Coluna Econômica - 08/05/2013
Dentre os dois candidatos mais visíveis da oposição - o senador Aécio Neves, do PSDB, e o governador Eduardo Campos, do PSB - há a constatação do favoritismo absoluto da presidente Dilma Rousseff à reeleição.
A não ser que ocorra alguma hecatombe econômica - fora do radar - a discussão é se Dilma levará no primeiro ou no segundo turno.
Aí entram as indagações maiores: 2014 poderá ser o trampolim para quem queira se habilitar para 2018; ou poderá ser a pá de cal nas pretensões futuras dos candidatos.
Círculos próximos a Aécio Neves consideram que, ao aceitar a indicação do PSDB, ele estará indo para o sacrifício, para garantir a própria sobrevivência do partido. Este foi o principal argumento utilizado para convencê-lo a aceitar a indicação.
Aécio não decidirá tão cedo. Mas a pelo menos um interlocutor - com quem conversou dez dias atrás - mostrou uma ponta de entusiasmo, em relação ao seu estado de espírito anterior.
Um dos pontos que o desestimula é a agressividade que tomou conta das campanhas nos últimos anos, fruto da guerra entre jornais e, principalmente, na Internet.
Há tempos a crítica deixou de ser política para entrar em ataques pessoais.
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Nas hostes de Aécio há muitas queixas em relação ao lado paulista do PSDB.
Em todas as eleições presidenciais, o candidato sempre foi de São Paulo. Agora, para o sacrifício, não se apresenta nenhum e o fardo passa a ser carregado por ele.
Consideram que Aécio tem sido injustiçado, quando colunistas e jornais de São Paulo, insinuam que ele fez corpo mole na campanha de José Serra em 2010.
Para rebater essa insinuação, levantam argumentos:
Nas eleições majoritárias, em Belo Horizonte o PT sempre conseguiu dez pontos a mais do que os resultados que obtinha no país. Em 2010, foram apenas 4 pontos.
Em São Paulo, pelo contrário, Serra manteve o mesmo desempenho que Geraldo Alckmin em 2006. Só que Alckmin era visto como o candidato fraco enfrentando o campeão de votos, Lula; enquanto Serra era visto como o favorito e experiente, enfrentando a novata Dilma. Logo, se problemas aconteceram, teriam que ser observados na campanha paulista.
Aécio chegou ao ponto de gravar uma mensagem para o telemarketing ligar para todos os lares mineiros, pedindo voto para Serra. E concordou indo contra a opinião esmagadoramente majoritária dos amigos, que julgavam uma temeridade avalizar o discurso extremamente conservador de Serra.
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A decisão de Aécio se candidatar obrigará a um exercício complexo de estratégia.
Para conseguir mais tempo de televisão, precisaria se aliar a outros partidos. Por outro lado, se pelo menos Campos e Marina Silva não se lançarem candidatos, a eleição poderá ser decidida no primeiro turno.
Há a hipótese de uma aliança com Eduardo Campos. Nesse caso, o PSDB teria que abrir mão da disputa pelo governo de Minas, apoiando a candidatura do atual prefeito de Belo Horizonte, Márcio Lacerda - do PSB.
Caso o PSDB decida lançar um nome para concorrer ao governo, ainda não há definição do candidato. Na sucessão de Aécio, o atual governador Antonio Anastasia foi um nome natural. Agora, não existe o candidato natural.
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