Coluna Econômica - 16/9/2013
A exploração do pré-sal poderá tornar o Brasil um dos grandes players globais de soluções tecnológicas. Ontem, mostrei parte da apresentação de João de Negri, diretor de Inovação da Finep (Financiadora de Estudos e Projetos) no Seminário Brasilianas sobre as redes de pesquisa do pré-sal.
Nele, Negri enfatizava a importância, para o país dispor de autonomia tecnológica, do desenvolvimento de empresas de capital nacional.
Lançado recentemente, o programa Inova Empresas - de estímulo à inovação - tem como uma de suas principais pernas o Inova Petro, R$ 3 bi para desenvolvimento de tecnologia nas áreas de petróleo e gás.
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Trata-se de uma cadeia bastante extensa, que começa na sísmica, vai até a petroquímica, podendo passar pela distribuição.
O primeiro passo foi definir as tecnologias críticas. Concluiu-se que seriam os produtos e serviços sob a lâmina d’água, especialmente dutos flexíveis, árvore de natal molhada, serviços e instalações.
A árvore de natal molhada é a válvula que vai na cabeça do poço e faz todo o trabalho de separação do petróleo e gás.
Atualmente, todas as árvores de natal são produzidas por empresas estrangeiras. Existe uma empresa de capital nacional há quatro anos trabalhando no desenvolvimento de um similar. Caso a Petrobras encomendasse vinte árvores de Natal, explica Negri, ela conseguiria desenvolver a primeira etapa para profundiades de até 5 mil pés.
Recentemente, uma pequena empresa do nordeste desenvolveu um duto flexível único. Em geral há a necessidade de um tipo de duto para cada modalidade de exploração. Ela conseguiu desenvolver um duto universal.
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Expositor do seminário, autor do livro "Petróleo em águas profundas - uma história tecnologia da Petrobras na exploração e produção offshore", José Paulo Morais, do IPEA (Instituto de Pesquisas Aplicadas) identificou quatro fatores críticos a demandar pesquisas no setor:
* Condições climáticas, geológicas e ambiente marinho.
* Grandes distâncias, seja do poço à plataforma ou da plataforma ao continente.
* A invisibilidade das operações, em oceano profundo.
* Os elementos contaminantes, como a viscosidade do petróleo.
O Brasil tem uma falta de competitividade sistêmica. Mas nessas áreas os ganhos de redução do custo podem ser tão expressivos, que o desenvolvimento autônomo torna-se não apenas necessário como competitivo.
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Passo relevante será o monitoramento e avaliação de impacto atendendo, aliás, a uma exigência da presidente Dilma Rousseff.
Para se obter bons indicadores, faz-se uma boa coleta de informações sobre a empresa e o setor antes da contratação, para poder avaliar depois os avanços pós contratação.
A avaliação passará pelos seguintes pontos:
1. Aumento da eficiência da cadeia produtiva e participação das PMEs (Pequenas e Micro Empresas).
2. Possibilidade de redução dos custos de produção da Petrobras, em comparação com concorrentes estrangeiros.
3. Aumento da competitividade sistêmica da cadeia produtiva do petróleo.
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