Ir para o conteúdo

Motta

Tela cheia

Segundo Clichê

27 de Fevereiro de 2017, 15:48 , por Blogoosfero - | 1 person following this article.

O rebanho aguarda calmamente a hora do abate

8 de Março de 2017, 17:22, por segundo clichê


A informação de que o PIB brasileiro afundou 3,6% no ano passado, depois de uma retração de 3,8% em 2015, configurando a maior recessão da história do país, dá o que pensar. Não pela tragédia econômica e social que os números indicam, porque isso qualquer criança de 6 anos sabe, mas pela indiferença com que os dados são recebidos pelas nossas autoridades.

O Brasil se derrete rapidamente.

Não há nenhuma perspectiva de melhora da economia em curto e médio prazos.

Milhões de empregos já foram exterminados, empobrecendo as famílias, corroendo a renda, e diminuindo o consumo, numa sucessão de efeitos funestos para a sociedade.

E enquanto tal barbaridade ocorre, presidente da República, ministros de Estado, senadores, deputados federais e estaduais, governadores, prefeitos, vereadores, juízes e promotores, só para ficar na esfera pública, promovem uma bacanal sem fim, na qual cada um trata de seus interesses e vive numa realidade paralela, não dando nenhuma importância ao incêndio que se alastra no mundo real.


Um exemplo é essa obscenidade que ficou conhecida como lava-jato, que a pretexto de combater a corrupção numa empresa estatal, liquidou com um setor fundamental para a economia brasileira, o da construção pesada, feriu gravemente outros dois, o da petroquímica e construção naval, e, em consequência, desempregou centenas de milhares de pessoas.

Fora o fato de que, ao insistir em perseguir uma só agremiação partidária, e, principalmente, a sua maior liderança, jogou no lixo boa parte da incipiente democracia brasileira.

O estrago que os golpistas provocaram, estão provocando e provocarão no país, em todos os setores de sua vida, é incomensurável.

Talvez seja definitivo, talvez o Brasil nunca mais recupere as condições de diminuir a degradante desigualdade social que o envergonha perante as outras nações.

Talvez nunca mais se erga e se porte como a potência global que ensaiou ser há poucos anos, durante os governos trabalhistas.

É quase certeza que os autores desse crime saiam impunes e gozem o tempo que lhes resta nesta terra em condições materiais privilegiadas.

Justiça passou a ser, no Brasil, apenas um substantivo feminino, sem nenhuma outra valoração.

E o povo brasileiro, por aceitar esse estado de coisas, pode ser comparado a um imenso rebanho, que mansamente aguarda seu fim num matadouro infecto e fedorento. (Carlos Motta)



Golpe provoca pior recessão da história

7 de Março de 2017, 18:19, por segundo clichê


Os dados divulgados pelo IBGE hoje apenas confirmam o que qualquer pessoa com dois neurônios já sabia: os golpistas jogaram o Brasil na pior recessão econômica de sua história. O Produto Interno Bruto (PIB), soma de todas as riquezas produzidas no país, caiu 3,6% no ano passado. Em 2015, quando os golpistas começaram a agir contra o governo da presidenta Dilma, a economia já havia se retraído 3,8%.

Analisando na margem (comparação de um trimestre com o imediatamente anterior), é possível ver que ao longo do ano de 2016 houve uma piora do PIB. A queda se aprofundou do segundo trimestre de 2016 para o ultimo do mesmo ano. Ou seja, a recessão se acentuou ao longo do ano, como mostra o gráfico acima.


Os três setores (agropecuária, indústria e serviços) da economia foram atingidos. 

A queda na agropecuária foi de 6,6%, puxada pela agricultura. 

Na indústria, a retração foi de 3,8%, influenciada pela indústria de transformação.

Nos serviços, de 2,7%. 

O resultado catastrófico de 2016 é resultado da contração da renda, do aumento do desemprego, crescente perda de demanda da economia, e perda de investimentos no setor produtivo.



Geraldo no almoço de Dória: saio candidato se me lançarem

7 de Março de 2017, 16:17, por segundo clichê


Geraldo foi almoçar segunda-feira com seus amigos do Lide no Hotel Grad Hyatt, na capital paulista. O lide, para quem não sabe, é aquela empresa que João Dória criou para aproximar políticos de empresários e empresários de políticos. Os almoços que promove servem basicamente para isso: o sujeito paga para "ouvir" o convidado, mas na verdade quer mesmo tirar umas fotos com ele, bater um papo, se possível, fazer o seu lobby.

Geraldo é o patrocinador da carreira política de Dória.

Geraldo é pré-candidato tucano à presidência, mas como todas as lideranças tucanas, está em baixa, não paga placê.

Já Dória, seu afilhado, não vê a hora de se livrar do pepino que é a prefeitura paulistana e sonha com voos mais altos.


Geraldo quer que ele o suceda no governo do Estado, mas tudo indica que Dória vai aproveitar o vácuo das pré-candidaturas tucanas para tentar a Presidência da República.

Seja como for, Geraldo aproveitou o almoço oferecido pelo seu afilhado para soltar as suas pérolas.

O canto da tucano é esquisito.

A sua fala, então...

Geraldo, no almoço de seu afilhado, não fugiu à regra.

O press release distribuído pelo Lide dá alguns exemplos de como ele continua sendo...Geraldo:

"Se eu disser que quero ser candidato ou não [à Presidência da República], estarei mentindo. Uma candidatura é fruto de uma vontade coletiva. E tudo tem seu tempo. O que precisamos, agora, é discutir e implementar a reforma política. Não é possível um sistema eleitoral com 35 partidos registrados e mais 35 querendo o registro."

"Temos de cortar custos. Buscar eficiência. São Paulo, por exemplo, já fez a sua reforma da previdência complementar para os servidores públicos, há quatro anos, em 2013."

 "Com as obras que ficarão prontas em agosto próximo, São Paulo duplicará sua capacidade hídrica para estar preparado para os câmbios climáticos."



"Bicos", ajuda de amigos e familiares... Como os desempregados sobrevivem

7 de Março de 2017, 15:54, por segundo clichê


A profunda recessão econômica provocada pelo golpe que trocou uma presidenta honesta por um bando de picaretas eliminou cerca de 3 milhões de postos de trabalho. Para saber como as vítimas dessa tragédia estão se virando, o Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) e a Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) realizaram a pesquisa “Desempregados no Brasil: Padrão de Vida e Impactos no Consumo e Finanças”.

O levantamento revela que os desempregados têm recorrido a trabalhos temporários e freelancers (37%, principalmente homens, 47%), ajuda financeira de amigos ou familiares (37%, com destaque para mulheres, 42%) e seguro-desemprego (10%) para honrar seus compromissos.

Entre os bicos feitos pelos entrevistados, os mais comuns são serviços gerais (18%, principalmente homens, 28%), revenda de produtos (15%, sobretudo mulheres, 24%) e serviços de beleza (11%, também com destaque às mulheres, 21%). Os trabalhos temporários que têm frequência definida são realizados entre três e quatro vezes por semana, em média, mas 46% dos freelancers disseram não ter regularidade. Para 56% dos desempregados que estão realizando trabalhos informais, está difícil de conseguir até mesmo este tipo de serviço. Somente 6% dizem que está sendo fácil arrumar bicos.


A pesquisa apurou também que 73% dos entrevistados tiveram queda no padrão de vida devido ao desemprego e somente 8% mantiveram o mesmo padrão sem nenhum aperto financeiro, sobretudo entre as classes A e B (20%). Em média, 39% dos entrevistados disseram conseguir manter o mesmo padrão de vida de quando estavam empregados por até três meses, sendo que 15% deles não conseguem nem mesmo por um mês.

O brasileiro, de um modo geral, não tem o costume de guardar dinheiro para imprevistos, conforme revelou novo indicador de reserva financeira do SPC Brasil e CNDL, e a situação entre os desempregados é ainda pior: oito em cada dez (79%) afirmam não possuir reserva financeira, poupança ou investimento, com destaque para as classes C, D e E (80%). Entre os que possuem reservas (18%), 68% não sabem ao certo qual valor têm disponível. Já entre os que sabem (32%), a média é de R$ 4.971. Os principais motivos para guardar dinheiro são imprevistos de desemprego (39%), doença ou morte (31%) e garantir um futuro melhor para a família (19%).

Mesmo com dificuldades para arrumar emprego formal ou informal e com alterações no padrão de vida, 65% dos entrevistados dizem que não estão gastando mais do que o orçamento mensal permite. Com um orçamento insuficiente, 56% afirmam estar adotando práticas como comprar coisas mais baratas e pesquisar melhores preços de produtos, 48% dos que possuem reservas financeiras estão utilizando-as e 44% estão fazendo cortes no orçamento. Há ainda 24% que fazem empréstimos com conhecidos, 13% que utilizam o cartão de crédito para comprar o que precisam, e 11% deixam de pagar contas como prestações, crediário, financiamentos e cartão de crédito. 16% dizem não estar fazendo nada de diferente por acreditar que as coisas irão melhorar.

Sete em cada dez desempregados (71%) disseram também que tiveram sonhos interrompidos devido ao desemprego, com aquisição de carro (16%), reforma da casa (15%) e aquisição de imóvel (12%) sendo os principais.

Sem ter como comprovar renda, 31% das pessoas entrevistadas têm sentido dificuldades para comprar no crédito, a maioria sendo no cartão de crédito (19%), financiamentos (9%) e carnês (9%). Outros 39% não tentaram comprar no crédito e 29% não sentiram dificuldade.

O estudo revela ainda que três em cada dez desempregados (28%) estão com o nome sujo (aumentando para 31% nas classes C, D e E), sendo que 48% deles têm contas em atraso há mais de um ano e a média de atraso das contas é de 23 meses. Os entrevistados estão com o nome sujo há 22 meses, em média, e o tempo médio sem trabalho é de 12 meses.

Na maior parte dos casos, as contas em atraso são de cartão de crédito (52%), cartão de loja (40%), empréstimo pessoal ou consignado (19%) e carnês (19%). Sete em cada dez desempregados com nome sujo (73%) não sabem ao certo o valor de suas dívidas, sendo o valor médio de quem tem conhecimento de R$ 3.540.

Com uma nova realidade financeira, os desempregados estão adaptando as relações com o consumo. Diante deste cenário, 85% dos entrevistados pesquisam mais os preços antes de comprar, 79% aumentaram a disciplina nos gastos pessoais e da família, 77% estão pechinchando ao comprar algo e 72% migraram o consumo para produtos e marcas similares mais baratas. Essas atitudes tiveram um aumento ainda mais expressivo nas classes C, D e E.

O estudo indica também que os itens que mais tiveram cortes ou reduções fazem parte de gastos relacionados ao vestuário e lazer: compra de roupas, calçados ou acessórios (81%), almoço ou jantar fora e delivery (81%), saídas para bares, restaurantes ou baladas (77%), cinema, teatro ou outras atividades de lazer (74%), alimentos supérfluos (71%) e viagens (66%).



A reforma da Previdência e a desigualdade entre homens e mulheres

7 de Março de 2017, 15:40, por segundo clichê


O Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), a Associação Nacional dos Auditores Fiscais da Receita Federal do Brasil (Anfip) e a Plataforma Política Social lançaram versão completa de documento para problematizar a Reforma da Previdência (PEC 287/2016).

O documento traz insumos para a discussão sobre desigualdade de gênero e a reforma, que pretende eliminar o bônus concedido às mulheres no tempo de contribuição e idade de aposentadoria.

Jornada dupla e diferenças no mercado de trabalho: a reforma desconsidera as condições desfavoráveis enfrentadas pelas mulheres no trabalho (menor taxa de participação, maior desemprego e menor rendimento), além da dupla jornada, tendo em vista a quantidade de horas por semana dedicadas aos afazeres domésticos e ao cuidado com os filhos (em média, uma mulher ocupada acima de 16 anos trabalha quase 73 dias a mais que um homem em um ano).


O fato de as mulheres se responsabilizarem por esse trabalho lhes tira tempo, as exclui dos espaços públicos, as estigmatiza como cuidadoras. O reconhecimento da importância deste trabalho e de que as mulheres o realizam majoritariamente é o que justifica historicamente algumas regras previdenciárias diferenciadas por gênero.

Piso previdenciário: o patamar do piso previdenciário afeta mais as mulheres, já que piores rendimentos e mais precárias vinculações as empurram para o recebimento do benefício de valor mínimo.

Aposentadoria por idade: como essa modalidade é a mais acessada pelas mulheres, devido à dificuldade de acúmulo de anos para acessar a aposentadoria por tempo de contribuição, aumentar a aposentadoria por idade as desfavorece.

Expectativa de vida das mulheres: argumenta-se a favor da aproximação das idades de aposentadoria pela maior expectativa de vida ao nascer das mulheres, mas a maior expectativa de vida das mulheres no Brasil resulta de aumento acentuado da mortalidade dos jovens homens, em especial negros, e a diferença de expectativas de vida está em queda. Além disso, o argumento que articula tempo de contribuição à expectativa de vida dialoga com um princípio atuarial para o qual quanto maiores os benefícios, maiores devem ser as contribuições e vice-versa. No entanto, o princípio que rege a diferença de idades é justamente o reconhecimento de um trabalho não contributivo, um argumento protetivo e não atuarial.

Papel das políticas públicas: Na União Europeia, há maior igualdade entre as idades mínimas de aposentadoria de homens e mulheres, mas isso tem ocorrido de forma gradual e acompanhado de políticas de cuidado (creches, apoio a idosos e pessoas com deficiências) e compensações às mulheres. Segundo o documento, a simples supressão da diferença de idade leva à maior desigualdade de gênero. (Ana Luíza Matos de Oliveira, economista/Fundação Perseu Abramo)



Motta

Novidades

0 comunidades

Nenhum(a)