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Segundo Clichê

February 27, 2017 15:48 , von Blogoosfero - | 1 person following this article.

Festival de Cinema de Gramado terá 48 filmes em competição

August 16, 2018 16:35, von segundo clichê


O 46º Festival de Cinema de Gramado, que começa amanhã e vai até o dia 25 naquela cidade turística do Rio Grande do Sul, já tem o seu filme de abertura: O Grande Circo Místico, 18º longa-metragem do cineasta Cacá Diegues. Inspirado no poema de Jorge de Lima e com trilha sonora repleta de clássicos de Chico Buarque e Edu Lobo, o longa conta a história de cinco gerações de uma mesma família circense, do apogeu à decadência, passando por grandes amores e aventuras.

Responsável por títulos como Xica da Silva, Bye Bye Brasil, Quilombo, Um Trem para as Estrelas e Tieta do Agreste, Cacá Diegues esteve recentemente no prestigiado Festival de Cannes apresentando O Grande Circo Místico fora de competição. Agora, o diretor desembarca no Palácio dos Festivais para fazer a primeira exibição nacional do longa, previsto para estrear comercialmente nos cinemas brasileiros no dia 6 de setembro.

O elenco de O Grande Circo Místico reúne nomes como Jesuíta Barbosa, Bruna Linzmeyer, Antônio Fagundes, Juliano Cazarré, Marcos Frota, Mariana Ximenes e Vincent Cassel.

A mostra competitiva do festival neste ano  está marcada pela diversidade temática e de linguagem. “Sempre há muita curiosidade sobre qual tema estará em evidência no festival. Este ano temos a satisfação de dizer que não há um tema, há muitos. A marca das mostras competitivas em Gramado será a diversidade, como é o cinema brasileiro e latino-americano”, celebrou um dos curadores do evento, o jornalista Marcos Santuario.

Entre os gêneros, há cinebiografias, drama, comédia, realismo fantástico e animação, por exemplo. Os temas orbitam entre questões contemporâneas como a vida de jovens em grandes centros urbanos, a homossexualidade na terceira idade, ou o sonho de ser jogador de futebol, mas também resgatam a memória e o passado de grandes personalidades e de importantes momentos históricos nacionais. Haverá ainda espaço para a experimentação estética, com obras que prometem surpreender os espectadores.

Serão 48 filmes em competição, 14 em longa-metragem (nove brasileiros e cinco estrangeiros), 14 curtas na mostra nacional, além de outras 20 produções do Rio Grande do Sul, que concorrem na Mostra Gaúcha de Curtas, realizada em parceria com a Assembleia Legislativa do Rio Grande do Sul. Ao todo, 14 Estados e nove países estão representados. E haverá ainda a participação especial de filmes provenientes da Itália, que é o país convidado desta 46ª edição.

Duas homenagens estão previstas: o troféu Eduardo Abelin será entregue ao animador brasileiro Carlos Saldanha – duas vezes indicado ao Oscar e responsável por sucessos de bilheteria como “A Era do Gelo”, “Rio” e “O Touro Ferdinando”. Já o prêmio Cidade de Gramado estará nas mãos de Ney Latorraca, cuja carreira cinematográfica já soma meio século e 23 filmes.

A organização do evento mais tradicional do cinema brasileiro – e o único a manter-se por 46 anos sem interrupção – comemora ainda a ampliação de espaços inclusivos e a preocupação com a responsabilidade social. “Este será o festival com maior inclusão entre todos realizados até hoje, o que para nós, é um fator fundamental. Teremos sessões para cegos e filmes legendados para surdos. Também receberemos um encontro com 400 convidados para debater cinema e acessibilidade”, revelou o presidente da Gramadotur, Edson Néspolo.

Como já se tornou uma tradição, o Festival de Cinema de Gramado será aberto pela mostra de filmes do projeto Educavídeo, em que alunos da rede pública municipal desenvolvem curtas-metragens com equipamento de primeira linha e apoio técnico profissional. O secretário da Cultura, Turismo, Esporte e Lazer do Rio Grande do Sul, Victor Hugo, se impressionou com os dados que “revelam a dimensão social do que é esse evento”.

Outro dos curadores, o crítico Rubens Ewald Filho destacou a qualidade das produções brasileiras inscritas para essa edição – fator que dificultou o trabalho da equipe, formada ainda pela diretora argentina Eva Piwowarski. “Era tanto filme bom, interessante, tanta gente talentosa, que as vezes acabávamos entrando em conflito sobre quais selecionar”, disse.

Para dar conta do volume de obras de primeira linha inscritas, os curadores decidiram ampliar a participação de longas brasileiros na mostra competitiva: este ano serão nove filmes concorrendo aos Kikitos. Todos são inéditos no circuito nacional e muitos se destacaram em festivais ao redor do mundo. A vantagem, salientou Rubens, é que o público vai se deparar com uma seleção excepcional na tela do Palácio dos Festivais: “Acho que este ano vai ser o melhor festival que Gramado já viu”, arriscou.

Com a ampliação da participação brasileira na edição 2018 do Festival de Cinema de Gramado, a seleção internacional de longas-metragens precisou ser reduzida. Isso não comprometeu, entretanto, a qualidade da mostra estrangeira, salientou o curador Marcos Santuario: “Procuramos trazer filmes que percorreram os principais festivais do mundo, com a preocupação de que Gramado fosse a janela brasileira para sua exibição.”

Entre os cinco títulos eleitos para a mostra 2018, há longas que competiram em prestigiados festivais, como Berlim, Cartagena, Guadalajara, Málaga, Punta del Este e o Bafici, em Buenos Aires. O protagonismo é dos países do Cone Sul, Uruguai e Argentina, cujos profissionais participam em quatro dos cinco selecionados. Mas haverá espaço para a cultura andina, por meio de uma fábula boliviana, um tema paraguaio, e ainda cinema da América Central, com Costa Rica e México mais uma vez enviando um representante a Gramado.

Competidores

LONGAS-METRAGENS BRASILEIROS

– “10 Segundos Para Vencer” (RJ), de José Alvarenga Jr.
– “O Banquete” (SP), de Daniela Thomas
– “Benzinho” (RJ), de Gustavo Pizzi
– “A Cidade dos Piratas” (RS), de Otto Guerra
– “Correndo Atrás” (RJ), de Jeferson De
– “Ferrugem” (PR), de Aly Muritiba
– “Mormaço” (RJ), de Marina Meliande
– “Simonal” (RJ), de Leonardo Domingues
– “A Voz do Silêncio” (SP), de André Ristum

LONGAS-METRAGENS ESTRANGEIROS

– “Averno” (Bolívia/Uruguai), de Marcos Loayza
– “Las Herederas” (Paraguai/Brasil/Uruguai/França/Alemanha), de Marcelo Martinessi
– “Mi Mundial” (Uruguai/Argentina/Brasil), de Carlos Morelli
– “Recreo” (Argentina), de Hernán Guerschuny e Jazmín Stuart
– “Violeta al Fin” (Costa Rica/México), de Hilda Hidalgo

CURTAS-METRAGENS BRASILEIROS

– “À Tona” (DF), de Daniella Cronemberger
– “Apenas o Que Você Precisa Saber Sobre Mim” (SC), de Maria Augusta V. Nunes
– “Aquarela” (MA), de Thiago Kistenmacker e Al Danuzio
– “Catadora de Gente” (RS), de Mirela Kruel
– “Estamos Todos Aqui” (SP), de Chico Santos e Rafael Mellim
– “Um Filme de Baixo Orçamento” (SP), de Paulo Leierer
– “Guaxuma” (PE), de Nara Normande
– “Kairo” (SP), de Fabio Rodrigo
– “Majur” (MT), de Rafael Irineu
– “Minha Mãe, Minha Filha” (SP), de Alexandre Estevanato
– “Nova Iorque” (PE), de Leo Tabosa
– “Plantae” (RJ), de Guilherme Gehr
– “A Retirada Para Um Coração Bruto” (MG), de Marco Antonio Pereira
– “Torre” (SP), de Nádia Mangolini

CURTAS-METRAGENS GAÚCHOS – PRÊMIO ASSEMBLEIA LEGISLATIVA

– “À Sombra” (Canoas), de Felipe Iesbick
– “Abismo” (Sapucaia do Sul), de Lucas Reis
– “Antes do Lembrar” (Porto Alegre), de Luciana Mazeto e Vinícius Lopes
– “Coágulo” (São Leopoldo), de Jéssica Gonzatto
– “O Comedor de Sementes” (São Leopoldo), de Victoria Farina
– “Um Corpo Feminino” (Porto Alegre), de Thais Fernandes
– “Entre Sós” (Porto Alegre), de Caetano Salerno
– “Fè Mye Talè” (Encantado), de Henrique Both Lahude
– “A Formidável Fabriqueta de Sonhos Menina Betina” (Pelotas), de Tiago Ribeiro
– “Gasparotto” (Porto Alegre), de Zeca Brito
– “Grito” (Santa Maria), de Luiz Alberto Cassol
– “Maçãs em Fogo” (Porto Alegre), de Bruno de Oliveira
– “Movimento à Margem” (Porto Alegre), de Lícia Arosteguy e Lucas Tergolina
– “Mulher Ltda” (Canoas), de Taísa Ennes
– “Nós Montanha” (Porto Alegre), de Gabriel Motta
– “Pelos Velhos Tempos” (Porto Alegre), de Ulisses da Motta
– “Sem Abrigo” (Porto Alegre), de Leonardo Remor
– “Subtexto” (Caxias do Sul), de Cristian Beltrán
– “Vinil” (Porto Alegre), de Catherine Silveira de Vargas e Valentina Peroni Freire Barata
– “O Viúvo” (Porto Alegre), de Luiz Carlos Wolf Chemale



Aos 89 anos, Fernanda Montenegro o seu "itinerário fotobiográfico"

August 16, 2018 10:31, von segundo clichê

A atriz Fernanda Montenegro  tem participado, neste mês de agosto, de eventos de lançamento de seu livro  "Fernanda Montenegro: itinerário fotobiográfico", pelas Edições Sesc São Paulo. São 500 páginas, divididas em 11 capítulos, que contam a trajetória pessoal e profissional de mais de sete décadas de carreira da atriz. O material, organizado pela própria Fernanda, inclui fotos inéditas de seu acervo pessoal, cartas e registros raros de atuação ao lado de outros grandes do palco, como Nathália Timberg, Paulo Autran e Sérgio Britto.

A artista, que completará 89 anos em outubro, fará o lançamento do livro no Rio de Janeiro amanhã, dia 17, às 19h30, no Sesc Copacabana. Na ocasião, ela vai fazer uma leitura comentada de alguns trechos da obra, tratando sobre momentos de sua carreira no teatro, na TV, no cinema e também como conciliou essa trilha criativa com a família. Para que o público possa acompanhar, o Sesc Copacabana vai transmitir a leitura em tempo real via telão para quem estiver presente no pátio externo da unidade. Depois da apresentação, haverá sessão de autógrafos para quem adquirir um exemplar da obra.

"Fernanda Montenegro: itinerário fotobiográfico" demandou mais de cinco anos de trabalho para a editora e a atriz. A obra inclui também depoimentos de escritores, diretores, críticos de arte, atores e amigos. Fernanda, que participou ativamente da produção selecionando materiais, compondo textos e depoimentos, faz ainda uma comovente homenagem ao seu companheiro de trabalho e vida, Fernando Torres. Ao longo dos 11 capítulos, o volume conta com fotos e textos que percorrem desde a infância de Arlete Pinheiro Esteves da Silva – nome de batismo da atriz - até os momentos mais importantes dos 70 anos dedicados à arte.  

No sábado e domingo, dias 18 e 19, Fernanda Montenegro vai apresentar, no Sesc Copacabana, sua adaptação para teatro do livro “Nelson Rodrigues Por Ele Mesmo”, de Sônia Rodrigues. O projeto será apresentado também em outras capitais e cidades doo interior do país e dá continuidade ao trabalho voltado para a formação dos jovens, artistas e público que Fernanda Montenegro desenvolve desde 1990, percorrendo bairros e municípios do Estado de São Paulo, Rio de Janeiro e outros Estados, trocando experiências com diversas gerações.  



Dorival Caymmi renasce no som do quarteto fantástico

August 16, 2018 10:11, von segundo clichê


Carlos Motta

O disco "Dorival" foi lançado no ano passado, mas a participação do quarteto formado por André Mehmari (piano), Nailor Proveta (saxofone e clarinete), Rodolfo Stroeter (contrabaixo) e Tutty Moreno (bateria) no Sesc Jazz o torna atualíssimo. O projeto levado pelo Sesc em algumas de suas unidades até o dia 2 de setembro mostra a música instrumental feita em vários países e ligadas entre si pelo gênero nascido nos Estados Unidos - e que hoje se diluiu num sem número de linguagens sonoras. E o show apresentado pelos quatro virtuoses, mais que reproduzir o conteúdo do disco, uma merecida homenagem ao gênio Dorival Caymmi, é prova inequívoca de que o Brasil produz uma das mais criativas músicas do mundo.

No disco e no show, que será apresentado nesta quinta-feira no Sesc Ribeirão Preto e na próxima sexta-feira no Sesc Piracicaba, André, Proveta, Rodolfo e Tutty tocam, com arranjos de tirar o fôlego da plateia, clássicos e composições menos conhecidos da obra mais que perfeita do baiano: "Dora", "Milagre", "Samba da MInha Terra", "Sargaço Mar", "Tão Só", "João Valentão", "Morena do Mar", "A Vizinha do Lado", "Só Louco", e a "Suíte Caymmi", que reúne "Morena do Mar", "Dois de Fevereiro" e "Milagre".

É um Caymmi inteiramente renovado. Suas melodias inspiradas são dissecadas, decompostas e desenvolvidas qual um quebra-cabeças que vai tomando forma, num trabalho que revela, como acentuou Proveta no show de quarta-feira à noite no Sesc Jundiaí, o prazer que os quatro músicos têm pelo que fazem.

André, Proveta, Rodolfo e Tutty se conhecem há longa data: em 1998, Tutty levou os dois veteranos, Rodolfo e Proveta, e o novato André, para tocar em seu disco "Força D'Alma", que trazia algumas composições de Caymmi. Eles voltaram a tocar juntos esporadicamente até que em dezembro de 2016 se reuniram no aclamado Rainbow Studio, em Oslo, para gravar "Dorival". 

A longa viagem até a capital da Noruega valeu a pena. O disco é impecável, técnica e musicalmente. E a plateia que teve o privilégio de escutá-lo ao vivo é testemunha de que nem tudo está perdido neste pobre e imenso país: a sua música, ao menos, é de Primeiro Mundo.



Livro traz peça inédita no Brasil de Maiakóvski

August 14, 2018 9:30, von segundo clichê


O livro “Uma Poética em Cena”, além de trazer a inédita tradução em língua portuguesa da peça de Vladimir Maiakóvski “Os Banhos – Drama em Seis Atos com Circo e Fogos de Artifício”, feita pelo poeta Luiz Sampaio, contém ainda um ensaio de Reni Chaves Cardoso (1945 – 2008), pesquisadora de teatro e doutora pela Universidade de São Paulo, sobre a encenação original por Meyerhold e Maiakósvki (Moscou – 1930). Inclui, também, o texto da peça “A Barraca de Feira”, de Alexandr Blok (1906).

Luiz Sampaio, que estudou literatura em Moscou, aprendeu a admirar  Maiakóvski como um dos mais importantes poetas do século XX, grande inovador da língua russa, que se entregou de corpo e alma à revolução socialista de 1917 e à criação de uma linguagem poética que espelhasse na arte o espírito revolucionário daquele momento da história de seu país e de toda a humanidade.


“Os Banhos – Drama em Seis Atos com Circo e Fogos de Artifício” foi a última peça de Maiakóvski, escrita em 1930 a pedido do diretor e seu grande admirador Meyerhold e encenada no Teatro Estatal V. Meyerhold, há exatos 29 dias antes do suicídio do grande poeta.


Maiakóvski, que desde os 15 anos de idade havia dedicado toda sua vida e sua arte aos ideais da revolução de 1917, treze anos após a tomada do poder pelos soviéticos estava muito decepcionado pelos rumos tomados pela história e criticava duramente a burocracia que havia se instaurado no poder. “Os Banhos” criticava os burocratas e tipos antirrevolucionários que, segundo Maiakóvski, provocavam desvios nos caminhos que poderiam levar ao futuro e à construção do socialismo na União Soviética.


Como era de se esperar, a peça foi muito criticada pelos órgãos do poder. Imagina-se que esta tenha sido mais uma das inúmeras decepções que levaram ao suicídio do poeta, em 14 de abril de 1930.


“Os Banhos” foi proibida por Stálin e voltou a ser encenada, poucas vezes, somente depois de  1955.


A presente tradução do original russo, inédita em português, foi elaborada para a tese de doutoramento de Reni Chaves Cardoso, na USP, sobre a encenação original da peça.


Além de tradutor, Luiz Sampaio é poeta e lançará em breve seu blog “Arca de Palavras”  (https://www.luizsampaio.com ), onde publicará três audiovisuais inéditos produzidos e dirigidos por ele, gravados no estúdio Dublavideo em São Paulo.


O primeiro audiovisual reunirá fotos da montagem original de “Os Banhos”,  com a gravação, em áudio, do primeiro ato da peça.


O segundo apresentará os poemas/palavras de ordem de Maiakovski, escritos em cartazes e pendurados no palco e na plateia na encenação original de “Os Banhos”, gravados em russo e em português e montados sobre fotos do poeta.


O terceiro constará da gravação, em áudio, de um texto de Jacó Guinsburg, professor emérito da Universidade de São Paulo, fundador e diretor da editora Perspectiva, sobre a peça “A Barraca de Feira”, incluindo palavras do diretor Meyerhold sobre sua montagem original em 1908. Neste audiovisual serão projetados os desenhos da proposta de encenação elaborada por Reni Chaves Cardoso.


Luiz Sampaio, por Luiz Sampaio


Sou as palavras que sou.


São de mim o que restará, além das memórias dos meus gestos a se dissiparem rápida ou lentamente em direção ao sempre.


Cresci entre leitores e livros. Aos nove anos ganhei um diário encadernado em azul, com a palavra “Pensamentos”. Ali copiei poemas e me dediquei a grafar os sentimentos que me afligiam. Nunca mais parei.


Estudei literatura, sonhando-me poeta.


A sobrevivência arremessou-me à deriva, a mares mais que distantes: ao espaço. Trabalhei uma vida implantando planetários e observatórios astronômicos públicos.  Hoje me dedico especialmente aos planetários e à criação de centros de ciências para a educação não formal.


Sou perseverante. Cruzei desertos e anos escrevendo apesar do silêncio.


Do francês, traduzi “Esperando Godot” de Samuel Beckett. Do russo, poemas de Púshkin e Liérmontov, além de “Os Banhos – Drama em Seis Atos com Circo e Fogos de Artifício”, de Maiakóvski.


Sigo vivo e ativo na sonora companhia das minhas palavras.


Minha canoa do amor não se espatifou no cotidiano.



Uma homenagem a um gigante musical

August 13, 2018 9:58, von segundo clichê


Carlos Motta

A escola de samba X-9 Paulistana vai homenagear, no carnaval de 2019, um dos fenômenos da música popular brasileira, o compositor, cantor e instrumentista Arlindo Cruz, que há pouco mais de um ano sofreu um AVC e, desde então, se encontra em recuperação.

Arlindo, pasmem, tem cerca de 750 músicas gravadas por ele e dezenas de outros artistas, e mais de mil músicas compostas. 

Se a quantidade de sua produção artística é impressionante, é mais impressionante ainda a sua qualidade.

Arlindo Cruz, pode-se dizer sem nenhum medo de errar, já integra a lista dos mais importantes criadores da música popular brasileira de todos os tempos.

Que falem por ele, sem ir muito longe, as mais conhecidas composições suas, como Meu Lugar, O Que é o Amor, Meu Nome É Favela, O Show Tem Que Continuar, Chegamos ao Fim, Não Penso em Mais Nada, A Pureza Da Flor, Quem Gosta de Mim, O Bem, Sambista Perfeito, Será que é Amor, Além do Meu Querer, Amor Com Certeza, Favela, Camarão que dorme a onda leva, Chegamos ao Fim... 

É beleza que não acaba mais.

O vídeo oficial do samba-enredo de 2019 da X-9 Paulistana dá uma ideia do que Arlindo Cruz representa para os músicos do país. O número de artistas que participa do filmete é sintomático. Nele estão Beth Carvalho, Arlindo Neto, Fundo De Quintal, Xande De Pilares, Péricles, Dudu Nobre, Turma Do Pagode, Os Prettos, Reinaldo, Ronaldinho, Leandro Sapucahy, Grupo Molejo, Leandro Lehart, Marquynhos Sensação, Embaixada Do Samba Paulistano e Armando Polêmico. O intérprete é Darlan Alves, e o bonito samba-enredo foi composto por Arlindo Neto, André Diniz, Claudio Russo, Márcio André Filho, Marcelo Valencia e Darlan Alves.

Ah, e o enredo tem um nome comprido: O Meu Lugar é Cercado de Luta e Suor, Esperança Num Mundo Melhor! O Show Tem Que Continuar!

Poderia, muito bem, ser simplificado para "Obrigado, Arlindo Cruz!"

Samba de Arerê pra você voltar
Zona Norte é Madureira
Ando louco de saudade olha o povo pedindo bis
Ainda é tempo pra viver feliz
Não subestime um filho de Xangô
A recompor a vida
O alujá ecoar forte no rum
E o ylê de Ogum, convida
O ídolo parceiro companheiro, irmão
Símbolo maior do samba em minha geração
Gênio pai herói o clarão da lua cheia, Candeia
Nos versos que ele semeou
Gira bailarina seu eterno amor
A porta bandeira frutos na tamarineira
Lalaia laia laia
Com o banjo no peito, sambista perfeito o mestre imortal
Lalaia laia laia
O samba gradece, Floresce no fundo do nosso quintal
Aos olhos graciosos de Oxalá
Serrinha marejou o seu olhar
Que brilha na coroa imperial
Um lume imponente e divinal
Da lança se São Jorge rotetor
A esperança de um Quixote sonhador
É voz dos humildes por um pedaço de chão
Voz dos humildes por um pedaço de pão
Favela de gente sofrida, mas que valoriza a própria raiz
Aquela que sente na pele as chagas da vida, a dor do país
X-9 a cantar, conduz até seu lugar a luz
Pra continuar o show de Arlindo Cruz



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