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O Jogo Político Pós-Eleições Municipais

27 de Setembro de 2012, 21:00 , por Castor Filho - 0sem comentários ainda | No one following this article yet.
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Coluna Econômica - 28/09/2012

 

O que ocorrerá com o jogo político após as eleições?


Com raras exceções, não há tradição de fidelidade partidária no país. Os políticos tendem a se organizar em torno dos partidos com melhores perspectivas de poder. Ou em torno de partidos que, mesmo sendo menores, permitam a aliança com o poder.


Por isso mesmo, há dois fatores determinando o futuro dos partidos: a estrutura nacional (que depende das eleições) e um candidato forte à presidência, ou com possibilidade de ser vitorioso ou de conseguir bons pactos políticos.


***


Desde a redemocratização, as coligações se formavam em torno da distribuição de cargos ou de apoio financeiro para as campanhas.


Foi esse modelo que permitiu a Marcos Valério criar uma tecnologia de corrupção política que começou em Minas, com o chamado “mensalão do PSDB”, continuou em Brasília, com o “mensalão do PT”, teve desdobramentos no Distrito Federal, com o “mensalão do DEM”.


Antes disso, houve denúncias de compras de votos na votação da reeleição de FHC e na convenção do PMDB – na qual, dois ministros de FHC usaram a máquina pública para alijar Itamar Franco do jogo.


***


Após o julgamento do “mensalão”, entra-se em um novo tempo político.


Nem se condene FHC ou Lula pelo jogo. No presidencialismo torto brasileiro, era a única condição de governabilidade. O país saía da longa noite da ditadura, de um longo período de estagnação econômica, ainda era uma democracia infante.


O julgamento do mensalão coloca um ponto final nesse modelo. Criminaliza-se a ajuda financeira, como foi o caso. Há um questionamento cada vez maior do loteamento de cargos. A Lei da Transparência reduzirá cada vez mais a margem de manobras dos operadores da máquina pública (os especialistas em desvio de dinheiro que servem a todos os partidos).


***


Haverá a necessidade, portanto, de uma ampla mudança na lei eleitoral, a não ser que se queira caminhar para a ingovernabilidade. As mudanças passam pelo financiamento público de campanha e pela reestruturação partidária. E aí haverá mudanças expressivas.


***


O quadro programático, hoje em dia, é totalmente diferente daquele de dez ou vinte anos atrás.


Nesse período, Lula trouxe o PT da esquerda para a centro-esquerda. Dilma Rousseff aprofundou a mudança, incorporando princípios de gestão antes criticados pela base e do desenvolvimentismo. De um lado, está conquistando quadros e intelectuais que, em outros tempos, se abrigaram no PSDB pré-Malan. De outro, perderá os quadros mais radicais para o PSOL – que ocupará a faixa da extrema esquerda democrática.


O PSDB abandonou as veleidades iniciais, de ser a social democracia brasileira, e avançou para a direita. Descaracterizou-se. Deixou de ser social democrata sem conquistar a confiança da direita. Não se renovou, ficando prisioneiro do velho e do estéril – o decisivo período José Serra. Como Aécio Neves não demonstra fôlego para substituir a geração que sai, há risco concreto do partido perder o protagonismo que exerceu desde o início dos anos 90. Será cada vez mais um partido restrito a São Paulo.


Há espaço para um partido de direita autêntica, juntando os sobreviventes do DEM.


IGP-M perde força e fecha setembro em 0,97%


O Índice Geral de Preços – Mercado (IGP‐M) subiu 0,97% em setembro, e ficou abaixo do total de 1,43% mensurado em agosto, segundo a Fundação Getúlio Vargas (FGV). Ao longo do período, o Índice de Preços ao Produtor Amplo (IPA) chegou a 1,25%, ante 1,99% no mês anterior. O Índice de Preços ao Consumidor (IPC) ficou em 0,49%, pouco acima dos 0,33% em agosto, enquanto o Índice Nacional de Custo da Construção (INCC) chegou a 0,21% no mês, abaixo dos 0,32% de agosto.


BC considera efeitos defasados de queda da Selic


Os efeitos defasados, tanto na economia quanto nos preços, dos cortes na taxa básica de juros, estão sendo levados em conta pelo Banco Central (BC) na hora de definir o futuro da Selic, segundo o Relatório de Inflação. Segundo o documento, tal atitude busca “evitar flutuações indevidas na atividade econômica”. “Dito de outra forma, as ações de política monetária levam certo tempo para afetar atividade (e inflação), e os impactos de uma sequência de ações vão se sobrepondo no tempo”.


Estimativa de crescimento em 2012 cai para 2%


A autoridade monetária também realizou a revisão da estimativa de expansão do Produto Interno Bruto (PIB) para este ano de 2,5% para 1,6%. Nos quatro trimestres encerrados em junho de 2013, o BC espera que a economia cresça 3,3%. Já a estimativa para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) em 2012 ficou em 5,2% - índice acima do centro da meta (4,5%), que tem margem de 2 pontos percentuais para mais ou para menos.  Para 2013, a expectativa é que a inflação oficial recue para 4,9%.


Indústria fica estagnada em 2012


A Confederação Nacional da Indústria (CNI) reduziu suas estimativas para o PIB (Produto Interno Bruto) e o setor industrial neste ano: segundo informe de conjuntura da entidade, o avanço do PIB (Produto Interno Bruto) neste ano chegou a 1,5%, contra 2,1% no estudo anterior, e estagnação da indústria como um todo, quando a pesquisa anterior previra evolução de 1,6%. A indústria de transformação deve cair 1,9% em 2012. A CNI atribui à queda dos investimentos uma das principais causas do resultado.


Governo Central tem superávit 7,2% maior


O Governo Central, que engloba o Banco Central, o Tesouro Nacional e a Previdência Social, teve resultado de R$ 691,8 bilhões no acumulado de janeiro a agosto deste ano, segundo informações do Ministério da Fazenda. O resultado é 7,2% superior ao registrado no mesmo período do ano passado. O superávit primário chegou a R$ 53,4 bilhões no acumulado do ano, contra R$ 69,9 bilhões em 2011. O total ultrapassa em 16,3% a meta estabelecida para o primeiro quadrimestre do ano, de R$ 46 bilhões.


Famílias reduzem endividamento


O percentual de famílias inadimplentes caiu entre agosto e setembro deste ano, chegando a um total de 19,1%, considerado o menor nível da série histórica iniciada em janeiro de 2010, segundo a Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC). Em agosto deste ano, o percentual era de 21,3% e, em setembro do ano passado, de 24,3%. O total de famílias sem condições de pagar as contas ou dívidas atrasadas foi de 7,1% de setembro, o mesmo registrado em agosto.

 

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