Coluna Econômica - 01/02/2013
Ontem escrevi sobre os critérios a serem perseguidos pelo BNDES (Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social) especialmente na concessão dos megafinanciamentos.
A coluna foi motivada pela informação de que o banco estaria prestes a bancar a aquisição da CSA (Companhia Siderúrgica do Atlântico) pela CSN (Companhia Siderúrgica Nacional).
Na verdade, as notas divulgadas por alguns jornais não passaram de balões de ensaio, visando transformar em irreversível uma operação cuja análise mal se iniciou. Ao contrário do noticiado, não há orientação superior para a operação; e a maneira como a notícia foi plantada pegou mal no banco.
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Mesmo assim, é hora de se abrir uma discussão mais ampla sobre o papel do BNDES na política industrial brasileira.
Nos últimos anos voltou à tona a máxima da criação dos chamados “campeões nacionais”, multinacionais brasileiras. Obviamente não pode ser critério único para as apostas. A lógica do campeão tem que se inserir na lógica da política industrial brasileira, contribuindo para a melhoria sistêmica da economia.
Primeiro passo – separar claramente o interesse da empresa do interesse do país. Exemplo: quando o banco financia a JBS para adquirir frigoríficos nos Estados Unidos, está ajudando a melhor sistemicamente a competitividade da pecuária norte-americana, em detrimento da brasileira. É bom para a empresa mas ruim para o Brasil. Há compras que ajudam a conquistar mercados no exterior para a produção brasileira; e compras que reforçam a produção externa.
Segundo passo – analisar os impactos das concentrações sobre os fornecedores internos, valorizando as externalidades positivas. Empresas que contribuam para o aprimoramento tecnológico e financeiro da cadeia de fornecedores devem ter prioridade, assim como produções que substituam insumos importados de forma competitiva, não prejudicando a competitividade do produto final. Empresas cuja concentração de poder possa sufocar os fornecedores (casos típicos da pecuária e da laranja) tem que firmar acordos de conduta para impedir práticas de cartel.
Terceiro passo – analisar alternativas de capitalização das empresas, de maneira que o banco atue como agente indutor de outros modelos de mercado e não como substitutivo. Há que se coibir a prática perniciosa de empresas que se endividam e mantém práticas exorbitantes de distribuição de dividendos. E privilegiar setores de ponta, estimulando o novo e induzindo o mercado a apostar nas inovações.
Quarto passo – há que se rever as prioridades na atração de capital externo. Nos anos 90 havia ampla disputa entre vários países, para abrigar empresas-polo de multinacionais. Agora, o Brasil exibe vantagens comparativas relevantes, especialmente no mercado interno robusto. Há que se identificar áreas prioritárias, com alta intensidade tecnológica e, preferencialmente, levantar contrapartidas chinesas: associação com grupos nacionais, transferência de tecnologia, abertura de mercado para produtos brasileiros nos seus países de origem.
IBGE 01: Desemprego cai 5,5% em 2012
A taxa de desemprego encerrou o ano de 2012 em 5,5%, a menor média anual da série histórica iniciada em março de 2002, segundo o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). A taxa foi inferior em 0,5 ponto percentual à observada em 2011 (6%) e 6,9 pontos percentuais abaixo da média de 2003 (12,4%). Já a variação apurada em dezembro foi estimada em 4,6%, queda de 0,3 ponto percentual em relação a novembro (4,9%) e estabilidade em relação ao registrado em dezembro de 2011 (4,7%).
IBGE 02: Rendimento perde força em dezembro
O rendimento médio real habitual dos cidadãos empregados chegou a R$ 1.805,00 no mês de dezembro, queda de 0,9% em comparação com novembro, segundo o IBGE. Por outro lado, o acréscimo frente a dezembro de 2011 chegou a 3,2%. Em 2012, a média anual do rendimento médio mensal foi estimada em R$1.793,96, a mais alta desde 2003, o que correspondeu a um crescimento de 4,1%, em relação a 2011. Entre 2003 e 2012, o poder de compra aumentou 7,2% (em 2003 era de R$1.409,84 reais).
Inadimplência de empresas sobe 10,4% em 2012
A inadimplência das pessoas jurídicas encerrou o ano de 2012 com um crescimento de 10,4% em relação ao ano anterior, segundo a Serasa Experian. Embora os números tenham avançado, a pesquisa mostra que as variações mensal e acumulada foram reduzidas: no comparativo de dezembro com novembro último, houve um recuo de 4,9% na inadimplência dos negócios. Na relação entre dezembro de 2012 e igual mês de 2011, por sua vez, o decréscimo foi de 0,7%.
Brasileiros estão menos otimistas
O Índice Nacional de Expectativa do Consumidor (INEC) caiu 0,9% em janeiro na comparação com dezembro de 2012, segundo a Confederação Nacional da Indústria (CNI). Foi o segundo mês consecutivo de queda no indicador, devido ao aumento do pessimismo com a inflação e da avaliação menos favorável em relação à situação financeira e ao endividamento. O ânimo para as compras também diminuiu. Contudo, a população acredita que o mercado de trabalho continuará aquecido nos próximos seis meses.
Confiança de serviços retoma avanço
O Índice de Confiança de Serviços (ICS) avançou 1,1% entre dezembro de 2012 e janeiro de 2013, na série com ajuste sazonal, ao passar de 123,3 para 124,6 pontos, segundo a Fundação Getúlio Vargas (FGV). O índice volta a avançar em janeiro após subir por três meses e recuar em dezembro. A variação apurada entre dezembro e janeiro é decorrente do aumento de 4,2% no Índice de Situação Atual (ISA-S) e do recuo de 1,2% no Índice de Expectativas (IE-S).
Estrangeiros não pagam IOF em fundos imobiliários
Os investidores estrangeiros que adquirirem quotas de fundos de investimento imobiliários na bolsa não terão de pagar o Imposto sobre Operações Financeiras (IOF), segundo o Diário Oficial da União. Pela interpretação da Receita Federal, as quotas desses fundos eram de renda fixa e, por isso, haveria a obrigação do recolhimento de 6% de IOF. Para os aplicadores estrangeiros, no entanto, o imposto não deveria ser recolhido porque esses papéis tinham volatilidade semelhante aos de renda variável.
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