É preciso mais que um "fora Temer"
25 de Setembro de 2017, 17:05Carlos Motta
O desejo que o grito expressa é o da ampla maioria da população brasileira, que vê no atual ocupante do Palácio do Planalto um ser desprezível, exemplo acabado do que há de pior na política, e, pior entre todos os defeitos de um governante, incapaz de melhorar a vida das pessoas.
Apesar disso, é um grito sem consequências práticas e que, infelizmente, como atesta a sua captura por figuras desprovidas de qualquer educação ou vivência política, como artistas globais e pseudorroqueiros, tornou-se um instrumento de marketing para promover quem quer ser visto como "antenado" com a triste realidade do país capturado pelas forças reacionárias.
Hoje, o "fora,Temer" tem tanto efeito prático na mudança mais que necessária da situação quanto o "juiz ladrão" que se ouve nos campos de futebol Brasil afora - é mais um desabafo, um exercício até salutar, de catarse.
O fato é que, enquanto o "fora, Temer" ecoa país afora, o projeto de destruição da frágil democracia e do incipiente Estado de bem-estar social dos governos trabalhistas, concomitantemente à entrega das riquezas nacionais ao capital internacional e subjugação da soberania aos interesses do "grande irmão do Norte", vai de vento em popa.
Parece mesmo que, apesar de um ou outro percalço, em breve estará concluído.
Seus opositores, infelizmente, têm poucas alternativas ao "fora, Temer". De certo modo, o que fazem são somente variações inócuas da curta frase de repúdio ao golpista.
Recuperar o Brasil exige muito mais - o tempo das palavras, das ofensas, das piadas, já passou.
Além das palavras
25 de Setembro de 2017, 14:21Carlos Motta
O desejo que o grito expressa é o da ampla maioria da população brasileira, que vê no atual ocupante do Palácio do Planalto um ser desprezível, exemplo acabado do que há de pior na política, e, pior entre todos os defeitos de um governante, incapaz de melhorar a vida das pessoas.
Apesar disso, é um grito sem consequências práticas e que, infelizmente, como atesta a sua captura por figuras desprovidas de qualquer educação ou vivência política, como artistas globais e pseudorroqueiros, tornou-se um instrumento de marketing para promover quem quer ser visto como "antenado" com a triste realidade do país capturado pelas forças reacionárias.
Hoje, o "fora,Temer" tem tanto efeito prático na mudança mais que necessária da situação quanto o "juiz ladrão" que se ouve nos campos de futebol Brasil afora - é mais um desabafo, um exercício até salutar, de catarse.
O fato é que, enquanto o "fora, Temer" ecoa país afora, o projeto de destruição da frágil democracia e do incipiente Estado de bem-estar social dos governos trabalhistas, concomitantemente à entrega das riquezas nacionais ao capital internacional e subjugação da soberania aos interesses do "grande irmão do Norte", vai de vento em popa.
Parece mesmo que, apesar de um ou outro percalço, em breve estará concluído.
Seus opositores, infelizmente, têm poucas alternativas ao "fora, Temer". De certo modo, o que fazem são somente variações inócuas da curta frase de repúdio ao golpista.
Recuperar o Brasil exige muito mais - o tempo das palavras, das ofensas, das piadas, já passou.
Toga, farda, sotaina e outras vestes
25 de Setembro de 2017, 9:34Pedro Augusto Pinho
Ouvem-se à esquerda e à direita manifestações de desagrado e revolta.
Mas as soluções, quando apontadas, parecem não cativar a população; a maioria do povo brasileiro, mesmo sofrendo, ainda não se aglutinou em torno de uma proposta, de um projeto para o País.
E sem povo, a legitimidade do apoio popular, sempre será um golpe, sangrento, camuflado por eleições fraudadas ou por outros mais sofisticados meios.
Sem que seja a verdade indiscutível, um bom começo é entender a sociedade brasileira de hoje. Diria melhor, as sociedades que habitam estes oito milhões e meio de quilômetros quadrados. Quem são os brasileiros que receberão a assistência e proteção do Estado? Como chamar estes brasileiros para decidir seu próprio destino?
Candido Mendes, em sua pitoresca linguagem, diria que há no Brasil sociedades não coetâneas
vivendo a mesma contemporaneidade.
Efetivamente, temos uma sociedade que está na mais antiga existência, em índios isolados na imensidão amazônica, que também são brasileiros e exigem nossa atenção. Temos também bolsões vivendo a escravidão, não só racial, mas da submissão absoluta ao poder tirânico de seus donos, e estes estão em várias regiões do País. E convivem com estas e outras sociedades os usuários das tecnologias PSD1, possivelmente PSD2 no próximo ano, para suas operações financeiras, como parte dos franceses, belgas, alemães e poucos outros.
E, quase sempre, a ótica imediatista nos conduz, tão somente, para as classes médias urbanas, aqui e alí alguma área rural e pronto. Faz-se para estes, se tanto, um plano de ação. Quando não, como os golpistas de 2016, que apenas operam para a banca e seus agentes.
Por outro lado, países continentais, como o Brasil – a Federação Russa, a República Popular da China, os Estados Unidos da América (EUA), a República da Índia – também populosos, multiétnicos, de Produtos Internos Brutos (PIB) superiores a um trilhão de dólares estadunidenses (USD), desenvolveram modelos institucionais distintos, quer pelas imposições coloniais quer pela evolução de suas sociedades.
Ao exemplificar com estes cinco países, já coloco algumas das restrições que nos impedem de buscar no estrangeiro um modelo: a extensão territorial, a população e a riqueza, medida por um indicador homogêneo. O acaso também mostra que estes países tem distintas concepções ideológicas, ou seja, não há uniformidade no pensamento político e institucional.
Portanto as referências tão comuns a países europeus ou americanos ou caribenhos não tem qualquer efetividade para usarmos como modelo a ser adotado no Brasil. Cabe a máxima de Ortega y Gasset: busque-se no estrangeiro exemplos, nunca modelos.
Tentemos dissecar as sociedades brasileiras buscando denominadores comuns, objetivos que sejam amplamente aplicáveis, que não violentem uma parcela dos nossos irmãos nacionais em favor de outros, sejam eles majoritários ou, pior ainda, minorias privilegiadas, como ocorre, infelizmente, no Brasil – o país das desigualdades sociais, da imoral concentração de renda, da exclusão da maioria da população da participação decisória sobre seus próprios destinos.
Como preliminar, coloco que a importação ideológica – seja liberal, seja religiosa, seja marxista – será sempre redutora de um projeto abrangente, da efetiva construção nacional. Mas, sem dúvida, iremos nos valer do instrumental metodológico que estas e outras filosofias proporcionam.
Primeiramente precisamos reconhecer que o brasileiro é mestiço. Isto não é novidade, mas dá, para certas comunidades, o sentimento de inferioridade, buscando macaquear europeus e estadunidenses, por simples ignorância, por desconhecer a história, nossa e deles. Além deste preconceito racista, há a profunda ignorância que a pedagogia colonial, aplicada em nosso País desde a chegada dos primeiros europeus, vem construindo e a comunicação de massa reforçando.
O grande projeto nacional, em minha modesta opinião, é a construção da cidadania.
Para este projeto, que não se esgota numa única ação e exige continuidade, é necessário que todos seus programas sejam discutidos e explicitados amplamente, para atingir integralmente a população brasileira, e constituam também um plano de ação política, referendado pelo voto popular.
O que significa? Como se desdobra? Como se obtém recursos para ele?
Começo conceituando o cidadão. Não uma ideia vaga, referencial, mas de efetiva realidade, objeto de dispositivo legal, normativo. Cidadão é um par, isto é, um igual. Cidadania é a paridade, que permite a participação de todos em igualdade de condições como pessoa humana e brasileira.
Temos neste conceito a única restrição, ser cidadão é, para nosso projeto, ser cidadão brasileiro. O que não exclui que em outros países haja seus cidadãos, britânicos, cubanos ou seja lá quem for.
Para que o cidadão seja um par, um igual, é preciso que se lhe garanta esta condição. E apenas o Estado, com seu poder representativo de todos, pode e deve garantir esta condição. Deste modo, os programas para a construção da cidadania são cláusulas pétreas e para suas execuções haverá, também irredutíveis, recursos orçamentários, humanos e materiais.
Isto já diferencia este projeto das execuções orçamentárias hodieranas, impostas pela banca, que são
as dívidas financeiras que tem precedência nos gastos públicos. Do orçamento público, o projeto “construção da cidadania” será destacado e permanente. Daí deve decorrer, como uma consequência, a reforma tributária, garantidora destes recursos.
A construção da cidadania, mesmo sendo um projeto global, com execução simultânea de todos seus programas, deve ser decomposto, não apenas para a organização e gerenciamento técnico, mas para melhor entendimento e vinculação sistêmica.
Em outras palavras, este projeto é um sistema com diversos subsistemas que se entrelaçam e envolvem quase toda ação do Estado. É verdadeiramente um projeto nacional, que decorre de um Estado Soberano, democrático, justo, pacífico e que se expande em todas as dimensões: econômicas, tecnológicas, científicas, sociais, políticas, culturais, ecológicas e, sobretudo, humanas.
Passemos aos três grupos de ações que sustentam a construção da cidadania: a existência, a consciência e a vocalização.
O primeiro grupo – a existência – é constituída de diversos programas que garantem a vida digna para todos os cidadãos.
O programa de renda mínima não é novidade e vem sendo adotado, como inibidor de explosões sociais, até por governos liberais. Ele garante a todo cidadão brasileiro um valor mensal, referenciado ao salário mínimo, que lhe permita viver. Mas este grupo da existência também prevê o atendimento à saúde, nos moldes definidos em 1988 pela Constituição Federal. Igualmente a moradia, que pode ser desenvolvida como no Programa Minha Casa Minha Vida, ou como adotado em Singapura, de aluguel por contrato centenário com o Estado. Há outros modelos que também já foram testados e se mostraram eficazes, sem que algum invalide outro. Todo os programas de saneamento público também seriam incorporados neste grupo da construção da cidadania.
O segundo grupo – a consciência – trata da formação do cidadão. Não se esgota, nem deve ser avaliado pelo adestramento para o exercício de funções econômicas. A principal meta dos programas deste grupo é o desenvolvimento da autoestima, da consciência da nacionalidade, da valorização das culturas nacionais. Embora o processo educacional seja um fio condutor, o programa da consciência abrange todas vertentes da vida – cognitiva, mental, moral – e o reconhecimento. Ensina-se a aceitar as diferenças, a entender o outro, a optar pela paz e pela dignidade. As multiplicidades de trabalhos deste grupo o colocam como de grande importância para construção da cidadania.
O terceiro grupo – a vocalização – vai exigir a retomada pelo Estado da pesquisa científica e tecnológica no campo da informática, do desenvolvimento de hardwares e softwares brasileiros e da não renovação das concessão e da alteração das leis que as regem para canais de rádio e televisão. O Estado não será o único meio de comunicação de massa, a imprensa escrita continuará livre, mas não será mais permitido que interesses estrangeiros usem a comunicação de massa no Brasil para defesa de seus objetivos. E deverá ser amplamente facilitada e valorizada a comunicação pelos canais virtuais, de sorte que todos os cidadãos possam manifestar suas ideias, reivindicações, propostas e ter a atenção dos poderes públicos. Esta será a área de maior mudança do conjunto de programas para formação da cidadania.
Este projeto pode ser qualificado como humanista contemporâneo e se opõe ao liberalismo do século XVIII, na roupagem do século XX, que tem vigido no Brasil desde 1990. Ele coloca a solidariedade no lugar da competitividade, para a formação da sociedade, ou seja, da união e não da oposição entre as pessoas. Ele não é uma proposta de implementação de ideologias dos séculos anteriores, nem mesmo poderia ser chamado de esquerdistas, uma vez que mantém o sistema capitalista de produção. Apenas o regula em favor do povo e não de uma casta de privilegiados, como tem ocorrido em toda nossa história: o mercado ditando as leis para o Estado.
Será, então, o cidadão livre, consciente, sem dono, que conduzirá o processo civilizatório brasileiro. Assim, podemos entender que a construção da cidadania é um projeto inaugural, um projeto que libertará o Brasil das amarras coloniais, e, sem discriminar pessoas, sociedades, nem ideais, construirá a civilização brasileira.
(Pedro Augusto Pinho é avô e administrador aposentado)
O Febeapá está mais vivo do que nunca
22 de Setembro de 2017, 9:40Baratas infestam o Palácio do Planalto.
Ministro da Saúde acha que o Brasil tem hospitais demais.
Governo discute o fim do horário de verão.
General ameaça com intervenção militar - e "juristas" debatem se ela é constitucional.
Deputado que obrigar rádios a executar músicas "religiosas".
Juiz proíbe exibição de peça teatral porque, em sua opinião, ela ofende "valores" familiares e religiosos.
Polícia invade e retira quadro de exposição.
Estudantes secundaristas que iam gritar "fora, Temer" em manifestação são processados por terrorismo.
Empresas se filiam a empresa de lobby do prefeito paulistano.
O mesmo prefeito afirma que não é preciso estar em São Paulo para governá-la.
Nova procuradora-geral da República assume cargo com discurso anticorrupção ao lado de presidente da República investigado por crimes variados - corrupção, entre eles.
O mesmo presidente não se importa em discursar platitudes na ONU e ser fotografado em companhia de abundantes caspas.
Sem alarde, sem discussão, esse nosso minúsculo presidente assina protocolo que entrega segredos nucleares do país a agentes internacionais.
Juiz de 1ª Instância assume poderes de ministros do Supremo Tribunal Federal, interpreta a Constituição a se bel prazer, atropela leis e regulamentos, toma para si as funções de investigador e promotor, destrói empresas e reputações, aniquila milhares de empregos, persegue sem pudor um partido político, incluindo o ex-presidente da República que é o seu símbolo - se torna, na prática, a mais temida e poderosa figura da República.
Uma pena Stanislaw Ponte Preta, criador do Febeapá, o Festival de Besteiras que Assola o País, ter vivido na época errada.
O fim da recessão e o candidato ideal
21 de Setembro de 2017, 16:09Carlos Motta
1) O ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, disse, em Nova York, que o Brasil saiu da “pior recessão da história” e que este é o momento de investir no país. “Agora é o momento que a economia vai começar a crescer, mas os preços ainda não refletem essa retomada”, disse.
2) O Banco Central aumentou a projeção para o crescimento da economia neste ano. A estimativa para a expansão do Produto Interno Bruto (PIB), a soma de todos os bens e serviços produzidos no país, foi ajustada de 0,5%, estimativa de junho, para 0,7%, de acordo com o novo Relatório de Inflação. “A revisão positiva reflete, principalmente, o desempenho do PIB no segundo trimestre, superior à mediana das expectativas do mercado”, diz o relatório.
3) A prévia da inflação oficial, medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo – 15 (IPCA-15), ficou em 0,11% em setembro. A taxa é inferior ao resultado de agosto deste ano (0,35%) e de setembro de 2016 (0,23%). Esse também foi o menor resultado do IPCA-15.
4) O diretor de Política Econômica do Banco Central, Carlos Viana de Carvalho, considera que a população já começa a ver sinais de melhora na economia brasileira. Ao apresentar o Relatório Trimestral de Inflação, ele destacou a melhora no poder de compra. “Algo que as pessoas sentem no bolso quando saem para fazer compras no supermercado; elas sentem que o salário está com poder de compra melhor”, disse. Acrescentou que as notícias sobre o mercado de trabalho também são melhores. “O dia a dia vai mostrar essa melhoria da economia permeando a vida das pessoas”, opinou. Ele também citou que o crédito para pessoas físicas já dá sinais de melhora, com redução do spread (diferença entre taxa de captação de dinheiro e a cobrada dos clientes nos empréstimos).
Em vista de tantos fatos alvissareiros, é de se supor que, daqui em diante, a popularidade do insigne Dr. Mesóclise vá subir às alturas, e o seu nome seja o escolhido para resolver o problema de sua sucessão à Presidência da República.
Como se sabe, os apoiadores de seu projeto de governo estão se descabelando a cada pesquisa de intenção de voto divulgada, nas quais se consolida a disputa entre o deputado fascista e o ex-presidente trabalhista, nenhum dos dois ao agrado dos ideólogos deste Brasil Novo.
Portanto, nada mais normal que os homens de bem se unam numa cruzada cívica e espalhem, desde já, o bordão que certamente vai entusiasmar todo o país: Fica, Temer!








