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A Insuficiência do Discurso Econômico

16 de Janeiro de 2013, 22:00 , por Castor Filho - 0sem comentários ainda | No one following this article yet.
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Coluna Econômica - 17/01/2013

 

 

 

Há tempos venho alertando para a insuficiência do discurso público do Ministro da Fazenda Guido Mantega.


Está-se em uma fase crucial da economia. Há mudanças estruturais profundas e o desconforto daí decorrente, a dificuldade da retomada do crescimento e, ao mesmo tempo, os efeitos da crise econômica global.


Sem o discurso eficiente por parte da autoridade econômica, abre-se espaço para uma atoarda ampla, na qual as dúvidas dos agentes econômicos são potencializadas pelo choro dos prejudicados pelas mudanças.


 

***


Por exemplo, atribui-se a falta de investimentos à insegurança da economia devido ao excesso de intervencionismo do governo. Ora, todas as intervenções têm sido no sentido de melhorar o ambiente econômico. Se existe uma lógica na ação, onde a insegurança?


As dúvidas que seguram os investimentos são muito mais comezinhas. O "pibinho" de 2012 lançou dúvidas sobre a capacidade de recuperação da economia. Tendo dúvidas sobre a demanda futura, o empresário segura os investimentos e trata de aumentar marginalmente sua produção, até ficar claro que a capacidade ociosa existente será efetivamente completada.


***


O problema maior tem sido a hiperatividade da Fazenda, lançando dúvidas sobre as contas públicas.


Aí entra a dubiedade do discurso de Guido Mantega.


No início do ano, havia uma corrente defendendo a redução do superávit fiscal.


Mas Guido insistiu na manutenção da meta de superávit para não dar espaço para as críticas do mercado.


Era um contrassenso.


De um lado, estava clara a mudança nos paradigmas da política econômica, priorizando os investimentos. Tinha-se sob controle o principal indicador de desempenho fiscal - a queda sistemática da relação dívida líquida/PIB. Tinha-se uma economia patinando, o que justificaria uma ação contracíclica. E tinha-se a redução da Selic reduzindo o serviço da dívida.


Em suma, a política econômica passou a ter orelha de coelho, focinho de coelho, pata de coelho, mas Guido teimava em continuar chamando-a de gato.


***


No terceiro trimestre, quando houve a frustração da arrecadação fiscal, o governo estava amarrado à meta fixada na LDO (Lei de Diretrizes Orçamentárias).


Tinha-se, então, duas alternativas: ou mandava uma nova lei ao Congresso, reduzindo a meta de superávit; ou recorria à chamada "contabilidade criativa".


Decidiu-se pelo segundo caminho. E a tarefa foi entregue ao Secretário do Tesouro Arno Augustin, um tecnocrata arrogante que não se julga na obrigação de se explicar para ninguém.


***


As medidas foram tomadas no fechamento de 2012 sem que nem Augustin nem Guido se preocupassem em justificá-las ao distinto público.


Há toda uma literatura no FMI defendendo medidas contábeis pontuais para fechar as contas. E uma lista de argumentos defensáveis. Deixou-se tudo de lado.


Agora, o principal consultor do governo, ex-Ministro Antonio Delfim Netto, escreveu um artigo arrasador sobre a "contabilidade criativa".


Delfim fala de cátedra. Em 1979 quando as contas externas foram arrebentadas pela crise do petróleo e juros, recorreu a um amplo estoque de artifícios que pretendia passageiros. No final do governo Figueiredo, o passageiro tinha se transformado em uma barafunda orçamentária que destruiu a credibilidade da política econômica.


 

IPC-S volta a subir


O IPC-S (Índice de Preços ao Consumidor Semanal) encerrou a segunda semana de janeiro em alta de 0,89%, ante 0,77% da semana anterior, segundo a Fundação Getúlio Vargas (FGV). Quatro das oito classes de despesa ampliaram suas taxas, com destaque para Educação, Leitura e Recreação (de 1,26% para 2,09%) e Alimentação (de 1,57% para 1,78%). Na outra ponta, alguns dos grupos que reduziram suas variações foram Vestuário (de 0,64% para 0,13%) e Transportes (de 0,34% para 0,30%).

 

Atividade avança 0,4% em novembro


O Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-Br) ajustado para o período avançou 0,4% no mês de novembro em relação ao mês anterior. De acordo com a autoridade monetária, este é o segundo mês consecutivo em que o indicador, que serve para mostrar a tendência de crescimento da economia, tem elevação. Em relação a novembro de 2011, houve crescimento de 2,67%, de acordo com o índice sem ajustes para o período. No ano, até novembro, o IBC-Br cresceu 1,28% e, em 12 meses, 1,32%.


 

Intenção de consumo das famílias caiu 3,3% em janeiro


Os brasileiros começaram o ano de 2013 com a intenção de consumir menos do que em 2012. Segundo pesquisa divulgada pela Confederação Nacional do Comércio (CNC), houve queda na intenção de consumo das famílias de 3,3% em janeiro deste ano em relação ao mesmo período do ano passado. De acordo com a CNC, o nível de endividamento continua elevado, assim como há menos otimismo em relação ao mercado de trabalho.

 

Fluxo cambial de janeiro está positivo


O saldo entre saídas e entradas de dólares do país, conhecido como fluxo cambial, foi positivo em US$ 170 milhões no mês, até o dia 11 de janeiro, de acordo com o Banco Central (BC). O saldo obtido na semana passada, no valor de US$ 254 milhões, reverteu o fluxo negativo da semana anterior, de US$ 84 milhões, apurado entre os dias 2 e 4. Na última semana, a conta financeira apresentou um superávit de US$ 1,630 bilhão, ao passo que a conta comercial registrou déficit de US$ 1,291 bilhão.

 

Preços ao consumidor nos EUA terminam ano em alta


O Índice de Preços ao Consumidor (CPI, na sigla em inglês) apurado nos Estados Unidos permaneceu sem mudanças no mês de dezembro e fechou o ano de 2012 com uma inflação de 1,7%, segundo o Departamento de Trabalho. O núcleo da inflação, que exclui os preços de alimentos e energia, foi de 0,1% em dezembro e de 1,9% no ano. No mês passado, os preços dos alimentos subiram 0,2% e em todo o ano aumentaram 1,8%. Por outro lado, os preços da energia caíram 1,2% em dezembro, mas subiram 0,5% em 2012.

 

Brasil deve avançar 3,7% em 2013, diz Fitch Ratings


A América Latina deve apresentar uma recuperação econômica rápida neste ano, disse a diretora de ratings soberanos da América Latina para a agência de classificação de risco Fitch Ratings, Shelly Shetty. A Fitch prevê que o PIB da América Latina crescerá 3,7% neste ano, após a expansão estimada de 2,8% em 2012. A recuperação, segundo ela, será altamente influenciada pelo Brasil, cujo PIB deve expandir-se também 3,7% neste ano, depois da alta esperada de 1% para o ano passado.


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