“Banimos os tiranos; mas em cada cidade um magistrado dispõe, segundo o seu capricho, da honra e da liberdade dos cidadãos”. (Gustavo Le Bon)
Composto exclusivamente por advogados e criado com independência absoluta do Estado e de suas finalidades formais, um Judiciário alienado mental e fisiologicamente à disposição das hordas capitalistas, aproveita o crescimento econômico para saquear o governo ou criar obstáculos à efetivação dessa política.
Como máfias, se autoprotegem em seu apetite insaciável pelo conflito, pelo sangue e pela dor, permanecendo impermeável às críticas. Um sistema absolutista encravado na formalidade democrática. Essencialmente maus, com uma esperteza anfíbia, insanos em sua soberba, os “bons advogados”, os notórios, os guardiões da lei, da ordem e do “estado democrático de direito”.
O lobby da advocacia consegue saquear o dinheiro da Nação como, por exemplo, o direito às verbas para alimentação dos juízes, cuja remuneração é considerada insuficiente também para custear seu transporte, habitação, viagens, saúde, etc., etc.
O lobby consegue, paralelamente, impor mais custos ao ato de advogar, aumentando seus salários e honorários contra aqueles que ousam enfrentá-los, impondo ganhos muito além do aceitável. Outra forma de saque. Tudo na fôrma da lei. Além disso, a tática usual contra os adversários de sua voracidade é a apropriação do tempo de vida para, no final, obrigar o condenado a fabricar dinheiro com os juros e correção monetária transferindo os efeitos da morosidade às suas vítimas.
Ora, todos os interessados sabem que existe uma máfia composta por advogados e juízes, a maioria bacharéis atuantes dentro e fora do sistema. Essa máfia é denominada de ordens, maçonarias, rosacrucianismo, opus-dei, templários ou, simplesmente mestres, doutores e excelências. Irmandade de mentalidade medieval, contra tudo e contra todos, especialmente contra a lei. Irmãos que jamais são processados, pois são eles mesmos os processadores, sem qualquer interferência externa, ou seja, do Estado ao qual se dizem indispensáveis quando a realidade indica o contrário.
Alguns juízes, desembargadores, advogados e ministros associam-se como bandos, fazem publicamente a apologia do assassinato e usam a lei em benefício de seus familiares e associados, sem escrúpulos e sem pudor, com o fim de manter uma atividade cujo ideal incorpora uma ânsia doentia pela disputa, ociosidade e conflitos contínuos, além do direito patrimonial hereditário ao saque, direito adquirido, cláusulas pétreas, como se as pedras não sofressem transmutações através dos tempos.
Continuam apostando em grandes ações e maiores ganhos, seja em dinheiro ou publicidade, ameaçando seus adversários do perigo de se insurgir contra suas injustiças constituídas por sentenças. Se recorrer, será obrigado a fabricar dinheiro, pois a fidelidade entre os “irmãos” implica em enriquecimento mútuo, nos termos dos códigos de conduta.
A advocacia é um negócio, um empreendimento engenhoso na manutenção do hospício denominado sistema judicial, interna e externamente. Seus membros estão acostumados a apontar o dedo sujo de excrementos, na certeza do medo que impõe a ira em decorrência da inércia, ou da ira que impõe a inércia, em decorrência do medo, ou da inércia que impõe o medo em decorrência da ira. A advocacia é um negócio parlamentar, nacional e Internacionalmente criminoso, um conglomerado de serviçais contra a comunidade dos homens, contra a justiça, contra a solidariedade, contra a verdade, contra os mais frágeis.
Com funções de executores, carcereiros e carrascos, cercam-se de leis que os mantenham pairando acima da constituição que forjaram. São aqueles que têm na ignorância a certeza da submissão, enquanto genuflexos, beijam a mão do torturador e, no espelho, apoiados no ventre dos humildes e cativos, admiram sua moralidade mórbida. Tudo na forma da lei.
O sistema judicial é o local aonde mais se arrecada por segundo, como os jornais. Os protocolos são como máquinas registradoras. Para cada processo um valor, até para representar um cidadão, além do imposto sobre o direito ao trabalho pago anualmente à OAB, toda distribuição de uma ação exige o pagamento de taxas aos donos do Judiciário, um pedágio, uma insanidade. É a festa da inflação preparada legalmente nos umbrais dos templos das leis.
Inflacionam-se os custos dos “serviços judiciários”, transferindo aos humildes o dever de produzir dinheiro para a continuidade desse sistema sem sentido, pois não há lógica na manutenção de uma estrutura absoluta e irremediavelmente alheia à comunidade, composta por primatas egoístas e insanos. Um sistema que mantém pessoas como prisioneiras a esperar uma resposta para um conflito eternizado por um sadismo irrecuperável, uma patologia, uma preguiça genética, um crime contra a vida.
Os servos das glebas não comandam a fabricação das leis nem do dinheiro. São pagadores de impostos, de taxas, contribuições, multas, honorários, enfim. Tudo em favorecimento do referido lobby, conceito inadequado para uma casta de profissionais que atua como bando, quadrilha, reincidente, perigosa, individualista e indiferente à realidade circundante.
Somente os “bons advogados”, instituídos ou não, conseguem sobreviver aquém e além dos imperativos categóricos característicos da civilidade. A advocacia-judiciária, incrustada em todas as instituições, conduz negócios, vidas e guerras entre indivíduos e nações. Interfere em poder eleito, rouba, desvia, ignora, conduz e legitima golpes de estado e continua aplicando seu mantra hipnótico: a palavra Justiça.
Assim, com o crescimento econômico a serviço das corporações que conduzem Einstein pela coleira (Aldous Huxley – O macaco e a essência), existe uma classe de profissionais que assume cada dia mais o comando da existência: os advogados, dentro das instituições e fora da lei.
Conflito, conflito, conflito. Seu alimento, sua honra e sua deformidade, seu cinismo e sua queda.
Veremos.
Texto de Vera Vassouras
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