Coluna Econômica - 06/09/2012
Para duas instituições representativas da indústria – a CNI (Confederação Nacional da Indústria) e o IEDI (Instituto de Estudos de Desenvolvimento Industrial) – o setor começa a mostrar sinais de recuperação.
A CNI aposta em retomada de crescimento nos próximos meses, conforme avaliação do seu gerente executivo, Flávio Castelo Branco. A pesquisa Indicadores Industriais revelou uma queda no faturamento real do setor, de 2,4% em julho em relação a junho. Mas comprou um aumento na UCI (Utilização da Capacidade Instalada) de 80,7% para 81,6%.
Houve aumento de 0,2% do emprego – terceiro seguido -, embora as horas trabalhada tenham caído 0,3%. Ambas as mudanças apontam para estabilização, interrompendo o processo de queda. A aposta na melhoria de desempenho se deve à queda dos juros, à desoneração de bens duráveis e dos encargos sobre a folha de salários em vários setores.
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Dois dos 19 setores pesquisados tiveram comportamento negativo: metalurgia básica e borracha e plástico. No primeiro caso, queda de 5,5% no faturamento e de 2,3% na produção em relação a julho de 2011. NO segundo caso, queda de 1% no faturamento.
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Mesmo recuperando-se no segundo semestre, o panorama do ano não é animador. Segundo o IEDI, há a possibilidade da recuperação não compensar as perdas do primeiro semestre, fechando o ano com queda. No primeiro semestre, a queda foi de 3,7%.
Assim, há que se analisar os resultados na “margem”, na ponta. Justamente os aumentos na produção de bens de capital e na utilização de capacidade interna. O IEDI entendeu que investimentos podem estar se recuperando assim como as compras internas dentro da indústria. Saliente-se o fato de que12 segmentos apresentaram resultado positivo em julho.
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Mesmo assim, os dados do ano assustam:
“Ainda na comparação com julho de 2011, a produção de bens de capital caiu 9,1% em julho deste ano, assim como recuaram as produções de bens duráveis (–2,7%), de bens semi e não duráveis (–2,3%) e de bens intermediários (–1,7%). No acumulado dos sete primeiros meses do ano, as quedas de produção são muito significativas em bens de capital (–12,0%), em bens duráveis (–8,4%) e em bens intermediários (–2,5%). A produção de bens de consumo semi e não duráveis também caiu no acumulado do ano até julho, mas em menor proporção (–0,5%)”.
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Numa outra frente importante para a definição do PIB (Produto Interno Bruto), a construção civil, o mercado continua aquecido. O Índice Nacional da Construção Civil (Sinapi) de agosto, medido pelo IBGE, apresentou alta de 5,49% nos últimos doze meses.
O Rio de Janeiro registrou o maior custo por metro quadrado do país, com R$ 951,86. Esse índice serve de parâmetro para a fixação de custos de execução de obras públicas.
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Muito dificilmente o PIB chegará no final do ano crescendo a 4 ou 4,5% na ponta, como prevê o Ministro da Fazenda Guido Mantega. Conseguiu-se interromper a queda, mas o ritmo da recuperação ainda é uma incógnita.
Como dizia o ex-Ministro Mário Henrique Simonsen, produzir queda na atividade econômica é como puxar um saco com uma corda; retomar o crescimento é como empurrar o saco com a corda.
IPCA de agosto fica em 0,41%
O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) apresentou variação de 0,41% em agosto, próximo à taxa de 0,43% registrada em julho, segundo o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). O total no ano chegou a 3,18%, enquanto a variação em 12 meses é de 5,24%. Assim como no mês anterior, alimentação e bebidas foi o que apresentou o maior resultado, embora o desempenho tenha sido um pouco menor, passando para 0,88% em agosto após ter atingido 0,91% em julho.
Índice da construção civil sobe 0,79% em agosto
O Índice Nacional da Construção Civil (Sinapi) subiu 0,79% em agosto, 0,50 ponto acima do visto em julho (0,29%), segundo cálculos elaborados pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) em convênio com a Caixa Econômica Federal. A aceleração reflete os acordos coletivos ocorridos no mês de agosto. O custo nacional da construção por metro quadrado, que em julho fechou em R$ 838,46, passou para R$ 845,10 em agosto, sendo R$ 449,30 relativos aos materiais e R$ 395,80 à mão de obra.
Indústria reduz faturamento em julho
A recuperação esperada para a atividade industrial no começo do segundo semestre ainda não se consolidou: segundo a Confederação Nacional da Indústria (CNI), o faturamento real caiu 2,4% em julho em relação a junho, enquanto a utilização da capacidade instalada aumentou de 80,7% em junho para 81,6% em julho. O emprego cresceu 0,2% na comparação com o mês anterior, mas as horas trabalhadas na produção foram reduzidas em 0,3% frente a junho.
Confiança industrial segue em queda
O Índice de Confiança da Construção (ICST) manteve em agosto a trajetória descendente iniciada em abril, com a taxa do indicador trimestral recuando 9,8% em comparação a 2011, segundo a Fundação Getúlio Vargas (FGV). Ainda na comparação interanual, o Índice da Situação Atual (ISA-CST) reduziu-se em 11,8%, ante queda de 10,6%, em julho. Por outro lado, o Índice de Expectativas (IE-CST) apresentou melhora ao passar de -9,2%, em julho, para -8,1% em agosto.
Fluxo cambial fica deficitário em US$ 896 milhões
O fluxo cambial fechou o mês de agosto com um saldo negativo de US$ 896 milhões, segundo o Banco Central. É a segunda vez no ano que o resultado de entrada e saída de dólares fecha um mês negativo – o déficit em maio foi de US$ 2,691 bilhões. No mês passado, o segmento financeiro apresentou saldo negativo de US$ 222 milhões, e o fluxo comercial ficou deficitário em US$ 674 milhões. Contudo, o saldo anual está positivo em US$ 22,989 bilhões.
Preços de commodities caem 0,8% em agosto
O Índice de Commodities Brasil (IC-Br) teve queda de 0,08% em agosto em relação ao mês anterior, segundo o Banco Central. No acumulado do ano até agosto, foi registrada alta de 8,62% e, em 12 meses, de 11,33%. A queda do indicador ao longo do mês foi puxada pelo segmento de metais, que caiu 2,02%. O indicador do segmento agropecuário teve queda de 0,91%, enquanto o segmento de energia apresentou alta de 7,1%.
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