Coluna Econômica - 18/12/2012
A morte do economista Albert Hirschman, aos 97 anos, é simbólica. Ocorre em um momento em que o mundo procura alternativas de política econômica, tal e qual no final da Segunda Guerra.
Saía-se da era do confronto para o da colaboração, pelo menos até que a Guerra Fria se fizesse presente. A nova potência hegemônica, os Estados Unidos, ajudava na reconstrução da Europa, dos adversários derrotados e até da América Latina.
O tratado de Breton Woods forneceu as bases institucionais para esse novo desenho. De um lado, o FMI (Fundo Monetário Internacional) impedindo as guerras cambiais e amparando países com desequilíbrios nas contas externas. Do outro, o Banco Mundial apoiando com recursos o desenvolvimento dos países. Depois, um conjunto de instituições trabalhando a questão da pobreza, do analfabetismo.
Partia-se do princípio de que a colaboração mundial exigia isonomia econômica entre países.
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Os 30 anos que se seguiram constituíram o chamado período de ouro do capitalismo. Houve o desenvolvimento de inúmeros países atrasados, o fim dos impérios coloniais, políticas de combate à miséria e desenvolvimento de uma ciência nova, visando encontrar o caminho para suplantar o subdesenvolvimento.
Hirschman cumpre papel fundamental, inclusive nos estudos sobre o subdesenvolvimento na América do Sul. Foi enviado com uma equipe do Banco Mundial para analisar a Colômbia. Percebeu a grande escassez de quadros técnicos e de setores capazes de se constituírem em fatores dinâmicos da economia. Concluiu que o caminho era eleger aqueles de maior potencial, apoiá-los de maneira que pudessem ganhar padrões modernos, contaminando positivamente os demais setores.
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Seus estudos tiveram dois discípulos relevantes: Ignácio Rangel e Fernando Henrique Cardoso. O primeiro entendeu o momento e as circunstâncias e produziu estudos clássicos nos anos 60, defendendo o fortalecimento do setor financeiro brasileiro como o passo seguinte ao da substituição de importações.
O segundo, FHC, quando presidente, repetiu a fórmula em uma conjuntura totalmente diversa, onde já se tinha um país com estrutura industrial sofisticada, e não com a economia rudimentar da Colômbia dos anos 50.
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A financeirização da economia, que marcou o último ciclo global, pressuponha os Estados nacionais abrindo mão de suas políticas internas e se subordinando a uma coordenação global, nas mãos dos respectivos bancos centrais.
O novo modelo exigirá, de um lado, a volta da lógica dos Estados nacionais batalhando pela competitividade das suas economias. De outro, a colaboração. Mas como compatibilizar competição com colaboração?
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É aí que entra a discussão de uma nova ordem institucional, uma redefinição dos papéis dos bancos internacionais, das organizações multilaterais.
Depois, a definição de princípios que sejam comuns a todos os países: a ênfase às políticas de inclusão social, como fundamentais para o próprio aprimoramento do capitalismo; o apoio aos países em desenvolvimento; a preocupação com a sustentabilidade do planeta.
IGP-10 sobe 0,63% em dezembro
O Índice Geral de Preços - 10 (IGP-10) encerrou o mês de dezembro em 0,63%, segundo a Fundação Getúlio Vargas (FGV). O resultado reverteu a queda de -0,28% de novembro. No ano, o IGP-10 variou 7,42%. O Índice de Preços ao Produtor Amplo (IPA) variou 0,66%, ante -0,57% em novembro. Já o Índice de Preços ao Consumidor (IPC) atingiu 0,65%, ante 0,36% do mês anterior, enquanto o Índice Nacional de Custo da Construção (INCC) subiu 0,36% em dezembro, acima do resultado do mês anterior, de 0,22%.
Empresas ampliam demanda por crédito
A quantidade de empresas que buscou crédito em novembro avançou 3,3% em relação a outubro, segundo a consultoria Serasa Experian. Na comparação com 2011, a demanda das empresas por crédito em novembro foi 9,9% menor. No ano, a busca das empresas por crédito apresentou variação negativa de 4,5% perante o mesmo período de 2011. Segundo os economistas da consultoria, a alta foi uma recuperação parcial das quedas corridas nos dois meses anteriores (setembro e outubro).
Balança comercial tem superávit de US$ 1,2 bilhão
Após iniciar dezembro com déficit, a balança comercial registrou superávit de US$ 1,274 bilhão na segunda semana do mês, segundo dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC). O valor de US$ 5,581 bilhões em exportações superou o das importações, que ficaram em US$ 4,307 bilhões na semana de 10 a 16 de dezembro. No ano, a balança tem um superávit de US$ 17,999 bilhões, resultado de US$ 233,090 bilhões em exportações e US$ 215,091 bilhões em exportações.
IPC-S acelera na segunda semana do mês
O IPC-S (Índice de Preços ao Consumidor Semanal) apresentou variação de 0,73% durante a segunda semana de dezembro, 0,10 ponto percentual acima da taxa registrada na última divulgação, segundo a Fundação Getúlio Vargas (FGV). Cinco das oito classes de despesa componentes do índice apresentaram acréscimo em suas taxas de variação, sendo que a principal contribuição para o acréscimo partiu do grupo Alimentação, que passou de 0,86% para 1,23%.
Empresários brasileiros estão menos otimistas, diz CNI
O otimismo da indústria, medido pelo Índice de Confiança do Empresário Industrial (Icei), caiu 1 ponto em dezembro, atingindo 57,4 pontos, de acordo com a Confederação Nacional da Indústria (CNI). Na comparação com 2011, houve aumento de 2,4 pontos. Como a média histórica do indicador é 59,4 pontos, os dados mensais seguem abaixo desse patamar. Segundo a entidade, o resultado apurado em dezembro se deve ao “fim das encomendas de final de ano e à lenta recuperação da economia”.
Tombini espera inflação menor em 2013
A inflação no próximo ano será menor que em 2012. A expectativa é do presidente do Banco Central (BC), Alexandre Tombini. Entre os pontos listados pelo representante da autoridade monetária que devem ajudar a reduzir a inflação, estão a moderação nos aumentos salariais e o crescimento do crédito, também em nível moderado. “Temos medidas que foram tomadas que têm repercussão direta sobre a inflação ao longo dos próximos meses”.
Blog: www.luisnassif.com.br
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