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Segundo Clichê

Febbraio 27, 2017 15:48 , by Blogoosfero - | 1 person following this article.

Amar o Brasil é fazer do sertão a capital

Agosto 20, 2018 9:37, by segundo clichê



O cantor e compositor mineiro Vanderli Catarina, de nome artístico Vander Lee, morreu há pouco mais de dois anos, no dia 5 de agosto de 2016. Deixou uma obra original, sem preconceito com gêneros, muito criativa e poética, que se mostra cada vez mais contemporânea e certamente vai resistir à passagem do tempo.

"Onde Deus Possa Me Ouvir", uma das suas músicas mais conhecidas, por exemplo, é de uma beleza comovente.

"Do Brasil", que interpretou no programa "Sr. Brasil", de Rolando Boldrin, apresentada no vídeo, é outra composição marcante, que traz a marca de um artista sensível não só com as suas aflições, mas com as do país em que vive.

Reflete, poeticamente, algo que deveria ser muito mais explicitado pelos nossos acadêmicos, intelectuais e congêneres: o Brasil real é muito, mas muito mesmo, mais importante que o Brasil oficial, esse das autoridades em seus gabinetes com ar-condicionado.


Do Brasil

Falar do Brasil sem ouvir o sertão
É como estar cego em pleno clarão
Olhar o Brasil e não ver o sertão
É como negar o queijo com a faca na mão

Esse gigante em movimento
Movido a tijolo e cimento
Precisa de arroz com feijão
Que tenha comida na mesa
Que agradeça sempre a grandeza
De cada pedaço de pão

Agradeça a Clemente
Que leva a semente
Em seu embornal
Zezé e o penoso balé
De pisar no cacau
Maria que amanhece o dia
Lá no milharal
Joana que ama na cama do canavial
João que carrega
A esperança em seu caminhão
Pra capital

Lembrar do Brasil sem pensar no sertão
É como negar o alicerce de uma construção
Amar o Brasil sem louvar o sertão
É dar o tiro no escuro
Errar no futuro
Da nossa nação.

Esse gigante em movimento
Movido a tijolo e cimento
Precisa de arroz com feijão
Que tenha comida na mesa
Que agradeça sempre a grandeza
De cada pedaço de pão

Agradeça a Tião
Que conduz a boiada do pasto ao brotão
Quitéria que colhe miséria
Quando não chove no chão
Pereira que grita na feira
O valor do pregão

Zé coco, viola, rabeca, folia e canção
Zé coco, viola, rabeca, folia e canção

Amar o Brasil é fazer
Do sertão a capital...



Bienal do Livro de Brasília pretende romper "bolhas ideológicas"

Agosto 18, 2018 9:33, by segundo clichê


Com grandes nomes da literatura contemporânea, a 4º Bienal Brasil do Livro e da Leitura, em Brasília, pretende romper bolhas ideológicas virtuais e reais com a proposta de aproximar grupos com afinidades distintas. O evento começa hoje (18) e vai até o dia 26. 

"Hoje, pela polarização política, fragmentação das famílias, incertezas do mercado de trabalho, as pessoas acabam se fechando em bolhas e acabam entendendo os outros por meio de estereótipos", diz um dos curadores da Bienal, Sergio Leo. "As pessoas estão muito confusas e temerosas com o futuro. Acabam se reunindo não pela identidade, mas por um inimigo em comum, seja o homossexual, o imigrante, inventam espantalhos e brigam, cobrem de estereótipos e transformam grupos em verdadeiros vilões." 

O evento vai trazer pela primeira vez ao Brasil autores como o premiado nigeriano Chigozie Obioma, autor do romance Os Pescadores. Também pretende propor reflexões sobre o tema Os outros somos nós, que faz um convite "a mergulhar nas experiências alheias para sentir suas dores e desejos", como descreve a organização.

O curador explica que a intenção foi buscar autores "que fugiam do estereótipo e que fossem capazes de fazer com que os leitores alcançassem uma identificação, que entendessem melhor determinado segmento da população, seja da população negra, feminina, indígena, LGBT (Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis, Transexuais ou Transgêneros)". 

Fazem parte da programação os autores Josélia Aguiar, curadora da Festa Literária Internacional de Paraty (Flip), que segundo Sergio Leo, falará sobre o livro ainda não lançado sobre o escritor Jorge Amado; Miriam Alves, que participará da mesa O racismo na cultura; Ana Maria Gonçalves, na mesa Distopias femininas; Daniel Munduruku, que abordará o índio na literatura, entre outros.    

Além dos encontros com os autores, haverá um mercado literário. Segundo a diretora geral da Bienal, Suzzy Souza, parte dos expositores da feira de livros está participando pela primeira vez da Bienal, "trazendo mais diversidade de títulos disponíveis à venda". 

Homenageada 

A homenageada deste ano é a professora brasiliense Gina Vieira Ponte, criadora do premiado projeto Mulheres Inspiradoras, que incentiva a leitura de grandes autoras da literatura mundial e brasileira e instiga as crianças e adolescentes a contarem a própria história. A professora fará uma palestra hoje, às 19 horas.

"Os professores estão na ponta, criam leitores, estimulam o gosto pela leitura. Nem todos têm em casa pais que incentivam a ler. A escola é um espaço fundamental da criação desse gosto pela literatura", diz Sergio Leo. 

Expectativa

A expectativa da organização do evento é receber, ao longo de nove dias, aproximadamente 200 mil pessoas, superando os 180 mil visitantes recebidos em 2016. Neste ano, o orçamento da Bienal é de R$ 2,5 milhões, redução de 30% em relação à última edição, realizada em 2016.

"O Distrito Federal vive um momento muito especial no que se refere à produção literária e cultural de um modo geral, isso também facilitou. Nosso orçamento para esse ano, apesar de menor não significou uma programação menor, ao contrário, cresceu", diz Suzzy. 

Programação

A programação da Bienal conta com mais de 280 atividades: 18 mesas e mais de 40 autores convidados; mais de 25 lançamentos entre Café Bienal e Banca da Conceição, além de sarau e performances literárias, espetáculos teatrais e infantis e infanto-juvenis e exibições diárias de filmes. Dezenas de outros lançamentos acontecem, de forma autônoma, nos estandes das livrarias e editoras, distribuídos em nosso mercado literário.

Há também novidades. Nesta edição, a Bienal estreia o Espaço HQ, com a presença de nomes relevantes das histórias em quadrinhos brasileiras da atualidade; e o Espaço Z, com a participação de autores e youtubers que usam a internet como plataforma de divulgação de suas obras e compartilhamento de ideias e conteúdos.

A programação conta ainda com shows, com destaque para o Palco D’Elas, com cantoras e grupos com protagonismo feminino, além de DJs mulheres; e para o Café Bienal, com choro, jazz e música instrumental.

A 4ª Bienal Brasil do Livro e da Leitura vai até o dia 26, no Centro de Convenções Ulysses Guimarães. A entrada é gratuita mediante cadastro pelo site do evento. O cadastro vai gerar um ingresso individual válido para todos os dias da Bienal, basta sempre levá-lo impresso ou no celular. (Agência Brasil)



Show gratuito em SP homenageia Cazuza

Agosto 17, 2018 16:29, by segundo clichê


O primeiro encontro do calendário Trip Transformadores em 2018, movimento que há 12 anos homenageia pessoas que ajudam a promover o avanço do coletivo e do outro, já tem data e local: dia 25 de agosto, no anfiteatro do Parque Villa-Lobos, em São Paulo.

Nesse evento, Karol Conka, Karina Buhr, Leo Jaime, Mahmundi, Otto, Supla, Guizado, Paulo Ricardo e Sergio Guizé – artistas de diversas gerações – estarão reunidos para reviver músicas emblemáticas do repertório de Cazuza, que este ano faria 60 anos. “Ele e eu nos ajudamos muito quando a vida era um misto de sonhos e incertezas. Nossa história estará sempre unida. Fico feliz em poder homenagear este maravilhoso artista cuja obra eu fui o primeiro a conhecer e aplaudir”, diz Leo Jaime.

Além de celebrar a trajetória e a obra de Cazuza, o show, marcado para começar às 15h30 e totalmente inédito e gratuito, tem uma causa nobre: ajudar a promover o trabalho da Sociedade Viva Cazuza, instituição que ampara crianças e adolescentes portadores do vírus da AIDS, comandada por Lucinha Araújo, mãe do cantor morto em 1990 e uma das homenageadas do Trip Transformadores em 2018. "Estou lutando para que a Viva Cazuza continue suas atividades depois que eu não estiver mais aqui", diz.

A programação começa na parte da manhã, a partir das 10 horas, com uma aula coletiva de ioga da professora Aline Fernandes, reconhecida internacionalmente, e tem ainda outros destaques: cinema ao ar livre com exibição dos minidocs que marcaram a história do Trip TV e apresentação dos homenageados do ano pelo Prêmio Trip Transformadores.

A cerimônia de entrega do prêmio Trip Transformadores 2018 será no 22 de novembro no Auditório Ibirapuera.



Maria Callas em palcos de São Paulo e Porto Alegre. Digitalmente

Agosto 17, 2018 16:22, by segundo clichê


Em outubro, chega ao Brasil Callas in Concert – The Hologram Tour. Avançada e inovadora tecnologia permite dar vida à maior celebridade da ópera do século 20, Maria Callas. As apresentações serão no dia 16 de outubro, no Espaço das Américas, em São Paulo, e no dia 18 de outubro, no Auditório Araújo Vianna, em Porto Alegre.

Por meio de projeção digital a laser, Callas é recriada digitalmente nos mínimos detalhes. Seu holograma tridimensional surge no palco, acompanhado por uma orquestra ao vivo, e a voz da cantora, que dominava o canto lírico com perfeição, está presente em gravações originais digitalmente remasterizadas, 40 anos após seu falecimento. Uma encenação requintada para um show único e inesquecível, em que a plateia é envolvida pela elegância de sua presença, dos mínimos movimentos de suas mãos a seus gestos faciais mais sutis, até o poder de sua voz.

Callas in Concert – The Hologram Tour permite que o público vivencie a força emocional da maior soprano de todos os tempos. Esse conceito único de performance foi dirigido  por Stephen Wadsworth (Masterclass) da The Juilliard School, um veterano dos salões onde Callas reinou suprema, incluindo o La Scala, o Met e o Covent Garden.

“O show vai agradar gerações de plateias que nunca experimentaram Callas e que podem saber pouco sobre ela, além de sua reputação, bem como amantes de ópera que estão muito familiarizados com seu trabalho, suas gravações e sua complexa história de vida”, disse Wadsworth. “Tivemos a oportunidade de fazer a curadoria de um dos maiores artistas do século 20, e devemos fazer isso com muito cuidado – de seu repertório fantasticamente diverso à sua linguagem gestual reveladora e seu complicado relacionamento com seu público. Estamos todos de maneiras diferentes perto da influência de Callas, porque o trabalho dela teve um impacto enorme em todos os artistas que trabalham com música, ópera, teatro e moda."

Maria Callas morreu precocemente, com apenas 53 anos, em setembro de 1977, mas continua sendo a diva operística, a soprano descendente de gregos nascida nos Estados Unidos, que definiu e até redefiniu a ópera no século 20 e que nunca perdeu lugar entre os artistas clássicos mais vendidos no mundo.

A trilha sonora Callas in concert – The Hologram Tour será lançada, em setembro, pela gravadora Warner Classics, que também desenvolveu o primeiro site oficial de Maria Callas - www.maria-callas.com - que foi concebido para mostrar a importância cultural e musical da cantora, como incentivar a pesquisa de sua vida e obra.



Como era boa a Editoral Abril

Agosto 17, 2018 10:54, by segundo clichê


Carlos Motta

Essa Editora Abril que entrou em recuperação judicial para evitar a falência e tem promovido cortes massivos em seu quadro de funcionários em nada se assemelha à Editora Abril que acompanhou a minha infância, juventude e parte da vida adulta - acompanhou e, de certa forma, foi o alicerce de minha formação cultural.

A Abril de hoje, essa empresa que se vale de um público ultrarreacionário para se manter de pé está a anos-luz daquela empresa inovadora e corajosa que foi responsável pela difusão em massa do melhor da literatura, artes plásticas, música erudita e popular, do conhecimento científico e enciclopédico e, pasmem, do pensamento filosófico!

Não é exagero dizer que a Abril faz parte da minha vida desde algumas de minhas mais longínquas lembranças, como a de meu pai, o saudoso capitão Accioly, ao meu lado, me mostrando e lendo os coloridos quadrinhos do Pato Donald e do Zé Carioca - alguns exemplares dos gibis ainda estão comigo...

Depois dos gibis, em plena adolescência, veio a Veja, não essa coisa horrorosa de agora, mas a revista dos sonhos, gráfica e editorialmente, um primor de texto e informação, uma aula de jornalismo, que certamente foi uma das mais fortes razões para, aos 16 anos, ter ingressado de corpo e alma nessa profissão.

E enquanto a Veja ia me pondo a par do que acontecia no mundo, em várias áreas, a Abril cuidava de minha formação cultural, com a coleção dos Mestre da Pintura, dos Imortais da Literatura Universal, com os fascículos de música popular brasileira, de jazz, de ópera... 

O jornaleiro da banca de revistas perto do Jornal de Jundiaí, onde trabalhei alguns anos, fazia o favor de guardar para mim os fascículos que saíam todas as semanas, e que eram compulsivamente consumidos assim que chegava em casa - meus aparelhos de som 3 em 1 que o digam.

Bem, essa Abril está morta e enterrada há muito tempo e deixa uma profunda saudade.

Já essa outra, à beira da falência, colhe os frutos que plantou nos anos todos em que se dedicou a espalhar o preconceito e o ódio de classes na sociedade brasileira.

Por essa não haverá saudade, mas sim aquele sentimento, com um gostinho de vingança - ou de justiça - de "bem feito, que se dane".



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