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A Moçada Condenou Todos os Símbolos de Poder

19 de Junho de 2013, 13:13 , por Castor Filho - 0sem comentários ainda | No one following this article yet.
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Coluna Econômica - 19/06/2013

 

Um a um, os principais agentes políticos do velho modelo curvaram-se à voz das ruas, da moçada do Movimento Passe Livre (MPL).


Primeiro, os grandes órgãos de mídia. De “baderneiros”, “guerrilheiros urbanos”, tornaram-se, não mais que de repente, jovens idealistas, a voz da classe média etc.


Depois, os governantes. Das declarações taxativas contra o que reputavam “baderna” para declarações afáveis e a garantia de que os protestos poderiam continuar.


Do meio do alarido desconexo, surgiram duas vozes referenciais do velho modelo – os ex-presidentes Fernando Henrique Cardoso e Lula – avalizando os protestos.  Seguiram-se as declarações da presidente Dilma Rousseff, de consideração pelo movimento.


***


Há um corre-corre febril de interpretação das manifestações, cada qual pretendendo puxar a brasa para a sua sardinha.


Mas, inegavelmente, o movimento foi contra toda a estrutura de poder existente – do Executivo aos grandes grupos de mídia, do Congresso aos grandes partidos políticos e também aos pequenos (manifestantes queimaram bandeiras do PSTU e PSOL). Sobrou até para a UNE (União Nacional dos Estudantes), que desapareceu.


Na última manifestação, na segunda-feira passada, os jovens não estavam mais sozinhos. Muitos pais, profissionais liberais, funcionários públicos, trabalhadores, pessoas há décadas enferrujadas das manifestações de rua, aderiram ao movimento.


Afinal, contra o quê é o movimento? É contra tudo. E não se considere que esse “tudo” signifique um anarquismo inconsequente. Significa que a moldura institucional do país não cabe mais no organismo social brasileiro.


***


É algo cíclico, agora turbinado pelo fenômeno das redes sociais.


Logo após Franco Montoro eleito governador de São Paulo, houve explosões populares no centro e na frente do próprio Palácio dos Bandeirantes. Democrata exemplar, Montoro levou balas perdidas resultado da impaciência de quem não aguentava mais o quadro institucional anterior.


Algum tempo depois, aquela impaciência resultou na campanha das “diretas, já”.


***


O segundo movimento foi na campanha dos “caras pintadas”, que resultou na queda de Fernando Collor. A explosão ocorreria de qualquer maneira. Havia uma nova geração em campo, uma rapaziada que não participara das lutas contra a ditadura, mas sedenta por participação.


Embora até o último momento Collor mantivesse respeito pela Constituição, seu porte arrogante calou fundo na jovem classe média que se formava.


***


Agora, vê-se o terceiro movimento.


Nos últimos anos, a disputa PT x PSDB esgotou a paciência do último cristão. Do lado do PT, um pragmatismo excessivo, de compor com setores retrógrados, com fisiologistas da pior espécie. Do lado do PSDB, a terceirização da oposição a uma mídia sem limites, beirando o golpismo. Do lado da mídia, essa manipulação de ressuscitar fantasmas da guerra fria.


Nas redes sociais, de ambos os lados uma virulência sem limites, com ataques pessoais, assassinatos de reputação, ações orquestradas.

 

E a rapaziada apartidária – mas não apolítica – observando tudo, trocando impressões entre si e gradativamente formando a sua própria opinião. E sua opinião explodiu na forma de condenação geral ao modelo de poder.

 

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Tags deste artigo: nassif protestos mpl - movimento passe livre

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