Jornalista também é trabalhador
19 de Fevereiro de 2015, 10:38Foto: Joka Madruga
Confira Nota de esclarecimento publicada pelo Sindijor-PR sobre hostilização de jornalistas na cobertura da greve dos servidores estaduais:
Presenciamos um momento histórico para a sociedade paranaense, numa das maiores demonstrações de mobilização e força popular da história recente do nosso Estado. Mas infelizmente registramos, novamente, jornalistas no exercício de sua profissão sendo impedidos de trabalhar e hostilizados. Situação que ocorreu de ambos os lados, tanto policiais quanto manifestantes. A cena, lamentavelmente, passou a ser recorrente em manifestações.
A ira de determinados setores da sociedade contra jornalistas é incompreensível. Confunde-se o patrão com o trabalhador, o jornalista com o empresário de comunicação. Somos todos, sem exceção, trabalhadores lutando dia a dia por um salário que garanta a subsistência de nossas famílias, expostos a jornadas extenuantes, condições inadequadas de trabalho e assédio de diversas formas, como todas as outras categorias.
Mais do que ninguém, defendemos a liberdade de expressão, a democratização dos meios de comunicação, o fim dos oligopólios e a proibição da concessão de veículos de comunicação a políticos. Faz mal para a nação, faz mal para a sociedade e faz mal para o trabalhador que, acuado, fica sem opções de locais de trabalho. Lutamos diuturnamente por essas bandeiras e contamos com o apoio da sociedade para empunhá-las.
A luta dos trabalhadores contra os proprietários dos meios de comunicação e eventuais posturas editoriais, de um ou outro “chefe” da mídia, não pode, jamais, se virar contra o jornalista que está na rua correndo atrás da notícia.
Culpar o jornalista pela conduta de um veículo de comunicação é o mesmo que culpar o bancário pelos juros exorbitantes cobrados pelos bancos, os enfermeiros pelas filas do SUS, os professores pela falta de estrutura nas escolas ou o servidor público pelas políticas equivocadas de determinado governante. Não caia nessa, somos todos trabalhadores, estamos todos do mesmo lado.
O SindijorPR tem apoiado, irrestritamente, o movimento legítimo do servidores públicos estaduais. Fato público e notório, assim se constrói a solidariedade de classe. Mas também defendemos o livre exercício profissional na cobertura das grandes manifestações. Os jornalistas não representam a opinião do veículo, apenas, são operadores da comunicação, seja qual for o proprietário da empresa de comunicação. Assim como um funcionário público não necessariamente precisa concordar com a atitude da sua chefia imediata, ou em última hipótese, com o próprio governador.
Fonte: Sindijor-PR
Grupo católico gay recebe tratamento VIP no Vaticano pela primeira vez
18 de Fevereiro de 2015, 13:03Foto: Joka Madruga
CIDADE DO VATICANO (Reuters) – Um proeminente grupo católico gay dos Estados Unidos recebeu tratamento VIP no Vaticano pela primeira vez nesta quarta-feira em uma audiência com o papa Francisco, um gesto que seus membros viram como um sinal de mudança na Igreja católica.
“Isto é sinal de um movimento devido ao efeito Francisco”, disse a irmã Jeannine Gramick, co-fundadora do New Ways Ministry, que prega para católicos homossexuais e divulga os direitos dos gays na igreja de 1,2 bilhão de fiéis.
Gramick e o diretor-executivo Francis DeBernardo conduziram uma peregrinação de 50 católicos homossexuais à audiência na Praça de São Pedro.
Mais tarde, eles disseram à Reuters em uma entrevista que quando o grupo foi a Roma em peregrinações anteriores durante os papados dos antecessores de Francisco, João Paulo 2º e Bento 16, “eles simplesmente nos ignoraram”.
Desta vez, um bispo norte-americano e uma autoridade de primeiro escalão do Vaticano apoiaram seu pedido, e eles se sentaram em uma seção dianteira com dignitários e grupos católicos especiais. Quando o papa passou, entoaram “Todos São Bem-vindos”, um hino que simboliza seu desejo de uma igreja mais inclusiva.
Uma lista de participantes divulgada pelo Vaticano citava “um grupo de leigos acompanhados por uma irmã”, mas não mencionava que se tratava de uma organização de direitos dos gays.
“O que isto diz é que há um movimento em nossa igreja, um movimento para acolher pessoas de fora mais próximas de dentro”, declarou Gramick.
Vários meses após sua eleição, Francisco fez seu comentário hoje famoso sobre não poder julgar os gays de boa vontade que buscam Deus.
Mas até agora ele não deu sinal de que a igreja irá mudar o ensinamento segundo o qual a homossexualidade não é um pecado, mas os atos homossexuais sim.
Em outubro passado, bispos de todo o mundo reunidos em um sínodo em Roma para discutir questões relacionadas à família emitiram um relatório provisório pedindo maior aceitação aos gays na instituição.
Essa passagem foi suavizada na versão final do documento depois de queixas de bispos conservadores. Uma segunda e definitiva reunião sobre o tema está marcada para outubro.
DeBernardo disse que casais católicos de gays e lésbicas e outras famílias não-tradicionais deveriam ser convidados para a ocasião para falar aos bispos sobre sua fé e sua sexualidade.
Fonte: Reuters
Comando Estadual de greve organiza grande ato nesta quinta (19)
18 de Fevereiro de 2015, 11:25Jaime Lerner e Beto Richa, os ceifadores do funcionalismo público do Paraná. Foto: Joka Madruga
Ato em defesa da Caixa 100% pública
18 de Fevereiro de 2015, 11:22No dia 27 de fevereiro, empregados da Caixa Econômica Federal do Brasil todo estarão mobilizados contra a tentativa de abertura de capital do banco. Na capital paranaense, o Sindicato dos Bancários de Curitiba e região irá promover um ato na agência Carlos Gomes, reforçando a luta em defesa da Caixa 100% pública. “É imprescindível que a Caixa continue sendo do povo, para que cumpra sua função social”, destaca Elias Jordão, presidente do Sindicato. As manifestações terão como slogan “Eu defendo a Caixa 100% pública”.
Abertura de capital
As primeiras notícias sobre abertura de capital da Caixa surgiram em novembro de 2014 e a primeira manifestação a respeito da presidente Dilma Rousseff ocorreu no dia 22 de dezembro. “Vou (abrir o capital da Caixa), mas é um processo demorado”, afirmou Dilma a jornalistas, após café da manhã no Palácio do Planalto, ao ser perguntada sobre a notícia de que o governo planejava uma Oferta Pública Inicial (IPO, na sigla em inglês) de ações do banco.
Para Genesio Cardoso, representante do Paraná na Comissão de Empregados da Caixa (CEE/Caixa), o banco deve permanecer 100% público. “Repudiamos qualquer medida que possa tornar a Caixa um mero instrumento do capital para geração de lucro. A Caixa é um patrimônio de todos os brasileiros e deve continuar 100% pública e a serviço do país, atuando todos os dias para melhorar a vida das pessoas”, acrescenta.
Orientação
No Dia Nacional de Luta em Defesa da Caixa 100% Pública, em 27 de fevereiro, mobilize sua agência ou unidade para fazer o debate sobre a importância do banco público. Além disso, tire uma foto de todos os funcionários com o cartaz “Eu defendo a Caixa 100% pública” (que está sendo enviado para todas as unidades) e publique nas redes sociais. As imagens devem ser postadas com a hashtag #acaixaédopovo. Envie também sua foto para o Sindicato (imprensa@bancariosdecuritiba.org.br) e para a Fenae (caixapublica@fenae.org.br).
Calendário de lutas:
25/02 - Audiência Pública em Brasília, proposta pela deputada federal Erika Kokay (PT/DF);
26/02 - Manifestação na Avenida Paulista, na Marcha dos Trabalhadores (São Paulo);
27/02 - Dia Nacional de Luta em Defesa da Caixa 100% Pública, em todas as unidades.
Autor: Paula Padilha
Fonte: SEEB Curitiba
Campanha da Fraternidade 2015 quer aprofundar diálogo entre Igreja e sociedade
18 de Fevereiro de 2015, 10:58A Confederação Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) lançou hoje (18) a Campanha da Fraternidade 2015. O tema escolhido este ano é Fraternidade: Igreja e Sociedade e o lema “Eu vim para servir”. A ideia é aprofundar, a partir do Evangelho, o diálogo e a colaboração entre a Igreja e a sociedade como serviço ao povo brasileiro.
A campanha propõe ainda buscar novos métodos, atitudes e linguagens na missão da Igreja de levar a palavra a cada pessoa. O secretário-geral da CNBB, dom Leonardo Ulrich Steiner, lembrou que o momento escolhido para o lançamento da campanha – o início da Quaresma – é considerado de extrema importância para a Igreja. “Queremos ajudar a construir uma sociedade mais humana e mais divina”, disse. “Sermos pessoas de fermento na massa. Esse é o desejo da campanha.”
Durante a cerimônia, o ministro do Desenvolvimento Agrário, Patrus Ananias, destacou o compromisso do governo com a emancipação dos pobres. “Defendemos os pobres, não a pobreza. Queremos que os pobres se libertem”, disse. “Queremos que as pessoas se tornem protagonistas, sujeitos de sua vida e de sua história.”
Para a secretária executiva do Conselho Nacional de Igrejas Cristãs, pastora Romi Márcia Bencke, a campanha destaca a necessidade de promover o debate de valores éticos e também do papel missionário da Igreja. “O tema da campanha deste ano nos desafia para uma ética global de responsabilidades. Nos ajuda a refletir sobre o nosso papel enquanto igrejas e enquanto religiões.”
Por fim, o presidente do Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil, Marcos Vinícius Furtado, defendeu medidas urgentes para a proteção e o acolhimento aos mais pobres e uma reforma política no país. “A luta por dignidade, justiça e igualdade é o elo que deve nos unir”, disse. “Precisamos dar um passo adiante na atual situação de um sistema político desigual. Há a Necessidade de todas as instituições de participarem desse esforço em busca de um sistema político igualitário.”
Fonte: EBC
Joka Madruga fala sobre mobilizações populares na América Latina para grevistas acampados
17 de Fevereiro de 2015, 22:04Na tarde da última segunda-feira, 16 de fevereiro, o repórter fotográfico Joka Madruga participou de uma atividade cultural promovida pela APP Sindicato para os professores estaduais que permanecem acampados, mesmo durante o período do Carnaval, em frente ao Palácio Iguaçu, em Curitiba. A greve dos servidores públicos estaduais já dura 9 dias.
Joka Madruga falou sobre as duas viagens que fez à Venezuela, nos anos de 2012 e 2013, para cobrir, respectivamente, a reeleição de Hugo Chavez e a eleição de Nicolás Maduro, após a morte do Presidente. Joka destacou o que viu nas ruas da capital Caracas durante as duas eleições. Enquanto aqui no Brasil a grande imprensa divulga atos de violência, de repressão à imprensa local e qualquer outra justificativa para desqualificar Chavez, o cenário no local é o oposto, com a população indo às ruas demonstrar o patriotismo e o apoio a Chavez e Maduro. “Desconfie de tudo o que a mídia mostra sobre os países da América Latina”, orientou Joka.
Joka também falou sobre a viagem que fez à Guatemala, quando acompanhou e registrou as dificuldades enfrentadas pelos trabalhadores na busca pela organização sindical. Ele trouxe dados do ano de 2013 sobre o número de assassinatos de sindicalistas que, na maioria dos casos, foram divulgados como crimes passionais. Joka também relatou alguns assassinatos mais conhecidos por lá.
As palestras foram acompanhadas de uma apresentação das fotos tiradas durante as viagens. O objetivo da direção da APP é alertar a categoria do cuidado que a população deve ter ao assistir ou ler notícias veiculadas pela mídia hegemônica.
Após a palestra, Rafael Freire, da CNA, falou sobre geopolítica e conscientização sobre a importância da politização nos movimentos sociais e sindicais para a defesa de uma pauta da classe trabalhadora.
A programação cultural continuou nesta terça-feira, com música, debate sobre feminismo e educação, com a exibição do documentário “As mães da Praça de Maio” e oficinas, além de uma exposição de fotos da greve.
Agenda do acampamento
Quarta Feira
15:00 – Workshop de Caricatura
16:00 – Debate sobre o Conselho Estadual de Educação
20:00 – Sarau de Poesia com Zequinha
Quinta Feira
14:30 – Negociações com o Governo
17:00 – Reunião com o Comando de Greve Estadual
19:00 – Contação de Histórias com a Professora Moira
20:00 – Música Indiana com Rodrigo Fonseca
Por: Paula Padilha
COPEL AINDA NÃO APRESENTOU SOLUÇÃO PARA AS FAMILIAS ATINGIDAS PELA ABERTURA DAS COMPORTAS DA UHE SALTO CAXIAS
23 de Julho de 2014, 9:08 - sem comentários aindaProtesto do MAB em frente à Copel, em Curitiba. Foto: Joka Madruga/Terra Livre Press |
Na tarde do dia 21 de julho de 2014, lideranças e famílias atingidas, ligadas
ao MAB, à ASSESOAR e ao SINTRAF – Capanema PR, juntamente com o
Pároco de Nova Prata do Iguaçu e o Bispo da Diocese de Francisco Beltrão,
Dom José Peruso, reuniram-se com representantes da COPEL, da Secretaria
de Assuntos Fundiários, da COHAPAR e da Defesa Civil do Estado do Paraná,
para tratar sobre a situação das famílias atingidas pela enchente no Rio
Iguaçu, causada pela abertura das comportas da UHE Salto Caxias. O volume,
e a intensidade das águas, arrastou casas, estruturas, animais, máquinas
agrícolas, devastou plantações e acessos.
Histórico desta luta
Já havia ocorrido, no dia 25 de junho, uma audiência pública na Assembleia
Legislativa do PR, para tratar do mesmo assunto, ocasião em que foi entregue
um manifesto das famílias atingidas, contendo 11 pontos de reivindicação.
Segundo dados levantados pelo cadastro e apresentados pela Defesa Civil e
COPEL, a abertura das comportas da UHE Salto Caxias atingiu cerca de 315
famílias, dos municípios de Capitão Leônidas Marques, Capanema, Nova Prata
do Iguaçu e Realeza. Das 315, 57 famílias tiveram suas casas arrastadas ou
destruídas.
Os dados extraídos da estação de monitoramento da COPEL, localizado em
Porto Lupion, município de Capanema indicam que, a partir das 18:00 hs do dia
8 de junho de 2014, o volume das vazões do rio Iguaçu ultrapassou a marca
de 23.000 m3
junho, até 13:00 hs do dia 9, não houve leituras, provavelmente porque o rio
Iguaçu subiu mais do que os equipamentos poderiam monitorar. Um indício
disso é que a régua existente no local marcava quase 14m quando pararam
as leituras e chegou a marcar até 14,86m. As leituras de vazão só foram
retomadas quando o rio voltou aos 14 m, 13:00 hs do dia 9 de junho de 2014.
As enchentes ocorreram entre os dias 08 e 09 de junho e, até o momento,
a COPEL e os demais órgãos do estado do PR não apresentaram medidas
estruturantes para atender as famílias atingidas.
O debate realizado na reunião
Durante a reunião, as famílias fizeram muitos questionamentos para os
representantes da COPEL. Osmar Wolmer representante das famílias atingidas
pergunta “por que a Copel não se preveniu, soltando a água de forma mais
regulada? O que se percebe é que a Copel fez acumulação da água no
reservatório e os dados mostram o aumento da geração de energia e o
aumento do lucro, 50 % repassado para os acionistas e os atingidos tem que
pagar o preço”. Finaliza dizendo: “a COPEL não é do governo do Estado”.
O coordenador da Defesa Civil de Realeza relata que não recebeu aviso para
alertar as famílias. Assim, não foi possível salvar nenhum utensílio, devido à
velocidade da água e à rapidez com que o rio encheu. Afirma também que a
violência e o estrago foi devido à abertura das comportas, por isso a COPEL
tem que se responsabilizar pelos danos.
Os acordos firmados
Como resultado da reunião, a COPEL assumiu o compromisso de trazer um
estudo que apontará planos e ações de prevenção para novas situações de
enchentes. Também ficou acordado que a COPEL fará reposição das perdas
através de um valor monetário com base no levantamento realizado pela
defesa civil, integrando as ações com a COHAPAR e as secretarias do governo
do estado.
Esses trabalhos serão concluídos nos próximos 15 dias e apresentados para a
diretoria da COPEL, para liberação do recurso.
Ficou agendada uma nova reunião para o dia 11 de agosto de 2014, em
Realeza – PR, com o objetivo da COPEL apresentar a proposta de trabalho
com as medidas para a solução do problema.
PELA COORDENAÇÃO
Julio Mendes
Sidnei Martini
10 MENTIRAS DE ISRAEL SOBRE O GENOCÍDIO CONTRA OS PALESTINOS
15 de Julho de 2014, 15:01 - sem comentários aindaPalestino usa uma funda contra o muro da vergonha, semelhante a que David usou contra Golias. Foto: Leandro Taques |
Por Thomas de Toledo
O método de propaganda de guerra do regime sionista de Israel origina-se da mesma técnica que o oficial nazista Joseph Goebbels formulou para Hitler, que consiste na máxima de que “uma mentira repetida mil vezes torna-se verdade”. Assim, espalham uma série de mentiras que são exaustivamente marteladas pela mídia privada paga, até que finalmente caíam na condição de “verdade do senso comum”, naturalizando a ocupação, o apartheid e o genocídio contra os palestinos. Eis algumas dessas mentiras:
1) Este conflito é religioso e o povo de Israel foi eleito por Deus: apesar de a Palestina ser sagrada para as três grandes religiões monoteístas (judaísmo, cristianismo e islamismo), o atual conflito tem causas geopolíticas. Ele surgiu quando judeus sionistas migraram para a Palestina para disputar essas terras com habitantes nativos, mas se intensificou após a fundação de Israel em 1948. Neste conflito, a religião é manipulada afim de se conquistar aliados: assim, muitos cristãos desinformados acreditam se tratar de uma guerra bíblica de hebreus contra filisteus, que virtualmente ocorrera há mais de 3 milênios, mas que na verdade não possui nenhum vínculo direto com os atuais acontecimentos. Acreditar em um Deus único pressupõe crer que este Deus seja o mesmo para todos, e não que tenha um povo que esteja acima dos outros.
2) Há dois lados iguais em guerra: na verdade, o que existe é uma força militar ocupante, a 5a maior do planeta, que enfrenta um povo desarmado. Os palestinos não possuem exército, marinha ou aeronáutica. Quanto aos grupos guerrilheiros que lutam pela libertação da palestina, suas armas são artesanais e nem se comparam às israelenses, que incluem artefatos químicos e nucleares de última geração. O arsenal gigantesco de Israel é maior e mais moderno do que o de todos os países árabes juntos. Aos palestinos comuns, restaram apenas pedras como forma de reação ou atos pacíficos que costumam ser brutalmente reprimidos e na maioria das vezes resultam em mortes.
3) Israel ataca para se defender: sempre que Israel deseja realizar uma operação militar, cria um pretexto que a justifique, uma chamada “covert operation”. Em geral, culpam os palestinos pela morte de um israelense ou acusam os palestinos de tramarem um atentado terrorista ou atirarem foguetes contra Israel. Isto ocorre pelos palestino, mas sempre como forma de reação, dada a violência da resposta israelense, que sempre mata dezenas, centenas ou até milhares de vezes mais do que os palestinos. Quando Israel realiza uma dessas intervenções militares, os danos à infraestrutura e o número de vítimas nos palestinos são incalculavelmente maiores, sem poupar mulheres, crianças e mesmo idosos. Aliás, o pretexto atual que Israel usa para justificar tantos assassinatos de crianças é que os palestinos as usam como escudos humanos. Isto é um absurdo, pois as cidades que Israel ataca são densamente povoadas e por isto é impossível não ter vítimas civis em meio a pesados bombardeios de caças F16 e helicópteros Apache. Israel é na verdade é o agressor e não a vítima.
4) A paz interessa aos palestinos e aos israelenses: Israel não deseja a paz e por isto faz a guerra. O projeto sionista, em fato, se baseia em duas ideias: da Pequena Israel, que seria um país entre o Rio Jordão e o Mar Mediterrâneo; e da Grande Israel, que expandiria seus territórios do Rio Nilo ao Rio Eufrates. Ambas as configurações não possuem respaldo histórico, mas a segunda é uma aberração em todos os sentidos, visto que o Nilo sempre pertenceu ao Egito e os Rios Eufrates e Tigre formaram as civilizações da Mesopotâmia, hoje conhecida como Iraque. De qualquer forma, o primeiro obstáculo a este projeto chama-se Palestina e por isto, enquanto Israel não expulsar todos os palestinos de suas terras, ainda não terão concretizado o projeto sionista. Há outro fato pouco divulgado que é a lucratividade da ocupação israelense: com palestinos trabalhando em condições de trabalho análogas à escravidão e ainda pagando impostos à Israel, os custos com as prisões, muros de segregação e check-points acabam por ser pagos pelos próprios palestinos, o que torna a guerra e a ocupação extremamente lucrativas à Israel. Os palestinos são também cobaias da indústria bélica israelense, que exporta ao mundo produtos de altíssima tecnologia, sempre testados em campo de batalha nos próprios palestinos.
5) Os palestinos são culpados pelo fracasso nas negociações: como observado, é um equívoco achar que Israel tem algum interesse no processo de paz. Israel é o lado militarmente mais forte. Está internacionalmente blindado pelo apoio incondicional recebido dos Estados Unidos, da União Europeia e da OTAN. Tem o apoio da maior parte da mídia ocidental. Ainda conta com banqueiros sionistas que subsidiam ambiciosos gastos militares e com a ocupação. Portanto, se o projeto de Israel é tomar todo o território palestino, basta seguir fazendo o que sempre fez, que um dia finalmente conseguirá concluir a expulsão de todos os palestinos de suas terras e o assassinato dos que resistirem. Aliás, os palestinos tinham 100% das terras, passaram a ter 45% em 1947, cerca de 35% em 1967 e com as negociações de paz de 1993, hoje possuem controle de menos de 22% da Palestina histórica. A quem interessa portanto a paz e quem ganha com a guerra?
6) Tudo que Israel deseja é um lar para os judeus: judaísmo é uma religião e existem judeus em quase todos os países do mundo com lar, emprego, saúde e educação. A ideia de criar um Estado judeu foi uma invenção do movimento sionista, que estimulou migrações para a Palestina, onde menos de 5% da população era judia e viviam em paz com os árabes. Ocorre que os palestinos que habitavam a terra jamais foram consultados se queriam um “lar judeu” em cima de onde moram e por isto são forçados a deixarem suas casas e os que resistem são mortos. Os judeus, assim como os muçulmanos, cristãos, ateus, budistas, hinduístas, etc têm direito a ter um lar e a preservarem sua cultura, mas jamais podem fazer isto destruindo outros. Afim de justificar o projeto do “lar judeu”, Israel acaba por cometer um crime impagável com a memória: destrói achados arqueológicos palestinos e de outros povos que habitaram a região, de modo adulterar a história para que não haja questionamentos sobre a legitimidade de seus intentos.
7) Os palestinos são terroristas e defendem o fim de Israel: estigmatizar um povo é sempre um equívoco, em especial quando se trata tudo o que vem da resistência palestina como terrorismo e os bombardeios e assassinatos em massa de Israel como formas de defesa. Há grupos palestinos que defenderam no passado o uso de homens-bomba como última forma de luta, dadas as condições desiguais do conflito em que os palestinos sequer possuem armas, mas mesmo tais organizações radicais hoje não usam mais esta tática. Já Israel defende abertamente o terrorismo de Estado como forma de punição coletiva e se utiliza de armas químicas, prisões, torturas, demolições de casas e os piores tipos de humilhação afim de conquistar seus objetivos militares. Há grupos na Palestina que defendem o fim do Estado de Israel (não o fim dos judeus!), da mesma forma que há partidos políticos (aliás com muitos membros no parlamento israelense) que são contrários à criação de um Estado Palestino e defendem a expulsão de todos não-judeus da região.
8) Os judeus foram vítimas do holocausto e por isto têm carta branca para agir como quiserem: isto é um absurdo sem tamanho, mas é frequentemente usado como argumento. Em primeiro lugar, as vítimas do holocausto não foram apenas judeus, mas comunistas, eslavos, homossexuais, ciganos, maçons, etc. Segundo, que já está fartamente documentado que judeus sionistas colaboraram com os nazistas para matarem os judeus não-sionistas. Terceiro, que um erro jamais poderá justificar o outro. Quarto, que quem realizou o Holocausto foi a Alemanha nazista e quem pagou por este crime foram os palestinos que nunca tiveram nada a ver com Hitler. Quinto, que o Holocausto se tornou uma poderosa arma de propaganda de Israel, pois toda vez que este país é contestado, ele traz à tona a memória dos judeus mortos em massa pelo nazismo. Assim, basta uma personalidade visitar Israel, que é logo convidada a colocar flores no memorial do Holocausto e a chorar pelos judeus no Muro das Lamentações.
9) Israel é uma ilha democrática no meio de ditaduras medievais: Enquanto Israel for autoproclamado como um Estado judeu, é uma teocracia religiosa e não uma democracia. Israel garante a liberdade democrática apenas a quem não fere os interesses do projeto sionista. Nesta “democracia”, somente os judeus possuem direitos civis, mas quem não é um deles é tratado como cidadão de segunda classe, sem direitos políticos ou sociais. Portanto, Israel é uma “democracia” seletiva, segregacionista, racista, ou para melhor dizer, um regime de apartheid. Israel pode ter belas e modernas cidades, muitos cientistas que receberam prêmio nobel, mas nada disto justifica a existência, em pleno século XXI de um regime de ocupação e de apartheid baseado na ideia de superioridade racial e religiosa.
10) Criticar israel é antissemitismo: este é um mito que faz com que muitas pessoas se calem perante os crimes de Israel. Na verdade Israel é um Estado antissemita por que discrimina os árabes que, assim como os judeus, são semitas. Deste modo, se cria uma muralha ideológica que confunde a religião do judaísmo com o projeto sionista de um Estado judeu. Aliás, há em todo o mundo movimentos de judeus anti-sionistas, muitos deles filhos de vítimas do holocausto, que comparam os crimes do Estado de Israel, feitos em nome do judaísmo, ao que o nazismo fez com os judeus. Em fato, Israel procura sistematicamente negar a própria existência do povo palestino e isto é uma forma de antissemitismo.
Como se pode observar, há muita desinformação propositadamente difundida com o objetivo de dar o tempo necessário a Israel para expulsar ou matar todos os palestinos que habitam a Palestina e anexar suas terras. Para anular a resistência internacional, Israel possui um dos mais eficientes serviços de inteligência no exterior, que sempre é denunciado por cometer assassinatos em qualquer lugar do mundo. Além deles, Israel tem um eficiente lobby político que atua nos Estados Unidos, na União Europeia e cada vez mais nos países emergentes, inclusive no Brasil, onde já efetivaram diversos acordos comerciais e militares, todos obscuros e sem debate com a sociedade. Vale ainda mencionar que muitos banqueiros são sionistas e financiam os grandes órgãos de imprensa internacional que jamais renegaram vultuosas somas de dinheiro para sustentar ideologicamente o sionismo.
Portanto, o que ocorre na Palestina não é uma guerra: é um genocídio. Genocídio quer dizer assassinado deliberado de pessoas de uma mesma etnia, nacionalidade ou religião. Em plena era da informação, com as notícias circulando em tempo real, é inaceitável que um genocídio que já dura quase 7 décadas permaneça ocorrendo. Por isto, enquanto o sionismo significa racismo, apartheid e genocídio, defender a causa palestina é lutar pela vida, pela paz e pela humanidade, pela soberania e autodeterminação dos povos.
Terra Sem Males é
13 de Julho de 2014, 14:57 - 2 comentários...um lugar onde poder brincar é direito de todos.
Foto: Joka Madruga |
Paraná é condenado por violência policial em despejo forçado
9 de Agosto de 2013, 11:11 - sem comentários aindaParaná e condenado por violência policial em despejo forçado Nesta terça-feira (06), o Tribunal de Justiça do Estado do Paraná condenou o Estado do Paraná a pagar indenização, por dano moral, decorrente de violência praticada pela Polícia Militar contra integrante do MST brutalmente agredido durante despejo forçado. Geraldo José dos Santos, então com 84 anos de idade, foi agredido verbal e fisicamente por Policiais Militares que realizaram despejo forçado na Fazenda Cobrinco, no Município de Santa Cruz do Monte Castelo, Paraná.
Às duas horas da madrugada do dia 07 de maio de 1999 a Policia Militar do Estado do Paraná chegou à Fazenda Cobrinco aos tiros de arma de fogo e bombas de gás lacrimogêneo. O Sr. Geraldo José dos Santos estava dormindo no momento da ação e foi brutalmente espancado pela polícia que, entre chutes e socos, fraturou a quinta vértebra lombar do trabalhador. O Tribunal de Justiça considerou que a ação policial foi truculenta e ilegal, determinando assim o pagamento da indenização.
Geraldo José dos Santos faleceu em 2006, aos 91 anos, sem que tivesse a oportunidade de ver a polícia ser condenada pela violência. Contudo, a condenação do Estado do Paraná é simbólica também para os milhares de trabalhadores rurais que sofreram e sofrem com a dura repressão do Estado. Para o advogado popular da Terra de Direitos, Fernando Prioste, “A condenação jamais compensará o sofrimento do Sr. Geraldo e de seus familiares, tampouco será, isoladamente, um instrumento para por fim às violências sofridas por movimentos sociais que lutam por direitos. Contudo, a decisão judicial é um importante elemento simbólico para a luta popular, na medida em que reconhece formalmente a ilicitude e imoralidade da ação do Estado. A vítima é o trabalhador e o violador de direitos o Estado”.
Dignidade não tem preço
Apesar das circunstâncias que envolvem o fato a 1ª Câmara Cível do Estado do Paraná arbitrou a indenização em apenas oito mil reais (R$ 8.000,00). Sob a alegação de que o Sr. Geraldo era integrante do MST e que, por já não estar vivo, o valor a ser recebido pelos filhos e pela viúva deveria ser baixo. Diante do valor irrisório da condenação será apresentado recurso ao Superior Tribunal de Justiça Se a condenação é um elemento simbólico em favor da luta popular, o valor arbitrado é a expressão latente da luta de classes. Se o Sr. Geraldo fosse um rico fazendeiro, quanto valeria sua dignidade?
Fonte: Terra de Direitos