Coluna Econômica - 09/10/2012
Na rede CBN, o comentarista José Luiz Portela fala da importância do planejamento na gestão municipal, da visão sistêmica de saber analisar todos os setores de forma integrada. No seu primeiro discurso, depois de encerrado o primeiro turno, o candidato José Serra faz o mesmo discurso.
Não se trata de coincidência, mas de estratégia de marketing. Portela foi Secretário Estadual de Transportes Metropolitanos na gestão Serra, e é um dos melhores quadros do PSDB paulista. Na CBN, mostra - com enorme competência - como deveria ser a gestão ideal de São Paulo. No palanque, Serra se apresenta como se fosse esse gestor ideal.
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No entanto, há uma distância quilométrica entre a gestão em São Paulo e em alguns locais símbolo: como Pernambuco, com Eduardo Campos, Minas, com Anastasia (em que pese a enorme crise financeira do Estado) e município do Rio, com Eduardo Paes.
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Ter bons quadros nas secretarias é condição necessária, mas não suficiente para o bom resultado. Há que se ter um governante com capacidade de gestão e discernimento para definir as prioridades e as ações de implementação.
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À frente da Secretaria, Portela planejou minuciosamente a questão do transporte na região. Calculou fluxos de transporte, pensou a integração, planejou um VLT (Veículo Leve sobre Trilhos) para Santos.
Antes disso, no início do governo Fernando Henrique Cardoso, foi dos poucos quadros do governo com reconhecida competência gerencial. Foi dele o planejamento bem sucedido de distribuir livros didáticos por toda a rede pública, um feito fantástico na época.
No entanto, em São Paulo, grande parte do planejado não saiu do papel, justamente pela incapacidade de Serra de articular as diversas secretarias de Estado, definir prioridades e fazer acontecer.
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O mesmo aconteceu com a Secretaria de Gestão, criada para supostamente dotar São Paulo de competência gerencial. Na época, foi entregue ao atual Chefe da Casa Civil, Sidney Beraldo, outro quadro precioso do PSDB paulista.
Ora, processos de gestão são horizontais - isto é, atuam sobre todas as secretarias. Qualquer governador minimamente iniciado nos modelos de gestão trataria de organizar uma reunião de todo secretariado e discutir as formas da Secretaria de Gestão atuar em cada um deles, uniformizando ações, indicadores etc.
Beraldo cercou-se de consultores, buscou bons quadros, mas nada aconteceu. Em todo período da Secretaria, Serra não realizou uma reunião sequer com todos os secretários para definir a forma de atuação da Secretaria.
Consequência: nada andou e perdeu-se a possibilidade de São Paulo ao menos dar um passo, ainda que tímido, em direção às modernas ferramentas de gestão.
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Por tudo isso, a impressão que passa é que campanhas eleitorais se resumem a "insights", "sacadas", "dicas", passadas por assessores aos candidatos, mas longe de se constituírem em formas articuladas de planejamento.
O ponto inicial de qualquer planejamento estratégico é definir o que se pretende com ele.
Experimente consultar o Google e localizar um artigo ou reportagem sequer na qual Serra indicasse o que pretendia fazer de São Paulo. Não se vai encontrar nada. No máximo, algumas declarações soltas, sem contexto e sem consequência.
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IGP-DI atinge 0,88% em setembro
O IGP-DI (Índice Geral de Preços - Disponibilidade Interna) encerrou o mês de setembro em alta de 0,88%, perdendo força ante os 1,29% vistos em agosto, segundo a Fundação Getúlio Vargas (FGV). Ao longo do período, o Índice de Preços ao Produtor Amplo (IPA) ficou em 1,11%, ante 1,77% no mês anterior. Já o Índice de Preços ao Consumidor (IPC) somou 0,54%, ante 0,44% no mês anterior. O Índice Nacional de Custo da Construção (INCC) ficou em 0,22%, abaixo do resultado do mês anterior, de 0,26%.
FOCUS: Inflação segue em alta
Analistas consultados pelo Banco Central voltaram a elevar os prognósticos estimados para a taxa oficial de inflação neste ano, segundo o relatório Focus, elaborado semanalmente pela autoridade monetária. Os prognósticos para o IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo) ao fim deste ano subiram pela décima terceira semana consecutiva, de 5,36% para 5,42%. A variação para 2013 perdeu força pela segunda semana consecutiva, de 5,48% para 5,44%.
Balança começa outubro com superávit
A balança comercial brasileira registrou superávit de US$ 812 milhões durante a primeira semana de outubro, com média diária de US$ 162,4 milhões, segundo dados divulgados pelo Ministério de Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC). Em cinco dias úteis, as exportações brasileiras foram de US$ 5,356 bilhões, e as importações somaram US$ 4,544 bilhões. No acumulado do ano, o saldo da balança comercial está superavitário em US$ 16,537 bilhões.
Confiança do comércio subiu 2,2%
O Índice de Confiança do Empresário do Comércio subiu 2,2% em setembro, atingindo 125,3 pontos, segundo a Confederação Nacional do Comércio, Bens, Serviços e Turismo (CNC). Esta foi a segunda alta consecutiva do indicador. Os três subíndices que compõem o indicador tiveram crescimento, com destaque para o Índice das Condições Atuais, que cresceu 3,8% no período. O subíndice de Expectativas cresceu 1,6% entre agosto e setembro, e o índice de Investimento, apresentou um acréscimo de 1,6%.
IPC-S começa outubro em alta de 0,64%
O IPC-S (Índice de Preços ao Consumidor Semanal) na primeira semana de outubro atingiu 0,64%, alta de 0,10 ponto percentual ante a última divulgação, de acordo com a Fundação Getúlio Vargas. Seis classes de despesa componentes do índice ampliaram suas taxas, com destaque para Alimentação (de 1,23% para 1,38%) e Vestuário (de 0,60% para 1,10%). As classes que perderam força foram Transportes (de 0,14% para 0,13%) e Educação, Leitura e Recreação (de 0,07% para 0,01%).
China perde força e deve avançar 7,7% no ano
A economia chinesa deve crescer em torno de 7,7% neste ano, contra 9,3% de 2011, mas o risco de uma queda brutal é pequeno e o crescimento deve acelerar em 2013, segundo o Banco Mundial (Bird). Se o resultado de 7,7% for confirmado, a China terá o pior crescimento em 13 anos. Anteriormente, o Banco Mundial projetou um crescimento de 8,2% para este ano. Em 2013, o crescimento do PIB deve acelerar devido aos efeitos das medidas do governo para estimular a economia e pelo aumento dos investimentos.
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