Apesar de todas as medidas adotadas pelo Ministério da Fazenda, a produção industrial patina. Qual a razão dos empresários não investirem?
Ponto central é garantia de demanda futura. Ou seja, precisam acreditar que a demanda continuará crescente nos próximos anos para investir.
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Para entender melhor os problemas, vamos dividir a demanda em vários subgrupos:
1. Demanda pública
Investimentos do PAC, das estatais e dos estados.
Não há falta de recursos financeiros. Há lentidão na implementação de projetos.
Algumas questões demandam apenas tempo:
a. No caso do PAC, problemas com falta de projetos básicos, licenciamentos ambientais, capacidade instalada das construtoras e, mais recentemente, a perda de ritmo nos investimentos em transportes, com o afastamento do polêmico Luiz Pagot do DNIT (Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes). É questão de tempo para pegar no breu.
b. Investimento da Petrobras: exigência de conteúdo nacional para plataformas petrolíferas, pela Petrobras, dará enorme gás à indústria. Mas também leva tempo para a capacitação. Mais aporte de recursos (via BNDES ou reajuste dos preços de combustíveis) permitirá incluir mais projetos em seu plano de investimento.
c. Estados: o BNDES disponibilizou linhas gordas de financiamento para estados. Esbarra-se, mais uma vez, na carência de projetos, demandando tempo.
Problemas que estão aparecendo
- No caso do Minha Casa, Minha Vida, um excessivo encarecimento das unidades, produzido pela especulação imobiliária em um mercado aquecido.
- No caso da exploração de petróleo, mercado superaquecido e atrasos nas entregas de equipamentos estrangeiros e nacionais.
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2. Demanda privada
Para efeitos didáticos, vamos dividir em dois grupos:
a. Demanda global de famílias e empresas.
Com níveis historicamente baixos de desemprego, não há nada que indique nova rodada de aumento substancial em emprego e renda. Portanto, o consumo continuará dependendo do crédito, limitado pelo comprometimento de renda das famílias. Os próximos meses serão dedicados a equacionar a questão do endividamento familiar. Uma boa safra poderá melhor a renda agrícola, rebatendo no consumo.
b. Demanda de exportáveis (produtos para exportação ou que competem com importados).
Para que o produto brasileiro possa se tornar mais competitivo, a curto prazo, necessita melhorar a relação de preços com o importado. As maneiras rápidas são desvalorização cambial e tributos sobre insumos importados.
A taxa do dólar saltou para R$ 2,00 mas não passa confiança nos exportadores.
Muitos têm fechado negócios com o dólar a R$ 1,70, por não haver confiança na sua manutenção em R$ 2,00. Em algum ponto do futuro, o BC terá que abrir do jogo de cena da flutuação e definir um patamar mínimo para o dólar.
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O segundo ponto é a questão das cadeias produtivas. Toda a ação da Fazenda visa produtos finais - carros, geladeiras, eletroeletrônicos etc. Esta semana a Fazenda decidiu desonerar insumos, para beneficiar o produto final.
Pergunto: que fornecedor interno se disporá a investir na substituição de insumos importados, sem garantia de proteção de mercado?
Em suma, um pouco de previsibilidade na política econômica ajudaria nos planos de investimento.
Emprego industrial varia -0,3% em maio
O total do pessoal ocupado na indústria brasileira registrou uma variação negativa de 0,3% em maio frente ao mês imediatamente anterior, segundo a série livre de influências sazonais divulgada pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). Este foi o terceiro resultado negativo consecutivo, acumulando nesse período perda de 1,1%. No confronto com 2011, o emprego industrial recuou 1,7%, com o contingente de trabalhadores apontando redução em 12 dos 14 locais pesquisados.
IPC-S começa julho subindo em cinco capitais
O Índice de Preços ao Consumidor Semanal (IPC-S) aumentou em cinco das sete capitais pesquisadas pela Fundação Getulio Vargas (FGV) durante a primeira semana de julho. De acordo com os dados divulgados, a elevação mais intensa foi observada em Salvador, cuja taxa passou de 0,28% para 0,48%. A única capital que registrou diminuição no ritmo de alta foi Brasília, cuja taxa passou de 0,24% para 0,16%. Em Recife, o resultado da primeira semana de julho foi mantido em -0,07%.
Consumidor reduz demanda por crédito no semestre
A demanda por crédito recuou 7,4% no primeiro semestre de 2012 ante o mesmo período do ano passado, segundo dados divulgados pela consultoria Serasa Experian, a maior queda apresentada na série histórica. Apenas em junho, a queda foi de 6,6% frente a junho de 2011. Os níveis mais elevados de inadimplência reprimiram a demanda dos consumidores por crédito durante o primeiro semestre de 2011, apesar das reduções dos juros e demais medidas de estímulo ao consumo adotadas pelo governo.
Analistas aguardam novo corte dos juros
O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) deu início a mais uma reunião para definir possível alteração na taxa básica de juros (Selic), que está em 8,5% ao ano. De acordo com o boletim Focus divulgado pelo BC, a maioria dos analistas financeiros acredita que o colegiado reduza a taxa Selic para 8%, até a reunião agendada para o fim de agosto. Caso a previsão se confirme, será o oitavo corte seguido na taxa básica de juros. O resultado será conhecido na noite de quarta-feira.
Desemprego seguirá elevado até 2013, diz OCDE
O desemprego em economias avançadas deve permanecer elevado até o final de 2013, com jovens e pessoas pouco especializadas formando a maior parte do que é a recuperação econômica mais fraca nas últimas quatro décadas, informou a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE). Pelas estimativas da entidade, a taxa de desemprego nos 34 países-membros da entidade seguirá em 7,7% no fim do próximo ano, perto da taxa de maio de 7,9% e deixando 48 milhões de pessoas desempregadas.
Importações fracas puxam saldo comercial chinês
A queda no volume de importação da China em junho acabou por ofuscar um inesperado aumento das exportações no total de 11,3%, fazendo com que o superávit comercial do país chegasse a US$ 31,7 bilhões, ante US$ 18,7 bilhões em maio. Segundo dados do governo, a redução nas vendas na UE em seis meses fez com que os Estados Unidos superem o bloco como o principal destino das exportações chinesas. Ao mesmo tempo, a base anual mostra que as importações subiram 6,3%, bem abaixo dos 12,7% de maio.
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