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As Duas Visões da Diplomacia Comercial Brasileira

30 de Agosto de 2012, 21:00 , por Castor Filho - 0sem comentários ainda | No one following this article yet.
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Coluna Econômica - 31/08/2012

 

É por isso que, para a velha mídia, Cristina Kirchner, da Argentina, é uma populista irremediável, Hugo Chávez, da Venezuela, um subversivo disposto a colocar fogo no continente e Ollanta Humalla, do Peru, um esquerdista indefinido. E para as grandes empresas brasileiras, os três representam excelentes oportunidades de negócio, muito bem aproveitadas pelo não-alinhamento pragmático da diplomacia brasileira.


***


De 2004 a 2009, por exemplo, a Odebrecht mantinha na Argentina um escritório com 15 funcionários. A partir de 2012, tem 15 mil funcionários atuando em projetos de infraestrutura, energia.


A empresa divide grandes obras, entre outros, com a sueca Skanska, com a argentina Hochtief. As contratações são efetuadas, os pagamentos feitos em dia.


O mesmo ocorre no Peru, com investimentos estáveis, apesar das mudanças políticas.


***


Nem se fale da Venezuela, que tornou-se grande parceira do Brasil desde o governo Fernando Henrique Cardoso.


Boquirroto, valentão, impulsivo, vá lá, mas Hugo Chávez assumiu o poder disposto a mudar a realidade do país, dominado pela mais corrupta elite latino-americana.


Sem dispor de quadros técnicos, passou a considerar o Brasil o modelo a ser seguido. Referia-se a Fernando Henrique Cardoso como “mi maestro. No dia em que Lula foi eleito e proferiu o famoso discurso inicial, tornando os pobres o público preferencial, imediatamente ganhou a admiração de Chávez.


No que importa: foram essas afinidades que abriram espaço para as empresas brasileiras conquistarem amplos espaços, especialmente depois da nacionalização de parte da produção petrolífera venezuelana.


***


As aventuras da Odebrecht com o Chile e com o Peru são bastante signficativas para entender os efeitos da diplomacia sobre os negócios.


Quando iniciou sua internacionalização, as primeiras investidas da Odebrecht foram em países vizinhos, construindo uma hidrelétrica no Chile, outra no Peru. 


Ambos os países eram ditaduras militares, o Chile dominado pela direita de Augusto Pinochet; o Peru pela esquerda de Velasco Alvarado.


Politicamente, as afinidades brasileiras eram com a ditadura de Pinochet. Só que o general colocou o Chile sob a órbita dos Estados Unidos. Com isso, abriu uma enorme mercado nos EUA para as frutas chilenas. Mas nenhuma empresa brasileira conseguia entrar no mercado chileno.


Quando Jimmy Carter assumiu a presidência dos EUA, durante um certo período interrompeu toda a ajuda ao Chile, devido aos problemas com direitos humanos. A Odebrecht aproveitou a brecha, ampliou sua presença no país.


Ao assumir a presidência dos EUA, Ronald Reagan reabriu as portas para o Chile, que virou as costas para o Brasil, deixando as empresas brasileiras penduradas com a broxa na mão.


Até hoje o Brasil não tem entrada no Chile.


***


Alvarado era apoiado pela URSS.


A convivência com os soviéticos, no Peru, permitiu à Odebrecht ser convidada para construir as obras civis da hidrelétrica de Capanda, em Angola. Era o ano de 1984, em que o país se denominava de República Marxista-Leninista de Angola.


É por isso que, enquanto na velha mídia se pratica o jogo do faz-de-conta, em outros setores trata-se a América Latina com visão pragmática e estratégica.


Equipe econômica estima um PIB de 4,5% para 2013


O governo reduziu para 4,5% a previsão de crescimento da economia para 2013. A projeção está no Projeto de Lei do Orçamento Geral da União encaminhado ao Congresso Nacional. Anteriormente, a equipe econômica projetava expansão de 5,5% para o próximo ano, número que constava da Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO). Segundo o ministro da Fazenda, Guido Mantega, a estimativa de expansão da economia é considerada “arrojada” ao se levar em consideração a crise econômica internacional.


 

IGP-M termina agosto em alta de 1,43%


O IGP-M (Índice Geral de Preços – Mercado) subiu 1,43% em agosto, pouco acima da variação de 1,34% de julho, segundo a Fundação Getúlio Vargas (FGV). Com o resultado, o total no ano chega a 6,07%, a variação em 12 meses atingiu 7,72%. O Índice de Preços ao Produtor Amplo (IPA) subiu 1,99%, ante 1,81% no mês anterior, ao passo que o Índice de Preços ao Consumidor (IPC) atingiu 0,33%, ante 0,25% em julho. O Índice Nacional de Custo da Construção (INCC) desacelerou de 0,85% em julho para 0,32%.


 

Incentivo fiscal não vai afetar contas do setor público


As medidas de estímulo à economia adotadas pelo governo para enfrentar a crise internacional – entre elas, desonerações fiscais como a do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) – não devem afetar o cumprimento da meta fiscal das contas do setor público. A afirmação foi feita pelo secretário do Tesouro Nacional, Arno Augustin. A previsão do governo é encerrar o ano com superávit primário de R$ 139,8 bilhões nas contas do Governo Central.


 

Índice de Preços ao Produtor varia 0,54% em julho


O Índice de Preços ao Produtor (IPP) variou 0,54% no mês de julho em relação ao visto em junho, em que o índice registrou 1,11%. Ao se comparar o mês atual contra o mesmo mês do ano anterior, os preços variaram 7,19%, contra 6,64%, em junho. Já a variação acumulada em 2011 foi de 5,08%, e de 4,51% no mês anterior. Os dados foram divulgados pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). No período, 16 das 23 atividades pesquisadas aumentaram seus preços, contra 19 do mês anterior.


 

Créditos atingem R$ 2,184 tri em julho


O volume das operações de crédito do sistema financeiro atingiu R$ 2,184 trilhões em julho, com elevações de 0,7% no mês e de 17,7% em doze meses, dado considerado compatível com a evolução da atividade econômica, segundo o Banco Central. A expansão do crédito foi mais expressiva no crédito direcionado, sustentada pelo desempenho do crédito habitacional e das operações do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social). A relação crédito/PIB alcançou 50,7%, ante 46,1% em 2011.


 

BC projeta aumento de crédito para 2012


O volume do crédito pode crescer “um pouco” acima dos 15% projetados para este ano pelo Banco Central (BC). A afirmação é do chefe do Departamento Econômico do BC, Tulio Maciel. “O ritmo em que vem evoluindo sinaliza que pode ser um pouquinho mais que isso [15% de previsão de expansão]”, disse, ressaltando que a expansão do crédito em 2011 era de 8,8%. Os bancos públicos têm puxado a expansão do crédito, e parte desse desempenho está relacionado ao financiamento imobiliário.

 

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Tags deste artigo: nassif economia diplomacia comercial pib 2013 índices

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