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Imprevisibilidade econômica e investimentos

10 de Julho de 2012, 21:00 , por Castor Filho - 0sem comentários ainda | No one following this article yet.
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Coluna Econômica - 11/07/2012

 

Apesar de todas as medidas adotadas pelo Ministério da Fazenda, a produção  industrial patina. Qual a razão dos empresários não investirem?

Ponto central é garantia de demanda futura. Ou seja, precisam acreditar que a demanda continuará crescente nos próximos anos para investir.

***

Para entender melhor os problemas, vamos dividir a demanda em vários subgrupos:

1. Demanda pública

Investimentos do PAC, das estatais e dos estados.

Não há falta de recursos financeiros. Há lentidão na implementação de projetos.

Algumas questões demandam apenas tempo:

a. No caso do PAC, problemas com falta de projetos básicos, licenciamentos ambientais, capacidade instalada das construtoras e, mais recentemente, a perda de ritmo nos investimentos em transportes, com o afastamento do polêmico Luiz Pagot do DNIT (Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes). É questão de tempo para pegar no breu.

b. Investimento da Petrobras: exigência de conteúdo nacional para plataformas petrolíferas, pela Petrobras, dará enorme gás à indústria. Mas também leva tempo para a capacitação. Mais aporte de recursos (via BNDES ou reajuste dos preços de combustíveis) permitirá incluir mais projetos em seu plano de investimento.

c. Estados: o BNDES disponibilizou linhas gordas de financiamento para estados. Esbarra-se, mais uma vez, na carência de projetos, demandando tempo.

Problemas que estão aparecendo

  1. No caso do Minha Casa, Minha Vida, um excessivo encarecimento das unidades, produzido pela especulação imobiliária em um mercado aquecido.
  2. No caso da exploração de petróleo, mercado superaquecido e atrasos nas entregas de equipamentos estrangeiros e nacionais.

***

2. Demanda privada

Para efeitos didáticos, vamos dividir em dois grupos:

a. Demanda global de famílias e empresas.

Com níveis historicamente baixos de desemprego, não há nada que indique  nova rodada de aumento substancial em emprego e renda. Portanto, o consumo continuará dependendo do crédito, limitado pelo comprometimento de renda das famílias. Os próximos meses serão dedicados a equacionar a questão do endividamento familiar.  Uma boa safra poderá melhor a renda agrícola, rebatendo no consumo.

b. Demanda de exportáveis (produtos para exportação ou que competem com importados).

Para que o produto brasileiro possa se tornar mais competitivo, a curto prazo, necessita melhorar a relação de preços com o importado. As maneiras rápidas são desvalorização cambial e tributos sobre insumos importados.

A taxa do dólar saltou para R$ 2,00 mas não passa confiança nos exportadores.

Muitos têm fechado negócios com o dólar a R$ 1,70, por não haver confiança na sua manutenção em R$ 2,00. Em algum ponto do futuro, o BC terá que abrir do jogo de cena da flutuação e definir um patamar mínimo para o dólar.

***

O segundo ponto é a questão das cadeias produtivas. Toda a ação da Fazenda visa produtos finais - carros, geladeiras, eletroeletrônicos etc. Esta semana a Fazenda decidiu desonerar insumos, para beneficiar o produto final.

Pergunto: que fornecedor interno se disporá a investir na substituição de insumos importados, sem garantia de proteção de mercado?

Em suma, um pouco de previsibilidade na política econômica ajudaria nos planos de investimento.

Emprego industrial varia -0,3% em maio

O total do pessoal ocupado na indústria brasileira registrou uma variação negativa de 0,3% em maio frente ao mês imediatamente anterior, segundo a série livre de influências sazonais divulgada pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). Este foi o terceiro resultado negativo consecutivo, acumulando nesse período perda de 1,1%. No confronto com 2011, o emprego industrial recuou 1,7%, com o contingente de trabalhadores apontando redução em 12 dos 14 locais pesquisados.

IPC-S começa julho subindo em cinco capitais

O Índice de Preços ao Consumidor Semanal (IPC-S) aumentou em cinco das sete capitais pesquisadas pela Fundação Getulio Vargas (FGV) durante a primeira semana de julho. De acordo com os dados divulgados, a elevação mais intensa foi observada em Salvador, cuja taxa passou de 0,28% para 0,48%. A única capital que registrou diminuição no ritmo de alta foi Brasília, cuja taxa passou de 0,24% para 0,16%. Em Recife, o resultado da primeira semana de julho foi mantido em -0,07%.

Consumidor reduz demanda por crédito no semestre

A demanda por crédito recuou 7,4% no primeiro semestre de 2012 ante o mesmo período do ano passado, segundo dados divulgados pela consultoria Serasa Experian, a maior queda apresentada na série histórica. Apenas em junho, a queda foi de 6,6% frente a junho de 2011. Os níveis mais elevados de inadimplência reprimiram a demanda dos consumidores por crédito durante o primeiro semestre de 2011, apesar das reduções dos juros e demais medidas de estímulo ao consumo adotadas pelo governo.

Analistas aguardam novo corte dos juros

O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) deu início a mais uma reunião para definir possível alteração na taxa básica de juros (Selic), que está em 8,5% ao ano. De acordo com o boletim Focus divulgado pelo BC, a maioria dos analistas financeiros acredita que o colegiado reduza a taxa Selic para 8%, até a reunião agendada para o fim de agosto. Caso a previsão se confirme, será o oitavo corte seguido na taxa básica de juros. O resultado será conhecido na noite de quarta-feira.

Desemprego seguirá elevado até 2013, diz OCDE

O desemprego em economias avançadas deve permanecer elevado até o final de 2013, com jovens e pessoas pouco especializadas formando a maior parte do que é a recuperação econômica mais fraca nas últimas quatro décadas, informou a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE). Pelas estimativas da entidade, a taxa de desemprego nos 34 países-membros da entidade seguirá em 7,7% no fim do próximo ano, perto da taxa de maio de 7,9% e deixando 48 milhões de pessoas desempregadas.

Importações fracas puxam saldo comercial chinês

A queda no volume de importação da China em junho acabou por ofuscar um inesperado aumento das exportações no total de 11,3%, fazendo com que o superávit comercial do país chegasse a US$ 31,7 bilhões, ante US$ 18,7 bilhões em maio. Segundo dados do governo, a redução nas vendas na UE em seis meses fez com que os Estados Unidos superem o bloco como o principal destino das exportações chinesas. Ao mesmo tempo, a base anual mostra que as importações subiram 6,3%, bem abaixo dos 12,7% de maio.

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