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A Batalha dos Móveis Contra a Invasão Chinesa

28 de Agosto de 2012, 21:00 , por Castor Filho - 0sem comentários ainda | No one following this article yet.
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Coluna Econômica - 29/08/2012

 

Como enfrentar a invasão chinesa carregando nas costas o custo Brasil, o câmbio, os juros?


A experiência da Abimo (Associação Brasileira das Indústrias de Móveis de Alta Decoração) é um belo exemplo de luta de pequenos pela sobrevivência em ambiente inóspito.


É o que se depreende da apresentação de seu presidente, Michel Otte, no Fórum Brasilianas.


O setor tem 98% de micro e pequenas empresas; apenas 2% de grandes empresas. Emprega 260 mil pessoas, 191 mil dos quais em empresas que utilizam a madeira - que compõem 85% do setor. Os móveis de metal são trabalhados por 8% das empresas e o de colchões por 2%.


***


De 2010 para cá, o saldo comercial despencou de R$ 213 milhões para R$ 28 milhões. Este ano, o setor poderá registrar déficit. A invasão é fundamentalmente chinesa.


Em 2010, o setor importou US$ 221 milhões; em 2011 passou para US$ 319 milhões; até julho deste ano, US$ 368 milhões. Desse total, US$ 140 milhões vieram da China; US$ 38 milhões dos Estados Unidos e US$ 21 milhões da Alemanha.


***


Quem esperar sentado mudanças no ambiente econômico desaparecerão. Por isso o setor decidiu reagir com as armas de que dispõe.


A competição com o exterior passou a se dar em duas frentes.


Na primeira, na busca de excelência em custo. Na segunda, buscando a diferenciação, prática que vem sendo estimulada pelo próprio governo.


***


Otte admite que o país deixou definitivamente de ter um custo competitivo. 85% da indústria moveleira do país trabalha com madeira maciça. O grande concorrente é o Vietnã. Em 2005, o custo médio dos salários era de US$ 195 no chão da fábrica; no Vietnã, de US$ 110 a 120. Em 2012, o custo médio brasileiro é de US$ 555 contra US$ 160 do Vietnã.


Com encargos, o custo brasileiro salta para a média de US$ 1.200, contra US$ 180 do Vietnã. Não há reforma tributária ou desoneração que resolva.


***


Até agora, parte da indústria brasileira foi poupada devido aos custos de logística (para transportar móveis). A segunda barreira de entrada é a necessidade de customização para o cliente, que complica a situação para a indústria de exportação.


Aumento de custos para produtos mais simples, agregação de valor em produtos mais sofisticados, tiveram reflexos nas exportações. Em volume exportado, houve queda. Mas antes os containers transportavam móveis de 10 mil dólares; hoje em dia, de 70 mil dólares.


***


Mesmo essa estratégia de diferenciação tem seus limites, diz Otto. A diferença de custo tem levado cada vez mais empresas a pensar em produzir o móvel fora, na Ásia.


No plano Brasil Maior, o setor considerou positiva a mudança de tributação do INSS – que passou a incidir sobre o faturamento.


Mas os avanços terão que se dar em outras áreas previstas no plano. A saída será estimular indústrias a investir em tecnologia, novos materiais, designer e, principalmente, foco: apesar do robusto mercado interno, não há como pretender crescer em todos os segmentos de mercado.


Recentemente, a Abimaq (Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos) fechou seu escritório na China: empresários que iam prospectar o mercado chinês acabavam aproveitando a estada para conseguir representações de empresas chinesas.


Atividade econômica vai retomar crescimento


O indicador de atividade econômica mensurado pela Serasa Experian cresceu 0,2% em junho frente ao mês imediatamente anterior, atingindo o valor de 99,6 pontos. Uma variação mensal positiva da ordem de 0,2% é algo que não acontecia desde novembro de 2009. Para a consultoria, isto sinaliza que, embora deva exibir uma retomada gradual do crescimento econômico a partir deste segundo semestre, a velocidade de expansão da economia brasileira tenderá a se acelerar por volta do final do ano.


 

Confiança do consumidor cai 1% em agosto


O Índice de Confiança do Consumidor (ICC) recuou 1% entre julho e agosto de 2012, ao passar de 121,6 para 120,4 pontos, segundo dados divulgados pela Fundação Getúlio Vargas (FGV). Após a quarta queda consecutiva, o índice atinge o menor nível desde os 119,4 pontos de fevereiro passado. O Índice da Situação Atual (ISA) caiu 1,4%, ao passar de 135,4 para 133,5 pontos, e o Índice de Expectativas chegou a subir 0,3%, de 112,7 para 113 pontos.


 

Copom dá início a nova reunião


A sexta reunião do Copom (Comitê de Política Monetária do Banco Central) teve início nesta terça-feira, e a expectativa é que o colegiado reduza a taxa básica de juros do atual patamar de 8% para 7,5% ao ano. Caso a expectativa de redução da Selic se confirme, será a nona queda consecutiva desde agosto do ano passado, quando a taxa estava em 12,5%. De lá para cá houve seis reduções de 0,5 ponto percentual. A decisão deve ser divulgada no começo da noite de quarta-feira.


 

OEA avalia situação política no Paraguai


O presidente do Paraguai, Federico Franco, reúne-se com representantes da Organização dos Estados Americanos (OEA). O grupo permanecerá em Assunção até o dia 30, para examinar a situação política do país, após a destituição do então presidente Fernando Lugo, em 22 de junho. Os observadores analisam se a ordem democrática é respeitada e se as eleições presidenciais de abril de 2013 estão ameaçadas.


 

Confiança de serviços perde força em agosto


O Índice de Confiança de Serviços (ICS) recuou 2,6% entre julho e agosto, na série com ajuste sazonal, ao passar de 120,6 para 117,5 pontos, segundo a Fundação Getúlio Vargas (FGV). Após a quinta queda consecutiva, o índice chega ao menor patamar desde agosto de 2009, o que sinaliza a manutenção de um ritmo moderado de atividade do setor no terceiro trimestre de 2012. A queda foi afetada tanto pela percepção do setor em relação ao momento atual quanto pelas expectativas para os próximos meses.


 

Arrecadação deve cair R$ 36,4 bi até 2013


O corte de encargos, anunciado para estimular setores da economia e conter aumentos de preços, fará o governo deixar de arrecadar pelo menos R$ 36,4 bilhões até o fim de 2013, segundo dados parciais da Receita Federal. A medida com maior impacto foi a redução a zero da Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico (Cide) cobrada sobre a gasolina e o diesel – na qual o governo deixará de arrecadar R$ 4,7 bilhões neste ano e R$ 11,4 bilhões em 2013.

 

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Tags deste artigo: nassif economia indústria de móveis abimo índices copom paraguai oea arrecadação federal

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