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Motta

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Segundo Clichê

Febbraio 27, 2017 15:48 , by Blogoosfero - | 1 person following this article.

Metade das famílias brasileiras tem pelo menos um desempregado em casa

Marzo 16, 2017 12:26, by segundo clichê


A queda da atividade econômica e o alto índice de desemprego, consequências do golpe que afastou Dilma Rousseff da presidência da República, influenciam diretamente na vida e confiança dos brasileiros, de acordo com o Indicador de Confiança do Consumidor (ICC) medido pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil e pela Confederação Nacional dos Dirigentes Lojistas (CNDL). 

O cálculo mensal é baseado em avaliações do consumidor acerca da economia e da própria vida financeira, quanto ao momento atual e expectativas para os próximos seis meses. Numa escala de zero a 100 foram registrados 41,4 pontos em fevereiro, índice abaixo do nível neutro de 50 pontos, refletindo a má avaliação da economia. Em janeiro, foram registrados 41,9 pontos.

O subindicador de Percepção do Cenário Atual, que compõe o Indicador de Confiança, registrou 29,7 pontos em fevereiro de 2017, sendo que a avaliação da vida financeira ficou em 39,8 pontos. Já a avaliação da situação econômica atual registrou 19,5 pontos. 

Em termos percentuais, quatro em cada dez consumidores (42%) classificam a própria vida financeira como ruim ou muito ruim. Os que a consideram regular somaram 41%, enquanto 15% a consideram boa ou muito boa. Os principais motivos para a avaliação negativa são orçamento apertado e dificuldades para pagar as contas (33%), desemprego (31%) e atraso no pagamento de dívidas (15%).

Com relação à economia, 82% dos entrevistados acreditam que a situação está ruim ou muito ruim, contra somente 3% que consideram a situação boa ou muito boa. Para 14%, o quadro econômico atual é regular. 


Entre os que fazem uma avaliação negativa, a maioria relativa (49%) atribui este resultado à corrupção e ao mau uso dos recursos públicos. Outros 27% creditam ao alto desemprego e 15% disseram que os preços dos produtos aumentaram.

Apesar de o momento atual estar sendo visto com desconfiança, o subindicador de expectativas registrou 53,1 pontos em fevereiro, pouco menor dos 54,2 pontos registrados em janeiro. O que contribuiu com o dado levemente acima do nível neutro foram as perspectivas sobre a própria vida financeira, que marcaram 61,9 pontos. Quando se trata da economia em geral, o indicador marcou 44,3 pontos, mostrando que os consumidores estão um pouco pessimistas.

A maioria relativa (39%) diz não estar nem otimista nem pessimista com o futuro da economia. Os pessimistas são 37% e os otimistas 21%. Entre os que estão pessimistas, o principal motivo apontado é a corrupção, incompetência dos governantes e impunidade dos políticos (49%), seguido daqueles que acreditam que o desemprego segue aumentando (25%) e os que imaginam que a inflação não será controlada e continuará subindo (8%).

Entre os otimistas, a maior parte (40%) não sabe o porquê confiar que a economia vai melhorar, 21% acreditam que a pior parte já passou e 11% concordam com as medidas econômicas que estão sendo adotadas.

Já entre os pessimistas, os principais motivos apontados são: descrença na melhora da economia (27%), situação financeira atual estar muito ruim (20%), preços em alta (19%) e medo do desemprego (11%).

O indicador também revelou que o mau momento da economia reflete-se de várias maneiras na vida dos brasileiros. O que mais tem pesado, no entanto, é o custo de vida, mencionado por 53% dos entrevistados. O desemprego, que atinge quase 13 milhões de pessoas - segundo dados do IBGE -, foi mencionado por 21% dos entrevistados, o endividamento por 11% e a queda da renda por 10%. Somente 4% disseram que nada pesa no orçamento familiar. Ainda de acordo com o indicador, 47% dos entrevistados afirmam ter pelo menos um desempregado em casa, sendo que 21% moram com pelo menos duas pessoas nessa condição.

Na opinião dos entrevistados, o que contribui para o alto custo de vida é principalmente o aumento nos preços do supermercado (64%), aumento na conta de luz (58%) e na telefonia 38%. 



O jornalismo sem jornalistas

Marzo 16, 2017 11:32, by segundo clichê


Não me lembro de quantas vezes me emocionei com o relato, nas redes sociais, de ex-companheiros de redação que estão sem emprego, vítimas da selvageria de um sistema econômico que desrespeita os mais básicos direitos dos trabalhadores e demonstra uma crueldade doentia.

Demitir uma pessoa é um dos atos de maior violência que um ser humano pode cometer contra outro.

Essa atitude comporta dois tipos de agressão, a psicológica, por rebaixar a pessoa à categoria de cidadão de segunda classe, e a física, pois, em muitos casos, o trabalhador demitido que não consegue um novo emprego fica privado até mesmo de meios para a sua subsistência.

Jornalistas, em geral, são vistos pelo público como privilegiados que exercem uma profissão glamourosa e bem remunerada.

Talvez o estereótipo sirva para uns 5% da categoria.


Na verdade, uma redação, qualquer uma, é tocada pela "peãozada", aqueles profissionais que se matam em jornadas de 12 horas, trabalham aos sábados, domingos e feriados, topam qualquer parada, estão 24 horas à disposição das chefias - e ganham, quando muito, um salário de classe média.

Todos esses ex-colegas que perderam o emprego nestes últimos anos se enquadram nesse perfil, com um detalhe: são excelentes no que fazem, experientes e especializados em temas que demandam muito tempo para serem dominados.

Contra eles pesa ainda o fato de que bons jornalistas não costumam se dar bem em outras profissões, justamente porque investiram todo o seu esforço, físico e intelectual, naquilo que gostam de fazer.

O resultado desse movimento patronal de enxugar ou "renovar" suas redações deu como resultado aquilo que vemos hoje em qualquer um dos jornalões ou portais de notícias da internet: se não o fim do jornalismo, ao menos a sua redução a algo como um panfleto de propaganda mal escrito, primário na forma e no conteúdo, e beirando a idiotice.

Por tudo isso lamento por ver ao que foi reduzida uma profissão à qual dediquei toda a minha vida, e principalmente, pelo sofrimento imposto a tanta gente boa, que não merecia ser tratada dessa forma pelos seus empregadores. 

Força, pessoal, força. (Carlos Motta)



Em defesa da greve geral

Marzo 16, 2017 10:05, by segundo clichê


Luis Vitagliano

Em 15 de março de 2017, começou uma ampla mobilização nacional que provavelmente vai se ampliar. Para uma parte da população, isso não foi surpresa. Nas redes sociais já circulava a informação de greve geral que inevitavelmente atingiria o sistema de transportes. Assim, o trabalhador, principalmente aquele que não tem respaldo sindical, poderia justificar sua ausência devido à dificuldade de se deslocar ao trabalho. Portanto, esse é ponto nevrálgico de qualquer greve geral. Além de motoristas, cobradores e metroviários, outras categorias, como professores da rede pública estadual e municipal, servidores públicos, metalúrgicos, químicos, bancários, eletricitários e portuários conseguiram fazer assembleias e aprovar a paralisação.

Com todas as tecnologias de informação, os trabalhadores estavam bem informados sobre os motivos da paralisação e certamente a absoluta maioria concordava com eles: contra a reforma da Previdência - que determina 49 anos de contribuição e idade mínima de 65 anos para aposentadoria -,  a reforma trabalhista e a proposta de retorno da terceirização como método de contratação. 

Em São Paulo, onde a greve teve sua maior adesão, o caos que se esperava nas portas dos terminais de transporte não ocorreu. Parte importante da população aderiu à paralisação e conseguiu justificar a dificuldade de chegar ao trabalho.


Sobre isso, dois motivos se destacam nesse primeiro grande ato contra as reformas que confrontam os direitos trabalhistas: primeiro, o governador do Estado de São Paulo, Geraldo Alckmin acionou sua assessoria jurídica para entrar com uma liminar contra a greve e conseguiu na Justiça determinar a ilegalidade da paralisação do sistema de transporte; segundo, a grande imprensa entrevistou muitos trabalhadores, expondo aqueles que reivindicavam o direito de ir ao trabalho.

Sobre isso, chama a atenção como o capital (principal atingido pela paralisação) trabalha com seus tentáculos no Estado e na sociedade civil para inviabilizar o direito de manifestação dos trabalhadores e trabalhadoras, além de cercear a liberdade de manifestação.

Em primeiro lugar, ao entrar com um pedido de liminar para punir os sindicatos dos transportes, o governador Geraldo Alckmin mostra a quem serve: quer garantir a chegada dos trabalhadores e ter um discurso para condenar a greve com o intuito de obrigá-los a furar a paralisação. Em segundo lugar, temos a Justiça, que condenou os sindicatos à multa caso não garantissem os serviços de transporte. Mas, ao conceder uma liminar ao governo e multar diariamente os sindicatos pelas paralisações, a Justiça não reconhece o direito do trabalhador de protestar.

Além da defesa de aparelhos do Estado, o capital ainda conta com a defesa da grande mídia para combater a organização do trabalhador. Portanto, a cobertura midiática (principalmente televisiva) destacava, além da proibição judicial, os contratempos causados pela greve. Na tevê, as entrevistas com a população mostravam quem não conseguiam chegar ao trabalho, criando uma narrativa segundo a qual o direito a trabalhar estava sendo bloqueado pelos sindicatos. Ou seja, invertia completamente a pauta ao dizer que os sindicatos estavam prejudicando o trabalhador. E esse é o grande risco, porque tenta colocar a maioria da população contra aqueles que se propõem a defender seus direitos.

São os trabalhadores os mais prejudicados pela greve? Mesmo aqueles que querem, ao serem impedidos de se deslocarem, têm seus direitos cerceados? É preciso ter pelo menos dois argumentos na ponta da língua para responder a essas provocações. Primeiro, que ao fechar os transportes, bloquear as entradas e parar as estradas, os sindicatos permitem que os trabalhadores justifiquem sua ausência individual e seus atrasos. Muitos são trabalhadores de pequenas empresas e os chefes não perdoariam a ausência. Esses trabalhadores seriam punidos se por conta própria resolvessem encarar o enfrentamento direto ao patrão e, ao encontrarem respaldo no sistema de transportes, pode amenizar seu ato de enfrentamento. Mas o risco é que alguns desses trabalhadores achem mesmo que devem chegar ao trabalho de qualquer maneira, e existem casos em que até mesmo táxi o trabalhador procura para chegar ao trabalho, às vezes custando mais cara a corrida que o dia de trabalho. Mesmo nesses casos de sacrifício, é importante perceber que essa paralisação é fundamental por um segundo motivo: nenhum prejuízo imediato se equivale ao prejuízo futuro se as reformas da Previdência e trabalhista avançarem no Congresso.

Os sindicatos estão na defesa direta dos direitos dos trabalhadores. Lutar contra essas reformas é fundamental e cabe a essas organizações assumirem esse papel de defesa dos direitos. É um fato quase que inexorável para este momento. De outro lado, quando a agenda capital supõe que o principal problema fiscal do Brasil seja a Previdência Social, isso só se justifica com um marketing da pós-verdade: mesmo nos cálculos mais conservadores (e questionáveis), onde se consegue uma contabilidade criativa que identifica déficit na Previdência, esses déficits criados pelos economistas neoclássicos equivalem à metade dos custos da rolagem da dívida. Ou seja: o governo gasta o dobro com rentismo dos grandes bancos e do grande capital em relação ao serviço social da Previdência pública. Enquanto metade da população brasileira tem uma aposentadoria próxima ao salario mínimo, um rentista, sem trabalhar, tem 14,5% crescimento do seu capital ao ano, sem custos. Para a grande mídia, o rentismo, que favorece 0,5% da população rica e gasta 8% do PIB, não é um problema, mas 4% do PIB para 30% da população é digno de uma reforma que, se aprovada, deve comprometer o direito a aposentadoria.

Se neste caso alguém me explicar porque o Brasil tem um dos maiores juros do mundo, talvez eu consiga entender por que os problemas fiscais poderiam ser polêmicos. Até lá, é muito simples: são gastos para o serviço da dívida 8% do orçamento público para manter esse absurdo, o que é escondido pelos ricos. Para isso é preciso convencer a população de que o trabalhador é culpado por viver muito e contribuir pouco. Enquanto uns vivem sem trabalhar, outros trabalham para viver e agora devem pagar pelo tempo de vida extra conquistado.

(Luis Vitagliano  é professor universitário e cientista político; foto: Paulo Pinto/AGPT)



O Brasil de ponta-cabeça

Marzo 15, 2017 9:40, by segundo clichê


Quando um político como Paulo Maluf diz, com todo o cinismo que acumulou em décadas de vida pública, que não está na lista de Janot nem no mensalão, aquilo que era uma suposição se transforma numa certeza: o Brasil está de ponta-cabeça.

A folha corrida de Maluf é notória - e ele, de tanto óleo de peroba que já usou, nem se preocupa mais em escondê-la.


Mas seu passado pouco importa: Maluf, como proclamou em alto e bom som, não foi delatado, e assim, conseguiu um valioso atestado de bons antecedentes.

Certo que vários outros Malufs que frequentam as casas legislativas Brasil afora também não foram alvo dessa horda de alcaguetes que, de um momento para outro, invadiu os fóruns, as delegacias de polícia e o noticiário dos jornalões.

Hoje, no Brasil, ser dedo-duro é o máximo.

O X-9 virou sinônimo de gente boa, pois afinal, ele, que errou, que pecou, que roubou, não só se arrependeu de seus crimes, mas ajuda a polícia a ir atrás de tipos como ele.

E graças a esse bando de caguetas, as autoridades, os doutores, os meritíssimos, estão livrando o Brasil da praga da corrupção.

Lugar de bandido é na cadeia.

O destino de Maluf e seus semelhantes, porém, é outro, já que eles estão livres e felizes, como homens de bem que são.

A hipocrisia descobriu um porto seguro e um solo fértil neste Brasil de ponta-cabeça. (Carlos Motta)



A esquerda vitrine ataca de novo

Marzo 14, 2017 16:44, by segundo clichê


O PSol, partido criado por dissidentes do PT, informa Chico Alencar, um dos seus seis deputados federais, não vai apoiar Lula à Presidência da República - isso se lhe for permitido concorrer ao cargo em 2018.

Como se sabe, a candidata do PSol na eleição passada foi a gaúcha Luciana Genro, ex-deputada pelo PT e filha do ex-governador e ex-ministro da Justiça Tarso Genro. 

Alencar indicou que seu partido terá candidato próprio para a presidência.

Luciana é nome forte, mas o deputado não deu nenhum sinal de que ela concorrerá ao cargo.

Seja quem for, porém, o candidato do PSol, ele servirá apenas para fortalecer a direita, os golpistas, enfim.


O PSol, por mais barulho que façam seus parlamentares, é um micropartido, e nunca passará disso.

Faz parte da "esquerda vitrine", inconsequente, sem norte, sem nenhum trabalho orgânico nos movimentos sociais e sindicais, com um ou outro nome palatável para a classe média e um discurso vago e cambiante, e dependente da exposição midiática.

Luciana Genro, por exemplo, já deu manifestações públicas de apoio aos fascistas ucranianos.

Chico Alencar compareceu, dias atrás, a um regabofe patrocinado por um dos jornalistas mais antiesquerdas do país, estrela global, e onde alegremente confraternizou com o senador Aécio Neves, golpista de primeira hora.

Parece que todos esses próceres psolistas ainda não digeriram as diferenças que os afastaram do PT no passado e pautam a sua atividade política pelo ódio ao seu ex-partido.

O Brasil passa por um dos mais difíceis momentos de sua história, e o risco de que todas as conquistas sociais dos trabalhadores sejam varridas para a lata de lixo é enorme.

Numa hora dessas, tudo o que os golpistas querem é ver os progressistas divididos.

Lula pode não ser o melhor nome para unir a centro-esquerda brasileira.

Mas qualquer liderança política e social de alguma seriedade não pode pensar em outra coisa a não ser a união das forças democráticas como a principal, e talvez a única, arma para que o Brasil retome o caminho da democracia.

Há uma frase atribuída a Ulysses Guimarães que cabe perfeitamente a essa situação esdrúxula propagandeada pelo deputado Chico Alencar: “Não se pode fazer política com o fígado, conservando o rancor e ressentimentos na geladeira. A pátria não é capanga de idiossincrasias pessoais." (Carlos Motta)



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