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A CPMI de Cachoeira e o Papel da Mídia

21 de Novembro de 2012, 22:00 , por Castor Filho - 0sem comentários ainda | No one following this article yet.
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Coluna Econômica - 22/11/2012

 

 

O papel moderno da imprensa, no mundo, tem dois divisores de água.


O primeiro, legítimo, o episódio Watergate, no qual um jornal (The Washington Post), com um jornalismo rigoroso e corajoso, logrou derrubar o presidente da República da maior Nação democrática do planeta.


O segundo, tenebroso, o processo ao qual foi submetido o magnata da mídia, Rupert Murdoch, depois de revelados os métodos criminosos do seu tabloide, "The Sun", para obter reportagens sensacionalistas.


O crime do The Sun foi ter se envolvido com baixos e médios escalões da polícia para atentar contra o direito à privacidade de cidadãos ingleses.


***


O relatório da CPMI de Cachoeira, traz dados muito mais graves do que os crimes do "The Sun". Mostra ligações diretas entre jornalistas e o crime organizado.


A acusação maior é contra a revista Veja e seu diretor em Brasília, Policarpo Jr. O relatório mostra, com abundância de detalhes, como Policarpo era acionado para derrubar autoridades e servidores públicos que incomodassem Carlinhos Cachoeira, atacar concorrentes do marginal e como encomendava dossiês a ele, muitos obtidos por métodos criminosos.


***


Já em 2008, a série "O caso de Veja" - que publiquei na Internet - mostrava os resultados dessa parceria.


Um esquema aliado de Cachoeira havia sido afastado dos Correios pelo esquema Roberto Jefferson. Jairo (o araponga de Cachoeira) armou um grampo em cima de um diretor, Maurício Marinho, recebendo propina de R$ 3 mil. A gravação foi entregue a Policarpo, que a considerou insuficiente. Providenciou-se outra gravação, aprovada por Policarpo.


Divulgado o grampo, caiu toda a estrutura montada por Jefferson e entrou a de Cachoeira. Veja compactuou com o novo grupo, mesmo sendo Policarpo conhecedor íntimo do esquema criminoso por trás dele.


Dois anos depois, a Polícia Federal implodiu o novo esquema. E a revista manteve-se em silêncio, preservando Cachoeira.


***


Nos estudos sobre as chamadas OrgCrim (organizações criminosas), em nível global, identificam-se braços nos três poderes - Executivo, Legislativo e Judiciário - e também na mídia. O relatório descreve bem as funções da organização de Cachoeira no país.


Cachoeira ajudou a eleger o ex-senador Demóstenes Torres. Veja transformou-o em uma figura política poderosa, com sucessivas matérias apontando-o como o paladino da luta contra a corrupção. Com o poder que se viu revestido por Veja, Demóstenes transitava em repartições, junto a Ministros do Supremo, aumentando o poder de lobby da quadrilha de Cachoeira.


***


Veja é um ponto fora da curva no jornalismo brasileiro. Mas não ficou sozinha nessa parceria com o crime.


Um levantamento sobre as premiações do jornalismo investigativo nas últimas décadas vai revelar como fontes, em muitos casos, lobistas e criminosos da pior espécie.


Não apenas isso. Poderiam ser utilizados como fonte e suas informações servirem de ponto de partida para investigações mais aprofundadas. Mas eram utilizadas a seco, sem passar sequer pelo teste da verossimilhança, sem nenhum filtro, fuzilando reputações e, principalmente, atentando contra o próprio exercício do jornalismo.

Dívida pública se aproxima de R$ 2 trilhões

A emissão de títulos públicos para reforçar o capital do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) pressionou a Dívida Pública Federal (DPF) em outubro: segundo o Tesouro Nacional, o estoque da DPF encerrou o mês em R$ 1,943 trilhão, alta de 2,04% contra R$ 1,904 trilhão de setembro. A dívida pública mobiliária (em títulos) interna subiu 2,12%, chegando a R$ 1,855 trilhão, enquanto a dívida pública externa avançou 0,39%, ficando em R$ 89,28 bilhões.

Empresas reduzem demanda por crédito em outubro

A quantidade de companhias que buscou crédito em outubro caiu 1,8% ante o mês anterior, segundo a Serasa Experian. No comparativo com 2011, a demanda foi 12,9% menor. Na avaliação por porte, o maior recuo ocorreu nas micro e pequenas empresas, com queda de 1,8% frente setembro. De acordo com os economistas, a demanda por crédito entra em um período sazonalmente mais fraco, tendo em vista que grande parte da produção, visando às vendas de final de ano, costuma ocorrer no terceiro trimestre.

Zona do euro e FMI ainda não tem acordo sobre Grécia

Os credores internacionais da Grécia não obtiveram um acordo sobre o que deve ser feito para reduzir a dívida do país a níveis sustentáveis. A reunião durou quase 12 horas e abordou uma série de opções, mas os ministros das Finanças da zona do euro, o Fundo Monetário Internacional (FMI) e o Banco Central Europeu (BCE) não chegaram a um consenso, sem o qual a ajuda emergencial não pode ser desembolsada para Atenas. Por isso, foi agendada uma terceira rodada de negociações dentro de seis dias.

Fluxo cambial apresenta superávit

O fluxo cambial apresentou saldo positivo de US$ 3,514 bilhões até o dia 16, segundo o Banco Central. Em dez dias úteis, o segmento comercial (exportações e importações) registrou saldo positivo de US$ 1,072 bilhão. O fluxo financeiro (investimentos em títulos, remessas de lucros e dividendos ao exterior e investimentos estrangeiros diretos, entre outros) registrou um superávit de US$ 2,441 bilhão. No ano, o fluxo cambial ficou positivo em US$ 22,146 bilhões.

Indústria mostra-se mais confiante

As expectativas do empresário industrial indicam retomada: segundo a Confederação Nacional da Indústria (CNI), o Índice de Confiança do Empresário Industrial (ICEI) de novembro subiu 2,2 pontos sobre outubro, atingindo 58,4 pontos. Em relação a 2011, a alta foi de 3,3 pontos. O levantamento registrou valores acima de 50 pontos nos três segmentos da indústria - de transformação, extrativa e da construção -, em todos os setores, em todos os portes de empresa e em todas as regiões do país.

Governo vai abater R$ 25,6 bi do esforço fiscal

O esforço fiscal para o pagamento dos juros da dívida pública ficará R$ 25,6 bilhões abaixo da meta cheia, segundo levantamento elaborado pelo Ministério do Planejamento. A meta de superávit primário totaliza R$ 139,8 bilhões, dos quais R$ 97 bilhões correspondem à parcela que cabe ao governo federal. Com o abatimento, o esforço fiscal previsto caiu para R$ 71,4 bilhões, mas o desconto pode aumentar se a União tiver de compensar o desempenho dos estados e municípios que não atingirem a meta.

 

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