O mercado continua revisando para baixo as projeções de crescimento do PIB (Produto Interno Bruto). Não é fácil colocar o transatlântico da economia para funcionar, especialmente em um quadro de ladeira (ainda que moderadamente) abaixo.
A atividade econômica é o que os físicos denominam de realidade complexa, na qual inúmeros fatores interagem, influenciando-se mutuamente. Por exemplo, mais estímulo ao consumo pode melhorar o PIB, gerando mais emprego e renda, que por sua vez gera mais consumo. Ou não.
A política econômica tem influência sobre alguns desses fatores, não sobre todos. Mas sua implementação depende da maneira como o organismo econômico, como um todo, reage aos estímulos.
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O ciclo do desenvolvimento é assim:
- Mercado interno + mercado externo (exportações) = Mercado total potencial. O mercado interno é composto por demanda pública (obras de infraestrutura e compras públicas) e privada (consumo das empresas e das famílias).
- Esses dois mercados são disputados por produtos brasileiros e importados. Quanto maior a parcela do mercado apropriado pela produção brasileira, maior ocupação da capacidade instalada das fábricas.
- Batendo num determinado nível de capacidade instalada, havendo confiança na manutenção do crescimento, as empresas investem em novas máquinas, aumentam o patamar de produção, gerando novos empregos e mais arrecadação.
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Quais os nós da política econômica?
A redução do crescimento do PIB – ora em curso - afeta de duas maneiras a dinâmica do desenvolvimento: reduz o ritmo de crescimento da renda; reduz a arrecadação fiscal. Por outro lado, a renda dos consumidores ainda está carregada pela primeira onda de crediário.
Depois da explosão inicial do consumo, a segunda onda de crediário tem alcance mais restrito, especialmente em um quadro de não aumento de renda. A redução dos juros abre margem para uma reestruturação do endividamento da primeira leva, é verdade, e atrai novos consumidores. Falta mensurar o resultado final, se será suficiente para manter índices de crescimento de consumo mais turbinados.
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Do lado fiscal, a queda na receita reduz a margem de investimentos e de compras públicas. A Fazenda tem a ferramenta da redução do superávit primário para manter o fluxo de investimentos. Mas aparentemente não quer utilizar.
De qualquer modo, o problema maior dos investimentos públicos hoje em dia é a carência de projetos e o emaranhado burocrático. Mantido o atual nível de disponibilidade de recursos, o investimento público deve aumentar pelo simples aprendizado.
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Mas a redução do ritmo de crescimento do consumo privado gerou um aumento na capacidade instalada, postergando decisões de investimento do setor privado. Além disso, empresas costumam ampliar a capacidade em momentos de alta; na queda, desmobilizam, acentuando o movimento de desaquecimento da economia.
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A rigor, apenas os seguintes pontos permitirão recuperação da economia mais rapidamente:
- Uma safra agrícola melhor, com recuperação dos preços internacionais.
- Uma recuperação da economia mundial.
Brasileiro menos confiante com manutenção do emprego
A expectativa do cidadão quanto à manutenção do emprego foi reduzida em 7,8% entre os meses de maio e junho, quando recuou de 135,2 para 124,6 pontos. Levantamento elaborado pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) também mostra que o Índice Nacional de Expectativa do Consumidor (Inec) caiu 1,7% entre as pesquisas de maio e junho, ao passar de 114,6 para 112,6 pontos. A queda do Inec revela preocupação maior com o desemprego e com a situação financeira mais desfavorável.
Balança comercial fecha semestre com US$ 7 bi
A balança comercial registrou superávit de US$ 7,07 bilhões no primeiro semestre deste ano, resultado de US$ 117,215 bilhões em exportações e de US$ 110,142 bilhões em importações, segundo o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior. No mês de junho, houve superávit de US$ 807 milhões. As exportações somaram US$ 19,354 bilhões, e os gastos com importações atingiram US$ 18,547 bilhões.
FOCUS: IPCA segue perdendo força
Os agentes voltaram a reduzir as estimativas para a inflação oficial ao fim de 2012: segundo o relatório Focus, elaborado semanalmente pelo Banco Central, o IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo) para o fim deste ano desacelerou pela sétima semana consecutiva, passando de 4,95% para 4,93%. Na avaliação mensal, as estimativas para junho foram reduzidas de 0,18% para 0,17%, enquanto o total para julho subiu de 0,18% para 0,19%. A variação estimada para 2013 foi mantida em 5,50%.
IPC-S desacelera e termina junho em 0,11%
O IPC-S (Índice de Preços ao Consumidor Semanal) atingiu 0,11% no período até 30 de junho, total 0,05 ponto percentual abaixo da última divulgação, segundo a Fundação Getúlio Vargas (FGV). Cinco das oito classes de despesa componentes do índice reduziram suas taxas, com destaque para Despesas Diversas, que caiu de 1,48% para 0,48%. Os grupos que ampliaram suas taxas de variação foram Transportes (de -0,81% para -0,73%), Alimentação (de 0,67% para 0,74%) e Comunicação (de -0,02% para 0,00%).
Desemprego volta a bater recorde na zona do euro
O desemprego na zona do euro voltou a bater recorde no mês de maio, influenciado pelo volume de dispensas registrado na França, Espanha e na Áustria. Segundo informações do Eurostat, o escritório de estatísticas da UE, cerca de 17,56 milhões de pessoas estavam sem emprego nos 17 países da zona do euro durante o mês de maio, o equivalente a 11,1% da população que trabalha, o mais elevado patamar desde que os registros da região começaram a ser efetuados, em 1995.
BCE recomenda que Grécia siga programa de resgate
O Banco Central Europeu (BCE) encorajou o novo governo grego, escolhido após eleições parlamentares em junho, a cumprir o programa de reformas e de ajuste fiscal acordado com credores internacionais. A autoridade econômica europeia também alertou para o risco de demora no ajuste, uma vez que isso faria a razão da dívida ante o Produto Interno Bruto [PIB] o país ultrapassar a meta dos 120% em 2020, que é o limite superior considerado viável para a nação.
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