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Segundo Clichê

February 27, 2017 15:48 , par Blogoosfero - | 1 person following this article.

O Febeapá está mais vivo do que nunca

September 22, 2017 9:40, par segundo clichê


Baratas infestam o Palácio do Planalto.

Ministro da Saúde acha que o Brasil tem hospitais demais.

Governo discute o fim do horário de verão.


General ameaça com intervenção militar - e "juristas" debatem se ela é constitucional.

Deputado que obrigar rádios a executar músicas "religiosas".

Juiz proíbe exibição de peça teatral porque, em sua opinião, ela ofende "valores" familiares e religiosos.

Polícia invade e retira quadro de exposição.

Estudantes secundaristas que iam gritar "fora, Temer" em manifestação são processados por terrorismo.

Empresas se filiam a empresa de lobby do prefeito paulistano.

O mesmo prefeito afirma que não é preciso estar em São Paulo para governá-la.

Nova procuradora-geral da República assume cargo com discurso anticorrupção ao lado de presidente da República investigado por crimes variados - corrupção, entre eles.

O mesmo presidente não se importa em discursar platitudes na ONU e ser fotografado em companhia de abundantes caspas.

Sem alarde, sem discussão, esse nosso minúsculo presidente assina protocolo que entrega segredos nucleares do país a agentes internacionais.

Juiz de 1ª Instância assume poderes de ministros do Supremo Tribunal Federal, interpreta a Constituição a se bel prazer, atropela leis e regulamentos, toma para si as funções de investigador e promotor, destrói empresas e reputações, aniquila milhares de empregos, persegue sem pudor um partido político, incluindo o ex-presidente da República que é o seu símbolo - se torna, na prática, a mais temida e poderosa figura da República.

Uma pena Stanislaw Ponte Preta, criador do Febeapá, o Festival de Besteiras que Assola o País, ter vivido na época errada. 



O fim da recessão e o candidato ideal

September 21, 2017 16:09, par segundo clichê


Carlos Motta

Então, segundo as últimas notícias, está tudo resolvido, o mundo é cor-de-rosa e no Brasil está tudo azul:


1) O ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, disse, em Nova York, que o Brasil saiu da “pior recessão da história” e que este é o momento de investir no país. “Agora é o momento que a economia vai começar a crescer, mas os preços ainda não refletem essa retomada”, disse. 

2) O Banco Central aumentou a projeção para o crescimento da economia neste ano. A estimativa para a expansão do Produto Interno Bruto (PIB), a soma de todos os bens e serviços produzidos no país, foi ajustada de 0,5%, estimativa de junho, para 0,7%, de acordo com o novo Relatório de Inflação. “A revisão positiva reflete, principalmente, o desempenho do PIB no segundo trimestre, superior à mediana das expectativas do mercado”, diz o relatório.

3) A prévia da inflação oficial, medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo – 15 (IPCA-15), ficou em 0,11% em setembro. A taxa é inferior ao resultado de agosto deste ano (0,35%) e de setembro de 2016 (0,23%). Esse também foi o menor resultado do IPCA-15.

4) O diretor de Política Econômica do Banco Central, Carlos Viana de Carvalho, considera que a população já começa a ver sinais de melhora na economia brasileira. Ao apresentar o Relatório Trimestral de Inflação, ele destacou a melhora no poder de compra. “Algo que as pessoas sentem no bolso quando saem para fazer compras no supermercado; elas sentem que o salário está com poder de compra melhor”, disse. Acrescentou que as notícias sobre o mercado de trabalho também são melhores. “O dia a dia vai mostrar essa melhoria da economia permeando a vida das pessoas”, opinou. Ele também citou que o crédito para pessoas físicas já dá sinais de melhora, com redução do spread (diferença entre taxa de captação de dinheiro e a cobrada dos clientes nos empréstimos).

Em vista de tantos fatos alvissareiros, é de se supor que, daqui em diante, a popularidade do insigne Dr. Mesóclise vá subir às alturas, e o seu nome seja o escolhido para resolver o problema de sua sucessão à Presidência da República. 

Como se sabe, os apoiadores de seu projeto de governo estão se descabelando a cada pesquisa de intenção de voto divulgada, nas quais se consolida a disputa entre o deputado fascista e o ex-presidente trabalhista, nenhum dos dois ao agrado dos ideólogos deste Brasil Novo.

Portanto, nada mais normal que os homens de bem se unam numa cruzada cívica e espalhem, desde já, o bordão que certamente vai entusiasmar todo o país: Fica, Temer!



No tempo da Guerra Fria

September 20, 2017 14:25, par segundo clichê


Carlos Motta


A polêmica criada pelo general que acenou com a possibilidade de uma "intervenção militar" para acabar com a bagunça institucional do país é menos importante que a defesa de seu discurso, feita por um colega, também general, mas da reserva. 

No seu Facebook, o oficial escreveu o seguinte: “Em resposta a uma pergunta, colocada diante de uma plateia restrita, ele limitou-se a repetir, sem floreios, de modo claro e com sua habitual franqueza e coragem, o que está previsto no texto constitucional. A esquerda, em estado de pânico depois de seus continuados fracassos, viu nisso uma ameaça de intervenção militar. Ridículo.”


"A esquerda, em estado de pânico depois de seus continuados fracassos..."

O trecho, por si só, exprime de modo categórico o que pensam os militares brasileiros sobre a causa dos males que o país sofre: a culpa de tudo o que há de ruim é da esquerda, sempre ela.

É triste constatar que, passados tantos anos do fim da era dos generais presidentes, ainda perdure na caserna o espirito da guerra fria, quando o mundo era dividido entre os bons e os maus, entre o saudável capitalismo e o doentio socialismo.

A União Soviética deixou de existir, seus países satélites mergulharam de cabeça na economia de mercado, o muro de Berlim foi derrubado, a China se tornou uma superpotência econômica, a Terra foi sacudida por crises diversas e profundas, John Lennon foi assassinado, a seleção brasileira de futebol sagrou-se pentacampeã mundial em 2002, a internet se espalhou com a velocidade da luz para revolucionar a informação global, mas a cabeça dos militares brasileiros continua a mesma da metade do século passado, não houve uma mísera mudança no que eles pensam sobre política, economia, relações sociais, geopolítica, costumes...

Os governos trabalhistas trataram os militares com o devido respeito à sua importância para a nação, concederam reajustes salariais que estavam congelados havia anos e investiram bilhões de reais para reequipar e modernizar as Forças Armadas.

Nada disso, porém, parece importar para eles, contaminados profunda e irremediavelmente pelo vírus do anticomunismo ingênuo e infantil.

Esses oficiais de pijama podem não ter mais o comando da tropa, mas, não há dúvida, seus discursos refletem a opinião da maioria de seus companheiros da ativa.

O Brasil tem inúmeros problemas sérios, a crise política e econômica que atravessa é gravíssima, mas achar que a causa de todos os males é a "esquerda" denota um pensamento primário e profundamente contrário aos esforços para afastar o país do abismo, que é, pelo que se sabe, também o desejo das Forças Armadas.

É quase certo que os militares não vão se arriscar novamente numa aventura que comprometeria ainda mais o desenvolvimento do Brasil rumo à civilização, mas é preocupante saber que a instituição vive ainda nos tempos que lembram o faroeste americano, povoado por mocinhos e bandidos, xerifes e foras da lei, entre o 7º de Cavalaria do general Custer e os pérfidos sioux de Cavalo Doido e Touro Sentado. 



A cara do Brasil Novo

September 19, 2017 10:15, par segundo clichê


Carlos Motta

No país onde a Justiça dá respaldo à "cura gay", ao mesmo tempo em que proíbe a exibição de peças teatrais e absolve um pai que espancou a filha por ela ter perdido a virgindade, entre outros disparates, não pode causar espanto o fato de um fascista de quatro costados ser um dos favoritos da corrida presidencial.


O Brasil se transformou num Estado kafkiano.

A impressão é de que estamos presos num pesadelo surrealista.

Não há mais lógica, nem regras ou leis no funcionamento das instituições.

O salve-se quem puder e o locuplete-se enquanto dá tempo dominam as ações das "autoridades".

O governo central é comandado por uma quadrilha.

No Congresso instalou-se um imenso bazar de negócios.

Judiciário e Ministério Público atuam despudoradamente apenas em defesa dos interesses da oligarquia.

A imprensa virou uma incansável máquina de propaganda reacionária.

Uma grande parcela da população vive em permanente estado de histeria, atacando tudo o que tem cheiro de civilização.

Outra parte do povo age movida a mentalidade infantil, moldada por mensagens que substituem o raciocínio crítico por uma visão mágica do mundo, como se vivêssemos no alvorecer dos tempos.

Sobram alguns poucos gritos, alguns fracos alertas de que, a caminhar nesse passo, muito em breve estaremos queimando bruxas, perseguindo grupos minoritários e prendendo quem discordar da ideologia dominante.

É um contexto mais que favorável ao surgimento de um messias, um "duce", um "führer", um salvador da pátria e condutor das massas ignorantes rumo ao paraíso.

O deputado fascista que promete levar o mar até Minas Gerais e conceder licença para a polícia matar quem quiser é o produto pronto e acabado deste Brasil Novo surgido das entranhas de um golpe que afastou da presidência da República uma mulher honesta, eleita com mais de 54 milhões de votos.

A cada discurso que faz, a cada entrevista que dá, fica mais evidente que ele é a cara de um país que perdeu o passo que poderia fazê-lo menos desigual social e economicamente, e mais democrático - que poderia, enfim, levá-lo ao século 21. 



Nem o Conselheiro Acácio discursaria melhor

September 18, 2017 10:52, par segundo clichê


A nova procuradora-geral da República disse, em seu discurso de posse, que o povo brasileiro "não tolera a corrupção".

Disse ainda que é dever do Ministério Público defender a Justiça e garantir que ninguém esteja acima da lei, mas que também ninguém esteja abaixo da lei.

E mais: que o devido processo legal é um direito de todos os cidadãos e que a harmonia entre os Poderes é requisito para a estabilidade do Brasil. 

“O país passa por um momento de depuração. Os órgãos do sistema de administração de Justiça têm no respeito e harmonia entre as instituições a pedra angular que equilibra a relação necessária para se fazer justiça em cada caso concreto”, afirmou.

Já o Dr. Mesóclise, líder da quadrilha que tomou de assalto o Palácio do Planalto, afirmou, na mesma solenidade, que a autoridade suprema não está nas autoridades constituídas, mas na lei, e que toda vez que se ultrapassa os limites da Constituição há um abuso de autoridade. 

Também falou sobre a importância da harmonia entre os poderes, ao comentar o discurso da procuradora empossada. “Não é sem razão que a ouvi dizer, solenemente, da necessidade da harmonia entre os poderes e nesse capítulo entra o Ministério Público”. 

E completou: “As características do Ministério Público são as mesmas dos demais poderes de Estado."

Impressionante.

Se juntarmos os dois, não dá meio Conselheiro Acácio, mestre da obviedade, imortal e genial criação de Eça de Queiroz.

O Brasil Novo, com o exemplo dado por autoridades, continua a sua caminhada desenfreada rumo ao precipício. (Carlos Motta)




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