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Segundo Clichê

February 27, 2017 15:48 , par Blogoosfero - | 1 person following this article.

Uma elite sem cérebro, um país sem futuro

July 12, 2017 16:12, par segundo clichê


A aprovação da tal "reforma trabalhista" pelo Congresso e a condenação do ex-presidente Lula num dos sabe-se-lá quantos processos abertos contra ele para impedi-lo de concorrer na eleição presidencial  - se houver - de 2018, acabaram por provar, inequivocamente, o quanto a chamada "elite" brasileira é desprovida das famosas "pequeninas células cinzentas" tão prezadas pelo famoso e imortal detetive Hercule Poirot.

Se não, vejamos.


A começar pela "reforma trabalhista", tão desejada pelos patrióticos e supercompetentes empresários brasileiros.

Não é preciso ser nenhum especialista em economia para entender que o fim da CLT vai trazer muito mais malefícios que benefícios ao país - nem é preciso dizer que para o trabalhador é uma catástrofe.

O senador João Capibaribe (PSB-AP) fez um ótimo resumo do que o tal projeto de "modernização" das relações trabalhistas vai provocar, logo depois de ele ter sido aprovado:

"Essa reforma trabalhista não tem uma vírgula a favor do trabalhador. É uma reforma unilateral e é burra, porque é recessiva. A renda do trabalhador vai despencar. E nós aqui estamos surdos, não enxergamos o óbvio."

Segundo ele, a queda da renda levará à diminuição do consumo e da arrecadação da própria Previdência Social. "Este Congresso brincou com a democracia. Não se sai da crise agradando só a um  lado", disse.

Vamos agora ao segundo ponto, a condenação daquele que uma boa parte da sociedade, para achincalhá-lo, colocou nele vários apelidos depreciativos - "Nine", "Brahma", "Molusco" e "Apedeuta" são alguns dos mais ternos -, sintoma do ódio profundo, visceral e patológico, que nutre por sua figura.

A sentença do juiz paranaense é, talvez, uma das peças mais aviltantes da história do direito universal, mas nem é essa a questão que aponta para a sua imbecilidade - pelo menos do ponto de vista daqueles que tramaram e executaram o golpe que liquidou com o pouco de democracia que havia no Brasil.

Ora, Lula é talvez a maior liderança popular que este país conheceu e se há milhões que o odeiam, há outros tantos que o idolatram.

Condená-lo sem provas, apenas por convicções, num processo claramente político, é transformá-lo num mártir.

Não há como prever a reação dessas pessoas que veem nele a única esperança de uma vida melhor.

Fora isso, mesmo que, graças à condenação, Lula fique impedido de concorrer à presidência da República em 2018, não existe a menor garantia de que um candidato apoiado por ele não se eleja. 

Se a intenção não foi essa, mas simplesmente a de humilhá-lo, assassinar a sua reputação, jogá-lo no picadeiro do circo de horrores apreciado por parte da classe média e burguesia do país, o resultado é ainda mais pífio: o deleite pela sua condenação será apenas e tão somente dessas pessoas; do outro lado estará uma massa cada vez mais revoltada com a farsa de uma justiça que pune apenas pobres, pretos, putas e petistas.

Os dois episódios demonstram mais uma certeza: o Brasil está muito longe de se transformar numa nação civilizada e talvez o seu destino seja mesmo o de continuar a ser um gigante bobo, uma colônia dos interesses do grande capital internacional, um imenso Zimbábue, um inferno de pobreza, injustiça e desigualdade. (Carlos Motta)



Capital e trabalho, finalmente de mãos dadas

July 12, 2017 10:11, par segundo clichê


Todas as vezes que o pessoal do sindicato dos jornalistas ia visitar as redações onde trabalhei mais tempo em São Paulo, Estadão e Valor Econômico, para explicar como andava a campanha salarial, ou informar sobre o seu resultado, ouvia de alguns coleguinhas sempre as mesmas queixas:

- Para quê serve o sindicato? Só para pegar nosso dinheiro... Putz, que reajuste ridículo vamos ter... Também com um sindicato desses... 

E por aí afora.

Bem, com a aprovação da "reforma" trabalhista do governo golpista, acho que esses meus antigos colegas não terão mais do que se queixar.


Daqui em diante eles não precisarão mais de ouvir a turma do sindicato falar sobre a dificuldade de se promover uma campanha salarial, negociando com patrões irredutíveis que, todo ano, iniciam as conversas com propostas de nem repor a inflação, o que, na prática, significa rebaixar o salário da categoria.

Agora, esse povo que não se cansava de espinafrar o sindicato vai poder se reunir, discutir quanto quer de aumento, bater na porta do dono da empresa em que trabalham, ter uma boa conversa civilizada, e sair de sua sala, depois de tomar um cafezinho, dando pulos de alegria por ter conseguido o que queria.

Vai ser uma moleza, essa "reforma" realmente modernizou as relações trabalhistas no Brasil, acabou com a antediluviana CLT, coisa antiquada, inspiração do fascismo italiano, fora da realidade deste mundo, como dizem, "pós-moderno".

Esses meus coleguinhas que, hoje eu sei disso, antecipavam o futuro com rara precisão, devem estar neste momento exultantes com o advento dessa nova era que, certamente, vai revolucionar o relacionamento sempre conturbado, difícil e desgastante, entre o capital e o trabalho.

Daqui para a frente, quem sabe por séculos e séculos, os conflitos entre trabalhadores e patrões vão ser não somente amenizados, mas - como querem os homens de bom senso, os homens de bem -, extintos.

Finalmente eles não serão mais importunados por aquele bando de sindicalistas, a maioria certamente petralha, que interrompia o trabalho sério que faziam e atrapalhava o fluxo das ideias que resultava num texto perfeito de uma reportagem definitiva, para, ora vejam só, reclamar da intransigência dos patrões, da falta de mobilização da categoria, e outras bobagens.

Daqui em diante, tudo vai ser diferente. 

Frias, Marinhos, Civitas, Mesquitas, todos os patrões de todas as empresas de todos os tamanhos e todas as áreas, se preparem para abraçar, com os corações em júbilo, os seus sempre leais "colaboradores", doravante parceiros de uma, com certeza, trajetória direta rumo ao sucesso e à felicidade.

O Brasil Novo vai mostrar que bastará um sorriso, um aperto de mão, uma palavra gentil para que todos sejam felizes para sempre. (Carlos Motta)



As senadoras indecorosas

July 11, 2017 17:25, par segundo clichê


O senador José Medeiros (PSD-MT), que provavelmente prestou, presta e prestará relevantes serviços à nação, começou a recolher assinaturas de seus colegas parlamentares com o objetivo de ingressar no Conselho de Ética contra as senadoras da oposição que protestaram no Plenário do Senado contra a votação da reforma trabalhista. Medeiros diz não ter dúvidas de que houve quebra de decoro por parte das senadoras, que ocuparam a Mesa do Senado e impediram o presidente da Casa, Eunício Oliveira, de presidir a sessão que analisaria o projeto.

Segundo ele, a representação será oferecida também aos "insufladores" e "mentores intelectuais da baderna", sem indicar outros nomes. "Isso não é o senador Medeiros. É o corpo do Senado que está se sentindo extremamente atingido, com vergonha alheia desse espetáculo que foi dado aqui para o Brasil e para o mundo, e querem representar para que o Conselho de Ética possa se posicionar", afirmou o senador.


O Conselho de Ética, que recentemente arquivou pedido de cassação do senador Aécio Neves, multidelatado por crimes diversos em inúmeros processos, para manter a sua coerência, deveria mesmo expulsar da Casa as sete parlamentares baderneiras e indecorosas.

Afinal, para quê serve o Senado, a não ser para ratificar as negociatas feitas na Câmara dos Deputados, o local mais infestado de ratazanas por metro quadrado do universo.

Se a Câmara é um grande balcão de negócios, como um hipermercado, o Senado se assemelha mais com uma dessas mercearias de luxo, onde só entra o público classe A. Mas, no fundo, os dois são iguais: detestam o povo, detestam tudo que possa beneficiá-lo, detestam a democracia..

A confusão começou quando a senadora Fátima Bezerra (PT-RN) conduzia os trabalhos e concedia a palavra a outras parlamentares. Quando chegou para dar continuidade à sessão, Eunício Oliveira foi impedido, e o protesto continuou sendo feito pelas senadoras Gleisi Hoffmann (PT-PR), Ângela Portela (PT-ES), Vanessa Grazziotin (PCdoB-AM), Lídice de Mata (PSB-BA), Regina Sousa (PT-PI) e Kátia Abreu (PMDB-TO).

A senadora Gleisi Hoffmann disse esperar que o Senado exerça o seu papel como Casa revisora e altere os pontos da reforma trabalhista que achar necessário. "Qual o problema de o projeto voltar de novo para a Câmara? As principais prejudicadas com essa reforma trabalhista são as mulheres. São as empregadas domésticas, as mães que não vão ter mais lugar salubre de trabalho, é a questão do menor salário. É isso que vai acontecer", criticou senadora, nova presidenta do PT.



O país do calote

July 11, 2017 15:57, par segundo clichê


O Brasil Novo, este dos golpistas, é o país do calote. 

O Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) e a Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) estimam um total de 59,76 milhões de pessoas físicas negativadas no país no fim de junho – um saldo de 1,5 milhões de nomes incluídos nas listas de negativação ao longo do primeiro semestre deste ano. O número reflete as dificuldades que o cenário de desemprego elevado impõe às famílias e representa 39,6% da população com idade entre 18 e 95 anos. Em junho do ano passado, a estimativa apontava a marca de 59,1 milhões de inadimplentes.


“A estimativa de devedores vem se mantendo próxima ao patamar dos 59 milhões desde o segundo trimestre do último ano. Isso acontece porque, se as dificuldades do cenário recessivo fazem crescer o número de devedores, a maior restrição do crédito e queda na propensão do consumo por parte das famílias, provocada pela própria crise, age na direção contrária, limitando o crescimento da inadimplência”, diz o presidente da CNDL, Honório Pinheiro.

A estimativa por faixa etária indica que é entre 30 e 39 anos a maior frequência de negativados, uma vez que em junho metade dessa população (50,44%) estava com o nome incluído em listas de proteção ao crédito – um total de 17,2 milhões de pessoas. Uma quantidade significativa das pessoas entre 40 e 49 anos está inadimplente (47,79%), bem como entre os consumidores de 25 a 29 anos (46,58%).

De acordo com a estimativa, o Sudeste é a região que concentra, em termos absolutos, o maior número de negativados, somando 25,8 milhões de consumidores, o que representa 39,45% da população adulta da região.

Em seguida aparecem o Nordeste, que conta com 15,7 milhões de negativados, ou 39,34% da população; o Sul, com 7,9 milhões de inadimplentes (35,31%); o Norte, com 5,4 milhões de devedores (45,98% – o maior percentual entre as regiões); e o Centro-Oeste, com um total de 5,0 milhões de inadimplentes (43,32% da população).

O indicador do SPC Brasil e da CNDL também apresentou em junho uma variação negativa de -5,34% no volume de dívidas em nome de pessoas físicas na comparação com o mesmo mês de 2016.

Os dados de dívidas abertos por setor credor revelam que todos os segmentos mostraram retração anual do número de pendências em junho. No setor de comunicação foi onde houve o recuo mais acentuado: o número de pendências com o segmento caiu -13,13%. Em seguida, vem o comércio (-4,46%), os bancos (-2,57%) e os serviços básicos, como água e luz (-1,18%).

Em termos de participação, os bancos seguem como os maiores credores do total de dívidas em atraso no país, concentrando 48,54% do total. Aparecem, em seguida, o setor de comércio, com 20,42%, o setor de comunicação, 13,81% e os segmentos de água e luz, com 7,96% das pendências.



Golpe faz 80% dos brasileiros cortar despesas

July 10, 2017 10:39, par segundo clichê

O golpe que tirou Dilma Rousseff da presidência não deixa dúvida sobre para o quê veio: 80% dos brasileiros tiveram de fazer cortes no orçamento ao longo do primeiro semestre deste ano para lidar com os efeitos da crise, revela pesquisa do  Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) e  Confederação Nacional e Dirigentes Lojistas (CNDL).

O principal item cortado por esses consumidores foi a alimentação fora de casa, citado por seis em cada dez (57%) pessoas. Outros produtos e serviços que também deixaram de ser prioridades para o brasileiro foram a compra de roupas, calçados e acessórios (55%), gastos com lazer e cultura, como cinema e teatro (51%), viagens (51%), idas a salões de beleza (50%), e a compra de itens supérfluos nos supermercados (50%).

Para 76% dos brasileiros, a vida financeira está igual ou pior que no ano passado, e a economia do país piorou para 39%


De acordo com o balanço do primeiro semestre, para 76% dos consumidores, a vida financeira pessoal continuou igual ou pior do que no ano passado. Apenas 19% consideram que houve melhora no período avaliado. A percepção predominantemente negativa se mantém elevada em todos os estratos analisados, como gênero, idade e classe social.

A avaliação que os entrevistados fazem do desempenho da economia do país como um todo também vai na mesma direção: para 39% dos entrevistados, as condições da economia brasileira pioraram nos seis primeiros meses deste ano em relação ao ano passado, enquanto para 38%, ela se manteve do mesmo jeito. De modo inverso, apenas 19% acreditam que houve melhora ao longo do período.

Considerando a parcela de brasileiros que avaliam que o estado de suas finanças piorou ao longo do primeiro semestre, as razões relacionadas à crise ganham destaque: 34% atribuem a piora à queda da renda familiar, 32% mencionam o fato de não conseguirem mais poupar como antes, e 30% culpam o desemprego. Já entre a minoria que notou alguma melhora na situação financeira pessoal, a razão mais citada é o controle do próprio orçamento, mencionado por 37% desses entrevistados.

Outro dado que demonstra o alcance da crise é que 57% dos brasileiros passaram a fazer bicos e trabalhos extras para complementar a renda de casa. O desemprego bateu à porta de 36% dos consumidores ouvidos e pouco mais de um terço (35%) precisou recorrer a empréstimos bancários ou ajuda de familiares para organizar o orçamento. Há ainda, 26% de entrevistados que para conseguir algum dinheiro tiveram de vender algum bem.

Resultado do dinheiro mais curto é que 38% dos entrevistados foram parar nos cadastros de inadimplentes pelo não pagamento das contas. Mais da metade (51%) dos consumidores admitiram ter ficado vários meses ao longo deste ano com as contas no vermelho, e 56% não estão conseguindo pagar todas as contas em dia.

De acordo com a pesquisa, 28% dos consumidores brasileiros se encontram atualmente em atraso no pagamento das contas de água e luz. Os atrasos no cartão de crédito e no cheque especial, duas das modalidades que cobram os juros mais elevados do mercado, alcançam 31% e 16%, respectivamente. Também há falta de pagamento nos cartões de loja (26%), contas de internet (27%), telefone (24%) e TV por assinatura (21%).

Em um cenário de dificuldades, 77% dos brasileiros não conseguiram juntar dinheiro do primeiro semestre e apenas 23% conseguiram concretizar algum sonho de consumo no período. 47% dos brasileiros não acreditam que país superará a recessão ainda em 2017, e 70% acreditam na dificuldade de realizar planos

Os entrevistados também foram questionados sobre o que esperam para o segundo semestre de 2017. A maior parte (47%) mostra-se desacreditada da possibilidade de crescimento da economia brasileira ainda neste ano. Apenas 29% dos brasileiros nutrem alguma esperança de que o país volte a crescer ainda em 2017. Na comparação com o primeiro semestre, 38% acreditam que, nos próximos meses, a economia permanecerá na mesma toada, enquanto 14% acreditam que será pior. Para 30% a situação tende a melhorar até o fim do ano.

Quando a análise se detém à situação financeira do entrevistado, os números não diferem tanto: 13% acreditam que o segundo semestre será pior, 35% pensam que será igual, ao passo que outros 35% têm esperanças de que haja alguma melhora. Entre aqueles que apostam na piora da vida financeira, mais da metade (57%) justifica dizendo que a economia do país não deverá melhorar, impactando por consequência o bolso dos brasileiros. Também aparece com destaque o fato de a situação financeira estar difícil (40%), a falta de expectativa em conseguir alguma fonte de renda (34%) e o medo de ficar desempregado (16%). Dentre os 70% dos entrevistados que vislumbram um cenário de dificuldade para realizar algum plano em 2017, os mais citados são formar uma reserva financeira (47%) e comprar um carro (37%).

Receosos de que a crise se prolongue por mais um tempo, os brasileiros começam a preparar o orçamento para momentos de aperto. Nesse sentido, 25% dos entrevistados pretendem evitar, nos próximos seis meses, o uso do cartão de crédito e 23% planejam fazer mais pesquisas de preços. Há ainda, 21% de brasileiros que vão passar a dar prioridade para pagamentos à vista e 20% que vão tentar aumentar a renda com trabalhos extras.



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