Coluna Econômica - 24/08/2012
Nos últimos tempos, a sucessão de medidas pontuais e com prazo de validade têm passado a impressão de que a política industrial é mais política deste governo do que efetivamente política de Estado – isto é, permanente.
No entanto, no âmbito de algumas organizações públicos (como a ABDI – Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial), associações empresariais e academia vão sendo amadurecidos conceitos que, quando mais consensuais, fornecerão as linhas para uma autêntica política industrial de Estado.
***
No Seminário Brasilianas, ocorrido ontem, o Secretário Executivo do MDIC (Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior) Alessandro Teixeira apresentou um bom roteiro sobre os princípios de política industrial elaborados de dentro do governo.
***
Recentemente, no âmbito do G20 discutiu-se como seriam as economias mais promissoras:
1. Mercado interno grande, condição preenchida pelo Brasil.
2. Recursos naturais suficientes. No caso brasileiro, muito mais que suficientes.
3. Estado não intervencionista, mas fomentador.
4. Mais importante: investimentos em educação, para gerar conhecimento e inovação.
Constatou-se que o grande desafio é o quarto item, a educação, pois o Brasil já dispõe de um conjunto relevante de oportunidades:
Mercado interno grande e dinâmico, com capacidade de sustentar o crescimento mesmo no contexto de crise dos países desenvolvidos.
Condições do mercado de commodities excepcionalmente favoráveis para o país no curto e médio prazos.
Núcleo existente de empresas inovadoras no Brasil com capacidade de liderar o processo de modernização produtiva.
Acúmulo de competências científicas com potencial para o desenvolvimento de produtos e serviços com alto conteúdo tecnológico.
Abundância de recursos naturais, domínio tecnológico e capacidade empresarial em energias renováveis e na cadeia de petróleo e gás.
Utilização das compras públicas e dos grandes eventos esportivos para alavancar novos negócios e tecnologias.
***
Em cima desses pontos foram definidos alguns objetivos estratégicos:
1. Desenvolvimento sustentável, fundados na inovação e no investimento para ampliar a competitividade e melhorar a qualidade de vida.
2. Ampliação de mercados, através da diversificação das exportações e da internacionalização das empresas brasileiras; do aumento da participação nacional nos mercados de tecnologia, bens e serviços para energias e da ampliação do mercado interno.
3. Adensamento produtivo e tecnológico das cadeias de valor, elevando a participação de setores intensivos em conhecimento, fortalecendo micro, pequenas e médias empresas e produzindo energia limpa.
4. Criação e fortalecimento de competências críticas, ampliando o investimento fixo, os gastos em pesquisa e desenvolvimento e a qualificação da mão de obra.
***
Esses princípios servem de referência a um conjunto de organismos agrupados em torno do Conselho Nacional de Desenvolvimento Industrial.
Na base, coordenações setoriais que compõem os Comitês executivos e os Conselhos de Competitividade Setorial, responsávels pelo nível de articulação e formulação das políticas.
Essa estrutura fica debaixo do Grupo Executivo, coordenado pelo MDIC.
Acima do Grupo Executivo, o Comitê Gestor, composto pela Casa Civil, MDIC, Fazenda, Ciência e Tecnologia, Planejamento.
IPC-S atinge 0,34% na quarta semana de agosto
O IPC-S (Índice de Preços ao Consumidor - Semanal) atingiu 0,34% na terceira semana de agosto, resultado 0,05 ponto percentual abaixo da última divulgação, segundo a Fundação Getúlio Vargas (FGV). Três das oito classes de despesa reduziram suas taxas, com destaque para o grupo Alimentação (1,27% para 1,07%), devido ao item hortaliças e legumes, cuja taxa de variação passou de 19,17% para 13,16%, seguido por Educação, Leitura e Recreação (0,71% para 0,47%) e Vestuário (-0,49% para -0,70%).
IBGE divulga dados regionais de emprego
Pelo segundo mês, a greve dos servidores do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) impediu o fechamento dos dados completos da Pesquisa Mensal de Emprego, feita pelo órgão nas seis principais regiões metropolitanas do país. De acordo com os dados divulgados, a taxa de desocupação, na análise mensal, permaneceu estável nas regiões metropolitanas de Recife (6,5%), Belo Horizonte (4,4%) e Porto Alegre (3,8%). São Paulo (5,7%) apresentou queda de 0,8 ponto percentual.
Atividade da construção civil segue em queda, diz CNI
A sondagem referente a indústria da construção, e divulgada pela CNI (Confederação Nacional da Indústria) indicou que a atividade atingiu um patamar de 45,5 pontos, resultado praticamente repete o que ocorreu nos dois meses anteriores. Os indicadores de nível de atividade efetivo em relação ao usual foram de 48,9 pontos, em maio, e 47,7 pontos, em junho. Apesar do desaquecimento, os empresários do setor continuam otimistas, embora essa confiança está menos disseminada que nos meses anteriores.
BC 01: Balanço de pagamentos segue superavitário
O balanço de pagamentos apurado em julho apresentou um superávit de US$ 609 milhões, segundo o Banco Central. Ao mesmo tempo, o déficit em transações correntes somou US$ 3,8 bilhões no mês e US$ 29,1 bilhões no ano. Nos doze meses até julho, as transações correntes acumularam déficit de US$ 52 bilhões, valor equivalente a 2,17% do PIB. A conta financeira registrou superávit de US$ 7,6 bilhões em julho.
BC 02: Investimento estrangeiro é o maior desde 2010
O ingresso de US$ 8,421 bilhões em investimentos estrangeiros diretos (IED) durante o mês de julho é o maior desde dezembro de 2010, e é o maior para meses de julho, de acordo com a série histórica do Banco Central, iniciada em 1995. Em julho de 2011, o IED ficou em US$ 5,982 bilhões. No ano, o IED acumula US$ 38,141 bilhões, ante US$ 38,484 bilhões de igual período do ano passado. O valor foi suficiente para cobrir o déficit em transações correntes.
Juros menores levam investidores para outros títulos
A queda da taxa básica de juros aumentou o interesse por títulos públicos indexados à inflação. Segundo o coordenador-geral de Operações da Dívida Pública (ligado ao Tesouro Nacional), Fernando Garrido, em julho e agosto, o órgão não vendeu Letras Financeiras do Tesouro (LFT), que é corrigido pela taxa Selic. No mês passado, as negociações de NTN-B e NTN-C, papéis atrelados a índices de preços, totalizaram R$ 6,19 bilhões, contra R$ 6,13 bilhões em negociações de LTN e NTN-F, títulos prefixados.
Blog: www.luisnassif.com.br
0sem comentários ainda
Por favor digite as duas palavras abaixo