Coluna Econômica - 23/10/2012
Existem recursos substanciais para PMEs (Pequenas e Micro Empresas) e inovação. Existem organizações prontas a assessorar o setor em várias áreas, Sebrae, CNpQ, Fapesp, Finep, Capes etc..
A grande dificuldade consiste em preparar as empresas para serem ajudadas. Há um enorme bloqueio mental do pequeno empresário para se debruçar sobre as linhas de crédito, financiamento, o assessoramento.
Daí a importância da experiência da Fipase (Fundação Instituto Polo Avançado da Saúde), uma fundação pública de direito privado criado pela Prefeitura de Ribeirão Preto responsável pelo APL (Arranjo Produtivo Local) na área de equipamentos de saúde.
Conforme explicou seu diretor Willy de Goes, no Seminário Brasilianas, a fundação tem conseguido conviver com prefeitos de vários partidos, sem solução de continuidade.
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Hoje em dia o APL tem 69 empresas, com 2.500 empregos diretos e 80% de PMEs. Ribeirão é a quinta cidade do Brasil em número de equipamentos de saúde, a primeira se for considerada a relação per capita.
Dentre elas, existem empresas com potencial de produção e desenvolvimento de produtos, um polo acadêmico responsável - em torno das Faculdades de Medicina, Ciências Médicas da USP -, um centro prestador de serviços de saúde.
O ambiente acadêmico ajuda bastante. Além dos cursos tradicionais, a cidade tem 21 cursos de especialização, desde fisica médica até nanotecnologia em fármacos. Ribeirão responde por 4% das pesquisas científicas nacionais na área de saúde.
Hoje em dia, a APL é a maior exportadora de equipamentos odontológicos do país.
Há também empresas especializadas em produtos cirúrgicos, móveis hospitalares, peças, acessórios, equipamentos para neonatal e consumo hospitalar. Nas novas áreas, destacam-se empresas de TI (Tecnologia da Informação) para saúde, componentes para equipamentos e biotecnologia para saúde.
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Há dois perfis básicos de empresas. Parte delas nasceu do desmembramento de empresas maiores. Ex-funcionários, com perfil empreendedor, criaram suas próprias empresas com um padrão imitativo. São mais resistentes a inovações.
O segundo grupo de empresas nasceu de pesquisas desenvolvidas dentro da Universidade. O trabalho da Fipase consiste em trazer cientistas do meio acadêmico para o empreendedorismo. São mais resistentes à gestão.
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Há um grande trabalho de parceria universidade-empresa-bolsas de pesquisa para derrubar a resistência desses empreendedores.
O papel da Fipase é, conjuntamente com o Sebrae, o da governança do APL e da articulação com os diversos órgãos de fomento. Foi incumbida pela Finep (Financiadora de Estudos e Pesquisas) de implementar o Programa Prime (apoio às empresas nascentes) para qualificar 100 empresas incumbadas.
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O grande desafio para a Fipase é a falta de familiariedade com a gestão, por parte das empresas. Tempos atrás lançou o Supera, incumbadora de empresas. Depois, um programa educacional, para disseminar o comportamento empreendedor. Agora, é responsável pelo Parque Tecnológico, criado recentemente, com o papel de gestora dos novos negócios.
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Os problemas maiores são a resistência dos empresários a práticas inovadoras; a dificuldade de adequar os produtos à metrologia e aos regulamentos existentes; e as dificuldades do meio acadêmico em negociar com investidores e setor privado.
Dívida Pública Federal sobe em setembro
A Dívida Pública Federal (DPF) chegou a R$ 1,904 trilhão em setembro, alta de 2,02% ante o total de R$ 1,867 trilhão em agosto. Segundo o Tesouro Nacional, isso deve a emissão de R$ 61,87 bilhões em títulos, enquanto os resgates ficaram em R$ 38,35 bilhões. A Dívida Pública Mobiliária Interna (em títulos) subiu 2,09%, passando de R$ 1,788 trilhão para R$ 1,816 trilhão, enquanto a Dívida Pública Externa totalizou R$ 88,93 bilhões, valor 0,57% maior que os R$ 88,43 bilhões registrados em agosto.
Cheques sem fundo tem terceira queda mensal seguida
A devolução de cheques sem fundo (pela segunda vez) em todo o país chegou a 1,87% do total de documentos compensados em setembro, diz a consultoria Serasa Experian. Esta foi a terceira queda mensal apresentada pelo indicador. No ano, os cheques devolvidos registraram 2,03%, patamar maior que os 1,92% observados de janeiro a setembro de 2011. Para os economistas, o recuo é justificado pelo fato do consumidor estar priorizando a quitação de dívidas, evitando novos parcelamentos no pré-datado.
Índice da FGV aponta crescimento industrial
Na prévia de outubro de 2012, o Índice de Confiança da Indústria (ICI) avançou 1,3% em relação a setembro, ao passar para 106,4 pontos, segundo a Fundação Getúlio Vargas (FGV). Os dados sinalizam crescimento tanto do Índice da Situação Atual (ISA) quanto do Índice de Expectativas (IE) em outubro. O ISA subiu 2,3%, para 107,4 pontos, o maior patamar desde junho de 2011 (107,7 pontos). Já o IE avançou 0,4%, para 105,3 pontos, o maior nível desde junho de 2011 (106,5).
Balança tem déficit semanal
O saldo comercial brasileiro ficou deficitário em US$ 422 milhões durante a terceira semana de outubro, com desempenho médio diário negativo de US$ 84,4 milhões, segundo dados divulgados pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC). Em cinco dias úteis, as exportações brasileiras foram de US$ 4,389 bilhões, e as importações chegaram a US$ 4,811 bilhões. Com o resultado, o total no mês chega a US$ 1,309 bilhão, e a variação em 2012 totaliza US$ 17,033 bilhões.
Alemanha pode entrar em recessão
A economia da Alemanha deve desacelerar e, inclusive, passar por uma contração durante o último trimestre de 2012, de acordo com documentos divulgados pelo Ministério das Finanças e do Bundesbank (o Banco Central do país). Embora a atividade industrial tenha apresentado alguma consistência em setembro, o Ministério alertou que a "Alemanha registrará uma líquida desaceleração econômica" no último trimestre deste ano, devido a fatores como a fragilidade econômica de alguns países da Eurozona.
FOCUS: IPCA para 2012 volta a subir
Os prognósticos para a taxa oficial de inflação voltaram a subir, segundo dados divulgados pelo relatório Focus, elaborado semanalmente pelo Banco Central. Ao longo do período, o IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo) foi ajustado pela décima quinta semana consecutiva, com os números para 2012 passando de 5,43% para 5,44%. O total suavizado para os próximos 12 meses perdeu força pela sexta semana seguida, de 5,49% para 5,41%. Os números para 2013 foram mantidos em 5,42%.
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