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O BNDES e o Mercado de Capitais

5 de Fevereiro de 2013, 22:00 , por Castor Filho - 0sem comentários ainda | No one following this article yet.
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Coluna Econômica - 06/02/2013

 

Respondendo aos pontos levantados pela coluna na semana passada, o BNDES (Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social) não pretende concorrer com o mercado de capitais. Pelo contrário: considera-o um parceiro indispensável no financiamento de longo prazo.


No entanto, segundo as avaliações do banco, ainda são muito limitadas as fontes internas

.

  1. As taxas que o mercado cobra  têm como referência  Selic. No curto prazo, todos os cálculo da TIR (Taxa Interna de Retorno) tomam por base a Selic. A TJLP (Taxa de Juros de Longo Prazo) do banco aumenta a competitividade das empresas.
  2. A possibilidade do cliente arbitrar taxas (tomar em TJLP e aplicar em Selic) é bastante mitigada devido ao modelo de desembolso do banco, amarrado à comprovação do investimento.
  3. A captação no mercado externo é bastante onerosa devido ao risco cambial. Os custos só são competitivos no caso de investimentos naturalmente hedgeados (cujos preços são regidos pelo câmbio) – caso de investimentos em produtos exportáveis.
  4. No caso da infraestrutura, o risco cambial é mais acentuado. Quanto maior o risco e o custo do hedge, mais cara a captação. O grande problema na captação de investimentos externos para a infraestrutura é saber como será tratado o risco cambial. Em 1982 houve um terremoto, e Delfim Neto acabou estatizando toda a dívida privada, para evitar uma quebradeira generalizada.

***


Segundo o banco, a prova de que busca a cooperação do mercado está na recente operação da Marfrig, outro frigorífico contemplado com megafinanciamentos. Na semana passada, os problemas de capitalização da Marfrig foram resolvidos em uma captação bem sucedida no mercado internacional.


Nesse episódio, o papel do banco foi segurar a onda de renegociação da dívida da companhia, dois meses atrás, trabalhando em conjunto com o mercado de capitais. Esse trabalho prévio deu as bases para que a emissão externa fosse bem sucedida.


***


O caminho mais promissor prospectado pelo BNDES será o das debêntures corporativas, títulos genéricos, com formato dos fundos imobiliários, tenho como lastro o fluxo de faturamento do empreendimento.


Seriam tão atrativos que os bancos estão entesourando os papéis, atrapalhando a formação de um mercado secundário – onde os títulos poderiam ser negociados.


***


Essas debêntures serão emitidas por Sociedades de Propósito Específico (SPE) com projetos vinculados à infraestrutura. As debêntures terão as mesmas garantias dos empréstimos concedidos pelo banco.


Para aumentar a segurança, haverá uma cláusula de vencimento antecipado cruzado ligando as emissões com os financiamentos do banco ao mesmo projeto. Havendo o inadimplemento da debênture, o banco poderá decretar o vencimento antecipado do contrato de financiamento.


Há um conjunto de exigências para a aquisição desses papéis. É necessário a participação de um “formado de mercado” (incumbido de estimular as negociações secundárias), transparência na precificação (fixação do preço) e distribuição do papel, proibição do resgate antecipado antes dos 6 anos e proibição de remuneração ao papel como percentual do DI (Depósito Interbancário).


 

Varejo começa o ano com crescimento


O movimento dos consumidores no setor varejista subiu 1,5% em janeiro em relação ao mês anterior, segundo a consultoria Serasa Experian - descontados os efeitos sazonais. O acréscimo na comparação com janeiro de 2012 indica um acréscimo de 13,8%, o resultado mais expressivo desde agosto de 2008. As liquidações e descontos afetaram os dados. O resultado foi influenciado pelo setor de veículos, motos e peças, o qual registrou crescimento de 10,8% frente a dezembro de 2012.


Dívida pública supera marca de R$ 2 trilhões


A Dívida Pública Federal (DPF) subiu 7,59% em 2012, passando para R$ 2,008 trilhões, segundo o Tesouro Nacional. De novembro para dezembro, a dívida nominal cresceu 2,18%. Essa variação se deve à emissão líquida no valor de R$ 25,58 bilhões e à incorporação de juros à dívida, no valor de R$ 17,19 bilhões. Apesar do aumento, a dívida está dentro do estimado no Plano Anual de Financiamento (PAF) de 2012, que prevê um estoque da dívida em mercado entre R$ 1,950 trilhão e R$ 2,05 trilhões.


IGP-DI desacelera, e fecha janeiro em 0,31%


O IGP-DI (Índice Geral de Preços - Disponibilidade Interna) subiu 0,31% em janeiro, segundo a Fundação Getúlio Vargas (FGV). O indicador perdeu força em relação a dezembro, quando o total foi de 0,66%. O Índice de Preços ao Produtor Amplo (IPA) não registrou variação, ante 0,74% no mês passado. Já o IPC (Índice de Preços ao Consumidor) avançou de 0,66% em dezembro para 1,01% em janeiro. O Índice Nacional de Custo da Construção (INCC) atingiu 0,65%, acima do resultado do mês anterior, de 0,16%.


Confiança do comércio perde força em janeiro


Após um período de quatro meses de avanço, o Índice de Confiança do Comércio (ICOM) sinaliza ligeira desaceleração em janeiro de 2013, quando avaliado em média móvel: segundo a Fundação Getúlio Vargas (FGV), a variação interanual trimestral passou de 1,5% em dezembro para 0,0% em janeiro. Embora a margem tenha apresentado uma relativa piora, os dados seguem indicando um ritmo de atividade entre moderado e forte do setor ao início do ano.


Lucro do Itaú cai 7% em 2012


O Itaú Unibanco encerrou o ano de 2012 com lucro líquido de R$ 13,594 bilhões, queda de 7% em relação a 2011. Os ativos totais alcançaram a marca de R$ 1,014 trilhão. O maior banco privado do país encerrou o quarto trimestre com lucro líquido de R$ 3,492 bilhões no quarto trimestre, queda de 5% sobre 2011 – contudo, o balanço aponta melhora nos índices de inadimplência e expectativa de crescimento na carteira de crédito ao longo deste ano.


Petrobras tem lucro anual 36% menor


A Petrobras encerrou o ano de 2012 com um lucro líquido de R$ 21,182 bilhões, queda de 36% em relação ao apurado em 2011, ao passo que o montante apurado no quarto trimestre atingiu R$ 7,747 bilhões, alta de 39% sobre o registrado no trimestre anterior. Segundo balanço divulgado ao mercado financeiro, o desempenho da estatal foi influenciado por fatores como depreciação cambial, maior participação de derivados importados no volume de vendas e aumento das despesas operacionais.

 

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