Coluna Econômica - 05/03/2013
Há um fenômeno curioso ocorrendo com o país nesses tempos de Internet e de inclusão geral: o envelhecimento generalizado das figuras referenciais, em todos os níveis de Poder.
De um lado, nunca se discutiu tanto o país, nas redes sociais, nos fóruns de Internet, em sites especializados. De outro, poucas vezes se viu um período com tal falta de referencias e com tal dificuldade para o novo assumir seu papel.
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Comecemos pelo Sistema de Justiça. Há muito a OAB (Ordem dos Advogados do Brasil) deixou de ser referência de qualquer coisa, com exceção dos interesses de classe.
Na Magistratura, igualmente, inexistem Estadistas.
As últimas manifestações do STF (Supremo Tribunal Federal) demonstram uma pobreza intelectual acachapante, em qualquer outro campo fora do campo do direito. Diriam: a função do Juiz é conhecer as leis. Na cúpula, tem que ser muito mais. Tem que ter visão refinada de um cientista social, formação humanística ampla para interpretar adequadamente as leis à luz das mudanças ocorridas na sociedade.
No meio jurídico há uma brilhante geração de jovens juristas, professores capacitados, juízes e procuradores com nível intelectual diferenciado. Mas esses ventos novos ainda não encontraram o campo adequado para conquistar visibilidade e ser fator de mudanças.
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No Congresso, nem se diga. Quando os Ministros do Supremo se envolveram em arroubos irresponsáveis contra a instituição, a única voz que se levantou foi do então presidente da Câmara Marcos Maia, corajoso, sim, mas sem a dimensão que se exige dos Estadistas.
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Salta-se dali para os partidos políticos.
Hoje em dia, o PT é um partido pobre em quadros. Alguns anos atrás podia exibir intelectuais de peso, juristas de nomeada, pensadores criativos. Hoje em dia, quem pensa o PT? Os dez anos de conquista do poder poderiam ter ensejado uma profícua discussão sobre os rumos do partido para os próximos dez anos. Nada aconteceu.
As mudanças do PT ocorrem exclusivamente por conta da influência e da visão política de Lula.
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Sem contar com alguém como Lula, o PSDB murcha a cada dia. A única atividade de seu guru, Fernando Henrique Cardoso, consiste em, a cada três meses, relançar a candidatura de Aécio Neves à presidência. O carro não pega. Três meses depois, FHC relança Aécio. E vai para casa descansar, que ninguém é de ferro.
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No campo da mídia ocorre fenômeno semelhante. Até algumas décadas atrás, chefes de redação de grandes jornais, mesmo diretores de sucursais, eram personagens intrínsecos da estrutura de poder do país. Hoje em dia, a militância partidária limita-se a uma campanha recorrente contra tudo o que Lula pode simbolizar, sem um pingo de sofisticação estratégica.
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Na economia real, há tempos não surgem novas lideranças empresariais, nem as centrais sindicais conseguem desenvolver um discurso novo, à altura dos desafios contemporâneos do país.
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São tempos de mudança. E há uma enorme vitalidade represada, um conhecimento acumulado que não consegue espaço nos três canais de expressão tradicionais: partidos políticos, Universidade e mídia.
O novo já nasceu, mas ainda não foi apresentado à Nação.
IPC-S avança em quatro capitais
A inflação medida pelo Índice de Preços ao Consumidor Semanal (IPC-S) subiu em quatro das sete capitais pesquisadas no encerramento de fevereiro pela Fundação Getulio Vargas (FGV). Porto Alegre apresentou o maior resultado do período, uma vez que a taxa na capital gaúcha passou de 0,40%, na terceira prévia, para 0,56%, na quarta semana do mês. A maior queda na taxa de variação ocorreu em Belo Horizonte, cuja taxa passou de 0,12% para 0,05% no período.
Agronegócio avança, mas é preciso investir mais
Mesmo com o impacto da crise internacional sobre a balança comercial brasileira, as vendas do agronegócio continuam com desempenho favorável: apesar do déficit global de US$ 4,035 bilhões, a balança agrícola sustentou superávit de US$ 5,12 bilhões. As vendas do setor, que subiram 14,7%, representaram 41,2% das exportações do país. Mas, na avaliação de exportadores, o país tem o desafio de equilibrar as vendas externas de industrializados para não depender só das commodities.
FOCUS 01: Mercado ajusta dados do IPCA
Os analistas do mercado financeiro fizeram ajustes na taxa oficial, segundo o relatório Focus, elaborado pelo Banco Central. A sinalização para o IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo) ao fim deste ano foi ajustada de 5,69% para 5,70%, enquanto os dados para fevereiro foram ampliados pela quarta semana consecutiva, chegando a 0,45% - a taxa na semana anterior era de 0,43%. A variação para março foi mantida em 0,43%. O total estimado para 2014 foi mantido em 5,50%.
Desemprego e informalidade caem menos em dezembro
As taxas de desemprego e informalidade registraram um ritmo de queda menos acentuado durante o mês de dezembro em relação ao visto em anos anteriores, segundo o Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada). No entanto, as taxas de desemprego de dezembro de 2012 e de 2011 mostraram a menor diferença (0,1 ponto percentual) na comparação mês ante igual mês do ano anterior, o que pode ser um sinal de perda de dinamismo no mercado de trabalho.
FOCUS 02: Mercado deve manter Selic em 7,25%
A taxa básica de juros deve ser mantida nos atuais 7,25% ao ano, na reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central, que será iniciada nesta terça-feira. Pelo menos essa é a expectativa do Banco Central (BC) em seu relatório Focus. A média do período foi mantida em 7,25%. A mediana das expectativas das instituições financeiras é que a Selic seja mantida no atual patamar ao longo de 2013, avançando apenas em 2014, encerrando o período em 8,25% ao ano.
Parcela de importados bate recorde, diz pesquisa
A participação dos produtos importados na economia atingiu novo recorde em 2012, segundo a Confederação Nacional da Indústria (CNI). O coeficiente de penetração das importações, que mede a participação dos importados no consumo doméstico, atingiu 21,6% no ano passado, 2,1 pontos percentuais acima de 2011, o maior valor registrado desde o início do levantamento, em 1996. O coeficiente de insumos importados também bateu recorde, atingindo 23,2%, um aumento de 1,9 ponto percentual sobre 2011.
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