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Segundo Clichê

February 27, 2017 15:48 , by Blogoosfero - | 1 person following this article.

Mas afinal, quem elegeu esse bando?

July 6, 2017 17:32, by segundo clichê


Tem horas em que vejo pensando com os meus botões: mas, afinal, por que existe tanta gente indignada com os deputados, com os senadores, com o governador, com presidente da República, ou mesmo com o prefeito e os vereadores de sua cidade?

Está certo que, descontando as exceções, os parlamentares e os chefes de Executivo do Brasil são, com a maior boa vontade que possamos ter, deploráveis.

Num chute bem dado, é possível dizer que 90% deles são semialfabetizados, defendem seus próprios interesses, não fazem distinção entre o público e o privado, foram eleitos sem respeitar a legislação eleitoral, e usam o cargo como mero balcão de negócios - são corruptos, ou picaretas, como queiram.


Mas, insisto com os meus botões, quem votou nessa súcia, ou seja, quem botou essa corja nas câmaras municipais, assembleias legislativas, Congresso Nacional, governos estaduais ou nas prefeituras?

O povo brasileiro, responde o Grilo Falante, aquela voz interior que existe para nos apoquentar sempre que dúvidas desconfortáveis nos assaltam.

"Eles não são fruto de geração espontânea", me explica o hóspede indesejado.

Daí em diante, o comichão me rói o cérebro e, vítima de enorme desconforto, chego à conclusão que, se esse povo vota nesses desclassificados, eleição após eleição, é porque confia neles, acha que eles merecem representá-lo, está contente com o "trabalho" que fazem - ou então não dá a menor importância a eles ou à sua atuação.

Seja como for, os parlamentares e os chefes de Executivo brasileiros representam o que é o povo deste imenso país - uma nação, afinal, é formada por seus cidadãos, com suas virtudes e defeitos.

A essa altura, meus botões me viram as costas, tampam seus ouvidos, e se recusam a ouvir a minha peroração.

Não querem ser cúmplices, nem mesmo testemunhas, de tamanho sacrilégio.

Afinal, quem sou eu para criticar o povo brasileiro, tão elogiado por poetas, escritores, intelectuais, pessoas de muito mais valor do que este ordinário indivíduo?

E, sem essa audiência, me calo, certo de que, se falei muita bobagem, sempre haverá um Tiririca, um Bolsonaro, um Dória, qualquer um desses ilustres representantes da classe política, para me contrariar com seus notáveis exemplos. (Carlos Motta)



Mitos da austeridade: o caso de Portugal

July 6, 2017 10:41, by segundo clichê


“A austeridade foi um fracasso para Portugal, como também representou para todos os outros países em que se tentou esta mesma política.” 

Essa é a conclusão do prêmio Nobel em Economia, Joseph Stiglitz, ao analisar o período em que Portugal aplicou ao “pé da letra” a cartilha da austeridade.

Para “salvar” a economia e as contas públicas, devastadas pela crise econômica mundial de 2008, o governo português recorreu ao empréstimo de 78 bilhões de euros concedido pela troika (Banco Central Europeu, Comissão Europeia e FMI) e implantou o seu pacote de ajustes de 2011 a 2014, executando medidas que diminuíram o gasto público, aumentaram a carga tributária, reformaram o mercado de trabalho, dificultaram o acesso ao crédito e ainda cortaram vários benefícios sociais e o número de seus beneficiários.


Assim, seguindo a lógica da contração fiscal expansionista, o governo português cortou em até 10% os salários dos funcionários públicos, cortou parte do fornecimento de medicamentos e de transporte de doentes, aumentou em 20% o preço dos transportes públicos, aumentou o imposto de renda e o imposto sobre o valor adicionado, congelou o salário mínimo por 4 anos, facilitou a demissão de funcionários nas empresas privadas, reduziu o prazo e o valor do seguro desemprego, aumentou a idade mínima para a aposentadoria além de muitas outras medidas de austeridade.

Como consequência do ajuste, Portugal agravou ainda mais a sua situação fiscal: a dívida pública aumentou de 96,2% do PIB em 2010 (antes do pacote) para 130,6% em 2014 e o déficit público, apesar de menor do que no auge da crise mundial (2009 e 2010), não se reduziu de maneira significativa, ficando na média de 6,3% entre 2011 e 2014.

Além disso, o desemprego aumentou durante o período da austeridade, atingindo 16,4% da população economicamente ativa em 2013 e a economia, que estava se recuperando em 2010, entrou em recessão, com o PIB apresentando taxas negativas em três anos seguidos, sendo a maior queda em 2012, de -4,0%.

A situação econômica portuguesa só começou a melhorar depois que o país abandonou o programa de ajuste da troika, em junho de 2014, e após a eleição do primeiro ministro António Costa em 2015, com um programa de governo contrário à austeridade.

Desde então as medidas passaram a ser de estímulo à economia, com destaque para o descongelamento do salário mínimo, a recomposição dos salários do funcionalismo público, a retomada de alguns benefícios sociais excluídos entre 2011-2014, o incentivo ao consumo, a revisão dos aumentos nos impostos, o aumento dos subsídios para as empresas contratarem pessoas há muito tempo desempregadas, além de medidas para fortalecer os bancos públicos portugueses.

Ao contrário do que a cartilha da austeridade fiscal defende, são as medidas de estímulo econômico que tanto têm feito a economia portuguesa crescer, quanto têm melhorado as contas públicas do país e seu nível de emprego. O PIB português cresce há 14 trimestres consecutivos, atingindo 2,8% no primeiro trimestre de 2017, o desemprego se reduziu a 10,1% nesse mesmo trimestre e o déficit público caiu em mais de 5 pontos percentuais do PIB desde a supressão das medidas de austeridade e, em 3 anos, chegou a 2,0% do PIB – o nível mais baixo desde a transição de Portugal para a democracia, em 1974. (Brasil Debate/Fundação Perseu Abramo)



Crédito está cada vez mais difícil

July 5, 2017 17:47, by segundo clichê


O Indicador de Uso do Crédito, apurado pelo SPC Brasil (Serviço de Proteção ao Crédito) e CNDL (Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas), revela que 25% dos brasileiros tiveram crédito negado no mês de maio ao tentar fazer uma compra a prazo ou contratar algum tipo de empréstimo ou financiamento. A principal razão para a negativa foi o fato de estarem com o nome inserido em cadastros de inadimplentes (10%) ou a falta de comprovação de renda (4%).

Dado que reforça o comportamento mais restritivo por parte dos credores é que 46% dos brasileiros consideram "difícil ou muito difícil" contratar empréstimos ou linhas de financiamento. Apenas 13% dos consumidores avaliam o processo como fácil.


De forma geral, seis em cada dez (58%) consumidores brasileiros não utilizaram nenhuma modalidade de crédito no mês de maio, como empréstimos, linhas de financiamento, crediários e cartões de crédito. O restante (42%), porém, mencionou ao menos uma modalidade a qual tenham recorrido no período. Os cartões de crédito (35%) e os cartões de loja e crediário (16%) foram as modalidades mais usadas no último mês. O cheque especial foi citado por 7% da amostra. Há ainda, 5% de consumidores que recorreram à empréstimos e 4% que buscaram financiamentos.

Em maio, o Indicador de Uso do Crédito, que mensura a propensão ao consumo, marcou 27,5 pontos, estável em relação aos 27,6 pontos observados em abril. A escala do indicador varia de zero a 100, sendo que quanto mais próximo de 100, maior a disposição do consumidor e tomar crédito.

“Com a inadimplência em patamar elevado, desemprego crescente e recessão ainda longe do fim, tanto bancos como financeiras têm restringido o crédito no mercado, o que dificulta a contratação por parte do consumidor. Além disso, as taxas de juros, ainda muito elevadas, acabam inibindo o apetite do brasileiro na busca de recursos financeiros para consumir”, explica o presidente do SPC Brasil, Roque Pellizzaro Junior.



Brasileiro vive de "bicos"

July 5, 2017 17:40, by segundo clichê


A taxa de desocupação foi estimada em 13,3% em maio de 2017, permanecendo relativamente estável em relação ao que foi apresentado em 2017 até o momento. Na comparação com o mesmo mês do ano anterior, quando a taxa foi estimada em 11,2%, o quadro foi de elevação (2,1 pontos percentuais). Essa foi a maior taxa de desocupação para um período terminado em maio desde o início da série da pesquisa, em 2012. Infelizmente, ainda levará algum tempo para que o mercado de trabalho se recupere da crise, na realidade, será uma das últimas variáveis macroeconômicas a mostrar resposta à recuperação da atividade econômica.


O que chama mais atenção nesse número são os detalhes, envolvendo as pessoas empregadas (população ocupada, na terminologia do IBGE). Desde os primeiros efeitos da crise sobre o mercado de trabalho, a população ocupada com carteira de trabalho (emprego formal) caiu consideravelmente, enquanto as pessoas que trabalham por conta própria (vivem a base de "bicos", autônomos), têm crescido muito: em maio de 2014, havia 21,08 milhões de pessoas trabalhando dessa forma, enquanto maio de 2017, 22,37 milhões. 

Em 2017, entre abril e maio, a população que trabalha por conta própria cresceu 0,4%, mas ao comparar o número de maio com o mesmo mês do ano anterior, observa-se uma queda de 2,6%. Isso pode ser um bom sinal se for analisada a população que se intitula empregador (trabalha explorando o seu próprio empreendimento, com pelo menos um empregado): aumentou em 9,3% entre 12 meses. Ou seja, muita gente está se ocupando ao abrir empreendimentos.

Pontua-se que a agricultura, construção civil e indústria foram os ramos que mais perderam trabalhadores, e não tiveram nenhuma reação até o momento.

O rendimento médio real efetivo do trabalho principal foi de R$ 2.047, um aumento de 1,4% ao comparar com maio do ano passado, o qual mostra que em alguma medida, os rendimentos nominais estão aumentando mais do que a inflação. (Francisco Lira/Lafis Consultoria)



A estranha lei do Brasil Novo

July 5, 2017 14:24, by segundo clichê


Está cada vez mais perigoso viver no Brasil. 

E nem é por causa da violência urbana, porque a essa, o brasileiro já se acostumou há muito tempo.

O perigo agora mora ao nosso lado, pode partir de um vizinho, de um colega de trabalho, de qualquer pessoa que, por um motivo ou outro, não goste de nós.

É que, desde que o STF participou, com grande entusiasmo, da farsa intitulada Mensalão, quando uma ministra condenou um réu sem prova cabal, sob a justificativa de que a "literatura jurídica" permitia, e esse engodo denominado Operação Lava Jato passou a usar a tortura psicológica do encarceramento sem condenação e a palavra de delatores como verdade, o país é refém de uma ditadura judicial.


Nessa nova ordem ditada por juízes, promotores, procuradores e toda a meganhagem, um dos princípios basilares do direito foi invertido: agora, como nos tempos da Inquisição, o delatado tem de provar que é inocente, e as provas do crime foram substituídas pelas convicções dos acusadores.

Ninguém, à vista de tais inovações, pode dizer que o brasileiro não é criativo.

Assim, nesta república, o cidadão comum, o homem ordinário, o pobre coitado, se antes tinha pouca garantia de ver seus direitos constitucionais assegurados, agora se encontra inteiramente desprotegido, à mercê dos humores das "autoridades".

Um porteiro que não chame o "doutor" de doutor pode virar réu de um processo massacrante.

Uma denúncia anônima pode acabar com a carreira de um político honesto.

Integrar um partido político de esquerda pode ser tão perigoso quanto escalar o Everest de bermuda e chinelo.

Participar de um ato público contra a retirada de direitos trabalhistas ou contra um governo ilegítimo e corrupto é certeza de ser vítima de gentis borrachadas e ardor nos olhos, generoso patrocínio de bestas-feras uniformizadas.

O Brasil Novo tem tudo para durar por muito tempo, talvez para sempre.

A receita para isso é manter, e se possível, aumentar, o estado de exceção que amedronta a todos os excluídos do círculo de mando.

A receita é mostrar que ninguém está acima da lei, mas que essa lei tem a mão pesada somente para os que ousam desafiar a nova ordem.

Nunca antes na história deste país tantos homens de bem tanto fizeram para conservar seus privilégios e manter intacto seu poder - é um vale-tudo cujas regras são definidas ao sabor das circunstâncias, e sempre em benefício dos ungidos pelos céus. (Carlos Motta)



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