As melhores amigas que não se conhecem
September 17, 2018 9:26Debruçada sobre um tom divertido de comédia, “Quarta-feira, sem falta, lá em casa” discute a solidão e a maneira como lidamos com ela. É através de Alcina (Eva Wilma) e Laura (Suely Franco) que esse texto, de 1976, levanta argumentos tão pertinentes à condição humana e suas relações para abordar de maneira sensível questões relacionadas à terceira idade e as dificuldades em lidar com as gerações mais novas.
A peça estreia no Teatro Porto Seguro, em São Paulo, dia 5 de outubro, em curta temporada. Os ingressos já estão disponíveis pelo site www.tudus.com.br e pela bilheteria oficial do Teatro Porto Seguro.
Amigas há mais de quarenta anos, Alcina e Laura se reúnem todas as quartas-feiras para jogar conversa fora e tomar um chá. Durante os papos, as duas senhoras falam amenidades em assuntos relacionados à família, vizinhos, amigos, amores e sobre o passado que as une. Um saudosismo cheio de sentimento e vida.
Um dia, entretanto, no meio de uma dessas conversas nostálgicas, elas descobrem que não sabem tanto assim uma da outra. Vêm à tona um clima que oscila entre o tenso e o descontraído, permeado por segredos insuspeitáveis e lembranças “apagadas”, o que coloca em xeque o ''mito da melhor amiga''.
Outro ponto que contribui para a acalorada e divertida discussão é que as amigas, no fundo, têm personalidades bem distintas. Alcina, a mais velha, é faladeira e impulsiva, uma figura ingênua e de moral conservadora, que casou e teve filhos e netos, exatamente como manda a “tradição”. Já sua amiga, Laura, nunca se casou. Ela tem uma personalidade mais racional e irônica, e desfrutou a vida livre de preconceitos e de maneira mais independente.
Ficha técnica
Texto: Mário Brasani
Direção: Alexandre Heinecke
Assistente de Direção: Sara Freitas
Cenário: Alexandre Heinecke
Iluminação: Matheus Macedo
Trilha Sonora: Kleber Araújo
Figurinos: Fábio Namatame
Direção de Produção: Chaim Produções
Produção Executiva: Ana Dulce Pacheco
Assistente de Produção: Catarina Milani
Elenco: Eva Wilma e Suely Franco
Fotos: Caio Galucci
Serviço
Teatro Porto Seguro - Alameda Barão de Piracicaba, 740 - Campos Elíseos, São Paulo - SP, 01216-010
Temporada: De 5 de outubro a 25 de novembro de 2018
Horário: sextas e sábados, às 21 h; domingos às 19 h.
Duração: Aproximadamente 75 minutos
Valores: Ingressos de R$ 35 a R$ 90
Capacidade: 508 lugares
Classificação etária indicativa: 12 anos
Gênero: Comédia
Telefone para informações: 11 3226-7300
www.teatroportoseguro.com.br
Em busca do som perfeito
September 14, 2018 15:03Os músicos brilham nos palcos e os luthiers nas oficinas. Ambos se juntam na série que estreia no canal Arte1, hoje, sexta-feira, dia 14 de setembro, às 19 horas. Apresentado pelo percussionista Marcos Suzano, “O Som e o Silêncio” promove o encontro entre músicos e luthiers na busca pelo instrumento e pelo som ideal.
Parceria do canal Arte1 com as produtoras Coevos Filmes e Entreter, a atração com 13 episódios mostra Suzano visitando músicos em seus estúdios e luthiers em seus ateliês para entender as especificidades de cada instrumento e profissional.
Em cada episódio, um instrumento, um músico e um luthier diferente são retratados:
1. Violoncelo
No primeiro episódio, Marcos Suzano visita Jaques Morelenbaum e descobre que o violoncelo do entrevistado, com cinco cordas, desafia o preceito clássico. O apresentador vai até Fama, Minas Gerais, conhecer o ateliê do luthier Carlos Jorge que tornou isso possível.
2. Bandolim
O segundo episódio é sobre bandolim. Em Santa Teresa, no Rio de Janeiro, o luthier Tércio Ribeiro fabrica instrumentos de cordas há muitos anos. A partir de 2003, passou a se dedicar à construção do bandolim que o músico Hamilton de Holanda conta para Suzano ser como “a mulher de sua vida”.
3. Cavaquinho
Henrique Cazes explica a necessidade de dominar o cavaquinho para esquecê-lo no momento que o toca, no terceiro episódio. No estúdio, o músico apresenta uma parceria inédita na interpretação de “Viravoltando” e Suzano vai até a oficina de Rodrigo Gnatali, em Juiz de Fora, Minas Gerais, responsável pela construção de todos os cavaquinhos de Cazes.
4. Viola caipira
O músico Ricardo Vignini e Luís Armando Domingues, o luthier conhecido como “Nenê”, comentam como a pareceria se consolidou com os anos e resultou na afinação perfeita.
5. Guitarra
O instrumentista Rodrigo Suricato faz uma declaração de amor à guitarra encomendada ao seu luthier Ivan Freitas, que revela que a poda da matéria-prima dos instrumentos tem que ser no inverno.
6. Instrumentos de samba
Ao lado de Roberto Guaringuia, artesão à moda antiga, Gabriel Policarpo e mais sete músicos mostram por que instrumentos de percussão comandam as manifestações populares.
7. Violino
As dificuldades do violino são partilhadas pelo luthier Newton Rola e pelo músico Ricardo Amado, que concordam que para restaurar e tocar o instrumento é preciso uma dedicação serviçal.
8. Pandeiro
Os pandeiros de Bernardo Aguiar e Marcos Suzano fluem junto ao repique de Gabriel Policarpo. Em sua oficina, o luthier Rodrigo Fontenele conta como se trabalha para fabricar um instrumento que dialogue com as vontades específicas dos músicos.
9. Instrumentos de maracatu
No episódio, o maestro Garnizé comanda a orquestra de maracatu e reverencia Mestre Maureliano, responsável pela fabricação de todos os instrumentos de percussão do ritmo musical.
10. Violão de sete cordas
O apresentador Marcos Suzano visita o músico Paulão Sete Cordas e o artesão Rogério Santos para ouvir como deve ser a sonoridade de um violão de sete cordas.
11. Clarinete
Dirceu Leite era flautista até encontrar o clarinete, numa época em que o instrumento que não era produzido no Brasil. A dupla Odivan de Santos e Sérgio Burgani assumiu a demanda e revela o processo em seu ateliê.
12. Violão
No episódio, o luthier Lineu Bravo recebe Suzano na sua oficina e afirma que o violonista Guinga é o maior melodista do país.
13. Contrabaixo
O último episódio aborda como a passagem do tempo ajuda o instrumento a ficar melhor. O luthier Andrea Spada conta que 70 anos é um prazo realista para um contrabaixo amadurecer e o músico André Vasconcelos lamenta que não verá o apogeu de um.
“O Som e o Silêncio”
Estreia: 14 de setembro, às 19 horas
Episódios inéditos às sextas-feiras, às 19 horas
Reprises: sábado, às 14 h; segunda-feira, às 6 h; terça-feira, às 9h30; e quinta-feira às 13h30.
Classificação: Livre
O canal Arte1 integra a grade de programação das principais TVs a cabo. Sky – 81; Net HD – 553; Claro TV HD – 553; Oi TV – 85; GVT – 84; Vivo TV - cabo 102; satélite 555; fibra 627.
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O lugar de Arlindo Cruz
September 14, 2018 10:45Carlos Motta
Se essa homenagem é mais que merecida e motivo de alegria, o fato de o artista estar acamado há um ano e meio, vítima de um forte AVC, e portanto impossibilitado de cantar, tocar cavaquinho e banjo e compor, funções que exercia com a maestria dos seres tocados pela genialidade, nos dá o que pensar.
Primeiro, o ocorrido nos deixa certos do quanto somos frágeis e sujeitos toda espécie de acidentes. Viver é muito perigoso, já dizia Guimarães Rosa pela boca de seu imortal personagem Riobaldo.
Fora isso, há que se lastimar a má sorte deste imenso e desgraçado país, de tão poucos sábios e tantos ignorantes, de tão escassos criadores e tantos imitadores, de tão raros artistas e tantas celebridades instantâneas.
Não era para Arlindo Cruz estar fora do bom combate.
Uma batalha tão feroz como essa entre o belo, o perene, o sentimento de que o homem é mais do que barro, e as excrescências que nos são impostas pelos magnatas mercadores de lixo intelectual, exige um general com a autoridade, competência e sensibilidade do artista que compôs, junto com Mauro Diniz, outro craque, uma música chamada "Meu Lugar", um retrato mais que poético, realista, do verdadeiro Brasil.
https://www.youtube.com/watch?v=K7KpgDc2YLQ
O meu lugar
É caminho de Ogum e Iansã
Lá tem samba até de manhã
Uma ginga em cada andar
O meu lugar
É cercado de luta e suor
Esperança num mundo melhor
E cerveja pra comemorar
O meu lugar
Tem seus mitos e seres de luz
É bem perto de Osvaldo Cruz,
Cascadura, Vaz Lobo e Irajá
O meu lugar
É sorriso é paz e prazer
O seu nome é doce dizer
Madureir, lá laiá, Madureira, lá laiá
Ahh que lugar
A saudade me faz relembrar
Os amores que eu tive por lá
É difícil esquecer
Doce lugar
Que é eterno no meu coração
E aos poetas traz inspiração
Pra cantar e escrever
Ai meu lugar
Quem não viu Tia Eulália dançar
Vó Maria o terreiro benzer
E ainda tem jongo à luz do luar
Ai que lugar
Tem mil coisas pra gente dizer
O difícil é saber terminar
Madureira, lá laiá, Madureira, lá laiá, Madureira
Em cada esquina um pagode num bar
Em Madureira
Império e Portela também são de lá
Em Madureira
E no Mercadão você pode comprar
Por uma pechincha você vai levar
Um dengo, um sonho pra quem quer sonhar
Em Madureira
E quem se habilita até pode chegar
Tem jogo de lona, caipira e bilhar
Buraco, sueca pro tempo passar
Em Madureira
E uma fezinha até posso fazer
No grupo dezena, centena e milhar
Pelos sete lados eu vou te cercar
Em Madureira
E lalalaiala laia la la ia
Em Madureira
O falso moralista
September 13, 2018 10:37Carlos Motta
Nelson Sargento, 94 anos de vida, dezenas deles em prol da arte e cultura, é o autor, entre outras maravilhas, de uma música que reflete com exatidão a luta incessante do Brasil real contra o oficial, "Agoniza Mas Não morre", regravado por inúmeros intérpretes e sempre atual:
Samba
Agoniza mas não morre
Alguém sempre te socorre
Antes do suspiro derradeiro
Samba
Negro, forte, destemido
Foi duramente perseguido
Na esquina, no botequim, no terreiro
Samba
Inocente, pé-no-chão
A fidalguia do salão
Te abraçou, te envolveu
Mudaram toda a sua estrutura
Te impuseram outra cultura
E você nem percebeu
Mudaram toda a sua estrutura
Te impuseram outra cultura
E você nem percebeu
Sargento tem uma obra de extrema qualidade, de fina ironia e inteligência. É um dos craques da nossa música popular.
Quem tiver alguma dúvida sobre isso deve ouvir "Falso Moralista", samba que parece que foi feito sob medida para retratar um dos mais comuns tipos brasileiro, o homem de bem, esse que aponta o dedo, indignado, para a corrupção dos outros, enquanto vai praticando, no dia a dia, toda sorte de falcatruas, indignidades e patranhas.
Esse tipo que, para muitos, é o modelo a seguir.
Você condena o que a moçada anda fazendo
e não aceita o teatro de revista
arte moderna pra você não vale nada
e até vedete você diz não ser artista
Você se julga um tanto bom e até perfeito
Por qualquer coisa deita logo falação
Mas eu conheço bem o seu defeito
e não vou fazer segredo não
Você é visto toda sexta no Joá
e não é só no carnaval que vai pros bailes se acabar
Fim de semana você deixa a companheira
e no bar com os amigos bebe bem a noite inteira
Segunda-feira chega na repartição
pede dispensa para ir ao oculista
e vai curar sua ressaca simplesmente
Você não passa de um falso moralista
Pedro Mariano canta sucessos e novas músicas em show
September 13, 2018 10:03Depois de se apresentar nos últimos três anos nas principais capitais do país, acompanhado por uma orquestra e de lançar o show em CD e DVD, Pedro Mariano retorna aos palcos para a turnê de seu novo projeto, intitulado “Pedro Mariano – Show DNA”, em que apresenta canções que representam sua trajetória de vida. A apresentação de estreia será neste sábado (15/11), no Teatro Bradesco, em São Paulo.
O show de Pedro conta com uma equipe de peso. Além do cantor, sobem ao palco seu quarteto, composto por Conrado Goys (guitarra e violão), Leandro Matsumoto (baixo), Marcelo Elias (piano e teclado) e Thiago Rabello (bateria).
No repertório, Pedro apresentará ao público várias canções inéditas. Entre elas, DNA (Edu Tedeski), Alguém dirá (Pedro Altério e Pedro Viáfora) e Enfim (Daniel Carlomagno). O show também conta com regravações de importantes autores da MPB, como Guilherme Arantes (Êxtase), Ana Carolina, Chiara Civello e Edu Krieger (Um Pouco Mais Perto). Releituras de músicas como Risos e Memórias, gravadas anteriormente em CD de carreira, também integram o novo projeto.
Segundo Pedro, todas as canções que já gravou e que serão apresentadas no novo show chegam com nova roupagem. Para tanto, o artista conta com o olhar e técnica de quatro arranjadores na sua equipe: Daniel Carlomagno, Marcelo Elias, Otavio de Moraes e Conrado Goys. “As alterações nas músicas são uma adequação à sonoridade da banda”, diz Pedro.
Pedro Mariano é apontado diversas vezes como um dos maiores intérpretes da música contemporânea brasileira. Os ingressos já estão à venda na bilheteria do Teatro Bradesco (Shopping Bourbon) e pelo site www.uhuu.com . (Foto: Dani Gurgel)







