Coluna Econômica - 13/09/2012
Um dos grandes desafios de política pública, terreno extremamente propício a políticas públicas ousadas, inovadoras e transformadoras é como articular os pequenos empreendedores e/ou membros da indústria criativa (músicos, artesãos etc.).
Conforme exaustivamente discutido por industrialistas, os setores tradicionais da economia (vestuário, calçados, móveis) só sobreviverão se houver inovação. A inovação poderá salvar algumas empresas, não a maior parte delas. O desafio consiste em massificar a inovação.
Recentemente, surgiram iniciativas importantes, como as do MEI (Movimento Empresarial pela Inovação). Mas para se conseguir os saltos capazes não apenas de garantir a sobrevivência das empresas, mas de permitir recuperar o tempo perdido, não basta seguir receitas tradicionais.
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Vamos a uma sugestão de “catching up”, isto é, de permitir um salto exponencial.
Faltam as pequenas empresas escala de produção, estrutura de comercialização, recursos e/ou abertura para o design e outra formas de agregar valor ao produto.
Em contrapartida, constituem-se em um formidável parque fabril, quando vistos no seu conjunto. São milhares de empresas, milhões de trabalhadores especializados que, para dar o salto, necessitam de produtos inovadores, abertura de mercado e escala de produção.
O primeiro passo consiste em juntar todos os atores envolvidos com o problema - Inmetro (Instituto Nacional de Metrologia), Apex (Agência Promotora de Exportações), Sebrae, estrutura Senai, MDIC (Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior), Secretaria de Economia Criativa do Ministério da Cultura, Ciência e Tecnologia, Banco do Nordeste, BNDES, ABDI (Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial) etc.
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Depois, dar início ao processo, que consistirá das seguintes etapas:
Etapa 1 – garantir os produtores.
Nessa etapa, a ideia é criar um enorme banco de dados, onde cada indústria têxtil, micro, pequena ou média, se cadastrará.
Em seguida, preparar cursos à distância de certificação. O Inmetro definirá um conjunto de características de produção que elas serão obrigadas a seguir.
Dependendo do grau de evolução, elas serão agrupadas em grupos de baixa, média e alta capacitação. E terão um certificado como atestado.
Etapa 2 – desenvolver mercados e produtos.
O passo seguinte será a Apex estimulará a criação de tradings especializadas. Serão empresas que correrão o mercado externo (e interno) identificando nichos de oportunidade e responsabilizando-se pelo desenvolvimento de produtos adequados a esse nicho. Serão capacitadas com grupos de apoio, constituídos pelos radares da Apex, por grupos de designers, institutos de pesquisa e outras formas de apoio.
Poderão ser criadas marcas nacionais para abrigar toda essa produção, casando a promoção externa com eventos externos que consolidem a percepção dessa marca Brasil.
Identificado o mercado, definido o produto, essas tradings irão até o cadastro de fornecedores e selecionarão as empresas aptas a suprir a encomenda. Tudo devidamente monitorado por sistemas informatizados que controlarão os sistemas de produção.
Será um salto quantitativo em relação aos modelos tradicionais de arranjos produtivos.
Demanda do consumidor por crédito volta a subir
A quantidade de pessoas que procurou crédito no mês de agosto foi 3,1% superior à verificada em julho, segundo a consultoria Serasa Experian. Esta foi a segunda alta mensal consecutiva deste indicador. Em julho, registrou-se crescimento de 8% frente a junho. Na comparação com agosto de 2011, houve recuo de 2,7%. De acordo com os economistas da consultoria, a terceira queda mensal consecutiva e o menor ritmo de expansão anual confirmam que a inadimplência do consumidor está perdendo fôlego.
IBGE 01: Emprego industrial varia 0,2% em julho
Em julho, o total do pessoal ocupado na indústria mostrou variação positiva de 0,2% frente ao mês imediatamente anterior, na série livre de influências sazonais, de acordo com o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). Na comparação com igual mês do ano anterior, o emprego industrial mostrou queda de 1,6%, com redução em doze dos quatorze locais pesquisados, e em quatorze dos dezoito ramos apurados no levantamento.
IBGE 02: Total de horas pagas oscila 0,3%
O número de horas pagas aos trabalhadores da indústria, já descontadas as influências sazonais, mostrou variação positiva de 0,3% no mês de julho ante o período anterior, interrompendo quatro meses de taxas negativas consecutivas. Segundo o IBGE, a comparação com 2011 aponta queda de -2,5%, com perda em doze dos quatorze locais e em quinze dos dezoito ramos pesquisados. A perda acumulada no ano é de 2%, e se deve a retração apresentada em quatorze dos dezoito setores pesquisados.
Inflação deve convergir para meta, diz Tombini
O presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, avaliou que “desvios transitórios” têm feito a estimativa de inflação se desviar da meta de 4,5% estabelecida pelo governo. Segundo Tombini ressaltou que há sinais favoráveis em prazos mais longos e, no curto prazo, o país está lidando com choques de preços de commodities – que, para o presidente do BC, é algo localizado e deve ter uma amplitude menor do que a vista em 2010 e 2011.
Fluxo cambial começa setembro com déficit
O fluxo cambial iniciou setembro com um déficit de US$ 575 milhões, segundo dados divulgados pelo Banco Central (BC). Em agosto, o fluxo ficou negativo em US$ 896 milhões. Ao longo de quatro dias úteis, o segmento financeiro apresentou saldo negativo de US$ 222 milhões, enquanto o fluxo comercial apresentou uma perda de US$ 674 milhões. No ano, o fluxo cambial está positivo em US$ 22,415 bilhões, ante US$ 66,464 bilhões registrados em igual período do ano passado.
Austeridade não leva a crescimento econômico, diz Unctad
As medidas de austeridade e o achatamento dos salários enfraquecem o crescimento dos países desenvolvidos e não estimulam a economia como o esperado, sem criação de empregos, redução nos déficits fiscais ou aumento da confiança dos mercados financeiros, segundo a Conferência das Nações Unidas sobre Comércio e Desenvolvimento (Unctad). O documento indica que os países em desenvolvimento ficam vulneráveis, já que os cortes fiscais nos países mais ricos prejudicam a recuperação.
Blog: www.luisnassif.com.br
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