Coluna Econômica - 07/11/2012
Não se entende onde o jornal O Globo pretende chegar com sua série "Os mercadores da miséria", criticando os programas sociais, especialmente Bolsa Família e o Brasil Sem Miséria.
Na chama da série, o jornal promete:
“(...) O Brasil Sem miséria, programa criado pela presidente Dilma para erradicar a pobreza extrema, tem sido alvo frequente de fraudes, revelam Alessandra Duarte e Carolina Benevides numa série de reportagens que O GLOBO inicia hoje".
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Qualquer realidade complexa - uma grande empresa, um organismo estatal ou privado, um programa de governo - pode ter grandes virtudes e pequenos defeitos; ou grandes defeitos e pequenas virtudes.
Se o veículo for mal intencionado, basta dar destaque aos pequenos defeitos (quando for para denunciar) ou às pequenas virtudes (quando for para enaltecer). E esquecer que existe a estatística para avaliar o peso tanto de um quanto de outro.
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Se quisesse criticar o modelo de concessão de aeroportos, as dificuldades do PAC (Plano de Ação Continuada), a barafunda burocrática, os desperdícios da administração pública, o jornal teria um bom material jornalístico.
Mas a birra do jornal é com programas voltados aos mais necessitados.
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A principal "denúncia" de O Globo, manchete principal, foi do gato que recebia como beneficiário e de dono de Land Rover que seria beneficiário de R$ 60,00 por mês.
O que deixou de contar:
1. O fato ocorreu em 2009, muito antes da criação do Brasil Sem Miséria.
2. Toda família matriculada em programas sociais precisa submeter as crianças a exame médico. Quando a família não apareceu, o médico foi atrás da criança e descobriu tratar-se de um gato.
3. Descoberto o golpe, pelos próprios mecanismos do programa, o dono foi denunciado à polícia, está respondendo por dois crimes, inclusive pelo crime de falsidade ideológica.
Tal fato ocorreu há 4 anos e foi objeto de inúmeras reportagens na época. De lá para cá passaram três ministros e dois presidentes pelo programa. Qual a razão de ludibriar assim os leitores requentando uma notícia velha?
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A outra denúncia, sobre o dono do Land Rover, além de antiga, foi apresentada de forma incorreta. O tal empresário registrou laranjas no BF. Tratava-se de um explorador, que foi identificado e processado.
Outra "denúncia" foi o de uma senhora que afirmou não receber mais o benefício. Vai-se conferir, ela deixou de atualizar seu cadastro. Exige-se a atualização de cadastros justamente para evitar fraudes. Mas o jornal condena o programa por ter gato, e condena por não ter gato.
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A maioria absoluta dos episódios de fraude relatados foi desvendada pelos próprios sistemas de controle do Bolsa Família. Mesmo que tivessem sido levantados por terceiros, ainda assim são estatisticamente irrelevantes.
Qual a intenção de levantar meia dúzia de casos para desacreditar um programa que assiste a milhões de miseráveis?
Intenção eleitoral, não é. As eleições de 2012 já aconteceram e o BF já está assimilado pelos eleitores. Tanto assim, que o PT não se deu bem no nordeste. Quem quiser coração e mentes desses eleitores, até o governo, daqui para frente terá que oferecer outros benefícios.
Só pode ser birra com pobre.
Governo não deve atingir meta do superávit primário
O ministro da Fazenda, Guido Mantega, afirmou que o governo não cumprirá a meta cheia do superávit primário, ressaltando que o esforço em 2012 será inferior ao percentual de 3,1% do Produto Interno Bruto (PIB) previsto inicialmente. Segundo Mantega, a redução da meta está relacionada às desonerações tributárias concedidas este ano, mas pontuou que a diminuição do esforço fiscal não significa um afrouxamento das contas públicas.
Confiança do setor de construção em alta
Pelo terceiro mês consecutivo, o Índice de Confiança da Construção (ICST) da Fundação Getulio Vargas (FGV) evolui de forma favorável na comparação com o mesmo período do ano anterior: ao longo do mês de outubro, o Indicador Trimestral apresenta uma queda de 5,1%, a menor variação negativa da série de comparações interanuais, iniciada em setembro de 2011. No mês passado, a variação havia ficado em -7,8% nas mesmas bases de comparação. O resultado sinaliza aumento do ritmo de atividade no setor.
Setor de material de construção amplia vendas em 5,2%
As vendas de material de construção apresentaram um crescimento de 5,2% no mês de outubro com relação a setembro, segundo levantamento elaborado pela Anamaco (Associação Nacional dos Comerciantes de Material de Construção). No comparativo com outubro de 2011, houve um crescimento de 2,4%, enquanto a variação vista nos últimos 12 meses atingiu 1,5%. De todos os segmentos pesquisados nenhum apresentou queda e todos tiveram aumento de vendas.
Endividamento familiar bate recorde em agosto
Apesar da queda dos juros nos últimos meses, as famílias brasileiras continuam comprometendo uma parte maior de sua renda com as dívidas. Segundo dados do Banco Central (BC), o endividamento dos brasileiros bateu recorde. Em agosto, conforme os números mais recentes, a dívida total das famílias equivalia a 44,46% da renda acumulada nos últimos 12 meses. O percentual é o maior desde 2005, quando o BC começou a fazer o levantamento. Em julho, os brasileiros comprometiam 44,04% em dívidas.
Preços ao produtor perdem força na zona do euro
Os preços ao produtor da zona do euro subiram na menor margem em três meses em setembro, na medida em que o custo da energia apresentou redução: os preços nos portões das fábricas avançaram 0,2% em setembro ante agosto, segundo o escritório de estatísticas da União Europeia (UE), Eurostat. Na comparação com o mesmo mês do ano passado, o índice de preços apresentou um acréscimo de 2,7%. Já a inflação ao consumidor da zona do euro ficou em 2,5% em outubro em relação ao mesmo período do ano passado.
Bancos "perderam o brilho", diz Financial Times
Os investidores mostram preocupação com a saúde dos bancos brasileiros e com as dificuldades enfrentadas devido ao reduzido ritmo de crescimento do país. A afirmação foi feita pelo jornal britânico Financial Times, ressaltando que os bancos no Brasil, em especial os pequenos, vêm sofrendo com uma redução nos lucros, por conta de uma demanda menor por empréstimos, e com o aumento da inadimplência. Enquanto isso, o governo vem pressionando os bancos a reduzir suas taxas de juros para empréstimos.
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