Coluna Econômica - 17/10/2013
Ontem, no meu Blog, tentei entender os movimentos em torno da candidatura de Marina Silva (http://glurl.co/c7Q) a partir de três atores importantes no jogo político: os grupos econômicos, os partidos políticos e as escolas de pensamento.
A noiva são os grupos econômicos, cada qual com seu leque de interesses. A mediação entre os grupos e os partidos se dá através de escolas de pensamento ou dos chamados intelectuais oportunistas, buscando discursos eficientes.
O discurso mais eficiente é aquele que, incorporando os interesses dos grupos econômicos parceiros, seja vendido como uma utopia ao eleitor.
Em países de pouca tradição programática, os partidos políticos são o chamado cavalo de umbanda. Quando não servem mais, as escolas procuram um novo cavalo para baixar o santo. É o caso de André Lara Rezende, um dos pais do Real, que pulou do PSDB para Marina.
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Historicamente, o jogo da política econômica sempre operou de forma binária. Numa ponta, a fatia nacional da economia, defensora do ativismo do Estado e representada pelos economistas desenvolvimentistas.
Na outra, a fatia internacionalizada do país, mercado financeiro, grandes gestores de fundos, multinacionais brasileiras. Para esses interessa menos estado e maior liberdade do capital.
Seguem a chamada escola neoliberal.
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FHC abraçou as teses mercadistas. Deixou o poder enaltecido pelos financistas, amaldiçoado pelos industrialistas e rejeitado pela opinião pública.
Lula abriu espaço para os mercadistas no Banco Central e na Fazenda; para as chamadas forças produtivas no Ministério do Desenvolvimento e Agricultura. E para as forças sociais no Ministério do Desenvolvimento Social e no Bolsa Família. Só conseguiu fechar todas as pontas devido a uma conjuntura internacional favorável.
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Nas últimas eleições, a campanha da oposição concentrou-se em formulações um tanto folclóricas, como ameaça de comunização, farquismo, bolivarismo etc.
Hoje em dia as críticas são mais objetivas, quanto ao voluntarismo, pressa, intervencionismo na economia etc.
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Acontece que esses temas têm pouco impacto na opinião pública.
Mas, tendo como formulador o mesmo André Lara Rezende, há uma confluência de grandes grupos paulistas em criar a utopia Marina.
Essa utopia consiste em substituir o sonho do desenvolvimento pelo sonho da felicidade. O planeta não pode manter o crescimento, sob risco de esgotar totalmente seus recursos.
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Há duas formas de distribuir renda: crescendo, e distribuindo o excedente; ou não crescendo, e expropriando de quem tem para dar a quem não tem. Qual caminho André sugere?
Cidadania e distribuição de renda consistem em levar energia aos mais pobres. Marina chegou a sugerir a proibição até de novas usinas hidrelétricas.
A simbiose André-Marina é tão evidente que, nos últimos dias, ela se pôs a defender até o tripé inflação-higidez fiscal-câmbio flexível.
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Entre oposicionistas de carne e osso- como Eduardo Campos e Aécio Neves - e fantasias de Avatar, é importante que a oposição não embarque em aventuras.
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