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A Fragilidade do Discurso de Mantega

9 de Dezembro de 2012, 22:00 , por Castor Filho - 0sem comentários ainda | No one following this article yet.
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Coluna Econômica - 10/12/2012


(Em contraposição a este "discurso" do Nassif ler: "EM DEFESA DE GUIDO")

 

 

A maior arma de um Ministro da Fazenda é a palavra, maior até que a caneta. Cabe ao Ministro traçar o cenário factível, organizar as expectativas, mostrar o futuro, principalmente em fases de transição, aquelas que exigem maior clareza no discurso.


A economia está em um desses períodos. Redução de taxas de juros, mudança (mesmo que insuficiente) na política de câmbio, pacotes de concessões, desoneração de investimentos, tudo isso delineia uma mudança de patamar da política econômica, com resultados positivos inevitáveis. A questão é o fator tempo, a defasagem entre as medidas e os resultados, o período de maturação no qual o discurso passa a ser cada vez mais relevante.


Há um conjunto de fatores conjunturais atrapalham a recuperação. A mudança do patamar do dólar acarretou prejuízos a grandes empresas, que serão compensados com os efeitos sobre a produção interna. Mas leva tempo. Do mesmo modo, há uma queda nos preços de commodities que adia investimentos.


***


O Ministro Guido Mantega positivamente não tem o domínio do discurso. Pior: não tem a  percepção correta sobre como atuar nas expectativas empresariais.


Primeiro engano - a profusão de projeções otimistas sobre o PIB, desmentidas pelos fatos. No início de 2012, a própria área econômica trabalhava com a possibilidade de um PIB próximo dos 2%. Mantega insistia nos 4%. Era uma tolice clara. Se a economia batesse em 3%, já perderia a aposta.


A alegação de Mantega era a de que se não lançasse previsões otimistas, os empresários iriam investir menos e o PIB seria pior ainda. como se os empresários se deixassem emprenhar pelo ouvido com discursos vazios.


***


Segundo engano - mostrar sinais de pânico em momentos de tempestade. A cada notícia ruim da economia, o messiânico Mantega corre ao distinto público para anunciar a mesma projeção de PIB para o futuro e um conjunto de medidas adicionais de apoio à atividade produtiva. Em lugar das medidas serem entendidas como sinal de aposta no desenvolvimento, são vistas como colchas de retalho para tapar o buraco das expectativas não-atendidas.


***


Terceiro engano - não conseguir desenvolver um discurso contextualizado. Desde o ano passado, há uma linha coerente de aposta na produção. Houve um corte histórico na política monetária, com o Banco Central pela primeira vez conduzindo, em vez de ser conduzido, as expectativas de mercado, uma aposta em concessões e parcerias. Mas o principal porta-voz econômico do governo não consegue transmitir esse quadro. Assim, cada medida anunciada passa a sensação da colcha de retalhos e de falta de rumos.


***


O ex-presidente Fernando Collor tinha uma relação quase supersticiosa com sua Ministra Zélia Cardoso de Mello. Parece que a presidente Dilma Rousseff tem esse mesmo sentimento com Guido Mantega.


Se for para mantê-lo, melhor algum remanejamento ministerial que devolva ao Planejamento o papel de formulador adicional de política econômica. Libere Gleise Hoffmann para sua campanha para o governo do Paraná; traga Mirian Belchior e o PAC de volta à Casa Civil; e entregue o Planejamento a um nome que possa ajudar na formulação e no discurso econômico.

 

 

IPCA atinge 0,60% em novembro


O IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo) apurado no mês de novembro chegou a 0,60%, ficando bem próximo da taxa de 0,59% contabilizada em outubro, segundo o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). Com o resultado, o total apurado no ano chegou a 5,01%, e a variação nos últimos 12 meses situou-se em 5,53%. Enquanto os preços dos alimentos recuaram de 1,36% em outubro para 0,79% em novembro, os itens não alimentícios mostraram aceleração de 0,35% para 0,54%.


 

INPC atinge 0,54% em novembro


O Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) apresentou variação de 0,54% em novembro e ficou 0,17 ponto percentual abaixo do resultado de 0,71% de outubro, segundo dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). O acumulado do ano foi para 5,42%, e o total em 12 meses situou-se em 5,95%. Ao longo do período, os produtos alimentícios apresentaram variação de 0,80% em novembro, enquanto os não alimentícios aumentaram 0,43%.


 

Produção industrial avança em sete regiões


Os índices regionais da produção industrial apontaram crescimento em sete dos 14 locais pesquisados no mês de outubro, já descontadas as influências sazonais. Segundo o IBGE, o destaque ficou com Goiás (15,5%) e Espírito Santo (12,3%). A evolução do índice de média móvel trimestral para o total nacional mostrou variação positiva de 0,6% no trimestre encerrado em outubro frente ao nível do mês anterior e manteve a trajetória ascendente iniciada em julho último.


 

Indústria mantém estabilidade pelo quarto mês


As horas trabalhadas na produção industrial aumentaram 0,5% durante o mês de outubro e o emprego no segmento apresentou um acréscimo de 0,2% em relação a setembro, na série com ajuste sazonal. Mesmo assim, o faturamento do setor caiu 1%, na mesma base de comparação, e a utilização da capacidade instalada se manteve em 81%, de acordo com pesquisa divulgada pela Confederação Nacional da Indústria (CNI). Apesar da recuperação da atividade, a entidade afirma que a indústria continua ociosa.


 

Construção civil avança 0,22% em novembro


O Índice Nacional da Construção Civil (Sinapi) ficou em 0,22% em novembro, recuando 0,12 ponto percentual em relação a outubro (0,34%), segundo cálculos elaborados pelo IBGE em parceria com a Caixa Econômica Federal. A taxa anual chegou a 5,23%, e o resultado dos últimos doze meses situou-se em 5,36%. O custo nacional da construção, por metro quadrado, que chegou a R$ 850,06 em outubro, em novembro passou para R$ 851,96, sendo R$ 452,14 relativos aos materiais e R$ 399,82 à mão de obra.


 

Governo mostra indecisão sobre corte da conta de luz


O Tesouro Nacional ainda não decidiu como bancará a redução média de 20,2% na tarifa de energia a partir de março do ano que vem, disse o ministro da Fazenda, Guido Mantega. “Isso ainda não está definido”, declarou. Na última quarta-feira, a presidenta Dilma Rousseff assegurou que o governo federal manterá o compromisso de diminuir em 20,2%, em média, a conta de luz. Caso seja necessário, o Tesouro Nacional bancará a diferença com redução de tributos sobre a energia.

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