Ir para o conteúdo
ou

Thin logo

castorphoto

Dr. Cláudio Almeida

 Voltar a Blog Castorphoto
Tela cheia

A volta da velha senhora, os juros de dois dígitos

15 de Outubro de 2013, 5:12 , por Castor Filho - 0sem comentários ainda | No one following this article yet.
Visualizado 106 vezes

 

Coluna Econômica - 14/10/2013

 

 

A decisão do Copom (Comitê de Política Monetária) de aumentar a taxa Selic para 9,5% ao ano e os termos do comunicado indicam que poderá voltar novamente aos dois dígitos. E mostra – mais uma vez – a enorme dificuldade do país em definir estratégias claras de desenvolvimento.


O organismo econômico brasileiro se assemelha a de um viciado que não pode viver sem drogas, sob risco de crises de abstinência.


***

Nos dois últimos anos, o governo Dilma Rousseff deu início à mais ousada estratégia monetária dos últimos vinte anos, de tentar trazer as taxas de juros aos níveis internacionais e proceder a alguma correção do câmbio.


E aí se observou um fenômeno típico de organismos viciados.


A economia está dividida entre os grandes grupos – capitalizados e ofertantes de recursos – e pequenas e médias empresas – demandantes de crédito.


As grandes empresas vinham apresentando bons níveis de rentabilidade. Reduzida a Selic, constatou-se que caíram as margens de lucros.


Percebeu-se, então, que eram garantidas pelos ganhos financeiros. A reação de empresas maiores foi promover reajustes de preços, visando recompor margens.


Para permitir a recomposição sem repasses, muitos setores foram agraciados com redução nos encargos trabalhistas, fruto do festival de desonerações fiscais do Ministro Guido Mantega.


***

O segundo movimento foi no câmbio.


Desde que assumiu, a presidente Dilma Rousseff estava convencida da necessidade de promover desvalorizações controladas do real, para devolver um mínimo de competitividade à economia interna.


Nos últimos meses, houve forte instabilidade no dólar, com a perspectiva de elevação das taxas de juros dos Estados Unidos. O Banco Central aproveitou a brecha e promover uma desvalorização controlada do real, que bateu nos R$ 2,30.


Com isso, reduziu os riscos de crise externa, mas à custa de uma elevação nos preços internos, especialmente dos chamados comercializáveis (produtos cujos preços são regulados pelas cotações internacionais).


***

O ritmo de crescimento baixo da economia poderia amenizar o repasse para os preços. Mas, ao mesmo tempo, abriria espaço para que a mídia do eixo Rio-São Paulo voltasse a exercitar o terrorismo.


Algum tempo atrás, os dois maiores jornais de São Paulo estamparam, na primeira página, a falsa informação de que famílias estariam retornando aos hábitos de consumo do período hiperinflacionário. Durante semanas, o Jornal Nacional bateu diariamente na tese da perda do controle inflacionário.


Esse movimento gerou um efeito cascata que se espalhou por diversos setores e acabou sendo contido pela decisão de elevar a Selic.


***

Agora, retorna-se ao mesmo jogo anterior. Aumentam-se os juros, os grandes grupos recompõem os lucros com ganhos financeiros. E a rapa, o enorme contingente dos tomadores de crédito – pequenas e médias empresas, consumidores pessoa física passam a pagar mais.

 

A melhoria de caixa das empresas – com a alta da Selic – será bancada com a redução dos recursos disponíveis para educação, saúde, investimento. Há que se poupar mais, para garantir os juros, os ganhos financeiros dos grandes e a tranquilidade da velha mídia.


Os posts mais comentados no blog Luis Nassif Online na sexta (11):

1.      Advogados de Lulinha denunciam 6 pessoas por ataques
É a primeira atitude objetiva da família de Lula contra ataques que passou a sofrer nos últimos anos

2.      A terceira via da chapa presidencial Marina-Campos

3.      O desafio de Aécio diante do novo cenário

4.      A balbúrdia democratizante das redes sociais

5.      A harmônica e influência jazzística de Maurício Einhorn

6.      O relato de um processo contra a Telebahia Celular

7.      Em editorial, Estadão diz que mobilidade urbana é bandeira eleitoral

8.      Alguns fatos sobre George Harrison

9.      Os processos penais parados no STF

10.  O bloqueio do mundo intelectualizado rompido pela internet

11.  Operadora de telefonia prefere a Justiça a dar solução rápida ao consumidor

 

Email: luisnassif@ig.com.br

Blog: www.luisnassif.com.br

Portal: www.luisnassif.com

​ 

 

 

"Todos os direitos reservados, sendo proibida
​ ​
a reprodução total ou parcial por meio impresso"

 


Visite o BLOG  ​e confira outras crônicas​

 


Tags deste artigo: nassif economia política monetária copom selic banco central

0sem comentários ainda

    Enviar um comentário

    Os campos realçados são obrigatórios.

    Se você é um usuário registrado, pode se identificar e ser reconhecido automaticamente.