Coluna Econômica - 11/03/2013
Ao longo dos últimos anos, à frente da Casa Civil, a gestora Dilma Rousseff comandou alguns avanços significativos na gestão pública brasileira.
Na condição de Ministra das Minas e Energia, fez um trabalho eficiente para reformar o desastre ocorrido com o modelo elétrico do governo anterior.
Depois, na condição de gestora do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento), aprimorou os sistemas de gestão públicos.
- Criou círculos de avaliação, para acompanhamento das obras.
- Definiu formas avançadas de gestão federativa, através de modelos em que se abria espaço para a atuação compartilhada de Estados e Municípios.
- Desmontou a cultura montada a partir do governo Sarney para barrar toda forma de gasto público e mantida até a gestão Antônio Palocci na Fazenda.
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Por tudo isso, falta à Presidente Dilma Rousseff recuperar a visão de gestão da ex-Ministra Chefe da Casa Civil e providenciar mudanças no modelo de gestão do seu governo.
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O primeiro passo é livrar-se da síndrome de Erenice Guerra – principal assessora de Dilma, na Casa Civil, fuzilada na campanha eleitoral de 2010. O episódio gerou uma insegurança ampla em Dilma, que passou a tentar controlar os menores detalhes de uma infinidade de processos existentes no governo.
Seu senso de detalhe, seu perfeccionismo faz com que passe a opinar sobre assuntos dos mais diversos, de políticas de inclusão a temas de tecnologia. E projetos relevantes ficam parados aguardando a última palavra.
Não dá. Ninguém domina toda essa infinidade de temas. Mesmo dominando, ninguém consegue dar conta do recado de governar uma máquina complexa, como o Brasil, tentando controlar todos os pontos e iniciativas.
É humanamente impossível.
Compromete a energia que deveria ser canalizada para missões maiores: a de definir estratégias e princípios de ação.
Mais que isso, exaure emocionalmente a pessoa, mesmo quem já passou por todos os desafios da vida, como Dilma. É tanto assunto, tanto problema, que o dirigente se arrepia com qualquer assessor ou Ministro que venha lhe trazer qualquer pepino. Essa impaciência abre espaço para os que só dizem sim – justamente o pior tipo de executivo com quem um presidente pode contar. Mata qualquer feedback do gestor.
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Dentre todos os feitos do PAC, o mais expressivo foi o de ter preparado um plano inicial de ação, incompleto, e mandado pau na máquina, para fazer os acertos durante o voo. Foi essa gesto de coragem que rompeu com a inércia do investimento público no Brasil. Depois, no dia a dia os inúmeros problemas que surgiam iam sendo enfrentados.
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Já escrevi aqui: o novo já nasceu: apenas não foi apresentado à Nação. Há um sem-número de possibilidades de gestão pública em todas as áreas, graças ao desenvolvimento do país nas últimas décadas, às novas formas de gestão e de tecnologia e de recursos humanos.
A Presidente já definiu claramente seus objetivos de governo: completar o combate à miséria; trabalhar o desenvolvimento; aprimorar a transparência da gestão pública.
Solte seus Ministros, mesmo que possam ocorrer problemas futuros. Ocorrendo, corrijam-se. Não tendo bom desempenho, demitam-se os Ministros.
Mas libere o Ministério para criar.
IPCA avança 0,60% em fevereiro
A inflação medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) ficou em 0,60% durante o mês de fevereiro, abaixo dos 0,86% de janeiro. Em fevereiro do ano passado, a taxa havia sido 0,45%. Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o responsável pela queda da taxa foi a redução do custo da energia elétrica, que teve queda de 15,17% no preço. A inflação acumula taxa de 1,47% no ano, acima do 1,01% registrado no mesmo período do ano passado.
Para governo, taxa ficou acima do esperado
O secretário executivo do Ministério da Fazenda, Nelson Barbosa, admitiu que o resultado da inflação “veio um pouco acima do esperado” em fevereiro, mas garantiu que ela está sob controle no país. Para ele, a inflação irá caminhar para o centro da meta em um prazo adequado, pois está sob controle no Brasil. Essa contração deve ser vista com mais intensidade a partir da transmissão da recente queda das commodities.
IGP-M perde força na primeira prévia
O Índice Geral de Preços - Mercado (IGP-M) variou 0,15% no primeiro decêndio de março, abaixo dos 0,41% contabilizados no mesmo mês anterior, segundo a Fundação Getúlio Vargas (FGV). Ao longo do período, o Índice de Preços ao Produtor Amplo (IPA) não registrou variação, ante 0,37% de fevereiro. O Índice de Preços ao Consumidor (IPC) subiu 0,53%, acima dos 0,20% do mês anterior, enquanto o Índice Nacional de Custo da Construção (INCC) ficou em 0,27%, abaixo do total de 1,15% visto em fevereiro.
Setor de construção sobe 0,73% em fevereiro
O Índice Nacional da Construção Civil (Sinapi) chegou a 0,73% em fevereiro, ficando 0,55 ponto percentual acima dos 0,18% de janeiro, segundo levantamento do IBGE em parceria com a Caixa Econômica Federal. O custo nacional da construção, por metro quadrado, que, no mês de janeiro, fechou em R$ 857,21, em fevereiro passou para R$ 863,46, sendo R$ 456,58 relativos aos materiais e R$ 406,88 à mão de obra. O maior resultado regional ficou com o Sudeste, com alta de 1,43%.
IPC-S avança na primeira semana de março
O IPC-S (Índice de Preços ao Consumidor Semanal) na primeira semana de março chegou a 0,52%, 0,19 ponto percentual ante a última divulgação, segundo a Fundação Getúlio Vargas. Cinco classes de despesa ampliaram suas taxas, com destaque para o grupo Habitação (de -1,28% para -0,58%), seguido por Alimentação (de 1,33% para 1,39%) e Educação, Leitura e Recreação (de 0,31% para 0,48%). Entre os grupos em queda, estão Transportes (de 1,22% para 1,02%) e Despesas Diversas (de 0,85% para 0,39%).
Juros no cheque especial e no empréstimo pessoal não mudam
As taxas médias de juros cobradas pelos bancos no cheque especial e no empréstimo pessoal mantiveram-se estáveis em março ante fevereiro, em sua quinto mês de manutenção, segundo a Fundação de Proteção e Defesa do Consumidor de São Paulo (Procon-SP). Os juros do cheque especial para o período de 30 dias ficaram em 7,92% ao mês. A taxa do empréstimo pessoal para contratos de 12 meses, por sua vez, ficou em 5,35% também ao mês.
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