Coluna Econômica - 17/07/2012
O quadro internacional rarefeito e a queda da atividade interna este ano não alteraram substancialmente o panorama dos investimentos para os próximos anos.
É o que se depreende do acompanhamento periódico realizados pelo BNDES (Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social) através do Departamento de Acompanhamento de Pesquisa Econômica.
Segundo o chefe do Departamento, Marcelo Nascimento, os dados do IED (Investimento Externo Direto) mostram posição bastante sólida para diversos setores, principalmente de infraestrutura e de serviços.
A parte negativa ocorreu com o fluxo de curto prazo. Por conta da situação internacional, no final do ano passado houve pequena ruptura de algumas linhas de crédito, sobretudo da Europa.
Essa ruptura afetou a condição de financiamento de algumas empresas, que tinham perspectivas de emissões externas. O caminho foi postergar por algum tempo os investimentos, esticando o prazo.
No início do ano, depois de um conjunto de operações do Banco Central, houve melhora das condições das linhas externas, sobretudo dos financiamentos da Europa. Petrobras e outras empresas aproveitaram a ampliação da liquidez suprindo-se de caixa para os investimentos ao longo do primeiro trimestre. Com isso houve relativa melhora em relação ao final do ano passado.
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Com relação ao IED, o levantamento do BNDES constatou alguns setores da indústria passando por revisão dos investimentos, principalmente devido à concorrência com produtos asiáticos e perspectivas de crescimento menos das exportações e do mercado doméstico.
Setores com mais dificuldade de competição, como o de siderurgia e mineração, manterão os mesmos níveis dos anos anteriores – considerados bons pelo banco
Setores mais ligados ao mercado interno, como o automobilístico, parte dos eletroeletrônicos e logística são os destaques da pesquisa, com melhores perspectivas de investimento.
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Na logística, o destaque maior é para investimentos aeroportuários associados à Copa do Mundo e Olimpíadas, mas não exclusivamente. Em relação ao período 2007/2011, os próximos cinco anos terão investimentos cinco vezes maiores.
As perspectivas são melhores para investimentos de infraestrutura associados ao setor privado – menos dependente da burocracia pública.
No caso do saneamento, há perspectivas substanciais de crescimento. Os entraves principais foram resolvidos parcial ou completamente, seja na definição das responsabilidades (União, estados e municípios), projetos melhore elaborados e licenciamento ambiental concluído.
De 2007 a 2010, a preços de 2011, os investimentos foram de R$ 32 bilhões. No período 2012/2015 estima-se que chegará a R$ 43 bi, 33,5% maior.
No caso das ferrovias, incluindo o TAV (o trem-bala), os investimentos chegarão a R$ 45 bi, contra R$ 24 bi do período 2007/2010.
No caso dos portos, o salto será de R$ 8 bi para R$ 19 bi,
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Tais dados reforçam a impressão de que há boas perspectivas no ano que vem para a reversão da economia.
Preços ao consumidor tem leve avanço
O IPC-S (Índice de Preços ao Consumidor Semanal) atingiu uma variação de 0,22% na segunda semana de julho, segundo a Fundação Getúlio Vargas (FGV). O resultado subiu 0,03 ponto percentual em relação ao apurado na última divulgação. Cinco das oito classes de despesa componentes do índice apresentaram acréscimo em suas taxas de variação, com destaque para o grupo Alimentação, que avançou de 0,84% para 0,96% devido ao item hortaliças e legumes, cuja taxa de variação passou de 8,54% para 12,29%.
FOCUS 01: Mercado amplia estimativa para IPCA
Após um período de sucessivas reduções, os agentes do mercado financeiro voltaram a ajustar os indicativos para a taxa oficial de inflação ao fim deste ano. As informações são do relatório Focus, elaborado pelo Banco Central. Os indicativos para o IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo) em 2012 subiram de 4,85% para 4,87%, enquanto os números estimados para julho subiram de 0,20% para 0,21%. A variação estimada para 2013 foi mantida em 5,50% pela terceira semana consecutiva.
Total de famílias endividadas aumenta 6,39% em 2011
O número de famílias endividadas no país cresceu 6,39% entre 2010 e 2011, de acordo com a Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (Fecomercio-SP). Os dados mostram que 62,5% das famílias têm algum tipo de dívida, o que representa 525 mil famílias nas capitais. Em 2010 eram 58,6%. Ao mesmo tempo, o volume das dívidas aumentou 11,57%, com as famílias devendo em 2010 R$ 145,1 bilhões e em 2011, R$ 161,9 bilhões.
Brasil deve crescer 2,5% neste ano, diz FMI
O FMI (Fundo Monetário Internacional) reduziu a estimativa de crescimento econômico brasileiro em 2012, reiterando um quadro de "instabilidade" internacional e citando "vulnerabilidades domésticas" nos países emergentes. Em relatório, a entidade passou a considerar que a economia brasileira vai crescer 2,5% até dezembro – previsão meio ponto percentual mais baixa do que a estimativa divulgada em abril. Para 2013, o FMI estima que o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) chegará a 4,6%.
Saldo comercial atinge US$ 89 milhões
A balança comercial brasileira registrou saldo positivo de US$ 89 milhões, com média diária de US$ 17,8 milhões, nos cinco dias úteis da segunda semana de julho de 2012, segundo o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior. As exportações foram de US$ 3,929 bilhões, e as importações foram de US$ 3,840 bilhões. Nos dez dias úteis de julho, as exportações somaram US$ 9,289 bilhões, ao passo que o total no ano chega a US$ 712 bilhões.
Vendas no varejo dos Estados Unidos voltam a cair
As vendas no varejo dos Estados Unidos caíram pelo terceiro mês seguindo em junho, no primeiro ciclo de quedas consecutivas desde o final de 2008: segundo o Departamento do Comércio, as vendas varejistas foram reduzidas em 0,5%. O núcleo das vendas do varejo, que exclui automóveis, gasolina e materiais de construção, teve queda de 0,1%. O relatório soma-se a uma série de dados enfraquecidos, o que aumenta a pressão sobre o presidente Barack Obama.
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