Coluna Econômica - 01/03/2013
Ontem, o cientista brasileiro Miguel Nicolelis anunciou um experimento revolucionário. Pela primeira vez montou uma rede que permite, pela primeira vez na história, a interface de cérebro para cérebro, a comunicação por pensamentos. Um grupo de quatro ratos de laboratório, ligados por eletrodos e uma rede wi-fi, interagindo entre si.
Nicolelis está nos Estados Unidos. Conversei no final da tarde com ele.
Já tem as primeiras observações do experimento. O fato dos animais poderem colaborar entre si provocou o aparecimento de comportamentos que nunca haviam aparecido antes, os chamados comportamentos emergentes.
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O cérebro emite sinais elétricos. O trabalho de Nicolelis consistiu em desenvolver sensores que captaram essas atividades nos ratos, decodificaram e transmitiram para outros ratos, onde foram decodificadas e compreendidas.
Pelo experimento, um rato recebia comandos mentais de outro e acionava uma alavanca. O rato codificador era recompensado se o outro realizasse a tarefa de forma correta. Foi esse duplo estímulo que levou à colaboração entre os dois ratos.
Quando o segundo rato errava a alavanca, o primeiro tratava de reformular a ordem, sendo mais atento e enviando ordens mais precisas.
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Ao transformar ondas elétricas em comandos digitais, a neurociência permite a interação entre pensamento e máquinas ou, como agora, entre dois cérebros conectados.
O trabalho também se estendeu a uma rede de primatas, que estão aprendendo a utilizar a interface em tarefas bem mais complexas. Dois macacos passaram a controlar um Avatar (um personagem virtual) na Internet. Depois de controlar o Avatar com a mente, conseguiram processar um feedback táctil. Ou seja, um dos macacos tinha experiência com algum objeto e imediatamente passava do conhecimento adquirido para o parceiro.
Agora, o experimento tentará saber se é possível combinar a atuação dos dois cérebros.
A combinação de dois cérebros ao mesmo tempo permite a montagem dos chamados computadores orgânicos. A próxima etapa do experimento será tentar criar esse computador orgânico através de uma rede de vários ratos.
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Ainda é cedo para saber das utilizações desse modelo entre humanos, diz Nicolelis.
Será possível reparar desconexões de áreas do cérebro afetadas por lesões, tipo AVC, ou reconectar partes do cérebro desconectadas por acidentes vasculares.
Em um futuro mais distante, será possível montar uma rede de Internet inteiramente operada pelo pensamento humano, a chamada brainet.
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Há alguns anos toda essa tecnologia foi transferida para o Instituto Internacional de Neurociência de Natal, montado pelo próprio Nicolelis.
Algum tempo atrás, o cientista foi alvo de ataques de pesquisadores locais, alegando que o Instituto não estaria produzindo papers e trabalhos relevantes.
Com a divulgação das pesquisas, e a publicação de documentos científicos, Nicolelis espera conseguir tranquilidade para avançar no seu trabalho
Índice de confiança de serviços em queda
O Índice de Confiança de Serviços (ICS) recuou 2,7% entre janeiro e fevereiro de 2013, na série com ajuste sazonal, ao passar de 125,5 para 122,1 pontos, segundo dados da Fundação Getúlio Vargas (FGV). Este é o menor resultado para o índice desde outubro passado, quando o total foi de 121,5 pontos. O movimento é disseminado pela maioria dos setores (10 entre 12), sugerindo aumento de incerteza em relação à trajetória de retomada do setor de serviços.
Preços ao produtor tem deflação em janeiro
O Índice de Preços ao Produtor (IPP) variou -0,04% no mês de janeiro em comparação com o mês anterior, resultado inferior ao alcançado em dezembro (0,41%), segundo dados divulgados pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). No total acumulado em 12 meses, os preços variaram 7,69% em janeiro, contra 7,28% em dezembro. De acordo com a pesquisa, 11 das 23 atividades pesquisadas apresentaram alta de preços em janeiro, contra 17 do mês anterior.
Confiança industrial segue estável
O Índice de Confiança da Indústria (ICI) ficou estável entre janeiro e fevereiro, passando de 106,5 para 106,6 pontos. Segundo a Fundação Getúlio Vargas (FGV), este foi o segundo mês consecutivo em que o dado apresentou pouca ou nenhuma mudança. O resultado é decorrente de movimentos distintos do Índice da Situação Atual (ISA) e do Índice de Expectativas (IE). O ISA diminuiu 1%, ao passar para 105,7 pontos, e o IE aumentou 1,4%, chegando a 107,6 pontos, o maior patamar desde maio de 2011.
Confiança do consumidor cai em fevereiro
A confiança do consumidor foi reduzida pelo terceiro mês consecutivo: o Índice Nacional de Expectativa do Consumidor (INEC), divulgado pela Confederação Nacional da Indústria (CNI), atingiu 113,6 pontos em fevereiro, queda de 0,9% ante janeiro. No acumulado desde novembro de 2012, último mês de crescimento, a queda foi de 2,9%. Embora o desempenho tenha confirmado a lenta trajetória de queda da confiança do consumidor, os dados permanecem 0,7% acima do total registrado em 2012.
PIB anual volta a cair na Espanha
A recessão na Espanha se agravou ao longo do último trimestre de 2012, derrubando ainda mais o desempenho da economia ao longo de 2012. O PIB (Produto Interno Bruto) nos últimos três meses do ano foi reduzido em 0,8%, levando o dado de 2012 a um fechamento de -1,4%, um pouco acima da queda de -1,5% estimada pelo governo. Segundo os números do Instituto Nacional de Estatísticas (INE), o agravamento da contração econômica se deve "a uma maior contração da demanda nacional".
Inadimplência das empresas sobe 10,3% em janeiro
A inadimplência das empresas avançou 10,3% no primeiro mês do ano, em comparação com dezembro último, segundo a consultoria Serasa Experian. Por outro lado, a comparação entre janeiro de 2013 e igual mês de 2012 mostra que houve um avanço de 4,9%. Em janeiro, uma série de fatores ajudou a pressionar o fluxo de caixa das empresas, como pagamento do IPVA da frota; e o impacto da inflação sobre custos e o aumento do salário mínimo. Contudo, o indicador começa a perder fôlego.
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