Ir para o conteúdo
ou

Thin logo

castorphoto

Dr. Cláudio Almeida

 Voltar a Blog Castorphoto
Tela cheia

O Desafio da Infraestrutura

15 de Agosto de 2012, 21:00 , por Castor Filho - 0sem comentários ainda | No one following this article yet.
Visualizado 169 vezes

Coluna Econômica - 16/08/2012

 

Há décadas, todos os programas de investimento em infraestrutura repetem os mesmos projetos do programa anterior. Nesses anos todos, projetos já definidos foram interrompidos por contingenciamentos orçamentários, problemas de licenciamento, escassez de escritórios de engenharia e planejamento.


Ao colocar 9 trechos de rodovias e 12 de ferrovias em regime de concessão, perfazendo um total de investimentos de R$ 133 bilhões, o Programa de Investimentos em Logística – lançado ontem pela presidente Dilma Rousseff – pretende romper com essa inércia. Até o final do mês serão anunciadas as concessões nos sistemas portuário e aeroportuário.


***


Há avanços em relação a momentos anteriores. O principal deles é a visão sistêmica sobre o setor de logística, pouco apurada em outros planos.


Na origem do “Brasil  em Ação” – primeira tentativa de articulação dos investimentos públicos orçamentários – havia um pano de fundo estratégico, absorvido dos trabalhos de Eliezer Baptista. Este propunha articular um conjunto de ações em sete regiões específicas, integrando a América Latina, e criando zonas de circulação de riqueza.


O programa foi menos ambicioso, concentrando-se em projetos. Mas acabou engolfado pelo contingenciamento orçamentário que matou todas as iniciativas de investimento público até o advento do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento), que conseguiu livrar as obras da maldição do controle na boca do caixa.


***


Nos programas seguintes – incluindo o PAC – avançou-se nas formas de gestão e de acompanhamento e de liberação de recursos, mas ainda estava verde nos chamados aspectos sistêmicos da logística.


Nesse ínterim, no entanto, houve grande avanço do conhecimento interno, especialmente a partir de trabalhos e estatísticas produzidas no âmbito da ANTAQ (Agência Nacional de Transportes Aquaviários). Foram feitos estudos mais meticulosos de origem e destino de mercadorias e estudiosos de diversos setores passaram a enxergar a logística de forma integrada, juntando rodovias, ferrovias, hidrovias, portos, sistemas de armazenamento etc tendo como foco central o fluxo de mercadorias.


***


Além disso, foram feitas algumas mudanças regulatórias relevantes.


No caso das ferrovias, por exemplo, assegurou-se o chamado direito de passagem – ou seja, o direito de qualquer empresa poder passar sua carga pelos trilhos da ferrovia concedida. Acaba com o uso exclusivo de ferrovias por algumas empresas ou com seu sub-aproveitamento, como ocorre hoje.


***


Mesmo assim, persistem problemas estruturais que não serão resolvidos com o Plano. Há escassez de projetos executivos – os projetos mais detalhados de cada obra -, o mercado de engenharia ainda não conseguiu crescer para atender a todas essas demandas, permanecem as dificuldades com licenciamento ambiental.


***


Por outro lado, o panorama externo é extraordinariamente favorável, com muito recurso disponível. Há que se tomar algum cuidado nos contratos de licitação, especialmente em relação ao capital estrangeiro. É bem vindo, especialmente se acompanhado de serviços de engenharia. Mas infraestrutura não gera divisas, capazes de equilibrar a conta da remessa futura de dividendos.


 

Governo nega que plano de logística seja uma privatização


A presidenta Dilma Rousseff e o ministro da Fazenda, Guido Mantega, negaram que o programa de concessão de rodovias e ferrovias seja uma forma de privatização. Segundo Dilma, essa questão é “absolutamente falsa”, e a iniciativa resgata a participação do investimento privado em ferrovias e fortalece a estrutura de regulação e investimento. Mantega reafirmou que os projetos serão conduzidos em PPP (Parceria Público-Privada) no caso da concessão de ferrovias.


Fluxo cambial tem saldo negativo


Após apresentar um saldo positivo de US$ 942 milhões em julho, o fluxo cambial brasileiro (referente ao registro da entrada e saída de dólares do país) apresenta um déficit de US$ 1,177 bilhão até o dia 10 de agosto, segundo o Banco Central. A maior saída líquida (descontada a entrada) ocorreu no fluxo comercial, com US$ 1,001 bilhão. O fluxo financeiro registrou saldo negativo de US$ 176 milhões até o dia 10 de agosto. Ao longo do ano, o fluxo cambial ficou positivo em US$ 22,709 bilhões.


Preços ao consumidor avançam nos EUA


Os preços ao consumidor dos Estados Unidos ficaram estáveis em julho pelo segundo mês seguido: de acordo com o Federal Reserve, o índice de preços subiu 0,2% em julho, enquanto o comparativo com 2011 aponta um acréscimo de 1,4%, abaixo do total de 1,7% visto em junho na mesma base comparativa. Sem considerar alimentos e energia, o núcleo apresentou um ganho de 0,1%, o menor desde fevereiro e interrompendo uma sequência de quatro meses de alta.


Grécia pede mais prazo para atender metas


O governo da Grécia vai apelar à União Europeia (UE) para obter mais dois anos de prazo para a implantação total do plano de austeridade fiscal. A ideia é prolongar até 2016 o período para a execução de todas as ações propostas no plano, como corte de gastos e aumento de caixa, e deve ser apresentada às autoridades na próxima semana. O país tem tido dificuldades para atender as expectativas de seus sócios europeus e cortar outros 11,5 bilhões de euros em gastos públicos.


Unasul ratifica suspensão temporária do Paraguai do grupo


O Grupo de Alto Nível da União de Nações Sul-Americanas (Unasul) ratificou a suspensão temporária do Paraguai. A decisão foi anunciada após um período de análises, feitas a partir de relatórios específicos enviados pelas 11 embaixadas dos países que integram o grupo, embora relatórios indiquem perspectivas positivas sobre o cumprimento do calendário eleitoral no país. As eleições presidenciais estão marcadas para abril de 2013.


Gol amplia prejuízo no segundo trimestre


O prejuízo apresentado pela empresa aérea Gol durante o segundo trimestre dobrou em relação ao registrado no ano anterior: a perda chegou a R$ 715,1 milhões, levando o prejuízo acumulado no semestre para R$ 756,5 milhões, bem acima dos R$ 358,7 milhões apontados nos primeiros seis meses de 2011. Segundo a companhia, os dados foram afetados pela depreciação do real frente ao dólar médio em 23%, aliado a aumento de despesas com combustível e de custos aeroportuários.

 

Blog: www.luisnassif.com.br

E-mail: luisnassif@advivo.com.br

"Todos os direitos reservados, sendo proibida a reprodução total ou parcial por meio impresso".


Visite o BLOG e confira outras crônicas


Tags deste artigo: nassif economia infraestrutura grécia paraguai inflação eua fluxo cambial

0sem comentários ainda

    Enviar um comentário

    Os campos realçados são obrigatórios.

    Se você é um usuário registrado, pode se identificar e ser reconhecido automaticamente.