Coluna Econômica - 08/03/2013
Hoje quase todos os jornais cobrem a reunião do Copom (Comitê de Política Monetária) do Banco Central com a informação de que os juros foram mantidos e a especulação de que será aumentado na próxima reunião em abril.
A base da especulação é um trecho do comunicado, no qual o Copom informa que aguardará a próxima reunião para saber o que fazer com a política monetária.
O Copom pode tomar as seguintes medidas em relação à Selic:
1. Mantê-la inalterada.
2. Aumentar ou diminuir.
3. Mantê-la inalterada mas sinalizando sua intenção futura, na forma de viés de alta ou viés de baixa.
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Quando define o viés, sinaliza a tendência. Mas não significa que terá que seguir o viés na próxima reunião.
Justamente porque o viés não tem nada de impositivo, se quisesse sinalizar a intenção de aumentar a Selic, o BC teria votado pela manutenção da Selic com viés de alta. Não o fez. Por unanimidade manteve a Selic sem viés algum.
Por que, então, esse alarido unânime da midia sobre a suposta intenção do Copom de aumentar a Selic em abril? Se não tem base nas conclusões objetivas do Copom, é porque foi puramente especulativo.
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Do ponto de vista dos supostos efeitos objetivos da Selic (reduzir a demanda por crédito quando aumentada), no caso brasileiro é insignificante. Repito: insignificante. Meio ponto ou um ponto ou dois pontos de alta na taxa anual da Selic é irrelevante para o custo do crédito e, consequentemente, da demanda.
Em outros tempos, havia o efeito câmbio. Mais Selic atraía mais capital internacional especulativo, apreciava o câmbio e, por vias tortas e nefastas, atuava sobre os preços.
Esse jogo acabou. Tanto o Ministro da Fazenda quanto o presidente do Banco Central afirmaram taxativamente que não mais irão se valer do câmbio para combater a inflação.
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O jogo da Selic é puramente psicológico. Ou seja, puramente de expectativas. Ou seja, puramente especulativo.
Um grupo de cabeças de planilha fica batendo diuturnamente na questão de que o BC abandonou a luta contra a inflação porque se recusa a aumentar a Selic.
Aí, o sujeito que define preços nas grandes indústrias de consumo percebe uma elevação pontual dos alimentos - que nada tem a ver com a Selic. Mas com a mídia repercutindo diariamente as previsões furadas dos cabeções, salta o receio de que haverá aumento generalizado de preços. Então, preventivamente, aumenta seus preços.
Isso aconteceu com gigantes como a Nestlé, Gessy Lever e Procter Gamble nesse início de ano, reajustando em quase 10% os preços, nas negociações com os atacadistas.
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O BC sabe que o movimento é puramente especulativo, ou se deve a altas que nada têm a ver com a Selic. Para conter esse movimento, precisa reafirmar a todo momento, que não abandonou a luta contra a inflação.
Aí faz um comunicado objetivo - manutenção da Selic sem viés de alta -, e, no mesmo comunicado, diz que continua atento aos movimentos da inflação. E a cobertura unânime é de que ele vai aumentar a taxa em abril.
Criou-se uma ficção econômica - os efeitos da Selic na inflação -, e o país inteiro passou a depender de movimentos psicológicos, ou seja, de pura especulação.
Produção industrial avança 2,5% em janeiro
A produção industrial avançou 2,5% no mês de janeiro em relação ao mês anterior, na série livre de influências sazonais, após cair 1,3% em novembro e avançar 0,2% em dezembro. Os dados foram divulgados pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). Na série sem ajuste sazonal, o confronto com igual mês do ano anterior mostra que o total da indústria apontou expansão de 5,7%, e interrompeu dois meses seguidos de taxas negativas nesse tipo de comparação.
Copom mantém taxa Selic em 7,25% ao ano
O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) manteve a taxa básica de juros (Selic) em 7,25%, em decisão já esperada. “Avaliando a conjuntura macroeconômica e as perspectivas para a inflação, o Copom decidiu, por unanimidade, manter a taxa Selic em 7,25% a.a., sem viés. O Comitê irá acompanhar a evolução do cenário macroeconômico até sua próxima reunião, para então definir os próximos passos na sua estratégia de política monetária”, diz a nota divulgada após a reunião.
Conab amplia dados da safra agrícola
A produção nacional de grãos da safra 2012/13 deve alcançar 183,5 milhões de toneladas, aumento de 10,5% sobre as 166,1 milhões de toneladas da temporada anterior, segundo a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). Apesar do número expressivo, houve uma redução de 0,8% na estimativa em relação ao último levantamento, devido às condições climáticas adversas no período da pesquisa. A área total de plantio de grãos cresceu 4,1% em relação à safra passada, e chegou a 52,9 milhões de hectares.
Cesta básica mais cara em 15 capitais
Os preços dos produtos da cesta básica subiram, em fevereiro, em 15 das 18 capitais pesquisadas pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese). Apesar do avanço, a intensidade do aumento foi menor do que no mês passado, quando houve correções em todas as capitais. As três maiores altas foram constatadas em Recife (8,35%), Fortaleza (7,22%) e João Pessoa (7,11%). Ocorreram quedas em Vitória (-0,63%), Goiânia (-0,56%) e Brasília (-0,24%).
Câmara aprova Orçamento para 2013
Após apreciar os vetos ao projeto de lei dos royalties, a Câmara dos Deputados aprovou na madrugada desta quinta-feira o Projeto de Lei do Orçamento Geral da União (OGU) para este ano, em votação simbólica. A votação no Senado ficou para terça-feira, às 19h, uma vez que foi feito acordo para adiar a votação da matéria naquela Casa. O Orçamento fixa em R$ 2,27 trilhões a receita total da União, sendo R$ 610,1 bilhões para rolagem de dívidas e R$ 83,3 bilhões destinados a investimentos.
BCE mantém taxa básica de juros em 0,75% ao ano
O Banco Central Europeu (BCE) decidiu manter a taxa básica de juros da zona do euro em 0,75% ao ano. A taxa da linha mantida justo a bancos comerciais, chamada de marginal lending facility, segue em 1,5% e a taxa de depósito de curto prazo (deposity facility) ficou em zero. Além disso, o Banco da Inglaterra manteve a taxa básica de juros do Reino Unido em 0,5%, e não alterou o volume de compras de ativos financiadas pela emissão de reservas, que totaliza 375 bilhões de libras.
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