Aller au contenu

Motta

Plein écran

Segundo Clichê

February 27, 2017 15:48 , par Blogoosfero - | 1 person following this article.

Exposição de gravuras retrata direitos humanos

December 9, 2017 16:59, par segundo clichê


O Memorial da Resistência, na capital paulista, apresenta a exposição "Canto Geral: a Luta dos Direitos Humanos", que traz 30 gravuras de artistas brasileiros que se referem a cada um dos artigos da Declaração Universal de Direitos Humanos, de 1948, e  violações desses direitos no país. A entrada é gratuita.

“Quando se lê a declaração, você fica cada vez mais surpreso com a recorrência das violações no Brasil de hoje e o quanto muitos discursos conservadores ferem artigos muito básicos definidos por ela”, disse a coordenadora do memorial, Marília Bonas, ao contar como surgiu a ideia da mostra. “Hoje vemos grandes retrocessos nesses pressupostos básicos [da declaração] que vão fazer 70 anos”, acrescentou.

As gravuras expostas pertencem à coleção da Pinacoteca do Estado e são de artistas como Aldemir Martins, Claudio Tozzi e Amélia Toledo.

A exposição traz uma reflexão sobre a importância e o impacto de cada um dos artigos da declaração e um alerta às constantes ameaças da naturalização de diversas formas de violência, além de mostrar a necessidade de luta constante pela defesa de direitos. “O fato de você ter a declaração não significa que você tem só direitos garantidos”, diz a coordenadora.

Marília Bonas lembra que o memorial fica ao lado da Cracolândia, região de concentração de usuários de drogas .“Estamos no território da Luz, ao lado da Cracolândia, onde vemos todo dia uma brutalidade muito grande, crescendo na porta do lugar em que trabalhamos com esses temas”, diz. 

Além das gravuras, o público vai conferir o projeto do artista Raphael Escobar, que atua pela defesa dos direitos na Cracolândia. Nessa parte da mostra, uma rádio ficará o tempo todo ligada, trazendo as vozes de pessoas que sofrem violações, como indígenas e a população LGBT. As gravações ficarão disponíveis também no Spotify do Memorial da Resistência.

Em uma terceira parte da exposição, haverá atualização diária de notícias relacionadas às violações dos direitos humanos. “Será atualizada com notícias sobre discurso de ódio, proposta de retirada de direitos e também ações de resistência de grupos articulados, a própria resistência da sociedade a essas violações”, diz a coordenadora.

A exposição fica em cartaz até 1º de março do ano que vem, de quarta a segunda, das 10 horas às 18 horas, no Memorial da Resistência (Largo General Osório, 66), com entrada gratuita. (Agência Brasil)



Uma atriz que se orgulha de levar a arte onde ela não chega

December 9, 2017 16:58, par segundo clichê


A história do teatro mineiro está entrelaçada com a carreira da atriz Teuda Bara. Nascida em Belo Horizonte, ela tem mais de 50 anos de palco e traz na bagagem uma enorme quantidade de personagens do teatro, do cinema e da televisão. Teuda é a entrevistada do programa Conversa com Roseann Kennedy, que vai ao ar segunda-feira (11), às 21h30, na TV Brasil.

Na década de 70, ela chegou a recusar um convite feito pelo próprio Chacrinha, para ser chacrete. Em vez disso, criou o grupo de teatro Galpão, ao lado dos atores Eduardo Moreira, Wanda Fernandes e Antônio Edson. A companhia, que completa 35 anos, já se apresentou por todo o Brasil e também em países da Europa, dos Estados Unidos, Canadá e da América Latina. Como uma das fundadoras do grupo, que tem raízes no teatro popular, Teuda se orgulha de levar a arte a lugares onde ela não chega. “O Galpão tem uma tradição. A gente faz muitos clássicos. A gente gosta de ir por esse caminho, com textos bonitos e atuais.”

A atriz, que nunca frequentou cursos de formação teatral, iniciou a carreira artística quando estudava ciências sociais na universidade, aos 20 anos. Abandonou o curso, mas nunca o teatro. De lá pra cá, nunca parou. “O teatro sempre viveu em mim."

Esbanjando bom humor e uma energia de causar inveja, ela demostra orgulho pelo trabalho. “Eu tô com 77 anos e tô viva, trabalhando... Os joelhos estão ruins? Sim, estão. Mas eu tô viva, trabalhando, faço televisão, faço cinema.”

Ao falar de seu mais recente espetáculo, "Nós", que integra a 23ª montagem do grupo Galpão, Teuda lembra as angústias e esperanças vividas pela humanidade. Partindo de reflexões sobre as diferenças, a violência, a intolerância, sob um prisma político, ela faz um alerta para a necessidade de ser solidário nos dias de hoje e desabafa: “A única dificuldade que a gente tem mesmo é com o social, as desigualdades sociais são muito gritantes. Fui professora primária, então vi isso. O menino está sem material escolar e você diz: mas você, até hoje, está sem material? Aí ele fala: o meu pai está preso... o que você faz? Faz uma lista e passa para os amigos, compra o material e dá para o menino.”

Na entrevista, a artista, que tem o teatro como grande escola, lembra também os primeiros contatos com a arte. “Eu nem ia ao teatro. Só o que a gente fazia na escola. Eu fui ver teatro mesmo no circo. Porque no circo, quando acabavam os números, eles abriam a cortina e lá tinha o palco onde se apresentavam.”

Teuda não imaginava que a magia do circo voltaria à sua vida anos depois, quando recebeu o convite para participar do espetáculo internacional, "K.À.", do Cirque Du Soleil, dirigido por Robert Lepage. Sobre a experiência, ela declara: “Eu adorei. É um mundo completamente diferente. Mas era difícil também. Porque eram dois shows por dia, com folga dois dias na semana. Eu gostava muito de fazer, de estar lá... Mas você se cansa... sou de teatro e tenho uma mente que quer fazer coisas.”

Do picadeiro para as telas, a influência do circo não parou por aí. No filme "O Palhaço", Teuda volta a atuar nesse universo. Ao lado de atores como Selton Mello e Paulo José, ela protagonizou com brilhantismo o papel de dona Zaira, integrante de uma trupe de artistas que tenta manter o espetáculo vivo pelo interior do país.

A atriz, que já atuou em filmes como "Menino Maluquinho", de Helvécio Ratton, e "O Contador de Estórias", de Luiz Villaça. fala da importância de estar sempre em atividade. “Me convidam e eu vou. Eu já fiz filme até de graça. Hoje, não faço mais porque estou muito velha.”

Na TV, depois de brilhar na novela "Meu Pedacinho de Chão" (2014), de Luiz Fernando Carvalho, Teuda integra hoje o elenco de "A Vila", nova série humorística de Paulo Gustavo no Multishow. Na trama, ela é dona Fausta, mulher que vive a atormentar o filho, interpretado por Lucas Salles. Sobre a diferença do teatro e da TV, Teuda comenta: “Você não entra pra televisão falando: - ah, eu quero fazer esse personagem. Não! Quando precisam de alguém, são eles que dizem: - ah, acho que a Teuda podia servir, será que ela pode? Se eu puder, faço.” (Agência Brasil)



Trupe Chá de Boldo mostra novo disco

December 8, 2017 20:25, par segundo clichê


A Trupe Chá de Boldo, que completou em 2016 dez anos de atividade, está lançando seu quarto disco, "Verso", que será apresentado neste sábado, dia 9 de dezembro, às 20 horas no Sesc Santo Amaro, em São Paulo. 

O novo trabalho responde a uma pergunta muito frequente durante todo este tempo: Afinal, o que toca a banda? A banda responde: os artistas independentes do presente, principalmente aqueles com os quais foi estabelecida uma relação de amizade e troca. 

A Trupe Chá de Boldo se destaca por um trabalho coletivo e de permanente experimentação, com uma sonoridade híbrida, que foge à classificações fáceis, resultado de processos em que cada integrante contribui com múltiplas referências. Para a trupe a mistura não é a meta, mas ponto de partida para a invenção.

“Bárbaro” (2010), disco de estreia, foi lançado apenas após quatro anos de trajetória da banda, focados na realização de shows pela noite paulistana e na criação de um repertório autoral. O trabalho, com produção de Alfredo Bello (DJ Tudo), possibilitou as primeiras turnês do grupo nos anos seguintes, e resultou no primeiro videoclipe, “Bárbaro”.

Em 2012 veio o segundo disco, “Nave Manha” (2012), com produção de Gustavo Ruiz, e com ele os clipes “Na Garrafa” e Belém Berlin”. Nos anos seguintes a trupe foi convidada para participar de dois discos de Tom Zé, “Tribunal do Feicebuqui” (2013) e “Vira lata na Via Láctea” (2014), nos quais produziu arranjos e gravou algumas faixas.

O terceiro disco, “Presente” (2015), também produzido por Gustavo Ruiz, se desdobrou no EP de dubs “Presente para Viagem”, produzido em parceria com Victor Rice. “Presente” foi lançado também em vinil no ano seguinte.

“Verso” (2017), o disco mais recente, – o primeiro com produção musical assinada pela própria banda –, reúne versões da Trupe Chá de Boldo para canções de alguns dos parceiros com quem estabeleceu trocas artísticas e afetivas ao longo de seu percurso. São eles: Alzira E, André Abujamra, Arruda, Gero Camilo, Iara Rennó, Juliano Gauche, Léo Cavalcanti, Marcelo Segreto, Negro Leo, Pélico, Peri Pane, Tatá Aeroplano, Gustavo Souza, Fernando Maranho e Tata Fernandes.

Em seus mais de dez anos de existência, a Trupe se apresentou nos principais palcos de São Paulo e circulou por cidades como Rio de Janeiro (RJ), Belo Horizonte (MG), Curitiba (PR), Vitória (ES), Londrina (PR) e dezenas de cidades do interior paulista. Com “Verso”, o grupo segue em turnê pelo país.

Trupe Chá de Boldo é: Ciça Góes, Felipe Botelho, Filipe Nader, Gustavo Cabelo, Gustavo Galo, Guto Nogueira, Julia Valiengo, Leila Pereira, Marcos Ferraz, Pedro Gongom, Rafael Werblowsky, Cuca Ferreira, Remi Chatain e Tomás Bastos.



Música celebra aniversário de Portinari em seu museu

December 8, 2017 10:05, par segundo clichê


Dezembro é um mês especial no Museu Casa de Portinari, na cidade de Brodowski, interior de São Paulo. Em homenagem ao aniversário de 114 anos de seu patrono, o artista plástico Candido Portinari, celebrado em 30 de dezembro, a instituição oferece uma programação especial com apresentações musicais gratuitas.

A abertura será neste sábado, dia 9 de dezembro, às 20 horas, com a espetáculo do  Coral Brasileto Ensemble. O grupo e convidados executarão o Concerto de Natal “Gloria in Excelsis Deo”, na Capela Santo Antonio. No mesmo dia, o público será convidado a conhecer a decoração especial natalina da Casa de Portinari.

No dia 29 de dezembro (sexta-feira), ocorre o já tradicional Sarau Musical “Cantigas de Minha Terra”, na esplanada da instituição. O espetáculo conta com a participação de diversos artistas locais em um repertório que ressalta a cultura do interior de São Paulo e de todo o Brasil.

“Valorizar as coisas do nosso país e mostrar a realidade, a beleza e a força do povo brasileiro. Esse era o trabalho de Portinari e é uma das missões do Museu. Manter sua memória viva por meio do reconhecimento de suas lutas e de seu legado”, explica Cristiane Maria Patrici, gerente da instituição.

O Museu Casa de Portinari está localizado à Praça Candido Portinari, nº 298, no centro de Brodowski. O telefone para informações é (16) 3664-4284. O horário de funcionamento em dezembro é de terça-feira a domingo, das 9 às 18 horas, inclusive dias 24 e 31/12. A entrada é gratuita.

Candido Portinari nasceu em Brodowski, em 29 de dezembro de 1903, e faleceu no Rio de Janeiro, em 6 de fevereiro de 1962. 

É o artista plástico brasileiro com maior projeção internacional, um mestre em sua arte.
Produziu cerca de 5 mil obras, entre pequenos esboços, pinturas de proporções normais, e murais monumentais, como "Guerra e Paz", presenteado à ONU, em Nova York.

Além de seu trabalho como um artista genial, Portinari foi ativo no movimento político-partidário, tendo, inclusive, se candidatado a deputado federal em 1945 pelo Partido Comunista Brasileiro (PCB) e a senador, em 1947, pleito em que aparecia em todas as sondagens como vencedor, mas que acabou perdendo por uma pequena margem de votos, fato que levantou suspeitas de fraude - afinal, era comunista.



A esperança permanece, equilibrista

December 7, 2017 16:46, par segundo clichê


Carlos Motta

Há músicas e músicas.

Há músicas que de tanto tocar no rádio acabam esquecidas: doces demais, enjoam. 

Há músicas que permanecem na memória coletiva porque representam um sentimento, uma época, um ideal.

É o caso de "Disparada", de Geraldo Vandré e Théo de Barros, vencedora do Festival da Música Popular Brasileira da TV Record, no ano de 1966, junto com "A Banda", de Chico Buarque, e de "Pra Não Dizer Que Não Falei das Flores", do mesmo Vandré, que ficou em segundo lugar no Festival Internacional da Canção de 1968, promovido pela Rede Globo de Televisão.

As duas são exemplos claríssimos de que a arte pode ser uma manifestação política de alto teor explosivo.

"Disparada" e "Pra Não Dizer Que Não Falei das Flores" são ouvidas e cantadas até hoje com a mesma carga emocional da época em que foram lançadas - uma época triste que viveu o Brasil, mergulhado nas trevas de uma ditadura.

As duas alcançaram status de hino contra a opressão, as injustiças, e de amor à liberdade.

"Mas o mundo foi rodando/Nas patas do meu cavalo/E nos sonhos/Que fui sonhando/As visões se clareando/As visões se clareando/Até que um dia acordei/Então não pude seguir/Valente em lugar tenente/E dono de gado e gente/Porque gado a gente marca/Tange, ferra, engorda e mata/Mas com gente é diferente" - diz a letra de "Disparada".

"Vem, vamos embora, que esperar não é saber/Quem sabe faz a hora, não espera acontecer" - clama o refrão de "Pra Não Dizer Que Não Falei das Flores".

Outra canção, uma década depois dessas duas obras-primas de Vandré, também foi alçada à condição de hino, dessa feita em favor da anistia a quem bravamente combateu a ditadura e foi por ela perseguido e punido - "O Bêbado e a Equilibrista", de João Bosco e Aldir Blanc, uma das duplas mais afinadas e importantes da música popular brasileira.

Clarice ainda chorava a morte de seu marido Vladimir; o irmão do Henfil vivia exilado, longe de sua terra natal; a esperança dançava na corda bamba de sombrinha e em cada passo daquela linha podia se machucar.

Milhões ouviram a mensagem que aquele samba trazia - e se emocionaram.

João cantou, Elis encantou.

"O Bêbado e a Equilibrista" permanece com a sua beleza incólume - uma beleza que não pode ser apropriada por uma malta selvagem, cuja única linguagem é a da violência da pré-civilização.

O artista João Bosco se sentiu ofendido pelo roubo da "esperança equilibrista" que ajudou a transformar o Brasil: "Essa canção foi e permanece sendo, na memória coletiva do país, um hino à liberdade e à luta pela retomada do processo democrático. Não autorizo, politicamente, o uso dessa canção por quem trai seu desejo fundamental", escreveu em sua página no Facebook.

Seu desabafo é um importante documento de repúdio às práticas deste "Brasil Novo" e um alerta sobre os rumos que ele toma, em direção oposta à da democracia e da liberdade.

NOTA DE REPÚDIO À OPERAÇÃO "ESPERANÇA EQUILIBRISTA":

Recebi com indignação a notícia de que a Polícia Federal conduziu coercitivamente o reitor da Universidade Federal de Minas Gerais, Jaime Ramirez, entre outros professores dessa universidade. A ação faz parte da investigação da construção do Memorial da Anistia. Como vem se tornando regra no Brasil, além da coerção desnecessária (ao que consta, não houve pedido prévio, cuja desobediência justificasse a medida), consta ainda que os acusados e seus advogados foram impedidos de ter acesso ao próprio processo, e alguns deles nem sequer sabiam se eram levados como testemunha ou suspeitos. O conjunto dessas medidas fere os princípios elementares do devido processo legal. É uma violência à cidadania.

Isso seria motivo suficiente para minha indignação. Mas a operação da PF me toca de modo mais direto, pois foi batizada de “Esperança equilibrista”, em alusão à canção que Aldir Blanc e eu fizemos em honra a todos os que lutaram contra a ditadura brasileira. Essa canção foi e permanece sendo, na memória coletiva do país, um hino à liberdade e à luta pela retomada do processo democrático. Não autorizo, politicamente, o uso dessa canção por quem trai seu desejo fundamental.


Resta ainda um ponto. Há indícios que me levam a ver nessas medidas violentas um ato de ataque à universidade pública. Isso, num momento em que a Universidade Estadual do Rio de Janeiro, estado onde moro, definha por conta de crimes cometidos por gestores públicos, e o ensino superior gratuito sofre ataques de grandes instituições (alinhadas a uma visão mais plutocrata do que democrática). Fica aqui portanto também a minha defesa veemente da universidade pública, espaço fundamental para a promoção de igualdades na sociedade brasileira. É essa a esperança equilibrista que tem que continuar.


João Bosco


07/12/2017



Motta

0 communauté

Aucun(e)