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As Semelhanças Do Brasil Com EUA 2008

27 de Maio de 2013, 21:00 , por Castor Filho - 0sem comentários ainda | No one following this article yet.
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Coluna Econômica - 28/05/2013

 

Mais importante jornalista econômico do planeta, Martin Wolf, do Financial Times, lançou um capítulo especial ao seu "A Reconstrução do Sistema Financeiro Global", no qual agrega os ensinamentos pós-crise de 2008.


Seu raio-x da crise norte-americana é um bom caminho para se entender para onde caminha a economia brasileira, desde que ressalvados os seguintes pontos: a dinâmica é a mesma que levou à grande crise nos EUA; mas a dimensão, por aqui, é infinitamente menor e há condições de se reverter essa caminhada.


***


O ponto em comum, entre EUA e Brasil, é o déficit nas contas correntes com o câmbio apreciado. E a necessidade dos respectivos governos de buscar o pleno emprego, estando atrofiada uma das penas do crescimento - a da oferta interna de produtos.


O déficit surge quando a demanda interna cresce mais do que o PIB (Produto Interno Bruto) e a oferta interna não acompanha. O aumento da demanda é suprido pelas importações, resultando daí o déficit.


***


A estagnação do PIB reduz o potencial de crescimento das receitas fiscais e dos salários. A saída, então, é recorrer ao endividamento puxado pelo setor privado ou pelo setor público.


Nos dois casos, Brasil e EUA, apesar dos alaridos reiterados em relação às contas públicas, o endividamento foi puxado pelos gastos das famílias, graças ao desenvolvimento de novos instrumentos financeiros.


E aí se entra em uma espiral conhecida. Há um aumento do endividamento, que leva preferencialmente à compra de imóveis, promovendo sua valorização e consequentemente, a ampliação dos limites de crédito, por conta da melhoria do valor das garantias.


***


No caso norte-americano, recorreu-se a uma miríade de produtos financeiros tóxicos, nos quais a concessão de crédito estava descasada do risco. A instituição gerava um financiamento, passava os créditos para frente.


No caso brasileiro, houve dois instrumentos tradicionais para incrementar o crédito, a revitalização dos financiamentos habitacionais e o crédito consignado, permitindo ao Banco Central manter a inadimplência sob controle.


Nos EUA, o crédito vazou por instituições não-financeiras, impedindo a fiscalização do FED. Por aqui, o BC manteve a fiscalização e o controle do mercado de crédito.


***


A segunda diferença é que, no caso norte-americano, esse modelo ganhou uma enorme sobrevida pelo fato dos EUA ser a pátria do dólar, portanto imune a crises cambiais.


No caso brasileiro, a sobrevida é garantida pela acumulação de reservas cambiais. E também pela extraordinária liquidez internacional empoçada: os Bancos Centrais emitiram para salvar os bancos; o dinheiro não era carreado para a atividade real; ficando empoçado, os bancos saíam atrás de melhores oportunidades de investimento.


***


Nos próximos dois anos, esse modelo será submetido a dois testes de stress.


O primeiro  - que já começou - a queda nas cotações de commodities, reduzindo ainda mais as exportações brasileiras.


O segundo, a própria situação dos ativos brasileiros. A queda dos juros internacionais promoveu um fluxo de recursos para os emergentes, levando à valorização dos ativos internos. Esse fluxo prosseguirá até o ponto em que se perceber que as cotações bateram no pico.

 

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Tags deste artigo: nassif economia déficit c/c crise financeira internacional

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