Coluna Econômica - 13/07/2012
Se este ano a agricultura jogou o PIB para baixo, para o próximo ano as perspectivas são bastante promissoras, segundo Álvaro Schwerz Tosetto, gerente-executivo da Diretoria de Agronegócios do BB..
Na safra passada, a seca atingiu fortemente estados do sul, especialmente Rio Grande do Sul e oeste de Santa Catarina e Paraná. Houve quebra da safra, em um momento de franco crescimento do crédito rural.
***
Só o Pronamp (Programa Nacional de Apoio ao Médio Produtor) liberou R$ 4,06 para a safra 2010/2011 e R$ 5,9 bi (47% a mais) para a safra 2011/2012.
O crescimento do custeio (semente, adubo, defensivo etc.) cresceu 40%; o investimento (o que qualifica e garante ganhos de eficiência) 62%. Na nova safra, houve novo incremento de 20% em média, elevando os desembolsos a R$ 7,2 bi.
Mais que isso, há um conjunto de fatores prenunciando um ano de vacas gordas.
***
O primeiro é o fator câmbio, com o dólar a R$ 2,00. Encarece parte dos insumos, especialmente nitrogênio, fosforo e potássio - mais da metade é importado mas os preços são dolarizados. Por outro lado, impacta positivamente o preço final.
Além disso, as condições internacionais são favoráveis.
Há problemas pontuais na suinocultura - devido ao aumento dos preços da soja e milho -, no arroz e na citricultura. E perspectivas bastante positivas para as demais culturas, especialmente a soja.
***
No caso da soja, há baixa disponibilidade no mercado internacional, estoques baixos, safra americana com problemas climáticos e pressão altistas nas bolsas. E o consumo chinês promete crescimento chinês nos próximos anos, em parte graças ao que está ocorrendo com a suinocultura local.
Parte relevante ainda obedece a processos produtivos anacrônicos, com porcos soltos no pasto comendo restos de comida. Mas parte cada vez maior está se modernizando, seguindo os passos do modelo brasileiro. Nele, colocam-se milhares de matrizes confinadas, comendo ração à base de milho e de soja.
***
Outro ponto relevante á o fato da frustração da última safra não ter deixado um estoque pesado de endividamento, graças ao seguro agrícola. No caso do Banco do Brasil, nos últimos anos houve grande incentivo para conjugar operações de crédito com seguro agrícola.
Na região sul, sobe a mais de 70% o percentual de operações com algum tipo de seguro, ou privado ou do Proagro.
O que sobra é o endividamento adicional, referente à renda do agricultor - já que o seguro cobre apenas os custos de produção. No momento, trabalha-se para estender o seguro para algum tipo de renda cessante. Há um piloto em andamento para a soja.
***
Além do financiamento robusto, as tendências climáticas são favoráveis. Para este ano, no sudeste a perspectiva de clima indica tendência de El Niño, em que ocorrem chuvas acima da normalidade. Portanto, é baixíssimo o risco de repetir a seca deste ano.
***
Com o front agrícola caminhando bem, tira-se das costas do PIB um dos fatores que jogou o crescimento para baixo este ano. E permite-se entrar em 2013 com o fortalecimento da renda agrícola e seus desdobramentos sobre a indústria como um todo.
Há outras frentes a serem atacadas, especialmente o investimento em infraestrutura. Mas é possível que o trem de ferro comece a desenferrujar as rodas a partir dos próximos meses, permitindo andar em um ritmo melhor no próximo ano.
Copom reduz taxa de juros para 8%
Em decisão que já era esperada pelo mercado, o Copom (Comitê de Política Monetária do Banco Central) decidiu de forma unânime reduzir a taxa básica de juros para 8% ao ano, sem viés. Em nota divulgada após a reunião, o colegiado afirma que, "neste momento, permanecem limitados os riscos para a trajetória da inflação. O Comitê nota ainda que, até agora, dada a fragilidade da economia global, a contribuição do setor externo tem sido desinflacionária".
Juros para o crédito voltam a subir em junho
Apesar da redução da taxa Selic, os valores cobrados para as operações de crédito voltaram a subir em junho: segundo pesquisa realizada pela Associação Nacional de Executivos de Finanças, Administração e Contabilidade (Anefac), a taxa média geral para pessoa física avançou de 6,18% ao mês em maio/2012 para 6,20% ao mês em junho, a maior desde abril de 2012. Já a taxa média para pessoa jurídica passou de 3,54% ao mês em maio para 3,59% ao mês em junho, também a maior desde abril de 2012.
Economia fica estagnada em maio
A economia brasileira ficou praticamente estagnada em maio: o Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-Br), dado que é considerado uma espécie de sinalizador do PIB (Produto Interno Bruto), caiu 0,02% no mês de maio em relação ao mês anterior, de acordo com levantamento elaborado pela autoridade monetária. O BC também revisou para baixo o resultado de abril ante março para uma alta de 0,1%, depois de ter informado inicialmente avanço de 0,22%.
Cheques sem fundo batem recorde no semestre
Durante o primeiro semestre do ano, um volume de 2,07% dos cheques emitidos em todo o país foram devolvidos, segundo indicador calculado pela consultoria Serasa Experian. Este foi o maior volume de devoluções para o acumulado de janeiro a junho desde 2009, quando foram devolvidos 2,30% de cheques. Por sua vez, o mês de junho apresentou uma devolução de 2,02% dos cheques emitidos, um percentual inferior aos 2,20% apurados em maio, mas acima do total de 1,93% registrado no mês anterior.
FMI: Grécia descumpriu metas do programa de austeridade
O Fundo Monetário Internacional (FMI) afirmou que a Grécia não atendeu alguns objetivos do programa de austeridade imposto em troca do resgate financeiro concedido ao país pelo organismo, pelo Banco Central Europeu (BCE) e pala União Europeia. Segundo agências de notícias internacionais, o porta-voz do FMI, Gerry Rice, afirmou que "alguns objetivos foram cumpridos, mas uma grande parte do acordo foi descumprido", embora tenha ressaltado que a revisão do plano seja considerada prematura.
Pedidos de seguro-desemprego perdem força nos EUA
O total de cidadãos norte-americanos que pediu auxílio-desemprego na última semana apresentou uma forte redução, atingindo seu menor patamar em quatro anos, segundo o Departamento do Trabalho. Ao todo, os novos pedidos de auxílio-desemprego foram reduzidos em 26 mil, chegando a 350 mil, segundo dados ajustados sazonalmente. Já a média móvel de quatro semanas caiu em 9.750, para 376,5 mil. A retração foi considerada significativa, embora a média esteja apenas no menor patamar desde maio.
0sem comentários ainda
Por favor digite as duas palavras abaixo