Coluna Econômica - 22/03/2013
Um dos grandes desafios do crescimento é o da formação e capacitação de engenheiros. Passa pela criação de vagas, abertura de novas faculdades de qualidade. Mas, também, pela mudança do enfoque da formação do engenheiro.
O Seminário "Formação de Engenheiros no Brasil", promovido pelo Brasilianas, trouxe informações relevantes sobre o momento.
Todo engenheiro necessita de uma sólida formação em algumas ciências exatas, da matemática à física. Tem que dispor do instrumental matemático necessário para identificar e resolver problemas.
Dada a base, há um movimento de mudar radicalmente a pedagogia do ensino, de maneira a aproximar a formação do engenheiro do mundo real.
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Conforme anotou Alessandre Fernandes Moreira, vice-diretor da Escola de Engenharia da UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais), há muito poucos estudos pedagógicos sobre o ensino de engenharia. E isso em um mundo exposto a novos valores, exigindo uma multiplicidade de funções do engenheiro, como compromisso com o crescimento econômico, a responsabilidade social, a responsabilidade ambiental, os problemas do cotidiano.
Moreira defende currículos flexíveis e uma grande inserção de cadeiras de Pesquisa e Desenvolvimento, inovação e empreendedorismo, além das parcerias com o mercado de trabalho.
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Mas os grandes saltos estão ocorrendo nas chamadas universidades corporativas - ligadas a grandes empresas.
É o caso das Universidades Corporativas da Embraer e da Petrobras.
Segundo Mauro Kern, vice-presidente de Engenharia e Tecnologia da Embraer, em 2000 a empresa sentiu dificuldade em aumentar o quadro de engenheiros apenas a partir de contratações, dada a heterogeneidade dos cursos de engenharia.
Criou, então, um programa para formar engenheiros das diversas escolas de engenharia, para que já entrassem jogando.
O programa começou em 2001. De lá para cá, formou 1.200 engenheiros. O curso tem 50 candidatos por vaga, 3 mil candidatos para 60 vagas e é feito em parceria com o ITA (Instituto Tecnológico da Aeronáutica).
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O curso tem três fases. O fundamental, é de cinco meses. A especialização toma mais quatro meses, e é constituído dos cursos de eletrônica, mecânica aeronáutica, estrutura, software e manutenção.
Ao final desse período, cada aluno tem que fazer um projeto de avião, desde a fase de pesquisa de mercado até o projeto de avião, analisando desempenho, aerodinâmica, otimização do peso, arquitetura de sistemas, modelos de manufatura etc. Tudo isso devidamente trabalhado em um plano de negócios.
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Essa mesma metodologia é aplicada na Universidade Petrobras, conforme relatou o responsável José Alberto Buchab.
Todo o programa é focado no plano de negócios e nos objetivos da companhia.
Os programas de formação destinam-se aos profissionais que acabaram de entrar na empresa, e levam de 3 a 13 meses para 17 carreiras das 33 de nível superior da empresa.
Depois disso, aplica-se a educação continuada ao longo de toda sua carreira na empresa.
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Embraer e Petrobras concordam em um ponto relevante: a qualidade dos alunos de engenharia de hoje é infinitamente maior do que a das últimas décadas.
Atividade econômica começa o ano em alta
O indicador de atividade econômica mensurado pela consultoria Serasa Experian avançou 1,1% durante o mês de janeiro em relação ao período imediatamente anterior, já descontadas as influências sazonais. O indicador apresentou a maior variação mensal dos últimos 34 meses (desde abril de 2010). Na comparação com o mesmo mês do ano anterior, o acréscimo foi de 3,7%, a maior em 20 meses neste critério de comparação.
Moody's rebaixa notas de bancos públicos
A agência de classificação de risco Moody's anunciou o rebaixamento em dois níveis dos ratings da Caixa Econômica Federal, do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e de sua subsidiária BNDESPar. Ao reduzir os perfis de crédito de alguns bancos públicos brasileiros, a Moody's apontou a deterioração na qualidade de crédito e o enfraquecimento do capital de nível 1 das instituições financeiras.
Mantega defende reforma tributária
O ministro da Fazenda, Guido Mantega, defendeu a manutenção das desonerações e a reforma dos principais tributos, como o Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) e do PIS/Cofins (Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social), para aumentar a competitividade e manter a economia em crescimento. “Temos tributos arcaicos que já cumpriram o seu papel. Eram adequados para o passado, mas não são mais”, disse Mantega.
Ministro espera um 2013 melhor
Ao avaliar a atual situação da economia brasileira, o ministro Guido Mantega afirmou que espera um quadro melhor. “Em 2013, esperamos um quadro um pouco melhor. As medidas adotadas pelo governo tem surtido efeito. A economia está caminhando ainda melhor no primeiro trimestre [deste ano] do que no quarto trimestre de 2012. Estamos em uma trajetória de gradual crescimento ante a crise que ainda não foi debelada. Mas essa crise exige uma série de medidas”, destacou.
Vendas de materiais de construção crescem 2,8%
O faturamento da indústria de materiais de construção caiu 4,8% em fevereiro ante janeiro. Com relação a fevereiro de 2012, houve um declínio de 0,7%. Porém, o total no ano avançou 2,5% em relação ao ano passado, segundo a Associação Brasileira da Indústria de Materiais de Construção (Abramat). A estimativa de crescimento do setor em 2013 é 4,5%, mas a previsão da entidade tem como base a manutenção da política de estímulo ao consumo das famílias e da manutenção dos níveis de emprego e renda.
Chipre precisa levantar 5,8 bilhões de euros até segunda
O Banco Central Europeu (BCE) deu ao Chipre até o dia 25 de março para levantar 5,8 bilhões de euros para fechar um resgate internacional, ou enfrentará a perda de recursos para seus bancos. O ultimato foi dado no momento em que os líderes do país discutem um "plano B" para tentar levantar os recursos exigidos pela União Europeia (UE) e completar o resgate de 10 bilhões de euros. Os parlamentares rejeitaram a proposta de confiscar parte dos depósitos bancários para obter os recursos.
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