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Começou a Verdadeira Guerra da Mídia

2 de Julho de 2013, 6:17 , por Castor Filho - 1Um comentário | No one following this article yet.
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Coluna Econômica - 02/7/2013

 

Estourou a guerra Google x Globo.


Desde meados dos anos 2000 estava claro, para os grandes grupos de mídia, que o grande adversário seriam as redes sociais.


Rupert Murdoch, o precursor, deu a fórmula inicial na qual se espelharam grupos de mídia em países periféricos. Adquiriu jornais em vários países e fez a aposta maior adquirindo uma rede social bem colocada na época. Falhou. A rede foi derrotada pelos puros-sangues Google e Facebook.


Percebendo a derrota, Murdoch decidiu levar a guerra para o campo da política. Explorou alguns recursos ancestrais de manipulação da informação para estimular um clima de intolerância exacerbada, especialmente na eleição em que Barack Obama saiu vitorioso.


Não é por outro motivo que uma das primeiras reuniões de Obama, depois de eleito, foi com os capitães das redes sociais - Apple, Google e Facebook.

O caso brasileiro

No Brasil, sem condições de terçar armas com as grandes redes sociais, os quatro grandes grupos de mídia - (GAFE) Globo, Abril, Folha e Estado - montaram o pacto de 2005, seguindo a receita política de Murdoch.


1. Exploração da intolerância. Nos EUA, contra imigrantes; aqui, contra tudo o que não cheirasse classe média. Nos EUA, contra a ascendência de Obama; no Brasil, contra a falta de pedigree de Lula.


2. Exploração da dramaturgia. Transformando adversários em entidades superpoderosas, misteriosas, conspiratórias. O "reino de Drácula", no caso brasileiro, foi a exploração do tal bolivarianismo, a conspiração das FARCs.


3. Manipulação ilimitada do produto notícia. É só conferir a sucessão de capas da revista Veja em sua parceria com Carlinhos Cachoeira. Ali, rompeu-se definitivamente os elos entre notícias e fatos.


4. Pressão contra a mudança do perfil da publicidade. Historicamente, os grandes veículos sempre se escudaram no conceito de "mídia técnica" para impedir a pulverização da publicidade. Por tal, entenda-se a mídia que alcance o maior número possível de público leitor.

Quadro atual

Agora, tem-se o seguinte quadro.


Na grande batalha, a velha mídia perdeu. O Google entrou com tudo no país. Este ano deverá faturar R$ 2,5 bilhões, tornando-se o segundo maior faturamento do país, através apenas da Globo, e na frente da Abril.


Tem se valido de duas das ferramentas que a velha mídia utilizava contra concorrentes menores: o BV (Bônus de Veiculação), para atrair as agências; e o conceito de "mídia técnica" (a de maior abrangência).


A Globo reagiu, atuando junto ao governo, e denunciando práticas fiscais do Google, de recorrer a empresas "offshore" para não pagar impostos. Agora, constata-se que a própria Globo também se valeu desse subterfúgio fiscal. A denúncia foi veiculada por blogs independentes


E a velha mídia descobre que, em sua estratégia tresloucada para dominar o ambiente político, queimou todos os navios que poderiam levar a alianças com setores nacionais. Apostou no que havia de mais anacrônico, criou um mundo irreal para combater (cheio de guerrilheiros, bolivarianismo, farquismo etc.), encheu colunas e programas de TV com simulacros de profetas malucos, preconizando o fim dos tempos,  e, quando os inimigos contemporâneos entraram em cena, não consegue desenvolver um discurso novo.

 

É o bolor contra o mundo digital.

 

 

Email: luisnassif@ig.com.br

Blog: www.luisnassif.com.br 


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Tags deste artigo: nassif imprensa-empresa mídia redes sociais google rede globo grupo gafe (globo abril folha de sp estado)

1Um comentário

  • Castor ha 5 anos minorcastorphoto
    2 de Julho de 2013, 10:20

    Mídia brasileira versus Google

    (Comentário enviado por e-mail e postado por Castor)

    BINGO! Todos devemos ter em mente que, se se 'perde' a empresa Globo, não se perde, de fato, coisa alguma; o Brasil ganha muuuuuuito, se se 'perder' todo o grupo GAFE (Globo-Abril-FSP-Estadão). Se todas as empresas do grupo GAFE forem fechadas por lei, os prédios demolidos e o terreno salgado, a democracia brasileira e, por tabela, a democracia da galáxia, avançariam décadas.

    E quanto à empresa Google... Qual é a novidade?! O capitalismo sempre gerou e sempre gerará as suas próprias vias de escape e novas oportunidades e, tb, as brechas por onde os pobres entramos para insistir na mesma luta.

    Se a empresa Google acabáááááááá com a empresa Globo, terá prestado inestimável serviço à democracia universal.

    Em todos os casos -- e mesmo que AS DUAS EMPRESAS sejam administradas pela CIA, como são -- é MUITO melhor usarmos a empresa Google, que sermos usado pela empresa Globo.

    A Google é, APENAS, o 'modelo de negócio' que VIU q o 'novo lucro' estava ainda 'escondido' na ideia de que já era mais que hora de dar canais de voz e manifestação aos muitos, depois de dois séculos durante os quais os muitos foram SILENCIADOS e postos como 'público telespectador', 'público ouvinte', 'público leitor' (em todos os casos, público passivo) do que quisessem dizer e inventar os 'meios de comunicação' e essa porra de "imprensa livre" que jamais foi livre, sempre serviu ao capital e sempre escravizou os pobres.

    Que a empresa Google não é livre nem promove liberdade alguma e que, como já se diz em toooooooooooooooodos os cantos, é filhote da CIA... TODO MUNDO SABE e, quem não saiba, fique sabendo. É. Sem sombra de dúvida. É.

    OK. A luta, então, continua: temos de ir usando a Google, como dê. E a Google que trate de nos espionar, e que leia tuuuudo e que filtre tudo, e que perca muuuito tempo com ler msgs sem importância alguma.

    Com CIA e tudo ("Alô, alô, arapongas!"), ainda assim, andando pelas brechas, pelos becos, pelo fundão, aproveitando os furos, inventando linguagem, temos mais chances de avançar usando a empresa Google, que sendo usados pela empresa Globo (e empresas jornalísticas em geral).

    O resto, só a luta ensina. E vamkivamo.


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