Coluna Econômica - 13/08/2012
Um dos grandes desafios da inovação é o de desenvolver mecanismos de investimentos de projetos tido como inovadores.
No mercado, existem os fundos de “venture capital”, de capital semente, cuja função é não apenas investir em projetos inovadores, como aportar gestão, orientação financeira e administrativa.
Criado há 40 anos, de alguns anos para cá a Finep (Financiadora de Estudos e Projetos) passou a estimular esses fundos, atuando como agente de capitalização e de indução de capitais privados.
É o que explicou Rochester Gomes da Costa, coordenador da área de Pesquisa e Inovação da Finep, no Seminário Brasilianas.
Há 12 anos foi criado o programa Inovar, que já aportou R$ 5,8 bilhões em 167 projetos. O órgão tem também linhas de subvenção econômica, não reembolsável, para despesas de custeio, para setores onde exista demanda do Estado.
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Até agora foram aprovados 25 fundos, com investimentos em 91 empresas, 6 empresas em “due diligence” (análises prévias), especialmente nas áreas de TI (Tecnologia da Inovação) e biocombustíveis.
Esses fundos têm prazo de maturação de 7 a 10 anos. Neles, a Finep aportou R$ 400 milhões, alavancando recursos totais de R$ e bi.
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Além disso, desde 2.000 a Finep tem montado fóruns para levar os conceitos a empresas, selecionar e auxiliar na formatação dos planos de investimento.
Até agora participaram mais de 5 mil empresas, das quais 900 foram selecionadas e, dessas, 375 participaram dos processos de capacitação e seleção.
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O trabalho ajudou a criar alguns campeões nacionais. Fo o caso das ERPs (sistemas de gestão de processos nas empresas). Três empresas se destacavam, a mineira RM, a gaúcha Datasul e a paulista Microsiga. As três foram apoiadas mas, no final, a que tinha melhor governança – a Microsiga – acabou assumindo as concorrentes.
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Essa combinação demanda pública-investimento em novas empresas será reforçada na próxima segunda-feira, em uma parceria entre Finep, BNDES (Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social) e Petrobras para fortalecimento das cadeias produtivas dos setores de óleo e gás.
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Mesmo assim, há muito a se avançar, especialmente no apoio às pequenas e médias empresas. Os programas de subvenção econômica, por complexos, são pouco acessíveis a elas. Em muitos casos, precisa seguir a lógica das cadeias produtivas, como é o caso da Inovapetros.
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A dificuldade em se abrir espaço para o novo mundo ficou claro na apresentação de uma pequena empreendedora, professora paulista que decidiu entrar na área de livros digitais.
Um dos maiores programas de compra do governo é o Programa Nacional de Livro Didático (PNLD), que investe na compra de livros para a rede escolar. É questão de tempo para que tudo seja digitalizado. Quando ocorrer, acaba o papel da intermediação entre o autor e o MEC: a editora.
A professora juntou colegas para entrar nessa nova área. Não conseguiu financiamentos mínimos, porque bancos – oficiais e privados – fazem uma série de exigências só acessíveis a empresas maiores. E o valor requerido era mínimo.
É hora de se começar a pensar em formas mais efetivas de massificar o acesso dos pequenos a essas ferramentas.
Emprego industrial varia -0,2% em junho
O total do pessoal ocupado na indústria mostrou variação negativa de 0,2% no mês de junho frente ao período imediatamente anterior, na série livre de influências sazonais, segundo o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). Este é o quarto resultado negativo consecutivo nesse tipo de comparação, acumulando nesse período perda de 1,2%. Na comparação com junho de 2011, o emprego industrial caiu 1,8%, a perda mais intensa desde dezembro de 2009 (-2,4%).
Total de horas pagas em junho é 0,3% menor
Segundo o IBGE, o número de horas pagas aos trabalhadores da indústria em junho caiu 0,3% ante maio, já descontadas as influências sazonais, atingindo assim sua quarta queda consecutiva, e uma perda acumulada de 2,9%. Com isso, o índice de média móvel trimestral apresentou queda de 0,6% no trimestre encerrado em junho, enquanto o total em relação a 2011 caiu -2,6%, a décima taxa negativa consecutiva nesse tipo de confronto.
Japão tem dívida pública recorde
A dívida pública do Japão atingiu um novo patamar recorde em junho, ao totalizar 976,2 trilhões de ienes (o equivalente a US$ 12,3 trilhões), segundo o governo japonês. Desde o fim de março (quando se encerra o ano fiscal no Japão), o valor total dos bônus, obrigações e créditos aumentou 16,2 trilhões de ienes (cerca de US$ 206,2 bilhões), um aumento trimestral de 1,7%. Parte deste aumento representa a dívida emitida para cobrir os gastos destinados à reconstrução da área afetada pelo tsunami.
Ipea: fim do fator previdenciário deve ter efeito fiscal
Embora o Regime Geral de Previdência Social (RGPS) apresente resultados favoráveis, constantes e promove distribuição de renda, o relatório Políticas Sociais: Acompanhamento e Análise, elaborado pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), divulgado adverte para os riscos fiscais que serão gerados com o fim do fator previdenciário, pois a entidade acredita que a extinção do fator sem outra compensação é “problemática” devido aos efeitos fiscais de curto, médio e longo prazos.
Grécia reduz déficit orçamentário
A Grécia reduziu seu déficit orçamentário durante os primeiros sete primeiros meses de 2012 e deixá-lo abaixo das metas em meio às tentativas de finalizar cortes adicionais de 11,5 bilhões de euros para manter o recebimento dos recursos de resgate da zona do euro e do Fundo Monetário Internacional (FMI). Segundo dados do Ministério das Finanças local, o déficit do governo central alcançou 13,2 bilhões de euros, ante 15,98 bilhões de 2011 e abaixo da meta de 14,83 bilhões de euros.
Economia da Alemanha enfrenta temor de recessão
Após três anos de crise da dívida na zona do euro, a economia alemã estagnou e existe um temor de que o país pode entrar em recessão no segundo semestre neste ano. O receio ganhou força diante dos diversos indicadores abaixo das expectativas, com queda nas encomendas manufatureiras, produção industrial, importações e exportações. A desaceleração também carrega riscos para a chanceler alemã, Angela Merkel, que irá buscar o terceiro mandato nas eleições de daqui a um ano.
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