Causou-me uma espécie de pesar, no entanto, o fato de não podermos ter tido um acesso mais direto e pessoal a elas, mesmo ciente de que deve haver algum motivo pedagógico para tal; teria sido mais rico se tivéssemos podido nos assentar com elas e conversar informalmente, como uma visita que elas de fato estivessem recebendo e não consigo visualizar os motivos pelos quais esse contato não se deu, ainda mais em se tratando da visita de uma turma composta quase na sua totalidade por mulheres, como era a nossa turma de Direito, onde das 26 pessoas presentes, apenas duas eram do sexo masculino.

 

Retornando da faculdade outro dia, pude perceber, na rua, uma moça, jovem, maltrapilha, possuindo poucos dentes na boca e portando uma garrafa nas mãos. Ela fez um comentário ao léu, de que estava esperando um determinado ônibus que a levaria de graça até o centro, pois lá era mais fácil encontrar comida.

 

Comecei a conversar com ela, informalmente, e ela me disse que mora na rua, um pouco mais à frente e dorme sob a marquise de um estabelecimento comercial.

 

Prosseguiu, a jovem, em resposta as minhas perguntas, dizendo que acorda todos os dias em torno de 9 da manhã e segue para o centro, onde é mais fácil receber um prato de comida de alguém.

 

Disse-me, ainda, que passa suas tardes se ocupando em pedir dinheiro às pessoas para ter o que comer à noite e, no início da noite retorna ao seu bairro comprando algum alimento na padaria ou no mercadinho e se acomodando na calçada para dormir novamente sob a marquise e assim vai passando seus dias.

 

Perguntei-lhe se não há alguma casa, algum abrigo ao qual ela possa se dirigir e sua resposta me fez refletir muito sobre outras questões cruciais: “eu já tenho 22 anos, enquanto eu era ´dimenor` eles me ajudavam, mas agora acabou”.

 

Concluindo esse relatório de visita ao Educandário Joana Richa, não pude deixar de recordar da conversa com essa moça, de 22 anos, ainda tão próxima e já tão distante da adolescência.

 

As ações desenvolvidas pelo educandário em atendimento ao Estatuto da Criança e do Adolescente são, sem dúvida, efetivas e indispensáveis, porém, analisando toda uma cidade, um estado e um país, fico me perguntando a respeito da eficácia de tais ações.

 

E ao perguntar, humildemente não posso deixar de ouvir a resposta ecoando em meus ouvidos: a eficácia está na multiplicação preventiva.

 

Um dia há de chegar em que as ações pedagógicas e socializadoras da unidade hoje visitada estarão atuando preventiva e não corretivamente e, neste dia, em que os direitos e garantias fundamentais estiverem assegurados a todas as crianças e a todos os adolescentes desse imenso Brasil, então eu colocarei minha cabeça sobre o travesseiro e me sentirei um pouco mais humana, um pouco mais segura e um pouco mais feliz.

 

Educai as crianças, para que não seja necessário punir os adultos." (Pitágoras)

 



De A a Z – De Z a A

17 de Março de 2015, 20:08, por Claudio Roberto Angelotti Bastos

 
A bela cidade, devidamente, esplendida, famosa. 
A biltre cidade, demais eficiente? Falácia!
Ah! Beneméritos cidadãos desta elegância forçada. Gente hipócrita induz julgo Kennediano, lorota, moral nefasta oportunista.
Por quem rezam suas transmitidas ufanistas vozes?  Washington, Xangai, Yokohama, Zimbábue?
Faltam esforços, dúvidas certamente, críticas burguesas abomináveis.
Fizeram esta dantesca civilização, barbárie antológica.
Zombem yankees xambouqueiros, Washington valoriza unicamente todos seus reacionários, queridas pessoas onipresentes neste mundo louvado.
Ketchup já implementa hoje gastronomicamente fonte  explorável da culinária  babaca. Acreditam?
 
Acreditam. Bem certamente duvidam, então fodam-se!
 



Hoje será fundada a Associação dos Blogueiros e Ativistas Digitais do Paraná – ParanáBlogs. Venha ser associado fundador!

9 de Março de 2015, 13:24, por Tânia Mandarino

 

 

Hoje (09.03.2015), 19h30, será criada a Associação dos Blogueiros e Ativistas Digitais do Paraná – ParanáBlogs (veja o site do ParanáBlogs), com o intuito de defesa jurídica dos blogueiros e ativistas digitais do Paraná, luta pela democratização da comunicação e realização do Encontro de Blogueiros e Ativistas Digitais do Paraná, que ocorre de dois em dois anos e que a próxima edição será realizada entre os dias 12 e 13 de junho de 2015, em Curitiba.

Será aprovado o estatuto social da Associação (clique aqui e veja a minuta do estatuto aprovado pela comissão organizadora) e eleita a primeira Diretoria e Conselho Fiscal da entidade.

Favor divulgar o seguinte edital de convocação, para os blogueiros e ativistas digitais do Paraná:

EDITAL DE CONVOCAÇÃO PARA ASSEMBLEIA DE FUNDAÇÃO

Associação dos Blogueiros e Ativistas Digitais do Paraná – ParanáBlogs

Convidamos as pessoas interessadas na democratização da comunicação e ativistas digitais para a assembleia de fundação da Associação dos Blogueiros e Ativistas Digitais do Paraná – ParanáBlogs a comparecerem no dia 09 de março de 2015, às 19h30, à Avenida Iguaçu 880 (APP-Sindicato), Rebouças, Curitiba, Paraná, para participarem na qualidade de sócio fundador, ocasião em que será aprovado o projeto de estatuto social (clique aqui e veja a minuta do estatuto aprovado pela comissão organizadora) e eleitos e empossados os membros do Conselho de Administração, do Conselho Fiscal e da Diretoria.

 

Curitiba, 04 de março de 2015.

 

Tânia Mandarino (O Charuto Blog) e Comissão Organizadora



Ivete Caribé Rocha Receberá Homenagem ao Dia Internacional da Mulher na Comissão de Anistia do Ministério da Justiça

9 de Março de 2015, 11:47, por Tânia Mandarino

 

A advogada Ivete Caribé Rocha, membro da Comissão Estadual da Verdade do Paraná, será homenageada durante a Sessão Especial de Julgamento, que será realizará às 14 horas do dia 10 de março, no Auditório Tancredo Neves do Palácio da Justiça, em Brasília, em razão de sua importante atuação na luta pela reconstrução da memória histórica e esclarecimento da verdade de fatos ocorridos durante o período ditatorial no Brasil.

A solenidade é uma comemoração ao Dia Internacional da Mulher e será marcada pelo julgamento de processos de anistia política de mulheres que foram perseguidas e que lutaram contra a ditadura militar.

Receba, também, nossas homenagens, Dra. Ivete, por seu compromisso com o resgate da memória e sua luta pela redemocratização do nosso país.

 



CHICO CARUSO (e se fosse a mãe)

8 de Março de 2015, 17:18, por Claudio Roberto Angelotti Bastos
 
Chico Caruso, deduzo e acuso como escuso,  obtuso, confuso, mentalmente contuso, das  palavras que conduzo e produzo, a reacionário o reduzo.
 
De um Humor já em desuso, comete abuso, me recuso ao ver o couso ao qual concluso e induzo. Caruso se acha infuso e profuso, na verdade lambuzo de pensamento recluso.
 
 
Das palavras que introduzo e descruzo, com ideias multiuso, digo Caruso sujeito obtuso, escuso, lambuzo e de pensamento recluso.

 

 

Fonte: http://crabastos.blogspot.com.br/2015/03/chico-caruso-e-se-fosse-mae.html