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Motta

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Segundo Clichê

27 de Fevereiro de 2017, 15:48 , por Blogoosfero - | 1 person following this article.

Projeto pretende retomar carreira da "Deusa Negra do Samba Rock"

15 de Março de 2019, 10:14, por segundo clichê


O Coletivo Sindicato do Samba, que reúne sambistas, músicos, produtores, jornalistas e pesquisadores da música popular brasileira, depois de auxiliar o Bloco Amigos do Wilson Alicate a concretizar o projeto que tornou viável, por meio de financiamento coletivo, a gravação do CD "Tá com Medo Tabaréu?", último trabalho de Wilson Moreira, morto no ano passado, está agora tentando arrecadar recursos para a gravação de um álbum com a cantora e compositora Geovana, que ficou conhecida na década de 70 do século passado como "A Deusa Negra do Samba Rock".

O disco resultante do projeto, "Geovana/Brilha Sol",  terá repertório de músicas inéditas e autorais. Dessa maneira, o principal objetivo do projeto é lançar e reintroduzir a sambista Geovana ao cenário musical, depois de mais 30 anos depois de seu último trabalho e longe dos estúdios.

Conhecida nas décadas de 1970 e 80 por seu talento como compositora, Maria Teresa Gomes nasceu na Tijuca, no Rio de Janeiro, no ano de 1948 e ficou conhecida artisticamente como Geovana. Cresceu no Morro do Laboriaux, na Rocinha, e aprendeu com a família os toques do candomblé, seguindo no caminho da música e despontando como vencedora na Bienal do Samba com a música de sua autoria "Pisa Nesse Chão comFforça", no ano de 1971.

Geovana ficou conhecida por ser "A Deusa Negra do Samba Rock" a partir do sucesso do seu primeiro LP, gravado em 1975, "Quem Tem Carinho me Leva". Ao longo da sua trajetória, a artista teve músicas gravadas por nomes importantes como, por exemplo, Clara Nunes, Wilson Simonal e Martinho da Vila, e participou de importantes momentos históricos como os encontros e apresentações do Teatro Opinião, no Rio de Janeiro, no fim da década de 1960.

São de sua autoria clássicos do cancioneiro popular como "Irene", canção que ganhou fama na interpretação do conjunto Fundo de Quintal, e "Beijo Sabor Cerejeira", um samba rock do qual Geovana se tornou uma referência, assim como do partido alto, subgênero do samba.

Depois da gravação do seu segundo trabalho solo, em 1987, Geovana caiu no esquecimento e ostracismo. No início dos anos 2000, a cantora mudou-se para São Paulo, onde começou a trabalhar como segurança numa casa noturna no centro da cidade. Foi neste período que a compositora restabeleceu laços e se aproximou do Batalhão da Vagabundagem, movimento de samba paulistano, e também do Coletivo Sindicato do Samba, grupo que iniciou um processo de reestruturação pessoal e da carreira de Geovana.

Geovana nunca deixou de compor. Dessa maneira, após mais de 30 anos longe dos estúdios e com 70 anos de vida, a compositora tem muito para mostrar. E é justamente desse processo que nasceu o projeto Brilha Sol, que reúne músicas inéditas e tem previsão para lançamento em junho de 2019, quando a cantora celebra aniversário.

O trabalho contará com o apoio dos músicos do Conjunto Tataruê, grupo que acompanha Geovana nos últimos anos, e também terá participações especiais de nomes consagrados e importantes da música brasileira, como Adelzon Alves, Fabiana Cozza, Luiz Grande e Curumin, entre outros.

Por ser um trabalho independente e sem nenhum tipo de apoio, o projeto "Brilha Sol" viu no modelo de financiamento coletivo a saída para concretizar e realizar a gravação do novo CD de Geovana. As contribuições partem de R$ 15 e vão até R$ 15 mil e cada uma delas oferece um pacote de contrapartidas, com presentes, prendas e experiências únicas e especiais.

A campanha só é bem sucedida se a meta mínima for atingida. Caso contrário, todo valor arrecadado é devolvido aos benfeitores e benfeitoras.

O Coletivo Sindicato do Samba nasceu em 2012 e reúne sambistas, músicos, produtores, jornalistas e pesquisadores da música popular brasileira que lutam pela valorização dos mestres e mestras da cultura popular. Desse modo, o principal objetivo do movimento é valorizar, promover e acompanhar os velhos compositores e compositoras que estão vivos.

O endereço do projeto Geovana/Brilha Sol é:

benfeitoria.com/GeovanaBrilhaSol?ref=benfeitoria-pesquisa-projetos



Criolo estreia novo show em São Paulo

14 de Março de 2019, 9:51, por segundo clichê


Criolo estreia o show "Boca de Lobo" no Espaço das Américas  (Rua Tagipuru, 795 - Barra Funda - São Paulo - SP), nesta sexta-feira, 15 de março. No palco, ele traz uma espécie de retrospectiva de sua carreira, em toda sua potência de crítica misturada aos gêneros que abraça desde sempre. 

O novo show de Criolo vem a reboque da música e videoclipe cinematográfico "Boca de Lobo", lançados em outubro de 2018. Apesar do momento polarizado, Criolo retornou ao rap para narrar as circunstâncias atuais de maneira propositiva e não só pela reação crítica. 

Com uma formação completamente nova, os shows da nova turnê trarão Criolo acompanhado de seu parceiro de longa data DJ DanDan, e de três produtores multi-instrumentistas no palco, Bruno Buarque, Dudinha e Daniel Ganjaman, a irmandade constante que vem acompanhando e permeando toda a sua história artística.

No repertório, além de músicas novas e outras nunca antes apresentadas ao vivo, estarão todos os maiores e mais emblemáticos sucessos de distintos momentos musicais de Criolo, apresentados em um formato inédito num híbrido entre eletrônico e instrumentos orgânicos, um caminho que dialoga diretamente com a linguagem musical do rapper ao longo de seus trabalhos. 



Livro disseca arte da coreógrafa Pina Bausch

14 de Março de 2019, 9:31, por segundo clichê


Há momentos em que a arte revoluciona a linguagem, sintetiza diferentes suportes e formas de expressão e atravessa o tempo. Como apresenta o pesquisador do Núcleo de Estudos em Arte, Mídia e Política da PUC-SP, Miguel Chaia, no livro Pina Bausch, publicado pela Sesi-SP Editora e Edições Sesc São Paulo, que será lançado nesta quinta-feira, dia 14, a partir das 19h30, no Sesc Campinas, o autor, Fabio Cypriano, expõe os meandros do processo criativo da artista e interpreta minuciosamente o esforço individual e coletivo para a produção da coreografia tendo como base o Brasil − Água. Durante o evento, haverá um debate com Fabio Cypriano, Morena Nascimento e Sayô Pereira sobre Pina Bausch, com mediação de Dani Scopin. 

Água foi criada a partir de viagens da companhia Tanztheater Wuppertal – fundada pela coreógrafa Pina Bausch – a São Paulo e Salvador, no ano 2000.

Para a realização deste livro, também foi essencial a parceria com o fotógrafo belga Maarten Vanden Abeele, que acompanhava regularmente a companhia e podia apresentar imagens de praticamente todas as criações. 

A última produção de Pina Bausch estreou no dia 12 de junho de 2009 e pouco mais de duas semanas depois, no dia 30 de junho, ela morreu, aos 68 anos, surpreendendo o mundo da arte.

Ao contrário de outros coreógrafos que planejam como suas companhias devem ser encerradas, Pina não deixou testamento. Mas não foi necessário. Passados quase dez anos, o Tanztheater Wuppertal, que ela dirigia desde 1973, segue vivo. O agora Tanztheater Wuppertal Pina Bausch apresenta-se com temporadas regulares nos mesmos teatros onde sempre esteve presente, em Wuppertal, Paris, Londres e Nova York, além de outras cidades de forma mais esporádica, como São Paulo, Tóquio e Atenas, entre tantas outras.

Em 2009, o filho da coreógrafa, Salomon, criou a Fundação Pina Bausch, sediada em Wuppertal. A instituição trabalha desde a organização do arquivo das 53 peças criadas por Pina até a montagem de exposições com o acervo de figurinos, cenários, fotos e outros elementos.

Grande figura da dança alemã no século XX, Pina não foi vista apenas nos palcos. Em 2011, Wim Wenders lançou “Pina Bausch”, que se tornou um fenômeno nos cinemas, tendo até concorrido ao Oscar.

O autor do livro, Fabio Cypriano, é crítico de arte e professor no departamento de Jornalismo da PUC-SP. Fez seu doutorado sobre Pina Bausch, com parte da pesquisa realizada em Berlim, entre 1997 e 2000, na Humboldt-Universität. Em 2017, concluiu pós-doutorado, na USP, com o tema A Elite Paulista e a Bienal de São Paulo. Em 2016, foi co-organizador de Histórias das Exposições, Casos Exemplares (Educ); em 2018, organizou Histórias das Exposições, Debates Urgentes (Estação das Letras e Cores).

O fotógrafo Maarten Vanden Abeele nasceu em 1970 em Bruxelas e foi criado em Antuérpia. Desde 1993, vivendo entre a Bélgica e a França, dedica-se à fotografia e a viajar pelo mundo, realizando reportagens e trabalhos autorais sobre os grandes teatros europeus e japoneses. É autor de Pina Bausch (Éditions Plume, 1996) e coautor de Jan Fabre (Actes Sud, 2005), entre 



Exposição revela dimensão da obra de Cristiano Mascaro

12 de Março de 2019, 9:11, por segundo clichê


O Sesc  Pinheiros, em São Paulo, recebe, de 29 de março a 23 de junho de 2019, a exposição  “O que os olhos alcançam – Cristiano Mascaro”, que reúne cerca de 180 imagens do acervo do fotógrafo e de outras instituições, e traça um amplo panorama da trajetória do artista, atuante há 50 anos na cena fotográfica paulistana, brasileira e internacional.

A mostra revela fotografias e documentos variados que apontam os diversos caminhos percorridos por Mascaro. A exposição se organiza em diferentes núcleos, que criam uma espacialização sem ordem cronológica, mas quando articulados dão a exata dimensão de sua obra.

Mascaro teve como referências no início de sua carreira os trabalhos dos fotógrafos Henri Cartier-Bresson, Robert Frank, a coleção da revista Life e o poeta André Breton, entre outros. Com Breton, compartilha a proposição “a rua é o único campo legítimo de experiência”. Relativizando a afirmação, nota-se que Mascaro procura no seu caminhar por ruas, becos e praças das diferentes cidades onde passou o momento exato de fotografar algo inusitado.

“Fiquei entusiasmado com a possibilidade de viver fotografando o mundo de forma leve, descontraída e sincera”, ressalta Mascaro. E assim, foi revelando passo a passo esse processo que captura a crônica do cotidiano, a combinação das geometrias, o refinamento da cópia em preto e branco e sua permanente inquietação – do homem e do espaço urbano.

Mascaro carrega uma sensação nostálgica quando se refere às ruas da cidade, citando a Avenida São João com carinho, lembrando sua juventude quando passeava pelo centro. “São Paulo é uma referência porque vivo aqui. Ela não te deixa sossegado, para o bem ou para o mal. É uma cidade que te coloca sempre questões. É desafiadora e encantadora. Por ela ter características tão opostas, ela se torna muito interessante”, diz.

O processo curatorial da exposição, pelas mãos do pesquisador e curador Rubens Fernandes Junior, coloca as principais linhas de ação do percurso técnico e estético do artista visual. “Ao selecionar as fotografias dentro de um repertório eclético e versátil, trabalhamos com a possibilidade de elencar algumas potências que sua trajetória permite vislumbrar, por exemplo: a questão técnica (analógico e digital); diferentes câmeras e formatos (negativos 35 mm, 6x6, 6x9, matriz digital); a história do Brasil (ciclo da cana, do ouro, da borracha, do café); as questões políticas (centrada no início de sua trajetória no fotojornalismo); a arquitetura e os principais arquitetos do Brasil e do exterior; múltiplas narrativas e a influência da literatura em seu trabalho; as principais influências – Henri Cartier-Bresson, Robert Frank, G.E. Kidder Smith, entre outros; a história da fotografia, de São Paulo e de outras cidades por meio da arquitetura”, explica.

Além das fotografias, a exposição conta com vitrines em que são exibidos documentos originais (em sua maioria), que trazem evidências das relações afetivas e profissionais que Cristiano Mascaro vem mantendo ao longo de toda sua jornada. Cartas e bilhetes (como de Antonio Candido, Paulo Mendes da Rocha, Thomaz Farkas, Richard Serra, Lew Parrella, entre outros), além de catálogos, livros, capas de revistas, cartazes, convites de exposições, anotações, cópias vintage e retratos com amigos.

A exposição se configura em vários núcleos (grupo de imagens) que se conectam e criam uma espacialização sem ordem cronológica, destacando a diversidade e a criatividade do artista. São eles:

ENFOCO – Em 1975, Cristiano Mascaro realizou sua primeira exposição – Paisagem Urbana – na Galeria da Escola Enfoco de Fotografia, de Clodi Kubrusly e sua mulher Anucha Kubrusly. Após a experiência com o fotojornalismo, buscou um espaço para sua fotografia mais autoral e percebeu que a cidade de São Paulo era o cenário ideal para andar e fotografar anonimamente. Na ocasião, declarou: “para mim fotografia é uma maneira solitária e sorrateira de bisbilhotar por aí.”

FORMAÇÃO DO OLHAR – Desde o dia em que o jovem estudante de arquitetura Cristiano Mascaro se comoveu diante das imagens do livro Images à la Sauvette, do consagrado fotógrafo Henri Cartier-Bresson, nunca mais deixou de pensar o mundo por meio das imagens. Aprendeu minimamente a técnica e foi estimulado por professores da FAU-USP, entre os quais João Xavier, que lhe emprestou uma câmera Pentax para documentar suas viagens – tomou o "trem da morte" e foi até o Peru e Bolívia, depois Salvador e Ouro Preto. As viagens foram importantes para perceber a fotografia como um ato solitário e para aguçar sua curiosidade com a vida cotidiana.

FOTOJORNALISMO – Por indicação de Cláudia Andujar, Cristiano integrou o pioneiro time de fotógrafos da revista Veja, cuja primeira edição é de setembro de 1968. Aprendeu na rua e na lida diária a conquistar seu espaço para realizar a melhor fotografia possível. Como afirma, foi atuando no fotojornalismo que “aprendi a ser esperto, rápido e eficiente”. Sua primeira grande reportagem – “a mais emocionante e perturbadora” – foi em Cochabamba, Bolívia, no enterro do general Barrientos, um ditador latino-americano na época muito respeitado pelo povo.

BRÁS – Cristiano Mascaro e Pedro Martinelli, após algumas visitas ao Brás, propuseram à Comissão de Fotografia da Secretária Estadual de Cultura a realização de um ensaio fotográfico para documentar as transformações urbanas que seriam realizadas no bairro paulistano na década de 70. Cristiano Mascaro assume que foi este ensaio que definiu sua fotografia. No meio do processo, passou a usar uma câmera Hasselblad – mais pesada, no tripé, formato quadrado 6x6 cm com o visor invertido, diferente da câmera 35 mm. Sua fotografia passou a incorporar outros aspectos do cotidiano.

BOM RETIRO E LUZ – Em 1976, a então diretora da Pinacoteca do Estado, Aracy Amaral, convidou Cristiano Mascaro para realizar um ensaio sobre as proximidades do museu. O objetivo do projeto era atrair a comunidade e dar visibilidade ao entorno. Assim nasceu Bom Retiro e Luz: um roteiro. Foi sua primeira experiência de adentrar um universo desconhecido, conviver e aprofundar as micro-histórias de cidadãos anônimos daquela região de características bem específicas, de trânsito urbano intenso, de chegadas e partidas na Estação da Luz.

RETRATOS – Ao se aproximar dos transeuntes, Cristiano tenta entender melhor aqueles que vivem seu tempo naquele espaço e tenta captar o fantástico no real, sempre sob uma implacável curiosidade.

SÃO PAULO – Cristiano Mascaro sempre teve um fascínio muito grande pela cidade de São Paulo. Simultaneamente gigante e intimista, a cidade esteve presente desde o início de sua trajetória. Suas fotografias da metrópole evocam uma atmosfera raramente percebida, um espetáculo transitório e único. Em cada imagem existe algo inexplicável, momentos verdadeiros e profundamente humanos.

CIDADES BRASILEIRAS – Reconhecidamente, Cristiano Mascaro é um fotógrafo de cidades. Seu universo visual se ampliou naturalmente depois que suas fotografias de São Paulo foram publicadas. Produzindo relatórios anuais para bancos e empresas e, sobretudo, fotografando para o Programa Monumenta e para o livro O Patrimônio Construído, documentou cidades de todo o território brasileiro com exceção do Amapá.

POLÔNIA – Cristiano escolheu quatro cidades da Polônia para fotografar: Gdansk, Varsóvia, Lodz e Cracóvia. O artista revela um conjunto de velhas edificações que tiveram uma existência mais plena no passado e que agora clamam por uma nova visibilidade.

RICHARD SERRA – Há mais de meia década, Cristiano fotografa as obras do escultor norte-americano Richard Serra. Em suas imagens, Mascaro expõe as relações intrínsecas ao trabalho do artista plástico – peso, leveza, opacidade, elegância formal, escala e monumentalidade. A série de fotografias deste núcleo foi realizada na inauguração da instalação East-west/West-east na Reserva Natural Brouq, oeste do Qatar.

CASAS E INTERIORES – Grupo de fotografias que contempla o olhar afetivo sobre os interiores de casas brasileiras, destacando os diferentes arranjos especiais, que sempre atiçaram a curiosidade de Cristiano acerca do jeito de viver e morar do brasileiro.

PANORAMAS – Os panoramas de Cristiano Mascaro nascem de sua longa experiência com a imagem técnica. Quando usava sua Hasselblad, ficava difícil assumir a horizontalidade da imagem com naturalidade. Com sua câmera digital acoplada a uma lente específica de 24 mm foi possível registrar uma imagem em três cliques, que posteriormente foram “colados” com um software, gerando uma fotografia panorâmica. Com isso, alguns dos seus negativos 6x6 cm foram digitalizados, tratados e cortados para enfatizar alguns panoramas que já estavam pré-visualizados, mas intocados até então.

CELULAR – Cristiano Mascaro pertence a uma geração de fotógrafos que atravessou diferentes técnicas e formatos fotográficos. Recentemente, sem resistência nem críticas, aderiu à fotografia digital. Sempre que possível utiliza o celular como ferramenta de trabalho e, eventualmente, como o principal dispositivo de registro.

FORA DA CURVA – Este núcleo traz um conjunto de fotografias que, aparentemente, parece distante dos principais assuntos do fotógrafo. São imagens que recortam o mundo visível de outra forma, sem se distanciar da configuração estética que caracteriza sua obra.

TRABALHOS RECENTES – “Sou fotógrafo. Ainda hoje me surpreendo poder viver de fotografia”, reitera Cristiano Mascaro após 50 anos de atividade ininterrupta. A cada viagem se reinventa e cria novas imagens que surpreendem pelo rigor compositivo, pela busca constante de expandir seu trabalho visual, pela articulação diferenciada de sombra e luz.

Sobre Cristiano Mascaro

“Fotografar é criar com a força transfiguradora do olhar.” C . Mascaro.

O artista nasceu em 1944, na cidade paulista de Catanduva.

Doutor em arquitetura, realizou toda sua carreira acadêmica na Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo, onde dirigiu o Laboratório de Recursos Audiovisuais de 1974 a 1988.

Atuou como fotojornalista na revista Veja (1968 a 1972). Foi professor de fotojornalismo da Enfoco Escola de Fotografia (1972 a 1975) e de Comunicação Visual na Faculdade de Arquitetura e Urbanismo de Santos (1976 a 1986). Recebeu o prêmio Eugène Atget, Musée de l’Art Moderne de la Ville de Paris (1985), a Bolsa Vitae de Artes/Fotografia (1989), o prêmio de melhor exposição de fotografia da Associação Paulista de Críticos de Arte (1996), três prêmios Abril de Fotojornalismo, o prêmio Especial de Fotografia Porto Seguro, pelo conjunto de sua obra, e o prêmio Narrativas Urbanas, outorgado pela Associação Paulista de Críticos de Arte (APCA). Realizou extensa documentação fotográfica de 28 centros históricos de cidades brasileiras para o Programa Monumenta, fotografou os 110 edifícios considerados os mais significativos da arquitetura brasileira para a edição do livro O Patrimônio Construído e participou como arquiteto homenageado da VI Bienal de Arquitetura e Design apresentando a exposição O Brasil em X, em Y, em Z.

Desenvolve trabalho de expressão pessoal, fotografando as cidades e suas arquiteturas. Entre as mostras individuais, apresentam-se: Bom Retiro e Luz: um roteiro, Pinacoteca do Estado de São Paulo (1976); Luzes da Cidade, Museu de Arte de São Paulo Assis Chateaubriand (1996); Cidades Reveladas, Museu da Casa Brasileira (2006); Todos os Olhares, Instituto Tomie Ohtake (2008); Turista Hotel, Casa da Imagem (2013); Traces of People, International Centre of Culture  (Cracóvia, 2015), entre outras; e as coletivas: 9 Fotógrafos de São Paulo, Museu de Arte Contemporânea da Universidade de São Paulo (1971); Brésil des Brésiliens, Centre Georges Pompidou (Paris, 1983); Tradição e Ruptura, Fundação Bienal de São Paulo (1984); 2ª Bienal de la Habana (Havana, 1986), entre outras. Possui diversos livros publicados, entre os quais: A Cidade (Cia. Rhodia do Brasil, 1979); Luzes da Cidade (DBA, 1996); São Paulo (Editora Senac, 2000); Cidades Reveladas (Bei, 2006); Viagem a Tóquio (DBA, 2008); Rio Revelado (Casa da Palavra, 2015); Portugal (Bei, 2016). Entre 2010 e 2014, fotografou as sedes de fazendas representativas dos ciclos econômicos do açúcar, do ouro e do café para a edição de três volumes a respeito da arquitetura rural (Edições Fadel).

Sobre Rubens Fernandes Junior

Pesquisador e curador de fotografia, doutor em Comunicação e Semiótica pela PUC-SP, professor e diretor da Faculdade de Comunicação da FAAP. Curador do Prêmio FCW de Arte – Ensaio Fotográfico desde 2003. Realizou inúmeras mostras no Brasil e no exterior.

Foi curador das exposições: Fotografia Publicitária Brasileira, na Casa da Imagem, da Secretária Municipal de Cultura de São Paulo (2016); Romance Postal, na Galeria Utópica (2017); Retrato – território da fotografia, no Museu de Arte Brasileira/MAB-FAAP (2017); Theodor Preising – Sinfonia de uma Metrópole, na Galeria do SESI (2018); German Lorca – Mosaico do Tempo, 70 anos de fotografia, no Itaú Cultural (2018).

Foi contemplado com o prêmio da Associação Paulista de Crítica de Arte (APCA), de melhor curadoria pelas mostras: Mário Cravo Neto, no Museu de Arte de São Paulo Assis Chateaubriand (1995) e Geraldo de Barros, na Galeria Brito Cimino (2006). Recebeu o prêmio Marc Ferrez de Fotografia por seu projeto de produção de reflexão crítica sobre fotografia (2014).

É autor de Papéis Efêmeros da Fotografia (Tempo d’Imagem, 2016); Geraldo de Barros: Sobras + Fotoformas (Cosac Naify, 2006); Labirinto e Identidades – panorama da fotografia brasileira 1946-1998 (Cosac Naify, 2003), entre outros.

Serviço

“O que os olhos alcançam – Cristiano Mascaro”, curadoria de Rubens Fernandes Junior
Abertura 28 de março de 2019. Quinta, às 20h.

Visitação

De 29 de março a 23 de junho de 2019. Terça a sábado, 10h30 às 21h30. Domingo e feriado, 10h30 às 18h30.
Local: Espaço Expositivo (2º andar)
Visitação gratuita
Livre para todos os públicos

Sesc Pinheiros
Endereço: Rua Paes Leme, 195.

Tel.: 11 3095.9400

Estacionamento com manobrista: Terça a sexta, das 7h às 21h30; Sábado, das 10h às 21h30; domingo e feriado, das 10h às 18h30. Taxas / veículos e motos: Credenciados plenos no Sesc: R$ 12 nas três primeiras horas e R$ 2 a cada hora adicional. Não credenciados no Sesc: R$ 18,00 nas três primeiras horas e R$ 3 a cada hora adicional. Transporte Público: Metrô Faria Lima – 500m / Estação Pinheiros – 800m

Sesc Pinheiros nas redes
Facebook, Twitter e Instagram: @sescspinheiros



Blues, baião, Jovem Guarda...Novo álbum do Costume Blue mistura tudo

11 de Março de 2019, 10:39, por segundo clichê


O grupo Costume Blue, formado em 2106, está lançando seu segundo álbum, chamado "Ausência", no qual mistura o blues norte-americano com o baião de Luiz Gonzaga e o rock da Jovem Guarda, revelando as várias influências musicais de seus integrantes. O vocalista Marcelo Bulhões, que também assume em algumas faixas a guitarra, o violão dobro e instrumentos de percussão, como alfaia e triângulo, traz consigo o sangue nordestino, mais precisamente alagoano, na veia, e Cristiano Araújo, baterista, não esconde sua paixão pelo heavy metal. Aos dois, somam-se Ricardo Marins nos teclados, a pegada soul de raiz de Celso ”Blues” Ferreira no baixo, e a experiência de Alessandro Sá, produtor musical e responsável pela guitarra solo do álbum ”Ausência”. Para os shows, o Costume Blue conta com a guitarra do também experiente Rodney Nascimento.

A mescla de diferentes estilos reflete diretamente nas 14 faixas de ”Ausência”. A animada ”Fogo” finca os seus pés nos blues do Mississipi, flertando com o rockabilly e até mesmo o baião. ”Nunca precisamos fazer esforço para essas combinações, para forçar a costura. Já estava tudo ali, fundido”, diz Marcelo Bulhões.

O estilo musical surgido no fim do século 19 também se faz presente na balada ”Se Viesse Voltar”, enquanto a imagem do sertão e do agreste nordestinos aparecem em ”Fuligem” e ”Entulho do Tempo”, nas quais o instrumento dobro, violão típico do blues, faz a vez da viola nordestina. 

Filho rebelde do blues, o rock está presente em ”Fósforo”, com influência da Jovem Guarda, e em ”Febre” e ”Contanto que eu Vá”. ”Acho que se alguém quiser classificar nossas composições pode chamar de blues-baião, rock-aboio, rock-xote ou balada-blues-canção-jovem-guarda”, diz o baterista Cristiano Araujo.

Do disco ”Ausência”, a banda gravou um videoclipe para a canção ”Febre”, com cenas captadas em pontos turísticos da cidade de São Paulo como a praça da Sé, a avenida Paulista e a rua Augusta. ”A ideia do clipe era traduzir em imagens um estado febril, angustiado e mesmo paranoico na metrópole”, diz Rubén Romero, cineasta peruano radicado em Paris que assina a direção do clipe.
O Costume Blue foi formado em 2016 por músicos que buscavam fundir o blues com a tradição da música nordestina da canção brasileira. Os integrantes se conheceram em Bauru, centro do Estado de São Paulo. ”É curioso que a gente tenha se conhecido lá. Se São Paulo é uma síntese do Brasil, pois tem gente de toda parte do país, o lugar de maior trânsito cultural, fomos nos conhecer justamente no centro desse território cultural”, especula Bulhões.

A partir desse encontro, perceberam afinidades musicais e começaram a se encontrar já com as cabeças pensando em gravar. O trânsito cultural de Marcelo ”entre Alagoas, Bahia, interior e capital paulistana” parece ter fomentado em Ricardo Marins, Celso Ferreira e Cristiano a disposição em ultrapassar barreiras. Quanto a Rodney Nascimento, o trânsito é mais intenso, migrando do Brasil para a França, onde tocou em clubes de jazz nas regiões de Lyon e Lorraine. Mas antes, o Costume fez uma lição de casa do blues, com o álbum de estreia ”que leva apenas o nome da banda” voltado explicitamente ao gênero afro-americano.

Agora, com ”Ausência”, o Costume Blue dá vazão à proposta de colocar no mesmo pacote gêneros musicais que, a princípio, não se misturariam. ”Isso de misturar gêneros não é nada forçado. É tão natural que nem percebemos tanto na hora de compor. Notamos mais no estúdio, com a criação dos arranjos”, diz Ricardo Marins. E por que misturar o blues a ritmos brasileiros: ”Olha, eu sempre gostei de blues, mas de Luiz Gonzaga também. E de Caetano, Gal, Roberto e Erasmo. O Cristiano gosta de rock pesado, mas também de uma balada de viés jovem guarda. O Ricardo gosta de Beatles e Bach, o Celso curte James Brow e música caipira. Por que não ”Se a gente respira uma época que quebra fronteiras de vários tipos, por que com a música seria diferente”, reflete Marcelo.

Nas redes sociais:

www.costumeblue.com
www.facebook.com/costumeblue
www.instagram.com/costume_blue


Clipe de "Febre" (segunda faixa do álbum "Ausência"):

http://www.youtube.com/watch?v=CzY1xYeTGxA


Clipe de "Aqui, Não Lá" (sétima faixa do álbum "Ausência"):

http://www.youtube.com/watch?v=sYlGvvOXsEY


Spotify - Álbum "Ausência":


http://open.spotify.com/album/6Pr9WZFtBfBCQAn3xQIOCC



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